𝑻𝒘𝒐
[Nome] estava irritada, e não tentava esconder isso. Sabia que metade daquele mal humor se dava pela maldita ressaca, mas a lentidão da recepcionista e sua má vontade ajudavam, e muito.
Cruzando os braços encima da mesa, ela lutava contra a língua para não chamar o superior da mulher, que não se preocupava em agilizar para achar os papéis.
A garota colocou a mão no rosto, tentando se proteger dos raios de sol que vinham da janela. [Nome] passou a mão na têmpora, sabia que deveria ter parado na terceira garrafa, ter impedido Naomi quando a morena insistiu em sair, afirmando que aquela noite fora chata o suficiente, que morreria se fosse dormir sem dar uma voltinha.
Mas [Nome] adorou a idéia no momento.
As memórias da noite anterior não eram claras o suficiente, mas se lembrava de ter acabado em uma festa que Naomi dissera ser feita por um de seus colegas. Depois daí, as únicas imagens eram dos copos mudando de bebida em suas mãos, da ardência nos pés e de ter tirado um tempo para respirar do lado de fora da casa.
Os flashs de Naomi a acompanhando faziam sua cabeça latejar, as duas foram até o estacionamento, rindo de alguma coisa que não lembrava. Mas a sensação de passar as pontas dos dedos no couro do banco de uma moto ainda era vivída, e ajustando a vista, percebeu que era mais bem cuidada que ela própria.
— Será que vão dar falta se levarmos uma?- [Nome] perguntou, rindo da própria fala, mas Naomi não. — qual é, tô brincando.
Deu de ombros, parecia que nem mesmo bêbada Naomi deixava de se levar por seus princípios.
— Sinceramente... — resmungou, bebendo do copo amarelo.
[Nome] não se deu tempo de pensar muito antes de montar na moto, o vestido preto subindo pelas coxas, o pequeno grito de Naomi a fez sorrir.
— Saí daí! — a morena deu a volta em outra moto que estava estacionada próxima a [Nome], e então percebeu que havia muitas delas.
— Porra ein, eu realmente estava brincando, não vou roubar uma moto. —revirou os olhos, a jovem se esticou sobre o tanque, se olhando pelo único espelho da moto, ela passou o dedo no canto da boca.
— Eu sei, mas o... — Naomi pareceu pensar, mas desistiu. — o dono da festa disse para nós tomarmos cuidado, porque tinha gente perigosa aqui. Não lembra?
— Não. E que "gente perigosa"? Você não disse que o dono da festa era seu amigo?
[Nome] não escondeu o deboche na voz, dando um grande gole na bebida azul em mãos.
— Não sei, e também não quero saber, e ele é meu "colega".
Ela olhou Naomi virar o rosto, contrariada, uma brisa passou por elas, o estacionamento estava ficando frio.
— Você sabe andar?- Naomi perguntou curiosa, se encostando de leve na moto ao lado.
— Aprendi na França. — [Nome] disse, passando a mão com as unhas pintadas de preto pelo guiador, a pulseira brilhando com o movimento. — talvez eu te leve para dar uma volta algum dia.
Depois disso, lembrava apenas de sentir a bebida pintando seu rosto e o banco de couro de azul. Dela passar a língua nos lábios enquanto sua mente abalada pelo álcool processava a situação. Também se lembrava de xingar, e escutar Naomi xingando também antes de saírem do estacionamento.
A morena inventou uma desculpa ao "colega" por ter que ir embora, claro, depois de [Nome] limpar a boca e uma parte do vestido.
Mas elas não foram realmente embora, e o resultado fora as duas voltando para casa quase ao amanhecer, descalças, cansadas e bêbadas.
— Senhorita...
O som da bola de chiclete sendo estourada pela assistente fez [Nome] voltar ao presente, e sua vontade de arrancar a goma de mascar da boca dela com as unhas também.
— Assine aqui.
[Nome] fez sua assinatura rápido, entregando a folha de volta. Ela olhou o relógio fazendo tik-tak encima da mesinha, o único som fora o digitar lento e irritante da assistente.
— Pronto, sua transferência foi feita com sucesso.
A jovem sequer olhou na direção da recepcionista antes de pegar as folhas que precisava e a identidade de cima da mesa. Danem-se os bons modos.
Mas enquanto andava pela universidade, notou que ela era maior do que pensava, e também parecia ser boa, mas deixaria para notar detalhes quando estivesse com paciência. Ela deveria ter realizado a inscrição há dois dias, dois dias que perdeu e que constaria no seu belo histórico.
[Nome] tirou o pensamento da faculdade da própria mente, que latejava como se uma bomba estivesse armada lá, qual achou que fosse aumentar quando o sol agraciou seu rosto do lado de fora, tentando agravar sua dor de cabeça.
Ela apertou o passo, agradecendo a ninguém especial quando uma nuvem tapou a estrela acima dela. [Nome] sempre olhava os arredores por onde passava, nas ruas que mudavam a cada bairro.
Parando em frente a um mercado grande, ela se lembrou que a bebida havia acabado, então o adentrou, seguindo diretamente as secções de bebidas.
[Nome] olhou-as por um bom tempo, indecisa, pois não sabia se levava uma que já sabia que era boa ou apostava em uma nova.
— [Nome]?
Olhou para o lado, na direção da garota com os olhos surpresos por vê-la, que caminhava em sua direção, a cesta em mãos cheia de produtos. [Nome] retribuiu minimamente o sorriso dela, pensando que não dava tempo fingir que não era ela.
— Meu deus, como você cresceu!
Vira a irmã mais velha de uma de suas antigas colegas se aproximar, a analisando de cima a baixo.
[Nome] estava esperando do fundo do coração não encontrar ninguém conhecido.
— Você também mudou muito. — se limitou a dizer, voltando sua atenção as deliciosas bebidas, talvez levasse mais de uma.
— Quando você voltou? — a garota perguntou, franzindo as sombrancelhas, ela observou [Nome] encarar as garrafas.
— Faz poucos dias. — disse, quase que em um suspiro, querendo acabar com a conversa ali.
— Nossa, eu não imaginei que te encontraria aqui.
[Nome] também não esperava encontrar ninguém, aliás, ela estava torcendo para não encontrar ninguém. Mas já que teve essa infelicidade, ficava minimamente satisfeita por não ser alguém tão chato.
— Sabe... Foi uma tragédia o que aconteceu, e um milagre não ter ninguém na hora.
[Nome] pegou uma garrafa de whisky, se ocupando em achar outra. A mulher lançou um olhar preocupado a garota, ela conseguiu sentir, mesmo sem vê-la diretamente.
— Sim, foi sim. — respondeu, sentindo outro latejar na cabeça.
— Fiquei tão preocupada quando vi a notícia. — [Nome] segurou outra garrafa, dessa vez uma vodka de morango. — mas perdemos contato a muito tempo...
— Obrigada pela sua preocupação, mas está tudo bem. — a jovem olhou as outras, aquelas duas poderiam ser suficientes.
— O importante é que todos vocês estão bem, o incêndio foi enorme, fiquei sabendo que não salvaram quase nada.
[Nome] olhou a antiga colega, ela não era uma pessoa ruim, - isso se não tivesse mudado nos últimos anos - mas aquele olhar que lançava a ela era tão deprimente que a fazia querer vomitar.
O ventilador acima delas girava devagar, ela ainda não tivera a oportunidade de ter uma conversa séria com a mãe, isso se ela desconsiderasse aquelas troca de palavras secas e algumas lágrimas como conversa.
Suspirando baixo, [Nome] piscou, a mulher ao lado dela não mentira, o incêndio consumira quase tudo que tinha naquela mansão, transformando-a em uma enorme fogueira feitas de escombros e coisas caras.
— Voltou para ajudar? — a voz dela saiu baixa, começando a acompanhar [Nome] até o caixa.
— Tipo isso... — deu de ombros, colocando as compras sobre o balcão. — não é todo dia que sua casa pega fogo.
— Eu realmente sinto muito.
— Não sinta, não foi sua culpa.
[Nome] tirou as notas do bolso e as entregou, pegando algumas balas e chicletes de menta. Enquanto o caixa passava as compras, a televisão mudou de reportagem, e o homem parou de empacotar as bebidas para olhar a tela.
— Em uma perseguição a mão armada nessa madrugada, onde foram deixados três mortos e quatro feridos, a polícia suspeita que a gangue Manji de Tokyo esteja por baixo dos panos.
A mulher ao lado dela abaixou a cabeça, encarando as próprias compras enquanto a jornalista dava detalhes do ocorrido, mas [Nome] se encostou no balcão, em uma linha entre a curiosidade de prestar atenção na notícia e a vontade de ir embora logo.
Mas seus ouvidos se atentaram na reportagem, a polícia não tinha prova alguma contra a gangue, porém, todas as suspeitas apontavam para eles. Roubo, assassinato e posse de arma.
[Nome] balançou a cabeça, aquele tipo de gente tinha em todo lugar, onde menos se esperava.
— As ruas estão ficando tão perigosas... — o caixa voltou a empacotar as garrafas dela, com uma expressão de medo.
— Pois é, não dá para saber quando você está seguro ou não. — a outra disse, colocando as coisas sobre o balcão.
[Nome] pegou as próprias coisas, não queria pensar em outra coisa que não fosse sua cama.
— Ah, [Nome]! — a mulher a chamou antes que ela saísse. — pretende ficar aqui?
— Talvez. — respondeu simples.
— Ótimo, então podemos nos ver de novo? Tenho certeza que minha irmã vai ficar feliz de te ver.
— Claro.
Respondeu enquanto saia, mas não, faria o possível para não ver ninguém da época da escola. Ela olhou as nuvens flutuando no céu, tinha que chegar em casa antes que o sol saísse de novo.
☾︎
As chaves fizeram barulho quando [Nome] as tirou do bolso, abrindo o portão e já pegando a da porta da frente, mas quando colocou a chave na fechadura e girou, nada aconteceu.
Tocando de leve a maçaneta da porta, se lembrou que havia sim a trancado antes de sair, mas agora ela estava aberta.
Abriu a porta devagar, os passos dela ficaram silenciosos enquanto adentrava a casa, não tirou os sapatos, mas parecia que não estava usando nada nos pés além de algodão. Ela fechou a porta mais silenciosamente ainda.
[Nome] olhou rápido a sala, cada canto dela até o começo das escadas, procurando alguém, alguma coisa que desse indício da pessoa que abriu a porta.
Ela continuou com as passadas leves enquanto passava na frente das escadas e ia em direção a cozinha, não tinha nada fora do lugar, ou sinais de arrombamento. Mas alguém abriu a porta, e [Nome] não prometeria que aquela pessoa sairia de lá inteiro.
A poucos metros da cozinha, ela escutou a porta da geladeira ser fechada, a jovem parou, controlando a respiração para que não fizesse mais barulho que o necessário, e depois, passos.
[Nome] firmou os punhos, e foi com surpresa que viu Mizuki entrar na sala, bebendo água despreocupadamente, sem vê-la.
Ela respirou fundo, relaxando a postura, e os olhos da mais velha se arregalaram assim que se encontraram com [Nome]. Mizuki tossiu a água da boca, batendo no próprio peito para aliviar o susto.
— Porra, como você entrou e eu não vi?! — olhou [Nome], ainda assustada, sem notar que havia acabado de xingar. Mas a garota apenas revirou os olhos, voltando a sala.
— Veria se trancasse a porta. — respondeu simples, colocando as bebidas sobre a mesa de centro redonda e se jogando no sofá, afundando nele.
— Nossa... — Mizuki respirou fundo, passando a mão nos cabelos tingidos de preto. — se lembrou que tem casa?
[Nome] não olhou a mulher ainda parada com o copo de água na mão, não sabia como a mãe não tinha o derrubado.
— As vezes é bom né. — a jovem cruzou as pernas, se ajeitando mais no sofá, com zero coragem para levar as bebidas até a geladeira.
— Sinceramente... — a mulher resmungou, se sentando no sofá ao lado de [Nome]. — onde você tava?
— Quando? Ontem ou hoje? — pegou o celular, olhando a hora.
— Os dois. — Mizuki desistiu de beber a água, colocando o copo na mesinha de centro, e olhando a dentro da sacola preta, ela revirou os olhos. — bem, com certeza não estava sóbria.
— Claro que estava. — respondeu, como se estivesse ofendida. — e eu poderia fazer a mesma pergunta para você... Quando eu acordei ontem, você não estava em casa.
[Nome] falou em tom de brincadeira, e com um sorriso crescendo nós lábios, reparou na mulher ao lado dela, em como algumas rugas despontavam debaixo dos olhos, que pareciam cansados, em como Mizuki ainda parecia elegante para alguém que acabara de perder a casa. E quase tudo que havia nela.
— Ontem e hoje eu tive que resolver umas coisas na empresa de Hiroshi... Uma dor de cabeça. — a mulher jogou a cabeça para trás, fechando os olhos.
— Deve estar sendo bem complicado. — [Nome] tirou a jaqueta que usava. — aliás, onde eles estão?
— Foram fazer uma viagem para tentar resolver metade desses problemas, tem coisas que não se podem ser resolvidas de longe. — Mizuki passou a mão pela testa. — mas isso não é da sua conta, e aposto que suas saídas são mais interessantes, já que você ainda não dormiu em casa desde que chegou.
— Tenho certeza que sentiu minha falta. — foi a vez da mulher revirar os olhos. — passei a primeira noite com Naomi, e ontem eu fui em um dos jantares de noivado de Haru.
Contou, deixando de lado o fato de ter ido a uma festa de alguém que não conhecia, ou da boate que sequer lembrava onde era, ou o que fez. Não era importante.
O silêncio que seguiu poderia ter sido desconfortável se a garota prestasse atenção o suficiente, mas estava quase dormindo no sofá.
— E hoje de manhã?
— Na universidade... — [Nome] esticou o corpo, apenas falar do tempo que passara lá lhe dava dor de cabeça.
— Universidade? — perguntou, os olhos verdes encarando a garota com surpresa.
— É, eu passei na faculdade, mas fazer a transferência foi um saco. — Mizuki franziu o cenho.
A sala ficou tão silenciosa que [Nome] poderia dizer que estava sozinha se não visse a bela mulher pela visão periférica.
— Por que voltou?
[Nome] abriu levemente a boca, mas logo a fechou, então exibiu o sorriso mais irônico e debochado que conseguiu.
— Saudade. — sua mãe estalou a língua.
— Fale a verdade, sabe que não gosto de mentiras.
— Essa é a verdade, fiquei com saudades e voltei. — [Nome] se levantou, esticando o corpo, queria tanto dormir.
— Você fala como se eu fosse acreditar.
Mizuki afirmou, com certo deboche, mas a garota já estava a caminho das escadas.
— Talvez eu te leve na França algum dia, se você se comportar.
[Nome] brincou, e escutou Mizuki reclamar sobre ela não levar as coisas a sério, mas a garota olhava a porta do quarto antes de abri-la. Ela não tirou a roupa antes de fechar as janelas e persianas e se jogar na cama, sentindo a paz corporal a invadindo quando puxou o lençol sobre si.
Então, [Nome] estava cansada demais para passar um minuto acordada antes de dormir.
☾︎
As vozes vinham de todos os lados do pátio, as aulas foram tão chatas ali quanto na França, mas [Nome] não esperava nada diferente. Do lado de fora dos portões, ela olhou o carro que buzinou do outro lado da rua, Naomi acenava pela janela, subindo os óculos escuros quando a garota entrou no banco do carona.
— Eai? — a morena perguntou, e [Nome] foi rápida o suficiente para vê-la piscando um dos olhos para um garoto da sua sala, que retribuiu com um sorrisinho malicioso.
— Pelo amor de Deus... — a jovem colocou o material nos bancos de trás, abrindo a janela.
— Quê? — Naomi começou a dirigir, e ela já parecia saber o que a amiga achava.
— Sério? É por isso que veio me buscar hoje?
— Vai me dizer que não achou nenhum bonitinho? Eu vi seis ou sete que valem a pena... — a garota realmente vira uns bonitinhos... Mas não eram nada demais.
— Considerando seu gosto... — [Nome] provocou. — não me esqueci do dia na quadra.
A garota não conseguiu segurar uma risada quando se lembrou do dia qual Naomi burlara aula, apenas para ficar com um garoto atrás da quadra.
Ela a esperava encostada em uma das paredes, mas em menos de dois minutos a morena já estava voltando, [Nome] nunca a viu tão arrependida quanto naquele dia.
— Não vai esquecer disso nunca? — retrucou, parecendo se arrepiar com a lembrança.
— Nem se eu quisesse.
☾︎
Naomi parou o carro no estacionamento do shopping, porque segundo ela, não tinha mais roupas para usar depois de todas as festas que Nara deu, e precisava de peças novas no guarda-roupa.
[Nome] não perderia a oportunidade de comprar roupas novas, e foi com bom grado que resolveu acompanhá-la, além de pegar uma carona para casa.
Depois de passarem em muitas lojas, e não gostarem de nada, as duas olharam a vitrine de uma antes de entrar. Naomi pediu para moça pegar o modelo do manequim na cor preta, e [Nome] adentrou mais a loja, dispensando a ajuda das atendentes, procurando algo que chamasse sua atenção.
— Nós vamos sair esse final de semana. — Naomi afirmou, voltando ao lado dela depois de provar a peça, então começou a olhar as roupas.
— Vamos? — perguntou, apenas para irritá-la, ela iria tocar no assunto cedo ou tarde.
— Sim, eu sei que você já ia me chamar mesmo. — a morena pegou uma saia azul clara.
[Nome] sorriu ladino, pegando um vestido vermelho, as finas alças se juntavam em um decote v, e o tecido provavelmente chegaria até o meio das coxas, ou ficaria mais curto, não importava, ela gostou daquele.
— Sua cara. — Naomi apontou, colocando outro vestido sobre os braços.
— Já é meu.
Em pouco tempo as garotas já estavam com várias sacolas nos braços, com tantas roupas que [Nome] poderia jogar as velhas fora e encher o guarda-roupa com aquelas.
Naomi ficou um pouco desconfiada quando falou que a amiga acabaria com o cartão da mãe, mas [Nome] apenas riu, dizendo que a morena levaria a própria família a falência.
— Então você parou de falar com ele, né?
Perguntou, as duas estavam sentadas comendo hambúrguer, falando sobre o último cara que Naomi ficara sério, mas que segundo a amiga, não deu certo.
— Bem, sim... — Naomi desviou os olhos escuros.
— Porra... — xingou, se apoiando pela palma da mão. — fala a verdade logo.
— Nós ainda conversamos.
— Pra quê? — perguntou, não vendo utilidade em manter contato com alguém como ele.
— Apenas por educação, os pais dele vão lá em casa direto, sabe. — Naomi explicou, voltando a olhar a amiga.
— Espero que seja só isso mesmo, para falar a verdade, ele não merecia nem sua educação.
[Nome] falou, com uma calma quase agoniante, mas era verdade, os dois saiam quando ela ainda estava no Japão, mas as coisas esquentaram com o passar do tempo, e acabaram indo um para cada lado.
— Sério, eu não gostava dele, mas também não era uma coisa de uma noite... — deu de ombros, como se estivesse procurando as palavras certas para dizer que gostava dele. — isso já faz tempo, não me afeta mais... E você? Não se envolveu com ninguém?
[Nome] tirou o canudo da boca, cruzando as pernas.
— Me envolvi sim... Com alguns, nada demais.
— Tem certeza? — a garota na frente dela cerrou os olhos escuros, deu de ombros também, voltando a beber o refrigerante.
— Tenho, acredite, eu dei mais foras nesses últimos anos do que fiquei com alguém. — disse despreocupadamente, colocando uma mecha do cabelo sedoso atrás da orelha.
— Sério, eu estava jurando que você ia encontar alguém que te interessasse na França. — Naomi apoiou o rosto na palma da mão, os olhos preguiçosos e bonitos de [Nome] se encontraram com os da amiga.
— Jurou errado. — ela disse divertida, mas a amiga cruzou os braços encima da mesa, as pulseiras de ouro cintilando na pele negra e linda.
— Olha aqui para mim. — falou, tentando fazer uma cara séria, mas ela acabou apenas tirando a concentração de [Nome]. — porra, me leva a sério.
— Isso sim é complicado.
Naomi bufou na cadeira, irritada, mas uma lembrança logo iluminou o rosto dela, e [Nome] sabia que a amiga se empolgaria quando escutou a palavra bar sair dos lábios dela.
Elas teriam um destino no final de semana então.
Na volta, Naomi deixou a amiga dirigir, e [Nome] arrancou o carro com tudo depois de sair do shopping, a morena falou que se ela batesse o carro, pagaria o concerto, e recebeu um aceno despreocupado da garota, não tentando tirá-la do volante.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro