QUARTO
Minhas mãos tremiam incontrolavelmente, enquanto minha boca parecia ter sido tomada por um deserto seco e sufocante. Ainda estava tentando processar toda a adrenalina que havia corrido pelas minhas veias durante o que parecia ter sido uma eternidade. O carro rugia naquela estrada, com Carlisle acelerando como se nossas vidas fossem meros detalhes insignificantes. Por alguns segundos, eu tive certeza de que poderíamos ter saído do chão, de tão veloz que ele nos levava.
Ele estava completamente insano.
O que tinha acontecido com aquele homem? Com o Dr. Cullen, o homem cheio de autocontrole e calma?
Meus dedos se agarraram ao banco, minhas unhas cravando-se no tecido como se minha vida dependesse disso. O cinto de segurança parecia ser a única coisa me impedindo de ser jogada contra o vidro dianteiro. Não conseguia entender... Por que meu pai pediria para o Dr. Cullen me buscar em La Push, quando eu estava perfeitamente bem com Jacob, um amigo de longa data dele? Nada disso fazia sentido.
Carlisle estava mentindo. Não havia outra explicação.
Quando ele freou o carro bruscamente em frente à minha casa, sua expressão mudou. Seus olhos, antes sempre calmos, agora estavam urgentes, quase selvagens, buscando os meus como se quisesse me comunicar algo que palavras não poderiam explicar. Uma sensação de alerta subiu pela minha espinha. Ali havia algo muito errado.
Desde o dia em que o conheci, eu soube que havia algo diferente nele.
Eu havia prometido a ele que não contaria. E manteria essa promessa. Esperava, no fundo, que Carlisle também cumprisse a sua, de ficar longe de mim. Quase sofrer um acidente de carro parecia ser trauma o suficiente para o restante da minha vida.
Fechei a porta da casa com força, encostando minhas costas contra ela enquanto, finalmente, o ar começava a voltar aos meus pulmões.
— Meu Deus... — murmurei, passando as mãos pelo rosto, tentando desesperadamente me ancorar de volta à realidade.
Subi as escadas, sabendo que a casa estava completamente vazia. Meu pai ainda devia estar na delegacia, e Bella continuava na casa dos Cullen. A sensação de estar sozinha era estranhamente reconfortante. Peguei uma toalha e caminhei em direção ao banheiro, precisando desesperadamente de um banho quente para lavar a tensão que ainda me dominava.
A água quente escorria pelo meu corpo, mas não conseguia silenciar os pensamentos. Tudo o que havia acontecido se repetia na minha mente, como um filme impossível de pausar. O olhar selvagem de Carlisle, sua urgência, a forma como ele dirigia como se a própria morte nos perseguisse. Mas o que mais me incomodava era a sensação de que tudo aquilo estava longe de ser o fim. Eu sabia que aquilo não terminaria assim, mas preferia pensar que sim.
Lavei meu corpo lentamente, sentindo a água quente escorrer e levando embora a tensão que ainda estava presa em meus músculos. A espuma se desfez aos poucos, mas o turbilhão de pensamentos não desaparecia com a mesma facilidade. Terminei o banho e, pegando uma toalha, enrolei-a ao redor de mim.
Saí do banheiro com a toalha enrolada ao redor do meu corpo, sentindo o tecido macio contra minha pele ainda quente do banho. Meu cabelo, molhado, pingava levemente sobre meus ombros, e o ar frio do quarto fez com que um arrepio suave percorresse minha espinha. Abri a gaveta com um movimento suave e peguei um dos meus pijamas, sentindo o conforto familiar do tecido entre os dedos.
Vesti-me rapidamente, como se quisesse apagar da memória a tensão acumulada daquela noite. Assim que me vi pronta, me joguei na cama, o colchão macio me acolhendo. Deitei de lado, puxando as cobertas para cima, deixando o mundo lá fora. Queria que aquela noite terminasse, que o turbilhão de emoções, medos e confusões se dissipasse. Fechei os olhos, tentando afastar os pensamentos que ainda me rondavam, esperando que o sono viesse rápido e levasse embora a porcaria daquele dia.
Acordei com minha cabeça latejando, como se tivesse levado um soco no crânio. Esfreguei as têmporas e joguei os cabelos para trás, tentando organizar meus pensamentos antes de descer. O que quer que tivesse acontecido na noite passada, estava longe de se resolver. Quando cheguei à cozinha, eles estavam todos lá. Bella com seu habitual silêncio, Charlie com a expressão desconfiada e Jacob de braços cruzados, claramente esperando por uma boa explicação.
Meu estômago afundou. Eu sabia que o Dr. Cullen havia mentido sobre meu pai ter mandado me buscar, mas eu estava presa. Não podia revelar quem realmente apareceu em La Push. Droga.
— Grace, Jacob estava me dizendo que você foi embora de La Push ontem sem dizer nada. — Charlie disse, sua voz carregada de autoridade enquanto tomava um gole de café, seus olhos perfurando os meus, buscando qualquer vestígio de mentira.
— Bom dia pra você também, pai. — Falei, tentando disfarçar o desconforto enquanto me sentava ao lado de Bella, que continuava bebendo seu café, claramente sem intenção de se envolver.
— Você simplesmente sumiu, Grace! — Jacob protestou. — Eu procurei por você como um louco naquela praia. Não podia ter me mandado uma mensagem?
— E eu lá tenho seu número, Jacob? — Ergui as sobrancelhas, lançando-lhe um olhar que tentava encerrar o assunto ali mesmo. — Eu pedi um banheiro, pai, mas os amigos de Jacob ainda debocharam, falando para eu usar o "matinho". Você sabe como eu odeio essas coisas. Tive que vir para casa. — Soltei a mentira, ridícula e óbvia, mas era a única saída que eu tinha. Sabia que Charlie ficaria do meu lado depois de ouvir isso.
Charlie olhou para Jacob com aquele olhar desconfiado, o típico olhar de pai protetor. Ele não iria gostar da ideia de sua filha tendo que lidar com esse tipo de situação, e eu sabia disso. Se havia algo que ele sempre prezou, era por evitar que eu passasse qualquer desconforto desse tipo.
— Fez bem. — Ele finalmente respondeu, tomando mais um gole do café. — E da próxima vez, Jacob, controle a boca dos seus amigos.
Jacob baixou o olhar, obviamente sem vontade de discutir com Charlie, e apenas assentiu, embora eu pudesse ver a frustração em seu rosto. Ele sabia que havia algo errado, mas não estava disposto a bater de frente com o meu pai.
— Jacob trouxe a picape de vocês. Está arrumada e mandei trocar os pneus, com essa chuva é mais seguro — Charlie disse, levantando-se e deixando um beijo na testa de Bella e em seguida na minha.
Eu tentei evitar seu olhar enquanto ele saía, as chaves da viatura balançando em sua mão. Assim que a porta se fechou, Bella me lançou um olhar malicioso, daquele tipo que diz "vou sair e você se ferra sozinha com ele."
— Eu vou subir, tenho que arrumar algumas coisas antes de ir — ela anunciou, nem se dando ao trabalho de disfarçar. Levantou e saiu da cozinha com uma velocidade irritante, me deixando sozinha com Jacob, que já se acomodava na cadeira ao meu lado.
— Você poderia ao menos ter avisado que ia embora, Grace — ele começou, a voz carregada de ressentimento, os braços cruzados. — O que aconteceu ontem?
Bufei, tentando conter a irritação que já estava subindo. Eu não tinha a mínima vontade de explicar nada para Jacob, muito menos de dar satisfações, mas sabia que não ia escapar dessa conversa tão fácil.
— Foi exatamente o que eu falei, Jacob. Não gostei da forma como o seu grupinho me tratou, e sério, é humilhação demais fazer xixi na floresta. Pelo amor de Deus, precisa de mais explicações ou isso já está claro? — falei, cruzando os braços e levantando uma sobrancelha.
Ele balançou a cabeça com uma risada sarcástica.
— Bela desculpa, Grace, bela desculpa. — A forma como ele falou meu nome me fez querer revirar os olhos.
— Quer saber, Jacob? Não estou com paciência pra isso. — Me levantei, pronta para sair da cozinha, mas ele me segurou pelo pulso, fazendo com que eu parasse e olhasse para ele com raiva.
— O que realmente aconteceu? — Ele perguntou, o tom mais baixo, como se estivesse tentando ser compreensivo, mas eu sabia que ele ainda não confiava na minha desculpa.
Respirei fundo, tentando afastar o peso da culpa. Jacob não fez nada que me irritasse, na verdade, minha ida a La Push tinha sido ótima, e todo mundo me tratou bem. Ele definitivamente não merecia ser envolvido nisso, muito menos por causa de um certo médico com comportamentos... questionáveis.
— Jake, eu queria ir embora. Não estava me sentindo bem, estou sendo sincera. — Falei, suavizando o tom. — Espero que acredite em mim, e quem sabe, a gente pode sair da próxima vez? — Sorri levemente, segurando a mão dele, tentando mostrar que não estava mentindo.
Jacob me olhou com ternura, os olhos dele brilhando como se ele realmente quisesse acreditar no que eu dizia.
— Tudo bem, Grace. — Ele assentiu, mais calmo. — Hoje, eu e você no cinema. O que acha? — O sorriso dele se alargou enquanto ele se levantava, parando na minha frente.
— Perfeito. — Respondi, tentando ignorar o nó que começava a se formar no meu estômago.
— Te pego às 19. — Ele sorriu de novo, e antes que eu pudesse reagir, ele inclinou-se e roubou um beijo na minha bochecha, depois caminhou rapidamente para a saída, sem dar tempo de eu processar o gesto.
Fiquei ali, parada, com um sorriso involuntário nos lábios. Ninguém nunca tinha feito isso antes.
Bella não falou uma palavra sobre minha conversa com Jacob. Acho que sua cabeça estava ocupada demais com o senhor perfeitinho na cola dela o tempo todo. Edward Cullen não largava minha irmã, e sinceramente, com tão pouco tempo de convivência, já estava claro que esse grude era um problema de família.
Saímos da picape, e logo alguns colegas novos vieram comentar sobre um baile que estava por vir. Bella e eu recusamos no mesmo instante. Odiávamos qualquer tipo de interação social desse sentido. Festas? Baile? Não, obrigada. Preferíamos passar longe de todo aquele drama.
Entramos na sala de biologia, e eu já sabia o que me aguardava. Minha dupla — ou melhor, o inferno em pessoa — estava lá, com aquele sorriso irritante estampado no rosto. Emmett Cullen, com sua pose de quem sabe tudo, pronto para me torturar o quanto pudesse.
— Grace, como está? — Nem me deu tempo de respirar, já começou a bombardear com suas perguntas. — Por que não foi ontem? Pergunta para sua irmã, estava divertido.
Revirei os olhos, me sentando ao lado dele, tentando manter o pouco de paciência que me restava.
— Bom dia, Emmett. — Respondi, seca, deixando claro que não estava no clima para suas brincadeiras. — Estava ocupada demais com coisas importantes.
Mas é claro que ele não ia deixar barato.
— Então quer dizer que sua irmã é uma inútil que não faz nada? — Ele sorriu, como se tivesse encontrado a deixa perfeita. — Porque ela sim foi.
Eu respirei fundo, tentando me manter calma.
— Claro, Emmett. — Falei, com sarcasmo. — Obrigada por se preocupar, e antes que eu esqueça... Por que não vai para o inferno? — rebati, já cansada da provocação constante.
Ele apenas sorriu, aquele sorriso malicioso e provocador que parecia ser a marca registrada de Emmett Cullen.
— Já estou nele. — Ele respirou fundo, lançando um olhar para a sala de aula, como se estivesse preso em um pesadelo.
Foi nesse momento que Edward entrou. Seus olhos imediatamente encontraram Bella, e um pequeno sorriso surgiu em seus lábios enquanto ele se sentava ao lado dela. Eu observava de longe, batendo levemente o lápis nos dedos, imaginando o que tanto eles tinham para falar. O tipo de ligação que tinham era quase sufocante.
— Começamos com o pé esquerdo. — A voz de Emmett me trouxe de volta à realidade, e eu percebi que ele estava estendendo a mão. — Você conhece a cidade? — perguntou casualmente, com aquele sorriso misterioso ainda nos lábios. — Nos mínimos detalhes?
— Não muito bem. — Respondi, ainda desconfiada de onde ele queria chegar.
— Siga o plano, Grace. — Ele deu uma risada curta, batendo o braço levemente contra a mesa antes de gritar, alto o suficiente para que todos na sala se virassem.
Meus olhos se arregalaram. Que diabos esse idiota estava fazendo?
O professor imediatamente direcionou seu olhar irritado e preocupado para nós.
— Ela me bateu! — Emmett apontou teatralmente para mim, fingindo dor.
Que inferno!
Tudo aconteceu tão rápido que eu mal tive tempo de processar. Um segundo estávamos na aula de biologia e, no outro, o professor estava nos mandando para a direção com aquele olhar de frustração que só piorava minha sensação de vergonha.
— O que... — comecei a falar, mas fui imediatamente interrompida pelo tom firme do professor.
— Direção, os dois! Agora! — Ele ordenou, e antes que eu pudesse responder, vi Emmett me lançar uma piscadela cheia de malícia enquanto pegava sua bolsa.
Eu, já sem paciência, suspirei, pegando meus cadernos e me preparando para sair. Dei uma última olhada para Bella, esperando alguma reação, alguma ajuda, qualquer coisa que me tirasse dessa confusão que Emmett causou, mas tudo o que recebi foi seu olhar confuso, como se ela também não entendesse o que estava acontecendo. Ela logo voltou a se concentrar no Edward, como se isso fosse a prioridade no momento.
Sua maldita!
Emmett, sempre um passo à frente, já estava na porta da sala. Antes que eu pudesse de fato processar para onde estava indo, senti sua mão segurando a minha, me puxando com firmeza em direção à saída da escola. Não fazia ideia do que ele estava tramando, mas a verdade é que qualquer coisa parecia melhor do que voltar para aquela sala depois do escândalo que ele armou.
Quando chegamos ao portão, ele puxou um chaveiro do bolso e, com um clique rápido, destravou as portas de um Jeep enorme que estava estacionado ali. Ele virou-se para mim com aquele sorriso convencido que só ele sabia fazer.
— Vamos. — Disse como se já soubesse que eu não teria escolha.
— O quê? — Perguntei, ainda incrédula com a situação. — Entrar? Não!
— Eu não vou te morder, a menos que você queira, Grace. — Emmett disse, se escorando no carro como se estivesse completamente à vontade, seus olhos brilhando.
— Nem se fosse o último homem existente nessa terra. — Rebati de imediato, cruzando os braços.
Ele soltou uma risada baixa, claramente se divertindo com a situação.
— Uma volta, você não vai se arrepender, prometo. — Ele insistiu, agora com um tom de quase súplica.
Eu suspirei, ponderando por um momento. O que eu realmente tinha a perder? Meu pai, com certeza, iria me encher o saco assim que soubesse que eu "agredi" um colega de escola — coisa que, sem dúvida, chegaria até ele de algum jeito. Adiar essa confusão parecia uma boa ideia no momento.
— Tudo bem. — Cedi, ainda relutante. — Preciso voltar em uma hora, você entendeu? UMA hora!
— Tudo bem...
Emmett dirigiu por um tempo, subindo até uma parte mais alta da montanha. Mais uma vez, estávamos cercados por uma floresta, mas diferente de La Push, esse lugar era mágico de uma maneira completamente inesperada. O silêncio predominava, interrompido apenas pelo som de uma cachoeira próxima. O verde intenso cobria tudo ao redor, desde as árvores cobertas de musgo até os pequenos arbustos que se misturavam com o som dos pássaros. Era como se o tempo ali corresse de forma diferente.
Emmett lançou um olhar malicioso na minha direção antes de, sem qualquer hesitação, se jogar na água com um mergulho exuberante. Eu o observei desaparecer por um segundo. O lugar, admito, era deslumbrante — um verdadeiro paraíso escondido, um daqueles cantos que você jamais imaginaria descobrir. E, claro, eu nunca teria vindo aqui se não fosse por esse idiota.
— O que me diz? — Ele gritou, jogando água em minha direção de forma travessa. Instintivamente, desviei, mas não pude evitar sorrir.
— É lindo. — Admiti, olhando ao redor, admirando o cenário. As árvores gigantescas formavam um teto natural, e o som suave da cachoeira me acalmava de uma forma inesperada. Era muito verde, mas desta vez, eu estava genuinamente gostando.
— Eu te disse, confia em mim. — Ele piscou antes de mergulhar novamente, sumindo debaixo d'água com a mesma facilidade que um peixe.
Retirei um livro da minha mochila, mergulhando nas páginas enquanto meus pés descansavam na água fresca da cachoeira. O som dos pássaros criava uma trilha sonora suave, e eu me deixei envolver pela leitura. Aquele livro era uma parte de mim, um companheiro que me acompanhava aonde quer que eu fosse, sempre me proporcionando uma fuga.
Folheava as páginas com cuidado, concentrando-me nas palavras, quando percebi que Emmett estava saindo da água. Ele tinha uma expressão visivelmente inquieta, como se algo estivesse perturbando sua paz.
— O que foi? — perguntei, a curiosidade despertando dentro de mim.
— Vamos embora. — A ordem saiu de seus lábios com um tom que não permitia questionamentos.
Ele se virou rapidamente, seus olhos focando em três figuras que se aproximavam com cautela. Um frio na barriga me tomou, e a sensação de que algo estava errado se intensificou.
— Solte os cabelos. — Ele disse, sua voz baixa e calma, mas carregada de urgência.
Segui suas instruções automaticamente, tirando o elástico do meu cabelo e sacudindo as ondas soltas ao redor de mim. O primeiro homem que chegou à clareira hesitou, como se algo em minha aparência o intimidasse. O segundo, um homem alto com cabelos escuros, tomou a frente, enquanto o terceiro, uma mulher, exibia um cabelo surpreendentemente vermelho.
— Pensamos ter ouvido vozes. — O homem se apresentou com um sotaque francês, sua voz era relaxada, quase desinteressada. — Meu nome é Laurent, estes são Victoria e James. — Ele gesticulou para os outros dois.
Emmett imediatamente se posicionou à minha frente, como se estivesse formando uma barreira protetora entre mim e aqueles estranhos. O que estava acontecendo? eu não conseguia entender o motivo daquela interação.
— Emmett Cullen. — Ele respondeu de maneira seca, a rigidez de seus músculos denunciando que ele estava pronto para um confronto.
— E a moça? — James, o homem com um olhar intenso, questionou. Seu tom era provocador, e uma onda de desconforto percorreu minha espinha.
— Grace. — Respondi, um tanto confusa e nervosa.
— Estávamos de saída. Quem sabe numa próxima podemos nos reunir? — Laurent disse com um sorriso despreocupado, recuando lentamente.
Os três começaram a se afastar, mas não como qualquer pessoa comum. Eles se moviam com uma velocidade sobrenatural, e meu coração disparou quando percebi que estavam quase desaparecendo na floresta. Justo quando James estava prestes a se virar, ele olhou para mim, e algo em seu olhar fez meu estômago se revirar. Ele respirou fundo, como se estivesse absorvendo o ar da floresta, e, por um instante, tive a impressão de que ele passou a língua pelos lábios, revelando... uma presa? A visão me fez estremecer, e uma onda de pavor tomou conta de mim. O que era tudo isso?
Minhas mãos desejavam tremer, mas eu lutava contra isso, tentando manter a calma. Emmett segurava as chaves do Jeep com firmeza, e seu olhar transmitia uma mensagem clara: entre no carro agora. Não precisei de mais convites. Fui até ele.
Meus pensamentos giravam em torno do encontro inesperado com Laurent e seus amigos. O olhar de James ainda estava gravado em minha mente, a lembrança da presa vislumbrada em seus lábios me fazia sentir um frio na espinha. O que era aquela coisa? O que eles queriam de nós?
Finalmente, o Jeep parou em frente à minha casa. Eu saí sem olhar para trás, uma mistura de alívio e confusão me inundando. Larguei minha mochila no chão e segui direto para o meu quarto, fechando a porta atrás de mim com um baque que soou mais alto do que eu esperava.
Por que essa família era tão louca? Era uma pergunta que ecoava em minha mente, mais persistente do que nunca. Desde que conheci Emmett e a família Cullen, tudo parecia girar em torno de mistérios e situações estranhas. A normalidade parecia um conceito distante. Eu só queria entender por que tudo estava acontecendo, mas ao mesmo tempo, um impulso de proteger a mim mesma e a Bella me fazia hesitar.
Deixei-me cair na cama, as folhas do meu livro abertas ao meu lado, e fechei os olhos, tentando processar tudo. O que mais poderia acontecer?
– Eu amo o fato de que o Carlisle quase morreu pra deixar a Grace segura, e o Emmett literalmente levou ela pra morte sem saber.
— Comentem e votem muitooooooo, amo vocês! 🫀
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