"Eu incendiaria uma casa por você, mas também me queimaria por você."

Eu não confiava em deixar Diana sozinha com Roger, depois do que aconteceu de madrugada sei que tem muita coisa á mais envolvidas. Ela deve ter sofrido muito quando morava com ele, fiz bem em tê-la arrancado de suas mãos. Não é como se eu quisesse ter dito tudo aquilo para ela, mas não sei... Eu confio nela, tenho certeza que ela nunca usaria uma coisa dessas contra mim, assim como eu, nunca usaria suas crises contra ela mesma.

Quando eu entrei na biblioteca logo percebi que tinha algo de errado, Roger saiu como se nada tivesse acontecido, eu o encarei até que ele sumisse da minha vista, percebo que o desgraçado não consegue olhar em meus olhos, ele tem medo de mim, eu o intimido.

Olho em volta da sala e percebo alguns objetos no chão. Diana está encostada na mesa com as mãos em seus braços, e com um semblante de culpa, me aproximo dela olhando seu corpo inteiro. Não de forma sexual, é claro. Pego seu queixo e ergo para cima, vendo seu pescoço um pouco avermelhado. Filho da puta, como ele ousa vir até a minha casa e tocar na minha mulher?

O ódio toma conta do meu corpo, pego seu braço tirando suas mãos que tampava o vermelho que tinha ali também. Desgraçado. Roger é muito corajoso, está na hora de acabar um pouco de felicidade que resta nele.

Tenho uma reunião junto com Bryce, Jaden e alguns de nossos sócios, mas antes disso, faço uma ligação rápida. Tenho olhos espalhados em todos os lugares, principalmente em Los Angeles.

Ligação on.

- Ramon. - após três toques, ele atende.

- Fala chefe. - ele diz.

- Preciso que faça algo. Tem que ser agora, rápido e sem deixar rastros.

- Sabe que o senhor está falando com a pessoa certa, não é mesmo? Pode mandar no peito, que o pai faz. - é disso que eu gosto, de pessoa que se garante.

- Sabe aquele cara que eu mandei vocês ficarem de olho?

- O velho desgraçado?

- Esse mesmo.

- O que quer que eu faça com ele?

- Com ele por enquanto nada, quero que faça um estrago em sua casa. Só um susto.

- Só isso chefe? Tá na mão.

- Ótimo. Por enquanto é só. - desligo.

Ligação off.

Bella e Maggie não estão em casa, como eu sei? Elas aproveitaram que o querido papai delas não estaria em casa e foram se divertir um pouquinho, mal sabe elas que todas as baladas daquela cidade são minhas. Bobas. Elas tornaram tudo mais simples e fácil.

É só dois homens invadirem a casa por alguma janela, que provavelmente as idiotas deixaram destrancadas, bagunçarem um pouco e pegarem alguns pertences de valor para no final acharem que foi roubo. Então um deles sobe pelos quartos jogando um pouco de gasolina, enquanto o outro fica em baixo.

No final eles esvaziam o gás, para também acharem que foi vazamento. Depois os dois saem da casa e dão um sinal para um sniper que está a quilômetros de distância, os homens saem dali como se nada tivesse acontecido. Enquanto o próximo homem mira na boca do fogão da casa, e com um simples tiro muito bem arquitetado. E BUM!

• • •

- Diana, o que você acha de eu colocar o berço aqui neste canto, e o guarda roupa ali? - Nessa diz apontando para qualquer lugar, mas eu estou no mundo na lua e não presto atenção.

Estou pensando no que aconteceu hoje mais cedo, Vinnie não bete muito bem da cabeça. E se ele quiser fazer alguma coisa com Roger? Não. Acho que não é pra tanto.

- Diana! - ela me chama novamente.

- Oi! Me desculpa, eu viajei. - saio dos meus pensamentos.

- Está tudo bem? - ela pergunta.

- Claro que sim. - forço um sorriso. - Por que não estaria?

Nessa explica tudo novamente sobre o que estava planejando para o quarto, por mais que eu estivesse animada para a chegada dessa criança, eu não estava com a cabeça boa para isso agora. Mal prestei atenção no que ela disse. Eu e Nessa passamos o resto da manhã, tarde juntas, e no jantar também fizemos companhia uma para outra, já que Vinnie e Jaden não havia chegado ainda.

Roger mesmo estando longe de mim, por incrível que pareça, ele ainda conseguia tirar minha paz. Como eu odeio ele. Meu dia acabou desde o momento que vi, ele nunca muda, até agora tento entender essa raiva que ele sente de mim. Por que só eu?

Além de ficar mal o dia todo, eu tive uma impressão de que algo ruim estava preste a acontecer. Não consigo diferenciar se é só uma impressão ou é uma crise. Bom, não quero ficar aqui na frente de Nessa para descobrir, ela não tem nada haver com meus problemas, ela está ocupada demais com seus filhos agora.

Vou para meu quarto e entro no closet procurando minha bolsa de remédios que eu guardo a muito tempo. Eles me ajudam a acalmar, no caso, dormir. Do closet escuto alguém batendo na porta, rapidamente escondo os remédios e corro para abrir a porta.

- Que foi? - digo quando vejo Vinnie.

- Posso entrar? - ele pergunta.

- Pode sim. - saio da frente da porta para que ele possa passar.

- Tudo bem? - ele pergunta.

- Estou... - respiro fundo e fecho a porta. - Estou ótima.

- Me ligaram de Los Angeles... - ele começa.

- Hum.

- Aconteceu um incidente, parece que invadiram a casa de Roger e colocaram fogo. - franzi o cenho.

Um incêndio? Como no meu sonho...

- Como assim?

- Felizmente ninguém se machucou. - suspiro aliviada. - Porém a casa ficou em cinzas, não sobrou nada.

- Ai meu deus...

- Ainda não se sabem se foi invasão ou vazamento de gás.

- Pelo menos ninguém se machucou... - ele me analisa, seu olhar é curioso. - O que? - pergunto a ele.

- Nada... É que... Você parece odiar sua família, mas está preocupada com eles.

- Eu os odeio, mas não é como se eu quisesse o mal deles. - penso por alguns segundos. - Por acaso você não...

- Está achando que eu que causei o incêndio? - ele levanta as sombrancelha. - Eu fiquei o dia todo em reunião, Angel. Se eu tivesse sido o pivô, não teria arrumado um lugar e roupas para eles.

- Bom, nesse caso, obrigada então.

- Acredito que suas roupas antigas vão servir direitinho em suas irmãs. - ele dá um sorriso de lado.

- Você não fez isso. - sorrio de volta.

- Ah pode ter certeza que eu fiz. - ele balança a cabeça.

- Sabe que elas vão te odiar, não sabe ?

- Eu sei e não ligo. - ele dá de ombros. - Não que eu deseje mal para eles, porque é o que merecem pelo jeito que te trataram a vida toda, mas... É o que merecem. - ele se aproxima de mim até ficar de frente comigo. Eu não consigo etivar um sorriso de vitória.

- Foi você, não é? - digo olhando dentro dos seus olhos castanhos.

- Eu vou te explicar algo, Angel. Só tem uma coisa que eu me importo e o resto para mim que se foda. Essa coisa é a família. Quanto tem um abutre cercando seu ninho, o que precisa fazer? Proteger. Não importa o que custe.

Fico concentrada no que ele está falando. Por um lado, eu admiro o quanto Vinnie protege os seus, mas pelo outro lado, me assusta a forma que ele o faz.

- A partir do momento que você se casou comigo, jurou a lealdade a mim e veio morar debaixo do meu teto, você se tornou a pessoa que eu devo proteger. Roger me provocou, ele teve a porra da coragem de vim até a minha casa e te ameaçar, eu tive que tomar as devidas providências e não me importo se você acha que foi o extremo ou... - não dou tempo dele terminar de falar, o interrompi lhe dando um abraço demorado.

Percebo que ele fica sem reação, quanto tempo será que ele não recebe um abraço verdadeiro, um abraço que é sentido? Ele demora um pouco para me tocar, mas depois de alguns segundos, ele retribui o abraço também tocando as minhas costas.

- Obrigada... - digo baixinho.

Não estou vendo, mas provavelmente ele deve está franzindo o cenho. Acredito que ele não esperava por essa minha atitude, na verdade, ele sempre espera o pior das pessoas, porque assim é mais fácil dele não se decepcionar. É o que eu venho fazendo a minha vida toda.

- De nada. - ele diz com a voz rouca e baixa.

Na minha opinião, Roger mereceu!

O Vin sendo fofo AAA

Estão preparados para a maratona?!