ೋ°|𝗖𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝟏𝟖
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Não foi tão difícil, depois de lutar contra um cavaleiro antes, esse pequeno exército não foi uma surpresa. Principalmente por dividirmos a quantidade, então rapidamente derrubamos todos eles, ocasionando em subirmos de nível mais algumas vezes.
– Olha. – Jin-Woo chamou minha atenção, se abaixando perto de uma das armaduras caídas – Algums deles dropam itens decentes.
– Sério? – Questionei me aproximando.
Vi com meus próprios olhos em outra armadura, um saco de couro, para armazenar dinheiro e um item peitoral do grande cavaleiro, classe B.
Pegamos nossos novos intens e vimos o peitoral aparecer em nossos corpos como uma armadura invisível, isso seria bem útil fora de uma dungeon.
– Isso é demais! – Observei meu novo item.
– Isso vai mesmo nos defender, mesmo se for projetada de verdade?
– A única forma de descobrir é entrando em uma briga! – Bati meu punho na minha outra mão animada.
– O que não é muito difícil pra você, não é mesmo?
– Depois leva um soco e não sabe o motivo. – Fechei a cara, escutando a risada curta que ele soltou.
O item: (Saco de Couro) foi aberto.
Você recebeu 30.000 de Gold.
– Dinheiro? – Peguei o meu saco de couro sentindo o peso do item – Trinta mil... legal.
[Total de Gold: 864.300]
– De Gold.
– Dá pro gasto, é dinheiro do mesmo jeito. – Sorri orgulhosa da minha pequena conta bancária do sistema, e pelo que eu vi, a do Sung também estava bem recheada – Agora vamos continuar...
Mal tive tempo de terminar minha frase. Sung entrou em alerta e invocou sua adaga, se protegendo de uma criatura, mais um cavaleiro que escodia seu rosto com um capuz velho.
[AVISO]
Você matou um cavaleiro.
Logo depois arregalei meus olhos, quando senti a presença de algo atrás de mim e trinquei a mandíbula suando frio.
– Tem monstros com furtividade! – Avisei para o Sung, que ficou igualmente surpreso.
– O que?!
Empurrei ele para o lado quando um feixe de fogo passou entre nós e olhei para trás, sabendo que o ataque foi causado por um mago. Mas que porcaria.
– Um mago logo agora?! – Jin-Woo reclamou, vendo a figura que vestia uma capa e cajado logo trás de nós dois – E ainda mais, usa magia de chamas!
– Furtividade e a mesma magia que o Guy-Hwan usava! – Franzi a testa – O que está acontecendo aqui?!
– E como se... estivessem repetindo as lutas. – Jin-Woo estreitou os olhos, vimos mais cavaleiros aparecerem, nos entreolhamos prontos para lutar novamente e avançamos – Esse lugar é mais complicado do que eu pensei!
Já que tem vários tipos de monstros, eu preciso usar status diferentes para cada um deles.
Força contra os cavaleiros. Sentidos contra os assassinos, mesmo que eu não tenha a furtividade como o Sung, meus sentidos não são de se jogar fora. Agilidade contra os arqueiros. E vitalidade contra os magos.
Derrubei alguns e desviei de algumas invesas dos magos e suspirei começando a sentir minha respiração ofegante, mostrando que já faz alguns bons minutos que começamos a luta.
Se eu diminuir meus pontos de força, não poderei quebrar a armadura dos cavaleiros. E se eu tiver que diminuir os sentidos, eu vou ter problemas com os assassinos.
É nesses momentos que me arrependo de não ter colocado mais alguns pontos em inteligência, já que eu estava mais preocupada com a minha força nesses últimos dias.
[CANSAÇO: 67.]
– Droga...! – Resmunguei – Temos que acabar com isso, Sung!
– O mais rápido possível, de preferência. – Ele concordou, olhando para sua barra de notificação, que também mostrava seu nível de cansaço.
Avançamos em quem estivesse na nossa frente e com minha adaga, acertei os que estavam perto de mim enquanto o Sung dava um jeito no resto.
Quando todos caíram, ele ficou agachado, olhando para o chão com uma feição abatida e vazia. Não pude me impedir de sentir um pouco de preocupação com a situação em que ele se encontrava, parecia que ele iria desmaiar a qualquer momento.
Eu estava cansada pra cassete, mas não estava nessa situação. Não sei se fico feliz por ter aguentado mais que ele ou preocupada de ter que carregá-lo o resto do caminho.
– Sung... não desmaia. – Me aproximei e toquei seu ombro, o ajudando a se encostar na parede – Eu não quero te carregar.
– É bem a sua cara me largar aqui. – Ele riu baixinho.
– Não seja estúpido, eu não te largaria aqui sozinho. – Dei um peteleco em sua testa e sorri com sua feição desacreditada – Eu te usaria de escudo.
– É claro que usaria. – Ele revirou os olhos.
– É brincadeira. – Me abaixei na sua frente secando o suor do meu rosto, com a adrenalina diminuindo, já comecei a sentir o cansaço chegando também – Não pense mal de mim. Eu nunca deixaria ninguém pra morrer, nem mesmo você, super-emo.
– Eu só preciso... – Ele ameaçou apagar de vez – Fechar os meus olhos um pouquinho, pra diminuir o cansaço.
– Desmaiar e dormir e a mesma coisa, idiota! Não feche os olhos! – Balancei seu ombro e logo depois, em um reflexo rápido, segurei uma lâmina que foi lançada na direção do rosto dele e nos encaramos com olhos arregalados – Puta merda, essa foi por pouco.
Me virei na direção que a lâmina veio e estremeci, quando vi um pequeno exército de arqueiros há alguns metros de distância.
– Porra... eles não dão nem uma chance pra descansar. – Sung segurou a flecha com a mandíbula trincada.
– Descansar e pra perdedores, Sung. – Me levantei estalando o pescoço, ignorando minha fadiga – Mas de todo jeito, eles atrapalharam meu momento de recuperação, e vão morrer por isso.
– Ótimo, seu modo louca voltou. – Sung apontou pra todos eles e estreitei isso olhos – Agora derruba eles.
– Não é você quem dá as ordens, e não vai deixar o trabalho todo pra mim, pra no final eu ficar pior que você, super-emo! – Excalmei – Levanta essa bunda daí ou quem vai enviar essa flecha no seu pescoço sou eu, tô certa!
– Você é muito irritante, caramba. – Ele revirou os olhos se levantando.
...
Não sei quanto tempo se passou, mas no final conseguimos derrotar todos os arqueiros, foi uma chatice. Sei que não recuso uma boa luta, mas agora está repetitivo demais, e tenho uma impressão de estar nessa dungeon a meses.
Quero um banho bem quentinho, um prato cheio de carne, minha cama, meu travesseiro e um longo cochilo.
Mas pelo menos conseguimos um saco de couro, com mais moedas e uma garrafa de água morna, além de mais alguns itens.
Além do peitoral do grande cavaleiro, também possuo:
Amuleto do guardião (A).
Luvas do arqueiro (C).
Manopla do grande guerreiro (B). Anel do grande mago (B).
E botas do assassino (B).
Todos invisíveis, assim como o peitoral.
Bebi minha água, sentindo meu corpo agradecer pelo líquido e depois suspirei aliviada de ter matado minha sede.
Olhei para o Sung de relance e engoli em seco vendo ele terminava de beber sua água e meus olhos seguiram de forma inconsciente o filete de água, que escorria de seus lábios até seu pescoço pálido, e a forma que seu pomo de adão subia e descia na medida que engolia a água.
Franzi a testa.
O que eu tô fazendo?!
Bati minha mão na minha testa freneticamente e me virei para a parede desacreditada.
– O que eu estou pensando? – Murmurei baixinho – Eu tô ficando maluca?
– Você costuma falar sozinha com frequência? – Estremeci quando escutei a voz rouca do Sung e me virei com uma careta – Você é estranha sabia?
– Se eu estou falando sozinha é porque você não presta nem pra ter uma conversa, super-emo! – Apontei meu dedo na direção do rosto dele, que fechou a cara carrancudo – Agora vamos seguir em frente, já abaixamos nosso cansaço, vamos entrar no próximo salão.
– Não é você que dá as ordens aqui. – Ele repetiu minha frase com humor – Samurfete.
– Que?! – Pisquei meus olhos.
– Isso mesmo que você ouviu.
– Você não serve nem pra isso, super-emo? – Balancei minhas mãos ‐ Esse apelido nem faz sentido!
– É claro que faz. – Ele deu de ombros – Você é azul, ela é azul.
– Eu não sou azul, meu cabelo que é azul! – Protestei cruzando os braços – E o meu cabelinho e o dela não tem nada haver.
– Tem razão, o cabelo dela é mais bonitinho. – Ele alfinetou com um sorriso maroto, me deixando ainda mais puta.
– O que é seu tá guardado, Sung! – Avisei sentindo meus punhos formigando de vontade de amassar aquele rostinho bonito. Franzi os lábios começando a andar em frente – O que tá acontecendo comigo hoje?!
– Me diz você, doida. – Sung me seguiu, quardando suas coisas no inventário do sistema.
Andamos em silêncio por alguns segundos, pelo longo corredor frio e mal iluminado.
Mas assim que chegamos no final do corredor, avistei duas portas duplas. Uma negra com detalhes em bronze pela sua extensão, já a outra possuía cores mais claras, entre branco e cinza com detalhes em ouro. Dois caminhos, diferente de antes, agora o sistema quer que nos separemos.
Vamos, entre. Rápido.
Toquei minha testa com os olhos estreitos. A mesma voz que escutei naquela dungeon em que fomos traídos, ecoou dentro da minha cabeça, outra vez.
– Mesmo depois de upar tanto... – Escutei o Sung dizer ao meu lado – Anda não entendo isso. Qual delas você vai entrar?
– A da esquerda. – Apontei pra porta de cores mais claras, que claramente parecia me chamar – A outra é bem gótica, combina com você, super-emo.
– Você é muito engraçada, Samurfete. – Ele devolveu a provocação e fechei a cara.
– Gosto mais de Chefinha. – Franzi o nariz – O Jin-Ho é bem melhor que você nesse quesito, tô certa.
– Até você parar de me chamar de super-emo, Samurfete será o seu.
– Entra logo naquele salão e vê se não morre. – Me virei na direção da porta, e sem olhar para trás segurei a maçaneta, pronta pra entrar.
– Ei, Ryu. – Olhei de relance para o Sung que já andanca na direção contrária onde a outra entrada ficava – Não precisa ficar preocupada comigo.
– Eu não tô preocupada, só preciso que você esteja presente quando me ver sair ainda mais vitoriosa que você.
– É o que vamos ver.
...
Atravessei a porta do salão do chefão, que depois se fechou sozinha lentamente.
– A habilidade da criatura aqui dentro... – Murmurei ansiosa – Não vejo a hora de enfrentá-lo.
O lugar, ao contrário do lado de fora, era bem iluminado, suas paredes consistiam em cores claras e o chão feito com mármore branco, tão polido que eu poderia ver meu reflexo como um espelho.
O ar aqui dentro era mais quente e pesado.
Senti um calafrio na alma.
Conheço essa sensação, essa dificuldade de respirar, como se o ar aqui fosse quase inexistente.
Como estar sob a montanha mais alta do mundo, e a altitude desse seus sinais, e o baixo oxigênio fosse bem perceptível entre eles.
Essa sensação... é a mesma que senti na dungeon dupla que quase tirou minha vida.
A medida que comecei a andar pelo salão, percebi todos seus detalhes, a frente de cada pilar jazia um estátuas de anjos de vidro, cada um segurava instrumentos musicais diferentes, já outros seguravam armas, como espadas e arco e flecha.
Me aproximei e toquei o rosto de um deles e me surpreendi ao perceber que não era vidro, era gelo puro.
O que me surpreende de verdade era como eles não estavam derretendo com esse calor.
Levantei minha atenção para o teto, mas logo depois cobri meus olhos púrpuras com meu antebraço, lá em cima era tão luminoso que mal se dava para enxergar o que estava lá no alto.
Era como olhar diretamente para o sol.
Voltei minha atenção para a minha frente e percebi um altar junto a um tronco de ouro e... devo deduzir que aquilo também seja gelo.
E sentado deste mesmo trono, jazia algo sentado nele, ou alguém.
Armadura dourada, olhos como prata em ebulição, cabelos compridos e negros como ébano, asas com penas brancas e majestosas, e uma espada afiada o suficiente pra ser capaz de cortar até sua alma.
Nunca vi um anjo na minha vida, mas agora eu posso dizer pra qualquer um que eu quiser, que hoje, eu vi um anjo pessoalmente.
E aposto que esse mesmo anjo, adoraria me fatiar em vários pedacinhos.
Ele se levantou do trono e arrastou a espada pelo piso de mármore, com tanta precisão que algumas faíscas podiam ser vistas pelo atrito.
Ele parou a alguns metros de mim e pude sentir sua aura monstruosa.
Peguei minha adaga e respirei fundo.
Se eu não morrer aqui, vou me gabar pra sempre de ter ganhado de alguém como ele. E se eu morrer... vou ter sido morta por um anjo.
[ARCANJO CAIDO]
Seu nome brilhavam em vermelho, ele é muito forte.
– Mas... vamos ver quem é o mais forte aqui.
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