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Segunda impressão

N/A

Os dois voltavam pra casa silenciosamente, nenhum falava com o outro. Ryan havia se oferecido para levá-la em casa, a menina não fez muito charme e aceitou.

Na metade do caminho, Sophie parou, chamando a atenção do soldado que fez o mesmo assim que percebeu que a garota que estava ao seu lado estava ficando para trás. Ele a olhou, ela continuou onde estava.

— algum problema? — Ryan perguntou

— não precisa fazer isso. — ela disse, finalmente — pode me deixar aqui, eu sei o caminho, eu posso muito bem ir sozinha.

— ata! E deixar você cair no primeiro beco que ver novamente? Não.

— eu já estou melhor, okay? Não precisa fazer isso, já disse. Pode voltar ao que estava fazendo antes de me encontrar. — ela disse voltando a caminhar na frente do rapaz

— e você acha que eu te encontrei por acaso? — ele disse fazendo ela parar e o olhar de novo

Ele caminhou até a jovem que ainda estava parada. Ao se aproximar, cruzou os braços e continuou a falar.

— eu reparei na quantidade de vezes que o garçom foi até sua mesa levar bebida. Percebi você reabastecendo seu copo a cada goli que dava, eu vi o jeito como saiu do bar. — ele dizia e ela o olhava com um olhar intrigado — você mal conseguiu se levantar da mesa sem cambalear, acha mesmo que eu não ia me preocupar? Uma garota como você, a essa hora, andando sozinha por essas ruas e no seu estado! Eu saí de lá justamente pra te procurar, vê se precisava de ajuda. Acho que qualquer um teria feito o que eu fiz.

Sophie não estava conseguindo entender todo aquele papo, ela tinha certeza que ele não gostava dela. Primeiro ele a salva, depois diz que foi atrás dela pois estava preocupado. Agora a garota tinha uma dúvida.

— não sei por que se preocupou comigo?! Você nem gosta de mim. Poderia ter me deixado lá naquele beco. — ela o disse

— se eu não gosto de você, é porque tenho meus motivos. Mesmo assim, não me lembro de ter dito que não gostava. — Ryan acabou dizendo o que não queria dizer, muito menos ouvir sair de sua boca. Continuou olhando Sophie, que o olhava com seus olhos verdes arregalados. — mesmo se eu não gostasse de você, não iria te deixar lá de maneira nenhuma. Vai contra o que eu sou.

— me desculpe se estou causando algum arrependimento em você. — Sophie disse — mas qualquer pessoa poderia ter corrido e me deixado lá, você nem me conhece.

— qualquer pessoa, menos eu. De onde eu venho, não se deixa ninguém para trás, não se nega ajuda.

— e de onde você vem? De Marte? — a garota perguntou ironizando o que acabara de ouvir — então você só pode ser de outro mundo, porque aqui, é isso que as pessoas fazem, o tempo todo.

— não, infelizmente nesse lugar não nos permite isso. Lá, deixar alguém para trás faz de você um covarde. Negar ajuda a alguém te torna um covarde. — Ryan disse lembrando de seus treinamentos no exército — então, não me deixe ser um covarde. Vou te levar para casa, segura. E mesmo que não existisse esse lance de covarde, eu te levaria de todo jeito, porque esse é quem eu sou.

Sophie o olhava, gostava do que ouvira sair da boca do rapaz. Toda sua primeira impressão em relação a ele estava, de certa forma, sumindo. Ela já não tinha tanta certeza de que o jovem não gostava dela.
Ela deu um sorriso fraco, jogando a cabeça pra trás se dando por vencida. Não disse nada, apenas se virou para seguir o caminho e esperou que Ryan fizesse o mesmo.
Assim que o mesmo parou ao seu lado, os dois se olharam e então seguiram caminhando a caminho da casa de Sophie.

Após alguns minutos calados, novamente, a menina resolveu quebrar o gelo.

— como... — assim que ela disse a primeira palavra Ryan virou o rosto em sua direção esperando que ela continuasse. — como sabia meu nome?

Ela pergunta e sem querer acaba cambaleando, quase caindo.

— opa... — Ryan diz e a segura — cuidado. — ele diz e ela apenas ri e assenti

O jovem sorriu e abaixou a cabeça, tentando esconder o sorriso em seguida para não parecer estar caindo nos encantos que ela, sem querer, causava... Colocou as mãos no bolso e respondeu a pergunta.

— lembrei que ouvi sua amiga dizer, não sabia se era seu nome realmente, apenas torci para que fosse.

Sophie sorriu ao lembrar de como a amiga realmente havia falado alto enquanto estavam no bar.

— e o seu? — a mesma perguntou

— o meu o que? — ele perguntou

— seu nome? Ainda não disse.

— ah! Ryan. Ryan Jones. — ele disse retirando uma mão de seu bolso e esticando para apertar a mão da garota, para uma apresentação formal

Ela esticou a mão sorrindo e apertou a do mesmo.

— prazer em conhecê-lo, Ryan.

— o mesmo! — ele falou e balançou a mão dela

Continuaram o caminho. Sophie finalmente avistou sua casa. A essa altura do campeonato, ela já sabia que tudo que pensara sobre o moço havia sido apenas coisas de primeira impressão, pelo menos até agora. Ele se mostrava ser o oposto do rapaz que ela conheceu mais cedo no dia anterior. Mesmo ele ainda sendo um pouco frio em sorrisos e não demonstrar muita empolgação pela caminhada, ela sabia que ele não era aquele rude que pensou que fosse.

Ryan por sua vez, não queria nenhuma aproximidade com a garota, porém era quase impossível já que ele acabara de salvar sua vida e receber um abraço que o fez duvidar de seus sentimentos frios e fechados para qualquer coisa nova. A garota tinha algo que o impedia de pensar em não tê-la por perto.

— chegamos. — Sophie disse assim que parou em frente a sua casa

bela casa! — Ryan disse ao olhar o lugar, o que fez a garota sorrir

— você quer entrar? — ela perguntou para ser educada assim que subiu na sacada de casa e abriu a porta

— ham, não, obrigada. Já está tarde, preciso ir. —Ryan disse e foi surpreendido mais uma vez pelo cachorro da moça que saiu de dentro de casa quando viu que a porta havia aberto — hey, garotão! — o mesmo disse, fazendo carinho no cão que demonstrava afeto por ele

— aí meu Deus, Shy! De novo não! — a garota correu, tomando cuidado para não cair e foi pegar o cachorro

— não, tá tudo bem. Mesmo. Eu gostei dele desde que o vi no restaurante.

— é, ele parece que também gostou de você.

— tudo bem, amigão. Agora eu tenho que ir. —Ryan disse e Sophie conseguiu pegar o bichinho pela colera e o colocar dentro de casa encostando a porta

— boa noit... Quer dizer, madrugada. — Sophie disse e os dois sorriram

— pra você também, Sophie. E cuidado com as bebidas. — ele disse sorrindo e se virou para ir embora

— Ryan? — chamou a menina, antes que ele fosse para longe

— sim?

— obrigada, mesmo. Por tudo que fez por mim hoje — agradeceu a garota pelo o que ele havia feito por ela

Ele assentiu e deu um sorriso fraco.

— não precisa agradecer. — disse o soldado que sorriu com os lábios selados logo em seguida e se virando com as mãos no bolso para ir embora.

Ele seguiu o caminho e ela o observou até sumir de sua vista. Entrou em casa e sua ressaca já começava a dar os primeiros sinais.

Eai? O que achou desse? Heim? Heim? Rsrs'.

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Nos vemos no próximo!!

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