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𝗽𝗿𝗼́𝗹𝗼𝗴𝗼




•❄️⛄•

Para dizer a verdade, eu não estava muito decidida em relação a que lado escolheria.

Não porque estava em dúvida de qual dos meus pais eu tinha mais afeto — até porque esse debate não iria demorar nem um minuto. Meu pai. 100% meu pai. Estava mais preocupada com uma coisinha. Com um garoto. Não só um garoto, mas o melhor amigo que já tive na vida. E o primeiro, também.

Com o divórcio dos meus pais — finalmente —, eu teria que escolher se iria morar com o meu pai em Los Angeles, na Califórnia, ou ficar aqui em Boston. Nunca gostei desta cidade, sonhava com o dia que iria embora. Só tinha uma pessoa que me fazia permanecer nela todos os meus dias.

Eu estava bem ciente de que ir embora significava deixar Matt Sturniolo, meu melhor amigo, para trás e iria me arrepender de cada segundo desde que decidi que ir morar com o meu pai seria melhor. Mas eu sabia também que não morar com a minha mãe era melhor para a minha saúde mental. Nunca nos demos bem e, pelo visto, nem os meus pais se deram bem. Às vezes eu me pegava pensando se o casamento deles foi um surto coletivo ou algo assim.

Já tinha refletido sobre todas essas desvantagens, mas mesmo assim nada daquilo parecia ser o meu maior problema. Ou talvez fosse um problemão, mas eu conseguia lidar com aquilo. Era outra coisa que estava me impedindo de continuar tranquila. Era o fato de que já fazia um ano e meio que tinha percebido minha paixão por Matt, mas nunca disse nada. E, se fosse embora para Los Angeles, talvez nunca soubesse o que realmente teria acontecido se eu tivesse lhe contado como me sentia.

Lembro exatamente do momento em que percebi que gostava dele. Nós tínhamos doze anos, quase treze. Nós dois, seus irmãos — Nick e Chris — e Nate, nosso amigo desde que estávamos no jardim de infância, jogávamos verdade ou desafio no sótão da casa dos Sturniolos. Nate girou uma garrafa de coca-cola naquele piso velho de madeira e quando ela apontou para mim, senti que não iria conseguir mais respirar. Por algum motivo eu sabia o que estava por vir.

— Isso! — Ele comemorou e lançou um olhar para Chris, como se estivessem planejando isso há muito tempo. Chris deu uma risadinha. — Verdade ou desafio, Lexi?

Eu me forcei a respirar e parecer o mais indiferente que conseguia, mas eu estava toda nervosa e iria cair no chão a qualquer instante.

E também sabia que eles iriam me matar se escolhesse verdade.

— Desafio.

Ele sorriu, todo animado e pronto para acabar com a minha vida. Nate deu uma piscadela para Matt, que, por algum motivo, estava com a bochecha toda vermelha — o que não era raro de acontecer, ele era bem pálido.

— Eu te desafio a dar um beijo no Matt.

Eu arregalei tanto os olhos que pensei que iriam pular do meu corpo. Minhas bochechas deveriam estar mais vermelhas que as de Matt, meu corpo inteiro estava fervendo. Mas eu não sabia dizer porquê.

Estava lutando para manter um contato visual com Matt de pelo menos um segundo, mas era praticamente impossível. Eu não conseguia. Não conseguia mesmo.

— Ela não quer, gente. Escolhe outra coisa — disse Matt, parecendo um pouquinho... desapontado?

— Não! — Eu exclamei, então olhei para os quatro e me senti mais envergonhada que antes. — Quero dizer, não vale. São as regras do jogo. Eu não me importo, Matt. Somos só amigos, não é?

Matt piscou uma, duas vezes e balançou a cabeça, confirmando. Acho que parte de mim esperava que ele dissesse que não éramos só amigos, bem ali, na frente dos seus irmãos e do seu melhor amigo — mas isso era só fruto das milhares de comédias românticas que eu assistia.

Nate e Chris seguraram a mão um do outro, desejando que estivessem segurando um balde de pipoca ao assistir Matt se aproximar de mim. Eu engoli seco e fechei os olhos, esperando que ele viesse até a mim. Quando senti os lábios dele nos meus, foi como se milhares de raios tivessem sido direcionados a mim. Eu gostava de pensar que conhecia cada versão de Matt, cada defeito e cada qualidade, mas, ali, não consegui evitar de pensar que aquela era a única coisa que nunca tinha experimentado com ele. Nem com ninguém.

O beijo deve ter demorado dois segundos, mas pareceu durar uma eternidade para mim. Quando ele voltou para o lugar dele, nós dois estávamos corados e Nate e Chris olhavam para nós dois com os olhos bem abertos e a boca no chão. Nick estava quieto, sem saber muito bem o que dizer ou pensar.

— Agora de língua! — Chris gritou.

— Fica quieto, Chris — Matt o deu um soco no braço e Chris começou a rir.

Foi ali. Em uma noite aleatória de primavera percebi que Matt, meu melhor amigo, era o garoto que estava apaixonada.

A manhã que me mudei de Boston estava congelante, era apenas uma semana antes do natal. A neve caía do lado de fora, enquanto eu sentava na minha escrivaninha vendo a janela congelada e o pedaço de papel em branco na minha frente. Eu já tinha escrito algumas palavras, mas decidi que eram muito impessoais, amassei o papel e o joguei no chão. As bolinhas de papel estavam espalhadas pelo quarto junto das caixas de mudança.

Então, depois de algum tempo, pareci escolher as palavras certas debaixo da tinta da caneta.

"Querido Matt,
Estou escrevendo esta carta porque é muito difícil para mim dizer tudo que preciso em voz alta. Talvez eu devesse ter dito algo muito antes e escolhi o pior momento para tirar isso do peito, mas pelo menos vou te contar de uma vez por todas.
Eu gosto de você. Sou apaixonada por você. Acho que já sinto isso há muito tempo, mas só percebi ano passado quando jogamos aquele jogo idiota de verdade ou desafio.
Não espero que você sinta o mesmo, eu só precisava tirar isso de mim que eu carrego faz muito tempo. E mesmo se você sentir o mesmo, não sei se vai adiantar muita coisa porque eu vou estar do outro lado do país.
Você é meu melhor amigo, sempre foi e eu nunca vou te esquecer, não importa quanto tempo passe. Você faz parte de mim. Eu nunca soube como era não ter você na porta do lado da minha, nunca soube como era algo acontecer comigo e não poder contar para você. Você sempre esteve ali. E ir para longe talvez seja a pior coisa que tenha acontecido comigo (e você sabe da minha relação com a minha mãe).
Bem, espero que isso não faça você me ver de uma forma diferente, porque não importa o que aconteça, você ainda é meu melhor amigo.
Com amor, Lexi."

Meu pai estava me esperando no carro, me espiando pelo retrovisor. Eu já estava há uns cinco minutos parada na frente da porta da casa de Matt, criando coragem para entregar a carta a ele.

Respirei fundo e toquei a campainha. Ele abriu a porta em menos de um minuto e me olhou com a sobrancelha torta.

— Pensei que você já tinha ido. — Ele estava meio abatido, como se não dormisse há dias. — Esqueceu alguma coisa aqui em casa?

— Não, eu... — Tirei a carta de trás do corpo, sentindo que iria desmaiar ou vomitar ali mesmo. — Eu só precisava te entregar isso.

Matt olhou para a carta, olhou para mim e segurou o papel nas mãos quando eu o estendi. Ele estava confuso, torcendo o nariz daquele jeito que ele fazia sempre.

— Você tem que me prometer que só vai ler quando eu estiver bem longe daqui, tudo bem?

— Tudo bem. — Ele espreitou os olhos, desconfiado. — Posso saber do que se trata?

— Não.

O frio estava deixando minhas orelhas frias, mesmo que debaixo do gorro, mas ainda assim sentia elas fervendo. Estava ficando maluca.

— Você vai saber quando ler.

Escutei a buzina do carro do meu pai, o espiei por cima do ombro, então virei para Matt mais uma vez. Abracei os ombros dele e suspirei, sabendo que estava mais triste do que imaginei que ficaria.

— Eu tenho que ir — disse, me soltando dele. — Diga a todos que vou sentir falta deles.

Matt estava com lágrimas bem brilhantes no canto dos olhos, mas elas não caíram até que entrei no carro. Os olhos dele pareciam mais azuis no inverno, parecia que tinha todo o oceano lá dentro.

Quando meu pai partiu com o carro, fiquei espiando pela janela até que Matt sumisse completamente. Ele ficou na varanda, segurando minha carta com uma mão e secando uma lágrima com a outra.

•❄️⛄•

i. demorei, mas postei!

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