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Tree

Capítulo Três

  Eu não podia acreditar no que estava prestes a fazer. Maldita hora em que me deixei levar pelo cabeça de vento do Marvin.

  Estávamos a quatro minutos da Kangaroo Island Boat Hire, um dos cais que ficava no norte da cidade e o lugar favorito de Eudora, a minha sogra, para que nos reuníssemos e tivéssemos os nossos momentos em família como ela sempre dizia. Ela sempre foi um amor comigo e nunca me destratou ou me olhou com desprezo por eu ser apenas uma humana, ao contrário das outras sereias que não confiam em mim. 

  Problema delas. Pensei, em meio ao silêncio no carro. 

 Olhei com atenção ao relógio em meu pulso que marcava seis horas, tempo suficiente para que Eudora já estivesse lá, a nossa espera. Ela era muito pontual, assim como eu. 

— Estamos no final da Cordes. — anunciou Marvin, concentrado no volante.

— Já passamos da vinícola? — indaguei.

— Sim, amor. — respondeu Marvin, prestes a virar a direita na Gov Wallen. — Deixa eu virar esquerda aqui e já seguiremos a pé.

  Com uma guinada para a esquerda, entramos na ruela e seguimos até o final, e por fim estacionamos o carro.

  A parte superior de Eudora era o destaque no final do píer do ancoradouro. O cabelo longo e loiro era uma de suas marcas registrada junto com seu sorriso contagiante e jovial. Era um contraste oposto ao de Marvin, que nasceu ruivo e que passava boa parte do tempo emburrado, mas quando estávamos a sós, ele logo se tornava o palhaço de sempre.

— Aurora, meu anjo. — saudou Eudora. — Você veio!

— Oi, Marvin. É bom te ver, meu filho. — ironizou Marvin, novamente emburrado. — As vezes tenho a impressão de que a senhora gosta mais da minha parceira do que de mim, mãe.

  Eudora riu e lhe jogo uma bola de água em seu rosto.

— Querido, não seja rude. — ralhou Eudora. — E eu amo você, não pense o contrário, só porquê gosto de sua namorada. Ela é adorável, Marvin. Não tem como odiá-la.

  Marvin revirou os olhos.

— Você tem razão, mãe.

— Ok, agora senta ai, bobão. — pedi.

  Cedi espaço para que ele sentasse ao meu lado e calasse logo a boca, e parasse de reclamar.

  Marvin tinha muita sorte de ter  Eudora como mãe. Ela era uma das mulheres mais fortes que eu já havia conhecido em toda minha vida e também muito dedicada ao seu povo, coisa rara nesse mundo de hoje em dia

  A Colônia de Marvin e Eudora não conheciam nem a metade das maldades do mundo humano e eu rezo para que eles nunca conhecessem a real crueldade humana. Isso os mataria.


• ────── ✾ ────── •


  A água fria que banhava meus pés arrepiava todos os pelos do meu corpo, mas de uma forma diferente, como se sentisse que havia algo acontecendo ou que algo iria acontecer. Era estranho, mas eu confio no meu corpo e no que ele queria dizer.

— Você deveria ter se afastado, criança. — era ela, a anciã. A velha sereia estava parada atrás de mim, como uma sombra, olhando para o horizonte além de mim. — O que está feito não pode mais ser desfeito.

— O que a senhora tem contra mim? — a encarei, decidida. — Por que me persegue tanto? Por que me odeia?

— Eu não odeio você, eu me preocupo com você.

  Por essa eu não esperava.  Se ela realmente se importava comigo, então por que agia dessa forma? Como se eu fosse o problema. Era no mínimo muito contraditório.

— Por que devo acreditar na senhora?

— É o meu instinto, acredite. E ele me diz que algo em você nos trará problemas.

— Creio que esteja enganada. — afirmei. — Eu nunca faria mal a nenhum de vocês, isso eu posso garantir.

  A anciã voltou a ficar pensativa, como se estivesse longe do nosso plano físico e quando regressou, fitou o horizonte e disse:

— Não é você, é ela. — segui o seu olhar para o meio do oceano, mas não havia nada lá e quando me virei para retrucar, ela já não estava mais lá. Havia sumido.


• ────── ✾ ────── •


  Durante todo o trajeto na volta para casa, fiquei divagando sobre o que a anciã havia me dito e sobre essa tal de ela que está ligada a mim, mas que não faço a mínima ideia de quem seja. Minha mãe? Tatiana? Agatha? Alguém? Se sim, quem?

  Eram tantas perguntas para poucas respostas.

  Minha cabeça dava voltas e mais voltas quando o assunto em questão era essa senhora e seus mistérios.

— Aurora? Aurora, você está bem? — chamou Marvin. Ele parecia mais atento que o normal. — Eu te chamei umas seis vezes. Para onde a sua mente foi?

— Desculpa, eu me distrai. — soltei um suspiro cansado e contei: — Eu vi a Anciã novamente.

  A expressão de raiva no rosto de Marvin não era uma novidade para mim, principalmente quando o assunto era sobre a sereia de sua Colônia.  

  Eu odiava vê-lo assim, dividido entre mim e seu povo, mas como ele sempre fazia questão de frisar. Ele havia me escolhido e não voltaria atrás em sua decisão, mesmo que houve algumas oposições.   

  Marvin havia dado seu coração a mim e depositado toda sua confiança e lealdade em minhas mãos, e eu não podia falhar com ele.

— O que ela te disse dessa vez? — indagou Marvin, tentando controlar sua raiva.

— Marvin, calma. — comecei, cautelosa.

  Rapidamente me pus em seu caminho e o impede de sair. Se Marvin fizesse o que estava pensando em fazer, ele seria declarado um traidor, um assassino.

— Ei, foca em mim. — pedi. — Calma.

 Sua frequência cardíaca estava tão forte contra a minha pele, que por um momento achei que sua caixa torácica fosse explodir.

— Ela não disse nada demais e nem me ameaçou nem nada, só...

— O quê, Aurora? — exigiu Marvin, curioso. — O que ela te disse?

— Ela falou algo que não pode mais ser desfeito e sobre uma tal de ela.

— O quê? Quem é ela?

— Eu não sei. — o encarei igualmente confusa. — Ela só falou isso e depois sumiu. Evaporou.

  Marvin parecia pensar em algo, mas não o transformou em palavras e decidiu apenas me abraçar, como se quisesse me proteger.

  Meu herói, pensei. Ele tinha o péssimo hábito de querer carregar o mundo em seus ombros, mas o mundo, principalmente o meu, não era um bom lugar para alguém tão bom e tão puro como ele.

  Droga, eu o amo tanto que tenho medo de estar caindo muito rápido, como uma estrela. Uma estrela certinha demais e muito tola em um oceano de magia e belezas nunca vistas que era o Marvin.

— Nada vai machucar você. — me segredou Marvin, me apertando com um pouco mais de força em seus braços. — Eu prometo.

— E quem vai proteger você, Marvin? — indaguei, me desvencilhando dele.

  O encarei ainda cheia de medo e duvidas. Nosso destino era incerto e tudo a nossa volta parecia querer nos separar, dia a dia. 

  Nós erámos de mundo diferentes e mesmo nos amando muito e tendo pessoas como Eudora e Tatiana ao nosso lado, prontas para enfrentar qualquer coisa para nos ajudar, não parecia ser o suficiente.

  Suas mãos voltaram a envolver meus braços e logo meu rosto. Seus olhos de tons indecifráveis — um dia azul, um dia verde, um dia cinza. — transmitiam uma segurança e uma calma que quase o tornava inabalável. Quase.

— Com você, eu estou seguro. — e me beijou.


• ────── ✾ ────── •


  No meio da noite. Nessa mesma noite em que tudo parecia querer piorar a cada momento, eu senti. Começou como um pequeno desconforto no pé da barriga que teimava em não passar, como cólica.

  No relógio da cabeceira marcava duas horas e quarenta e cinco minutos. Cedo de mais.  

  Tirei com bastante destreza e rapidez a coberta de cima de mim e me dirigi, de forma mais silenciosa possível, ao banheiro.

  No silêncio absoluto da noite, retirei todo o meu pijama e tentei me prepara psicologicamente para as setes semanas que me aguardavam; sangue, desconforto, estresse e dor.

  Céus, esse era um dos lados ruins de ser mulher.

  Porém quando olhei com mais atenção, não havia sangue. Não havia nada.

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