05
Hermione.
Dizer que eu estava irritada, era o cúmulo. Na verdade, eu estava irada. E só depois de ter saído daquele maldito escritório, fui entender de fato o que estava acontecendo, ou pelo menos, só naquele momento, que tantas coisas que tem acontecido, vieram a minha mente com uma força que desconhecia.
Parte da minha raiva, era saber que eu havia sido tola o suficiente para acreditar que Snape iria me beijar, ou pior, que eu estava disposta a fazê-lo se acontecesse. Tantas coisas aconteceram, que somente agora trancada em meu quarto pude realmente divagar sobre.
Apesar do episódio do banheiro, e de minhas noites dormidas, houvessem sido tranquilas, não havia um dia inteiro que não pensasse em Snape e naquela sensação tão desconhecida e curiosa que havia sentido.
Eu não descredibilizava o fato dele ser um bruxo inteligente, poderoso e altamente respeitado por qualquer pessoa, mas me sentir levemente atraída por ele, com certeza estava fora de questão.
Ele era tão bruto e mal educado. Seu autoritarismo me irrita constantemente, e sua aparente frieza era tão perceptível. Quero dizer, ele não parecia se importar com nada, tudo parecia insignificante para ele. Snape tinha uma personalidade totalmente complexa e contraditória, e eram essas às razões, que me faziam questionar o porquê me sinto tão atraída por ele.
Colocando todos os acontecimentos na balança, eu poderia ter uma ideia melhor do que eu realmente sentia, dos motivos, porém eu sabia que não adiantaria muito. Eu precisava de alguém para conversar, e Gina era a única em quem confiava cegamente para isso.
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— Que bom que você veio! — exclamei me jogando nos braços da ruiva, que sorria animada.
— Você deve estar realmente muito desesperada para estar tão feliz em me ver. — me sorriu.
— Você não sabe o quanto! Vem, vamos para o meu quarto.
Puxando Gina para outro andar, eu não podia deixar de pensar o quanto estava feliz pela senhora Weasley e toda a família nos fazer uma visita naquele domingo. Claro, se tratava de uma reunião da ordem, mas mesmo assim era gratificante.
Gina apesar de falar o que vem na cabeça sem pensar, e de alguns relacionamentos, era a pessoa perfeita para me ajudar com o que tanto me perturbava a mente, afinal, me lembrava perfeitamente sobre ela e Lilá dizendo o quão achavam interessante o professor Snape, apostando até em algumas piadas sobre o quão grande ele poderia ser. Ela era a escolha perfeita para esta conversa.
— Então! Diz aí o que está acontecendo? — se jogou na cama enquanto eu terminava de trancar e silenciar o quarto com um feitiço.
— É o professor Snape! — disse mordendo os lábios, um pouco sem jeito de como ela poderia reagir a minha confissão.
— O que aquele bastardo fez? — vi seu rosto ficar vermelho com a idéia de algo ruim.
— Nada! — adiantei. — Quero dizer, foi tanta coisa.
— Sabe que pode me contar o que quiser, não sabe? Se ele fez alguma coisa, posso achar um jeito bem eficaz dele largar do seu pé.
— Não é isso, eu só.... Acho que gosto dele. — fechei os olhos como se a bomba que havia soltado, tivesse explodindo diretamente na minha cara.
Quando abri os olhos, Gina me olhava inefavelmente, seus olhos se tornaram tão grandes naquele momento, com um brilho tão invejável que foi difícil entender o que viria a seguir.
— Finalmente vamos conversar sobre algo que não seja livros. — seu sorriso se esticou, e confesso que me senti ofendida. — Oh, não me olhe assim Mione, mas tem vezes que irrita te ouvir falar de livros e mais livros.
— Eu achei que você iria surtar com o que disse.
— Ah, para é o Snape. Acha mesmo que eu iria surtar por você ter uma quedinha por ele? Por favor, ele pode ser o que for, mas não deixa de ser um gostoso.
Eu realmente não esperava uma reação daquelas vindo de Gina, ela praticamente já possuía uma opinião formada por Snape, e sinceramente, eu não sabia dizer se eu realmente concordava com ela, talvez sim.
— Pois bem, me conte mais sobre isso. — pediu curiosa.
Expliquei como às coisas começaram, como ele me tratava mesmo quando eu estava cuidando dele. Contei sobre o banheiro, e como a partir daquele momento, me vi completamente mexida por ele, até mesmo um sonho um pouco quente que havia tido entrou em discussão, mas nada chamou tanta atenção de Gina, quanto o fato de eu ter dito a ela, que achei que ele iria me beijar a alguns dias atrás!
— Sabe, você está aí, toda confusa com esse sentimento sobre o Snape, quando na verdade é tudo bem óbvio.
— Óbvio. Não parece para mim.
— Bem, você sempre gostou de caras mais velhos, percebi isso quando Lockhart virou professor no segundo ano. — sorriu. — Ele era até bonitinho, mais um completo imbecil.
— Nem me fale.
— Porém, sempre acreditei que o fato de você querer responder todas às perguntas de Snape, mesmo ele te humilhando às vezes, era uma maneira de tentar chamar a atenção dele.
— Gina, isso é loucura. Eu era só uma criança.
— Não, você entendeu errado. Quero dizer, apesar da diferença de idade não me referia a você tão nova. Depois dos seus quinze anos isso se tornou mais frequente.
— Não é verdade. Não me lembro de um dia ter me imaginado pensando nele.
— Ah não? Nem aquela vez que ele salvou um aluno de se afogar no lago negro, e saiu todo molhado de lá? Lembra o quanto você olhou para a camisa preta grudada no corpo dele?
Eu havia me esquecido completamente daquele dia. Estávamos no quinto ano, e num dia de semana qualquer, onde o calor estava matando, um aluno se jogou no lago sem saber nadar, o feitiço dele para conseguir mergulhar havia falhado, sobrando para Snape o salvar. Nem mesmo o próprio professor de poções pode usar sua varinha, já que o garoto começava a afundar.
Bem, aparentemente eu não era a única aluna a ficar extasiada por ver Snape com poucas roupas, molhado e tão.... Céus, naquele momento eu percebi que foi ali que Snape se tornou tão mais interessante, só que com tantas coisas acontecendo, Harry, Voldemort, eu só havia guardado aquilo esquecendo de tudo.
— Viu só, essa carinha não engana ninguém. — a ruiva sorriu maliciosamente. — Você só despertou essa atração depois do que aconteceu no banheiro. — por um momento ela ficou quieta, mordendo os lábios até perguntar. — É grande?
— O que?
— Sabe... — ela fez um gesto que eu riria se aquilo não tivesse me deixado tensa.
— Sei lá, eu não olhei. — corei.
— Não olhou? Ele estava completamente pelado, você teve a chance de olhar e não olhou? — vi a indignação em seu rosto.
— Bem. Eu senti ele ficar duro, e deu a impressão de que era grande. — naquele momento qualquer lugar pareceu mais interessante do que olhar para Gina.
— Como é que é? — gritou. — Ele o que? A parte mais importante você deixa de fora?
— Não achei certo contar, é normal não é?
— Se você não fosse minha amiga, juro que eu te lançaria uma maldição. — bufou. — Mione, me conta isso. Pelo amor de Merlin.
— Não tem o que contar. Só, bem, eu senti e naquele momento me senti tão..... Quente!
Gina faltava pular da cama e gritar loucamente. Aquele dia, foi essencial para que eu pudesse desabafar tudo o que sentia sobre Snape. Gina me ajudou e muito, prometendo guardar meu segredo em troca de eu contar todos os detalhes para ela.
A ruiva maluca, conseguiu me fazer entender que o que sentia por Snape, de longe era amor. Era meio óbvio, porém ficou mais do que claro que eu cada vez mais criava um certa curiosidade por ele, que insistia em cada vez mais ficar intensa.
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Durante a noite, enquanto jantavam, Hermione mais uma vez se preocupou em levar o jantar para Snape, que não havia saído de seu quarto para nada.
Uma bandeja rústica era montada com suco, água e o jantar que ela mesma preparara aquela noite, já que monstro havia dado o ar da graça de simplesmente sumir e não avisar quando voltaria.
Apesar dos meninos dizerem que ela não tinha nenhuma obrigação com ele, principalmente por já estar curado, ela sabia que ele não viria.
Como de costume, ela bateu na porta, só que diferente das outras vezes na qual ele não respondia, agora passou a responder.
— Eu trouxe o jantar! — disse colocando a bandeija na mesinha.
Snape apenas a encarou, se sentando para comer. Por um momento, Snape olhou para a garota que estava de pé, se incomodando com o quão desconfortável aquela cena o deixava.
— Por que não se senta? — disse sério, enquanto começava a comer.
A garota hesitou, mas a intensidade do olhar de Snape a fez se mover. Ela se sentou à mesa, um pouco tensa.
— Eu não queria interromper — murmurou, evitando o olhar dele.
Snape continuou a comer, mantendo um silêncio pesado. O ambiente ao redor parecia estar em outra dimensão, com os sons do banquete abafados pela tensão entre eles.
— Não está interrompendo nada — respondeu ele, a voz firme. — Você tem o direito de estar aqui.
Ela olhou para ele, um misto de surpresa e gratidão. A expectativa pairava no ar, enquanto ambos tentavam encontrar um equilíbrio na conversa.
— Suponho que monstro não esteja em casa. — questionou tentando continuar uma conversa.
— Ele está sumido desde manhã. Como sabe?
— A comida está, diferente. — disse enquanto fazia uma pausa para beber um pouco de suco.
— Muito ruim? — ela questionou como uma leve careta.
— Apesar de eu apreciar a comida dos elfos que por sinal é excelente, confesso que nunca havia provado algo tão bom. — disse a encarando. — Não sabia que além de ser uma traça de livros, a senhorita também teria ótimos dotes culinários.
— Oh, bem, e como sabe que fui eu quem cozinhei?
— Sou um espião Granger, meu trabalho é observar, além de que acredito que seus amigos não são capazes de cuidar de si mesmos sem sua ajuda, quem dirá a cozinhar algo decente para comer.
— Oh, obrigada. — sorriu envergonhada.
— Você realmente se esforçou não? — acrescentou, com um toque de apreciação na voz.
— Confesso que faz tempo que não preparo algo na cozinha, foi bom voltar a praticar um pouco.
Um silêncios se instalou naquele ambiente, porém o ego de Hermione estava em um turbilhão pelas falas de Snape, que ela resolveu considerar como um elogio, mesmo ele não dizendo tão diretamente.
Mais o que esperar de um homem tão rígido e reservado? Ela confessava que sua vontade era gritar de felicidade, já que era a primeira vez desde que entrou em Hogwarts, que recebera um elogio dele.
Por mais que tentasse, não conseguiu segurar um sorriso silencioso mais que se esticou por seus lábios, estava tão satisfeita com aquilo, que se pudesse, gravaria às palavras dele num gravador.
— Não seja tola Granger. Foi só um elogio, nada demais.
Bem, para ela não era somente aquilo, mais não iria estragar o momento falando sem parar.
— Aproveitando o momento, devo avisar que devemos começar sua prática em poções logo. Amanhã talvez. — se endireitou na cadeira assim que terminou de comer.
— Estava me perguntando quando começariamos. — ela confessou.
— Não preciso dizer que espero que cumpra com as minhas expectativas sobre a senhorita. Apesar de ser relevante em poções, exijo que se empenhe mais, seu trabalho será essencial daqui para frente.
— Sim senhor. Mas, onde iremos trabalhar, quero dizer, precisamos de todo um material e.....
— Há um laboratório no porão, tenho me empenhado em o organizar para ser usado. Creio que está em ótimas condições agora.
Hermione ficou surpresa com tal informação, ela sabia sim que a mansão Black era um lugar cheio de segredos, que tinha cômodos o suficiente para ter muitas coisas por trás das portas, mais nunca imaginou que no porão havia um laboratório para poções.
Ela já havia estado lá antes, como nunca havia reparado? Se bem que a poeira, e a escuridão do lugar não ajudavam muito, mesmo que tentasse iluminar com sua varinha.
— Acho sensato que comecemos depois do café da manhã, e voltemos depois do jantar. — ele disse.
— Como quiser.
— Ótimo. Não telerarei atrasos Granger.
— Sim senhor. — disse se levantando.
— Granger! — a chamou antes que fosse embora.
— Sim.
— Não se incomode em me trazer o jantar. Farei um esforço de me juntar a vocês a partir de agora.
— Tudo bem. — sorriu.
~~~
No dia seguinte, Hermione acordou cedo para preparar o café da manhã, descobrindo que Monstro havia finalmente aparecido, e deixado tudo posto a mesa.
Bem, ela não se importava de acordar tão cedo, porém teria preferido ficar um pouco mais na cama aquela manhã, já que não havia dormido bem durante a noite.
O pequeno relógio de pulso em seu braço, anunciava ser sete horas, e ela se perguntava se Snape já havia acordado e tomado café. Ela se lembrou, que ele não havia lhe dito um horário fixo para começarem o dia, o que a deixou um pouco tensa, já que ele tinha a fama de sempre estar adiantando.
Depois de comer, ela foi até o porão qual, descobrindo que Snape já se encontrava lá, com uma carranca que ela desejou sumir quando o viu.
— O que disse sobre atrasos? — resmungou.
— Bem, o senhor não me disse o horário que deveria estar aqui, apenas que era depois do café da manhã.
— Sugiro então que tome seu café da manhã mais cedo, ou nem o tome. Não importa contanto que chegue cedo.
Bufando, ela seguiu para um canto, sem saber o que fazer, observou uma lista em cima da bancada, com nomes de poções que ela confessava nunca ter visto antes.
A letra no pergaminho era forte e bem escrita, tão perfeita que era difícil acreditar que um homem às havia desenhado, mais vindo de Snape, aquilo não deveria ser novidade para ela, não quando ele sempre parecia buscar pela perfeição.
— Provavelmente, você deva estar esperando começar às poções mais difíceis primeiro. — dizia enquanto mexia um caldeirão. — Mas não vai acontecer, não nesses primeiros dias.
— Mais eu achei.....
— Sei muito bem o que achou Granger, mas ouve um pequeno imprevisto, e vamos começar pelas mais básicas primeiro. Assim poderei ver, e entender qual sua maneira de trabalhar. — disse seco, enquanto se afastava e enxugava às mãos numa toalha branca.
— O que devo começar a fazer?
— Comece com a poção wiggenweld. Os ingredientes estão do seu lado da mesa.
Apenas concordando, Hermione foi para o outro lado da bancada, onde era possibilitado ficar frente a frente com Snape, que mexia seu caldeirão novamente, vez ou outra adicionando ingredientes que ela reconheceria de longe.
Hermione deixou sua breve observação de lado, e se pos a começar mexer com seus ingredientes. Separou cada componente para que não perdesse nenhum passo, e logo começou a preparar.
Snape a olhava a cada poucos minutos sem que ela soubesse, e apesar de achar que ela estava se saindo bem, não pode deixar de fazer algumas reclamações e dar algumas opiniões.
— Cuidado com a raiz de wiggenbark. Sua delicadeza exige um manuseio cuidadoso da faca. Se não o fizer, as propriedades essenciais da raiz serão comprometidas.
— Sim senhor.
Hermione sabia exatamente como fazer aquela poção, diria até que a faria de olhos vendados, porém, ela sentia que com Snape alí, dizendo insistentemente o que ela fazia, poderia absorver alguma coisa que ela poderia deixar passar.
Por sorte, a poção ficava pronta em pouco tempo, sendo necessário apenas alguns minutos a mais para ela poder esfriar devidamente, e depois, mais algum tempo para às engarrafar e às rotular. Provavelmente levaria um bom tempo, já que o líquido rendia muitos frascos.
A sua frente, ela podia ver Snape mexendo lentamente a nova poção que fazia, eles estavam a horas alí, e cada vez mais ela ficava fascinada com a forma que ele trabalhava.
Enquanto um caldeirão descansava para poder ser rotulado, ele trabalhava em outra poção, às mais fáceis de fazer, e sinceramente? Ela estava ansiosa por o ver trabalhar com algo mais intenso.
A cada minuto que ela passava naquela sala engarrafando sua poção, um calor insuportável subia por seu corpo, a fazendo se lembrar de usar uma roupa mais confortável e fresca na próxima vez, e quem sabe, convencer o professor a reajustar o cômodo para se tornar mais arejado.
Ela não conseguia desviar o olhar de cada movimento de Snape, que, imerso em suas tarefas, parecia distante e etéreo. Era um contraste marcante em relação ao homem que, momentos antes, a confrontava com sua rigidez, insistindo em que tudo fosse feito à sua maneira.
— Já que está aí, parada. Comece a cortar essas raízes ao seu lado. — ela apenas concordou.
De repente, Hermione não conseguia mais deixar de olhar para Snape. A forma que ele se mantinha concentrado a deixava encantada, e cada parte dele se tornou alvo de seus olhares.
Seus olhos olhavam diretamente para os lábios finos de Snape, eles se comprimiam com certa pressão um no outro mostrando o quanto estava concentrado no que fazia.
O porão estava quente, fazendo Hermione perceber o quanto Snape poderia estar com calor com aquelas roupas grossas, e pequenas gotas de suor escorressem por seu rosto, sumindo pela gola alta do sobretudo que ele usava.
Fios grossos do cabelo negro dele começavam a ficar humidos e grudados em sua testa, e Hermione só pode suspirar. Ela notou o quanto ele estava incomodado, e se sentiu culpada por achar que ele se recusava a tirar aquela roupa pesada, por vergonha dela, já que era tão reservado.
Severus deixou o caldeirão fervendo enquanto ela terminava de cortar alguns ingredientes, ela ouviu pegar um pano para enxugar às mãos assim que às lavou, deixando seus olhos o seguir em curiosidade.
Snape desabotoou o sobretudo com um movimento lento e deliberado, revelando um manto escuro que se ajustava ao seu corpo robusto. A luz do ambiente refletia suavemente em suas roupas, destacando a palidez de sua pele. Hermione mordeu os lábios ao seguir os dedos finos trabalharem com precisão, como se cada botão fosse uma barreira entre ele e o mundo ao redor, trazendo uma sensação de tensão e expectativa. O gesto era ao mesmo tempo sutil e carregado de significado, como se cada botão desfeito revelasse não apenas sua vestimenta, mas também os segredos que ele guardava.
O casaco foi deixado de lado em cima de uma cadeira, enquanto suas mãos logo puxavam a única peça clara que ele usava até o antebraço. Sua língua umedeceu os lábios secos em ansiedade, Hermione nunca imaginou que o veria daquela maneira, e céus, ele ficava tão bem de camisa branca.
Ele se virou, e ela suspirou profundamente. Ele voltou ao trabalho, e lá estavam elas, às gotas de suor teimosas que agora escorriam por seu peito levemente exposto pelos botões abertos da camisa que usava.
Hermione pareceu perder a noção do tempo enquanto o observava, não notando o quão ele estava atento a ela, e o quanto ela o olhava descaradamente.
— Terminou de cortar o que pedi? — a voz grossa dele a tirou de seus transe.
— Oh, bem, aqui está! — os entregou, um pouco inserta.
Severus esticou o braço para pegar a tabua de ingredientes que ela lhe entregava do outro lado da mesa, parando bruscamente quando sentiu os dedos mornos dela tocaram os seus quentes pelo calor do fogo.
A sensação o fez se afastar rapidamente e voltar ao que fazia, porém com a sensação do toque suave dela formigando por seus dedos.
Snape se questionou se era realmente tão importante assim ensinar Hermione algo que ela era completamente capaz de fazer sozinha, sem precisar de instruções, era mais fácil para ele se manter distante, mas ao se lembrar da situação atual, percebeu que não podia se dar ao luxo de fazer o que queria. Era o primeiro dia dele ensinando a ela de forma particular, e ele não poderia deixar que seus instintos primitivos e sexuais atrapalhassem qualquer desempenho que tivesse.
Era a primeira vez que Severus ficava distraído daquela maneira, tão avoado, e não notando quando dois de seus dedos da mão direita haviam se esbarrado contra a pedra do caldeirão, os queimado.
Um gemido rouco e baixo despertou Hermione do que fazia, a fazendo ir rapidamente em direção a ele para o ajudar.
— Professor, tudo bem? O que aconteceu?
— Nada. — fez uma leve careta. — Apenas um pequeno acidente.
Hermione observou a expressão de dor no rosto dele, e, mesmo sem querer, sentiu um aperto no coração. Ela se aproximou mais, analisando os dedos dele, agora levemente avermelhados.
— Isso não parece ser apenas um pequeno acidente, professor. Deixe-me ajudar — disse, puxando rapidamente um kit de primeiros socorros que agradeceu internamente por ter alí perto.
Severus hesitou, sua habitual resistência em aceitar ajuda lutando contra a necessidade de alívio. Mas havia algo na determinação de Hermione que o fez ceder.
— Muito bem, mas seja rápida. Não quero perder mais tempo com isso. — tentou manter o tom autoritário, mas a suavidade em sua voz traía um certo alívio por tê-la ao seu lado.
Hermione sorriu, concentrando-se na tarefa. Com cuidado, ela limpou a ferida e aplicou uma pomada. O toque dela era gentil, e ele se surpreendeu com a sensação reconfortante que isso lhe trouxe.
— Você estava tão concentrado... O que estava pensando? — perguntou ela, olhando nos olhos dele com curiosidade.
Severus hesitou antes de responder, suas defesas habituais se desmoronando um pouco, mais não o suficiente para dizer algo que lhe entregasse.
— Curiosa como sempre, não é Granger?
— Desculpe. — ela disse o fazendo erguer uma sobrancelha.
Enquanto ela cuidava atentamente de sua queimadura, Severus observava Hermione de perto, notando os detalhes que frequentemente passavam despercebidos.
Seus cabelos castanho escuros, antes ligeiramente bagunçados, moldavam-se ao redor de seu rosto, destacando a pele clara e as sardas delicadas que se espalhavam pelo nariz. Os olhos castanhos, intensos e determinados, pareciam brilhar com uma mistura de curiosidade e inteligência, capturando sua atenção de maneira inesperada.
Ele percebeu a forma como ela franziu a testa enquanto se concentrava em seu trabalho, a expressão de determinação revelando uma força que ele admirava. As mãos dela, pequenas e ágeis, demonstravam uma habilidade que desafiava o estereótipo que ele costumava associar a bruxas jovens. Havia algo quase intrigante em como suas características, muitas vezes vistas de forma superficial, agora se entrelaçavam com uma profundidade que o surpreendia.
Esse instante, breve mas revelador, fez Severus questionar sua própria percepção sobre ela, notando não apenas a aluna, mas a mulher que se tornava diante de seus olhos.
Quando ela terminou o que fazia, seus olhos cheios seguiram caminho até os negros de Snape, que a olhou de forma seria, mas curiosa.
Seus olhos seguiram para os lábios pequenos e cheios dela, trazendo a ele a sensação de querer sentí-los, saber o sabor deles, que pareciam tão suculentos.
Ele se sentia contrariado consigo mesmo, entre a decência que o fazia negar a vontade de tê-la, e seu corpo que implorava pela curiosidade de explorar Granger, sua aluna ali mesmo.
Snape percebeu que ela não havia soltado sua mão machucada, o fazendo sentir o mesmo arrepio de quando ela lhe passara aquela tabua com os ingredientes que precisava, era a mesma sensação, o mesmo arrepio e a mesma onda de adrenalina que tomou conta de seu corpo, adrenalina essa que o fez pressionar Hermione na bancada de madeira e se aproximar tão perto que a fez arregalar os olhos assustada.
Os olhos negros de obsidiana se possível pareciam mais escuros e intensos, tão selvagens que Hermione duvidou que fosse mesmo Snape alí.
Ela estava prestes a murmurar alguma coisa, porém às palavras foram trocadas por um arfar quando sentiu às mãos quentes dele em sua cintura, o vendo se aproximar mais até que os lábios curiosos dele se aproximaram dos dela, a beijando tão lentamente no primeiro momento.
Hermione demorou raciocinar o que estava acontecendo, para depois fechar os olhos e o corresponder. Foi naquele beijo correspondido que Snape sentiu seu corpo esquentar, e a necessidade o tomar tão rapidamente.
Uma de suas mãos seguiram até o pescoço de Hermione, que soltou um leve gemido quando os dedos finos dele se enroscaram em seu cabelo de forma bruta, a puxando mais para ele se possível.
Da calmaria, o beijo havia se tornado algo faminto e selvagem. Snape a pressionava contra o balcão, o membro duro pressionado contra sua barriga a fazendo formigar por inteira. Suas mãos se apoiaram no peito dele, lhe trazendo lembranças do banheiro, onde pode tocá-lo sem às roupas, mesmo que por pouco tempo.
Severus se afastou como que para recuperar um pouco de ar, levando seus lábios de imediato para o pescoço de Hermione, que gemeu ao sentir o língua gelada do professor deslizar até sua orelha, a arrepiando por inteira.
Os lábios dela estavam próximos aos ouvidos de Snape, que se sentiu ficar mais duro com o som que ela fizera, porém, aquele era o som que o fez parar tão rápido do que quando havia começado.
Se afastando, ele pode observar de perto o quanto ela estava vermelha e ofegante, aquela informação seguindo direto para seu pau duro, a imaginando debaixo dele, daquela forma. Merlin, como aquilo era completamente errado, porém ele não conseguia se arrepender.
— Acho que acabamos por aqui Granger! — odiou ter que dizer aquilo.
— O... Como? — ela o olhou assustada.
— Estamos aqui a manhã toda, vá comer algo. — disse sério, mas ainda se sentia extasiado por aquele momento.
Antes mesmo que Hermione pudesse dizer algo, se é que conseguiria naquele momento, ela ouviu a porta bater, só então percebendo que Snape havia saído de lá às pressas, a deixando sem reação porém com o corpo tão quente quanto brasa.
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