° Chapter 16 °
Oioi kajsj não sei quanto tempo sumi mas aq estou. Vocês estão bem? Bebendo muita água?
Isaac está desse jeito na fic ^^ lindo como sempre rs
E esse é nosso adorável Adam Aubert ↓
Espero que gostem desse e peço desculpas se tiver algum erro, revisei mas sempre escapa da nossa vista um ou dois. Well, let's go!
Boa Leitura!
~~~~x~~~~
O dia começava frio na França, era comum nessa época do ano a temperatura cair. Alguns franceses preferiam passar a maior parte do tempo em casa, mas as livrarias ainda conseguiam se encher com um bom número de pessoas, sem contar as cafeterias e os interiores dos shoppings. Com o natal se aproximando, aproveitavam novembro para comprar logo alguns presentes ou enfeites para se adiantar. Ninguém gosta de tumulto quando precisa ser rápido em cima da hora, mas as vezes as pessoas preferem enfrentar isso do que unir o útil ao agradável. Quando se tem uma área de comércio tranquila, é melhor aproveitar.
Parecia uma boa manhã, mas não quando se é um ser sobrenatural que quase deixou de habitar a terra e foi torturado em um lugar desconhecido por sei lá quantas horas ou dias. Tudo ainda estava meio confuso, mas Isaac só sabia de uma coisa. Estava em casa e aparentemente seguro, só restava abrir os olhos e deixar de ser um corpo moribundo e decifrar quem estava em sua casa além de Adam.
Ele ouvia passos e diálogos mas era como se seus ouvidos fossem uma caverna, soava ecoando e distante. Era irritante demais não responder a um simples comando, como abrir os olhos. Pelo menos seu corpo não doía mais, tinha consciência de está machucado, e sentia seu corpo se curando. Poderia garantir está bem. Só esperava que sua tentativa não falhasse outra vez.
Franziu um pouco a testa, se concentrando. Sua cabeça latejou fracamente mas continuou persistindo. Seus sentidos pareciam mais aguçados a medida que apresentava mais lucidez. Movia freneticamente os globos oculares por debaixo das pálpebras.
— Deaton! Ele está acordando! — Ouviu o que parecia ser uma voz masculina eufórica, ele não soube decifrar bem. Apenas teve certeza de algo quando recebeu o clarão de alguma fonte de luz em seus olhos recém abertos, finalmente.
Seu corpo voltou a doer um pouco, uma área específica em suas costas, mas se sentia menos esgotado e mais atento ao que acontecia em volta dele. Mais vozes soaram mas ele só sabia piscar os olhos fortemente, levando uma das mãos afim de esfregá-los. Agora com tudo em foco pôde ver, e ficou mais confuso ainda.
— Deaton? — Disse em um fio de voz, sua garganta estava meio seca mas não ao ponto de incomodar. Seu foco no momento era saber o que estava acontecendo. — Onde estou?.. — Ele passou vagamente os olhos pelo cômodo em que se encontrava.
— Em sua casa, como se sente? — Deaton fez uma pergunta rápida antes de começar a examinar o beta, usou o estetoscópio, uma lanterna para checar as pupilas e por fim a pressão. Tudo parecia em ordem, e executado em uma velocidade impressionante pela agilidade do druida.
— Bem eu acho... O que acont- Ai! — Isaac gritou ao tentar levantar um pouco o tronco, a ferida em suas costas ainda estava em processo. — Mas o quê que é isso? — Ele rosnou baixo, sentindo mãos ajeitando-o no sofá novamente. Mas suspirou tranquilo ao ver Adam.
— Não se mova, seu processo de cura está estranhamente lento, mas funcionando. Esperamos que esteja tudo curado hoje a noite. — Deaton explicou sendo breve enquanto guardava seus utensílios na bolsa. Isaac piscou perdido.
— Que dia é hoje? — Ele praguejou, segurando a mão de Adam em um aperto quando notou o mesmo querer se afastar.
— 21 de novembro, quinta-feira. Aliás, onde tem cobertores? Está meio frio aqui e não seria bom para ele. — O druida comentou ao longe, observando o clima do lado de fora pela janela grande, que continha uma cortina branca de tecido grosso. Adam olhou para ele enquanto acalmava Isaac ao seu lado.
— Nos armários da lavanderia, é no fim no corredor a direita, pode ir lá. — O garoto instruiu rapidamente e o veterinário assentiu. Murmurando um "licença" antes de se dirigir afim de buscar o que pretendia.
— Agora, por favor me explica, consegue se lembrar? — O garoto disse baixo, se sentando ao lado do sofá bem em frente ao rosto do loiro cacheado que hesitou um pouco e apertou mais a mão do francês, puxando-a para perto.
— M-Mais ou menos ... — O beta murmurou temeroso para o coiote que se preocupou ainda mais.
*
— Definitivamente, Lydia é uma bruxa. Porque até ontem não tinha tanta roupa assim. — Liam comentou meio chocado, enquanto analisava a trilha de roupinhas na cama de casal. Theo concordou em um aceno imediato, pegando mais um macacão para dobrar e por na pilha das outras já prontas para guardar.
A madrugada foi bem tranquila para eles. E torciam internamente para a manhã ser semelhante. Acordaram relativamente cedo para pegar a sacola com roupinhas e dar uma olhada, pois pensavam ser poucas. O chimera fez uma pesquisa rápida de como deveria lavar e constatou está certo quando deduziu que seria melhor a lavagem a mão. Liam o ajudou e depois de lavadas e secas, jogaram todas as peças em um canto na cama, e estavam até agora dobrando-as. Era 10:40 AM, e pelo menos tomaram café antes de tudo.
— Podemos ir colocando na gaveta vaga, e o que sobrar coloca junto com as minhas ou as suas. — Theo sugeriu, observando as gavetas todas abertas. Eles tinham uma quantidade boa de roupas, e depois que o mais velho se mudou para o quarto do beta – por muita insistência do mais novo – as roupas de ambos ocuparam bons espaços no guarda-roupa, deixando uma gaveta vazia. Foi algo esquecido por eles, mas agora tinham uma utilidade para ela.
— Será que ela tem sobrinhos pequenos? Entende tanto de roupa infantil.. — Liam disse e trouxe mais um punhado das últimas peças para seu colo. Theo deu de ombros. O beta estava chocado mais pelo fato de ainda não terem ajeitado absolutamente nada do quarto de hóspedes para o bebê, e literalmente não terem um lugar bom para guardar tudo aquilo.
— Não sei, só sei que alguém tem mais roupa que a gente. — Ele respondeu rindo baixo, trazendo a última peça da pilha que havia separado para dobrar, e levantou na altura do rosto um outro macacão minúsculo. — Acho que de todos, gostei mais desse ... — Ele comentou e atraiu o olhar do beta que observou a roupinha com um sorriso terno no rosto. O macacão era azul escuro com alguns desenhos de nuvens e estrelas. Em outras palavras, imitava perfeitamente o céu.
— É lindo mesmo. — Liam assegurou gentilmente, terminando a arrumação de algumas meias e colocando-as junto com as outras roupinhas dobradas, após finalizar e ver não faltar mais nada, se esgueirou para perto do mais velho e o abraçou por trás pela cintura. O chimera ainda observava o macacão, com um sorriso contido nos lábios. — Por que gostou desse? — O beta questionou curioso. Theo ainda estava se acostumando com essa novas mudanças, e não eram poucas. E vê-lo bem e interessado era animador. Liam queria saber o que o outro achava disso tudo.
— Eu.. gostava de olhar o céu quando pequeno, era a única coisa boa dos meus dias.. — Theo murmurou comprimindo os lábios em um sorriso triste, mas permaneceu neutro mesmo com leves pensamentos sombrios rondando sua mente. — Era sinônimo de liberdade.. as coisas pareciam menos ruins. — Ele suspirou fraco, dobrando a peça, e por fim se virou um pouco para colocá-la na pilha com as outras ao seu lado. Liam continuou em silêncio, observando seus movimentos e então pousou o queixo no ombro do mais velho, iniciando alguns carinhos na cintura do mesmo que deixou um sorrisinho escorregar por seus lábios.
— Onde você ia olhar? — O beta questionou, sentindo o outro por as mãos sobre as dele.
— Quando eles.. não precisavam mais de mim, eu escalava os prédios e ficava nos terraços, geralmente era perto dos túneis, então eles não se importavam muito. — Theo respirou fundo recostando as costas no peito do beta, descansando um pouco sua coluna. — Eu preferia observar a noite.. e as vezes ficava até o sol nascer e as nuvens adotavam um tom incrível. — Sua voz era levemente animada e meio cansada, mas se sentia bem contando isso para o beta. Dividir uma única coisa boa de seu passado. — Sei que não parece grande coisa.
— Não, que isso, é uma boa visão. — Liam rebateu, fazendo o chimera inclinar um pouco a cabeça, encarando o outro com curiosidade. — O céu tem uma maneira única de assumir vários tons e formas, não tem limite para ele e nem para o que está depois dele. É divertido pensar assim.. — Liam deu de ombros, divagando um pouco e mal notando o sorriso bobo que o mais velho lançava para ele.
— Só você mesmo. — Theo riu negando com a cabeça antes de depositar um beijo estalado na bochecha do beta que sorriu em resposta, mas ao mesmo tempo carregava um olhar confuso. O mais velho se desvencilhou dos braços do outro e pegou a pilha dobrada, andando alguns metros até a gaveta e ajoelhando-se perto dela.
— Eu o quê? — Liam riu fraco, pegando a outra pilha em mãos e caminhou na direção do outro que guardava as roupas com um sorriso pequeno nos lábios. — O que eu disse?
— Você tem esse jeito criativo de tornar as coisas melhores, gosto disso. — Ele respondeu dando de ombros e se sentou no chão, tentando inutilmente ajeitar suas costas, fazendo uma careta no processo. Liam parou de rir aos poucos, adotando um olhar preocupado.
— Eu .. machuquei você ontem? — O beta questionou com a feição apreensiva e se aproximou do mais velho, deixando as roupas de lado.
— Não foi você, tô assim faz alguns dias.. — Theo respirou fundo encarando nada em específico por alguns segundos enquanto esperava as pontadas estranhas em sua coluna cessarem. Era como se estivessem espetando-o com agulhas. Liam observou o outro atentamente.
— Trás essas roupas pra cá. — Liam pediu vendo o mais velho o olhar confuso por alguns segundos, mas fazer o que foi pedido. Se indireitou e pegou a pilha de roupas levando-a para perto do namorado. Liam arrumou elas em uma pilha só e se esgueirou para trás do chimera, se sentando no chão atrás dele. Theo riu quando entendeu o que ele pretendia.
— Vai virar apoio pra minha coluna também? — Theo zombou, sentindo o namorado o abraçar novamente fazendo-o apoiar as costas em seu peito nu. O beta estava sem camisa, o dia amanheceu com um calor agradável. Liam se esticou um pouco para o lado e trouxe as roupinhas em um movimento breve para perto dos dois.
— Já sou o purificador de ar, tenho que aperfeiçoar minhas capacidades. — Respondeu dando de ombros e logo ouviu a risada fraca do mais velho preencher seus ouvidos. Liam o acompanhou pousando o queixo no ombro alheio novamente, e um silêncio confortável dominou o quarto. Ele ficou observando o mais velho movimentar as mãos para pegar as peças dobradas e ir guardando uma por uma. Theo tinha uma expressão neutra, na verdade, parecia bem concentrado executando a tarefa. Liam sorriu com isso, mas algo em sua mente o deixava meio incomodado, ele precisava perguntar. — Como .. se sente.. com tudo isso? — Saiu mais como um murmúrio perto do ouvido de Theo que se arrepiou em reflexo, parando de arrumar as roupas.
— Isso o quê? — O mais velho soava confuso, mas Liam notou seu batimento cardíaco alterar. Ele estava tentando esconder o que sentia.
— Você sabe .. — Liam disse calmo, notando os batimentos do outro acelerarem a medida que os segundos se passavam, ponderando. O beta iniciou alguns beijos no pescoço do mais velho no intuito de acalma-lo e isso pareceu funcionar, mas a essa altura Theo já desmanchara sua máscara.
— Eu.. não sei. — Ele deu de ombros com o tom cabisbaixo e buscou uma das mãos de Liam para segurar. — Me sinto estranho com essas coisas todas, mas.. Lydia está certa, temos que nos adiantar um pouco. O bebê precisa de roupas e.. de várias outras coisas que não tenho ideia. — Theo riu baixo, sentindo o beta acariciar a costa de sua mão com o polegar. — Não sou um cara muito sociável com crianças e nem me sinto preparado pra isso, mas tenho que começar a me empenhar de qualquer jeito. — Ele comentou com um leve sorriso no canto dos lábios, observando algumas das roupas na gaveta. — Se eu não aceitar completamente o bebê em nossas vidas, nada vai funcionar.. — Theo respirou fundo notando o peso de suas palavras, mas ele precisava ouvir a verdade de sua boca mesmo que se sentisse péssimo consigo.
— Eu vejo seu esforço. — Liam garantiu sussurrando, fazendo o outro se aconchegar mais nele em busca de conforto. — E.. realmente é estranho ter um monte de roupas infantis e dentre outras coisas, mas é só questão de tempo. Vamos nos acostumar aos poucos. — O beta tentava ser o mais otimista possível, afinal, estavam sofrendo mudanças externas e em sua rotina. Não seria fácil se adaptar. E Theo era o mais afetado dos dois, pois a mudança fundamental era em seu corpo, e isso não deixava de ser menos assustador para ninguém.
— Tudo bem.. agora vai, me ajuda aqui. — Theo pediu e em brincadeira deu um leve empurrão no ombro de Liam que riu baixo e começou a pegar o resto que precisava ser guardado. — Quero terminar isso hoje ainda. — O chimera usou um falso tom irritado. Liam negou com a cabeça e deixou um último beijo no pescoço do outro antes de começar a guardar as roupas juntamente a ele. — Aliás, que horas Mason e Corey vêm?
— Merda .. eu tinha até esquecido. — Liam praguejou e piscou rapidamente, parecendo ter voltado a vida real. — É só a tarde, eles já devem estar no avião. — O beta disse e pegou mais dois bodys dobrados e colocou na gaveta, Theo fez o mesmo com os últimos macacões e uma mine calça moletom.
— E.. já pensou como vai explicar? — Theo sôou risonho, virando um pouco a cabeça para observar o quarto agora sem roupa nenhuma espalhada, e agradecendo internamente por isso. Liam deu de ombros meio temeroso e abraçou mais o corpo do mais velho que retribuiu o gesto com um beijo em sua bochecha.
— Sinceramente.. não tenho ideia, todas as maneiras que pensei de como dizer foram por água a baixo. — O mais novo lamentou. — Acho que.. vou deixar as coisas desenrolarem e ver no que dá.
— Espero poder rir de tudo isso em breve.. — Theo comentou em voz baixa e desvencilhou uma de suas mãos dos dedos do outro para fechar a gaveta devagar.
— E nós vamos, acredite — Liam disse e ajudou o mais velho a levantar quando constatou tudo em seu devido lugar. — Somos uma boa equipe. — Comentou enquanto analisava o quarto. Theo riu baixo, olhando para o beta.
— Vem cá. — Liam virou a cabeça na direção do chimera que o puxou para perto pelos ombros, abraçando-o. — Você é incrível, sabia? — O mais velho disse com um um sorriso terno. Normalmente ele não agiria assim, mas nem tudo era culpa dos hormônios, ele dizia a verdade. Liam o encarava confuso, devolvendo o gesto abraçando-o pela cintura.
— E por que? — Liam riu com o olhar convencido, vendo Theo apenas dar de ombros e juntar mais seus corpos.
— Porque.. você está fazendo tantas coisas sozinho.. e ainda cuidando de mim quando estranhamente desabo.. — Liam entreabriu a boca querendo protestar mas o outro foi rápido aumentando um pouco o tom de voz. — Me promete uma coisa?
— Sabe que sim.. — O beta garantiu em um tom manso e deixou alguns apertos carinhosos pela cintura de Theo por debaixo da camisa de tecido fino, sabendo que o outro gostava. O chimera encarou fundo os olhos azuis atentos, ponderando um pouco.
— Não deixe de me contar como se sente.. se algo estiver te incomodando ou se você sentir que vai explodir.. — Theo divagava observando o rosto do outro. — Eu sei que não sou o único afetado aqui, e não quero que fique me poupando só por causa do bebê, se sentir que não está bem quero que fale comigo também. — Liam não sabia como reagir após a finalização do outro. Theo apertava os lábios em uma expressão fofa de apreensão, seus olhos verdes atentos. O beta apenas soube puxa-lo para perto e depositar alguns beijos lentos por seu pescoço como resposta.
— Prometo. — Ele disse abafado depois de um tempo ainda com o rosto no pescoço de Theo que se sentiu menos tenso e apoiou o rosto no ombro alheio. — Se eu não me sentir bem, será o primeiro a saber.
— É bom mesmo, não sou um objeto de porcelana que pode quebrar a qualquer momento. — Theo resmungou fazendo o outro rir baixo e se afastar minimamente para encarar seu rosto.
— Só não quero estressar você, sei que já fiz muito isso, mas agora não é o momento. — Liam disse com um sorriso zombeteiro e Theo revirou os olhos querendo se afastar dos braços em sua cintura. — Hey! Tá vendo? — Disse entre risos.
— Não é isso idiota, tenho que arrumar a sala, esqueceu das etiquetas, cabides e sei lá mais o quê que você retirou das roupas? — Theo direcionou um olhar óbvio ao beta que deu um sorriso amarelo. Com a pressa para lavar tudo aquilo Liam tirou vagamente as etiquetas e jogou pela sala os cabides pequenos que vinham junto a compra. O sofá se resumia em papel e cabides espalhados, sem contar nas sacolas plásticas de peças pequenas, como meias e luvinhas. Um detalhe em específico que Theo certamente não entendeu.
— Eu arrumo aquilo, nada mais justo. — Liam foi rápido em sentenciar. Theo estava pronto para protestar mas o outro se inclinou para frente roubando-o um selinho, o qual desarmou o mais velho na hora. — Sem discussão, você não pode ficar se abaixando agora. — O garoto ao dizer apenas se virou e saiu do quarto em seguida, deixando o outro meio sem saber o que fazer.
Theo apertou os lábios em uma expressão meio irritada mas por fim deu de ombros, estava pronto para acompanhar o namorado no andar de baixo quando sentiu seus pés tropeçando em algo macio. Ele logo olhou para baixo.
O macacão que havia mostrado a Liam estava em seus pés, ainda dobrado mas levemente amarrotado por conta do breve pisão. O chimera prontamente se agachou e pegou, analisando a peça rapidamente para ver se não tinha algum estrago, mas aparentemente estava tudo intacto. Ele olhou para a gaveta atrás de si e ponderou um pouco. Ficou observando e passando os dedos pelos desenhos das nuvens na estampa delicada, e então, se indireitou em seguida, caminhando até as gavetas.
E guardou junto com suas roupas.
*
— Sério que simplesmente devolveram o item 14B? Vocês têm merda na cabeça? — Katherine berrava em plenos pulmões na direção de seus homens que estranhamente se mostravam bem submissos aos seus gritos. Estavam de cabeça baixa e corpo tensionado. — Eu levei dois meses para captura-lo e vocês me aprontam mais essa? — Ela bateu na mesa enfurecida.
O chefe do grupo de cientistas engoliu em seco e limpou a garganta antes de começar a falar.
— Ele não estava progredindo para conseguir executar o que a senhorita instruiu. Morreria em questão de horas se insistíssemos mais.. — Ele lutou para não gaguejar mas por fim respirou fundo tentando não se abater pelo olhar mortal de sua chefe. — O corpo dele não era compatível. E sabemos que não tolera matar os itens.
Ela deu uma risada curta, sem humor.
— Claro que não.. — Murmurou amarga, desviando o olhar para a lateral de sua sala e ignorando os demais de seus funcionários amedrontados a sua frente. — Eu preciso daquele protótipo..
— O que disse? — Um dos cientistas ousou em perguntar. Recebendo um olhar repreendedor do cientista chefe. Katherine saiu de seus devaneios e direcionou o olhar a eles.
— Nada! Saíam daqui, preciso pensar.. — Ela abanou a mão no ar em irritação, dispensando os homens que saíram praticamente correndo de sua sala. Ela soltou um longo suspiro e se jogou de maneira frustrada em sua cadeira de couro preto, girando seu corpo nela na direção contrária a sua mesa. De frente para sua janela imensa onde dava visibilidade ao andar debaixo.
Mostrava nitidamente seus cientistas e outros funcionários, mas também o início do corredor extenso que levava a ala dos experimentos, que gritavam implorando por liberdade, mas por conta de sua sala a prova de som, nunca os escutava de fato.
Era trabalho árduo dia e noite sem dúvida.
*
— Então tá me dizendo.. — O Sheriff tentava acompanhar o falatório do filho enquanto andava de um lado para o outro em sua sala. — Que Theo e Liam..
— Isso.. — Stiles acompanhava os movimentos do pai com o olhar. Desde a reunião com a alcatéia, o tempo foi se passando e o garoto havia se esquecido de contar a novidade ao seu pai. Mas Noah andava ocupado na delegacia dia e noite, então ambos se esqueceram. Mas hoje o mais velho tirou um dia de folga, e consequentemente quando descansou a mente, se lembrou. E chamou o filho na hora.
— M-Mas como isso é possível? — Ele aumentou um pouco o tom de voz, esfregando seus cabelos grisalhos no processo. Stiles revirou os olhos passando uma das mãos pelo rosto. Era a milésima vez explicando.
— Pai... — Ele começou calmo e lentamente. — Os Dread Doctors, sabe, aqueles que quase arrancaram nossas cabeças? — Noah nem piscava, encarando o filho quase que em choque novamente. Stiles suspirou forte continuando. — Então, não sabemos nem como e o porquê, mas Theo está esperando um filho do Liam e agora não tem mais o que fazer. — Ele finalizou recostando suas costas no sofá e bufou, ignorando o olhar atônito de seu pai. O mais velho iria entender. Noah piscou tentando sair do transe.
— E.. eles estão bem? Como Theo está? — Noah tentou se acalmar e andou até sua poltrona, se sentando e mudando de posição várias vezes, tentando distrair sua mente de ter um colapso.
— Estão bem agora, Theo continua estranho mas é o normal dele. — O mais novo deu de ombros. — Liam parece feliz, o que surpreendeu todo mundo. — Noah não podia acreditar no que estava ouvindo.
— Como assim? Eles sabem que um filho é uma grande responsabilidade certo? — O Sheriff soava óbvio, atraindo o olhar do filho que parecia não se abalar. — E a faculdade dos dois? Meu deus, são só crianças.
— Crianças que transam. — Stiles respondeu em um breve riso sem se conter, mas logo se forçou a ficar sério ao notar o olhar aborrecido do pai. — Olha, eles sabem o que estão fazendo, e Theo não terminou o ensino médio por causa do..
— Ah, eu sei. — O mais velho disse com a feição sem graça. — Mas então, Liam vai adiar um ano?
— Esse é o plano dele e do Scott. — Noah iria protestar mas o garoto foi rápido. — Pai, eu sei que está tudo muito complicado. Mas todos estão tentando dar um jeito. Ninguém tem culpa de nada, muito menos o bebê.. — Stiles suspirou bagunçando os cabelos em um ato nervoso. Noah suspirou compreendendo.
— Como descobriram? — O mais velho parecia curioso com os detalhes.
— Acho que podemos dizer que foi da pior forma, mas pelo menos serviu para termos certeza de tudo. — Stiles disse esfregando as mãos e apoiando os cotovelos nos joelhos. — Foi no hospital mesmo, pelo ultrassom, eu não entrei. Depois só vi Theo saindo correndo da sala... na forma coiote..
— Na forma coiote?! Stiles! — O Sheriff repreendeu. Agora havia explicação para tantas chamadas na delegacia. Stiles revirou os olhos.
— Olha o estresse, roda a fita, já passamos por isso. — Stiles gesticulou como se o que disse fosse banal demais. Noah suspirou esfregando o rosto e tapando a boca com a mão no processo, esperando para ver o que ouviria mais.
— Ele está de três meses, e me pergunto como não notaram isso antes.. — Stiles olhou para o chão, divagando sozinho e se perdendo em seu raciocínio. Noah bufou pelo desfoco do filho. — Sério, a criança está praticamente toda desenvolvida e eles-
— Okay, okay, chega. — O mais velho disse calmo e suspirou olhando para o chão, ignorando o olhar do filho sobre si. — Uma criança no pack.. quem diria, isso só fica cada vez melhor. — Ele ironizou no final, com seus olhos azuis transbordando preocupação.
— Nem me fale.. — Stiles murmurou em um fio de voz.
— E o que você vai fazer? — Noah sôou apreensivo, logo recebendo o olhar confuso do mais novo que saiu de seus pensamentos rapidamente.
— Como assim eu?
— A faculdade, Stiles... — O Sheriff bufou, mas parecia calmo. — Olha eu vou te apoiar na decisão que for, mas saiba que estarei aqui ajudando no que eu puder também. — Ele assegurou encarando o filho, como se tentasse deduzir seu próximo passo. Mas Stiles apenas carregava uma expressão pensativa no rosto, não muito diferente dos últimos dias.
— Eu ainda não sei.. mas você será o primeiro a saber. — Ele garantiu dando um sorriso débil na direção do outro que adotou uma postura mais calma.
— Espero que sim.. — Apenas disse antes de se levantar e ir até a cozinha em passos calmos, deixando um garoto indeciso para trás.
*
Adam ao ouvir o relato do amigo se sentiu paralisar por alguns generosos segundos. Deaton não estava diferente. Era como se uma sensação ruim passasse em ambos corpos fazendo-os petrificar. O garoto francês engoliu em seco, apertando mais a mão de Isaac que não havia o soltado até agora.
— Eles usavam máscaras? Máscaras de gás? — Deaton perguntou de repente. Isaac logo negou, respirando fundo.
— Não.. eram humanos mas.. de alguma forma me deixaram fraco ao ponto de não conseguir nem me debater.. — Ele murmurou com os olhos focados no veterinário, que escutava tudo atentamente de braços cruzados e feição tensa. Mas de certa forma aliviado por descartar aqueles caras.
— Tinha outros lá? — Adam questionou.
— Não consegui perceber nada direito, meus sentidos estavam bagunçados. Ouvi alguns gritos.. mas não sei se eram outros médicos conversando entre si ou se era da minha cabeça.. — Isaac respirou fundo e pegou o copo de água no chão com uma das mãos e bebeu em goles lentos usando um canudo.
Ele ainda permanecia deitado de bruços. Estava bem mais forte e a ferida em suas costas parecia quase que totalmente curada. Não doía como antes, mas restava saber se conseguiria andar normalmente. Algo que o assustava profundamente.
— Preciso fazer uma ligação.. — Deaton murmurou, atraindo quase que de imediato o olhar de Isaac.
— Para eles? — Por um minuto Isaac sentiu algo estranho palpitar em seu peito. Ansiedade, nostalgia; ele não sabia descrever. Se passaram sete anos desde que foi embora junto com Chris Argent. Deixou tudo e todos para trás com intuito de recomeçar. Tentar esquecer os Onis, Nogitsune, Allison.. Scott.
— É preciso.. — Deaton disse com a expressão compreensiva, notando a reação do outro. Isaac apenas assentiu, voltando a repousar a cabeça no estufado do sofá. — Não sabemos até onde isso pode evoluir.. — O druida olhou para nada em específico no chão. Parecendo pensar por alguns instantes, e logo negou com a cabeça lentamente e a testa franzida. — Não ainda.
— O que pretende? — Isaac perguntou trocando um olhar curioso com Adam que apenas observava escutando a situação. A mente do garoto mais novo estava conturbada, e estava disposto a ouvir para tomar qualquer decisão útil a respeito. Deaton comprimiu os lábios.
— Vou falar com alguém, mas não com eles diretamente.
*
— Você tem algum palpite? — Liam sôou curioso, traçando preguiçosamente caminhos imaginários com o dedo indicador sobre a barriga do mais velho que direcionou um olhar confuso e sonolento a ele.
Depois da arrumação resolveram se deitar no sofá para um breve descanso. A dor nas costas do mais velho diminuiu com o passar das horas, mas Liam ainda se sentia preocupado com relação a isso, então pediu por essa pausa mesmo que o outro ainda insistisse em arrumar a cozinha. O beta se encontrava deitado de bruços sobre as pernas de Theo que ficou observando-o enquanto conversava com sua barriga. Estavam assim há um tempo e o mais velho quase cochilou, mas despertou pela pergunta.
— Sobre o quê? — Theo disse meio aéreo, ajeitando a blusa que havia descido um pouco, quase ocultando a pele exposta. Levou uma das mãos para os cabelos do beta iniciando carícias suaves. Liam sorriu levemente, se inclinando ainda mais para o toque.
— Acha que... é menino ou menina? — A hesitação era nítida na voz do beta, mas a vontade em perguntar era maior. Theo parecia confortável e olhou brevemente para a própria barriga, ponderando um pouco. Liam apenas seguiu o olhar dele, voltando com as carícias na pele macia do abdômen, esperando pacientemente.
— Sinceramente.. não sei. — Theo sôou calmo dando de ombros em seguida. Liam desviou o olhar da barriga para o rosto do outro, vendo-o fazer o mesmo para encontrar seus olhos. — Apenas sinto que ele está bem, mas não sinto nada que possa definir. — O mais velho disse neutro, porém, sorriu fraco gradativamente, voltando os olhos verdes para a própria barriga, observando a maneira como Liam acariciava a área. — E você? — Ele notou o beta morder o lábio inferior, parecendo pensar.
— Acho que.. menino. — Liam respondeu meio incerto, sentindo o outro voltar com os carinhos em seus cabelos. — Mas.. gostaria que fosse menina também. — Ele acrescentou com um sorriso surgindo em seus lábios. Theo também sorriu ao ouvir, percebendo aquele brilho diferente nos olhos do namorado.
— Eu também.. mas no momento prefiro ficar na curiosidade, é divertido ver você empenhado pra adivinhar. — Theo zombou entre leves risos, assistindo o beta revirar os olhos carinhosamente e depositar um beijo suave em sua barriga.
— Mas não está curioso? — Liam questionou com os olhos voltados novamente para o abdômen, deixando um sorriso bobo tomar conta de seus lábios. Theo riu baixo.
— Pra falar a verdade estou.. mas não adianta apressar as coisas, logo saberemos. — O mais velho respondeu tranquilamente vendo o outro assentir parecendo aceitar sua resposta. Liam sempre seria mais curioso que ele de qualquer forma, mas dessa vez compartilhavam o mesmo nível do sentimento. O beta usou o outro braço para apoiar o rosto e ficou observando a barriga do mais velho sem cessar os carinhos sobre a pele. Theo parecia cada vez mais sonolento, mas não deixava de apreciar a sensação boa que sentia no peito ao sentir os toques.
— Cresceu um pouco mais, não acha? — Theo comentou o que havia notado há alguns dias durante os banhos. Liam logo assentiu com um sorriso de canto, confirmando suas suspeitas. O chimera sorriu com um leve repuxar no canto dos lábios, observando o volume em sua barriga agora não tão sutil.
— Espero que.. independente do sexo, o bebê tenha o seu sorriso. — Liam murmurou sem desgrudar os olhos do volume que subia e descia calmamente no ritmo da respiração do mais velho. Theo franziu a testa intrigado, se recostando melhor no estufado para encarar devidamente o beta.
— Por que? — O mais velho questionou enquanto separava as pernas brevemente, dando espaço para o beta se deitar entre elas. Liam levantou o olhar rapidamente com um sorriso óbvio.
— Seu sorriso é lindo, é uma das minhas coisas favoritas em você. — Ele foi direto em sua resposta, soando simples e riu em seguida observando a expressão meio sem graça do outro. Theo não soube o que dizer a princípio, e suas bochechas esquentaram tão rápido que nem deu tempo de levar as mãos ao rosto, apenas revirou os olhos tentando conter um sorriso tolo nos lábios. O chimera não estava entendendo a própria reação. Apenas puxou o beta para mais perto, observando aquelas orbes azuis.
— Amo seus olhos. — O chimera confessou em seguida, devolvendo o elogio de sua maneira. Liam sorriu pequeno em resposta, gostando de como os dedos do mais velho percorriam suavemente sua bochecha, parecendo querer estudar sua feição. — Espero que ele herde isso de você. — Sôou sincero, admirando como o azul da íris se mesclava com alguns resquícios de verde claro. Ele definitivamente amava os olhos do beta. Por alguns segundos se perdeu em pensamentos, deixando um silêncio confortável pairar entre eles vagamente. — Obrigado.. — Theo murmurou de repente, desviando o foco dos olhos para o rosto de Liam que esboçou leve confusão.
— Pelo quê? — Ele questionou perdido, se ajeitando um pouco ao lado do mais velho para não correr o risco de esmagar uma certa área. Theo permanecia sério parecendo ponderar um pouco.
— Por não deixar eu desistir dele.. — O mais velho respondeu em um tom melancólico, desviando o olhar do beta que observava ele atentamente. — Você estava certo ... seria uma decisão precipitada .. e-eu .. o amo demais, e agora sei que não me perdoaria nunca se fizesse o que pretendia .. — Theo disse com pesar e levou a mão livre para a própria barriga, observando como sua palma se encaixava nela. Ele sorriu involuntariamente com a sensação reconfortante em saber que o bebê ainda estava lá. Liam deixou um sorriso relaxado escorregar por seus lábios, e se inclinou mais, abraçando o corpo do outro que retribuiu de imediato enquanto fechava os olhos com força. Parecendo aliviado.
— Não pensa mais nisso .. o importante é que vocês estão bem e ele está seguro. — Liam sussurrou com a voz mansa, sentindo o outro relaxar gradativamente. Theo assentiu ainda de olhos fechados e deixou um beijo no ombro do namorado que sorriu fraco em reflexo. O beta se acomodou melhor, certificando-se de não não deitar em cima do abdômen do outro, e relaxou o corpo devidamente sentindo o mais velho esconder o rosto em seu pescoço, os olhos pesaram brevemente. — Pode descansar se quiser, está lutando pra manter os olhos abertos, e nem sei como ainda tinha forças pra arrumar a cozinha. — Liam sôou divertido em um tom baixo, notando o outro revirar os olhos.
— Purificador de ar não fala.
*
— Acha que eles vão se importar se chegar algumas horas mais cedo? Desculpa, tô ansioso, e não é possível que seja algo tão ruim assim que não possa ser dito pelo celular. — Mason resmungou ao mesmo tempo que organizava as roupas da mala, jogando-as de qualquer nos espaços enquanto Corey pegava as outras espalhadas pela cama e dobrada de qualquer jeito, colocando-as em sua própria mala.
— Acho que não, mas liga pra ele. Vai que estão em um momento.. você sabe, não quero me traumatizar de graça. — Mason riu alto, deixando algumas roupas caírem de volta na cama no processo. O chimera revirou os olhos negando com a cabeça, tentando conter um sorriso nos lábios ao ouvir a risada espontânea do outro.
— Espero que ninguém esteja a beira da morte e ele tá me escondendo isso. — Mason comentou casualmente e entregou as últimas roupas do namorado para ele. Eram um total de três malas e três mochilas e uma mala de mão. Não tinham ideia de como seriam suas vidas em NY, mas torciam para se adaptarem logo.
— Sei que aqui é Beacon Hills, mas não pensa o pior, okay? — Corey pediu em um tom calmo e se levantou colocando a mala já fechada no chão. Estavam devidamente prontos, mas só viajariam depois das datas comemorativas. As aulas iniciariam somente em janeiro por conta do Natal, então gostariam de ficar com a família e amigos até lá.
— Okay, mas vamos descansar primeiro, acho que depois ligo. — Mason disse meio incerto mas Corey concordou prontamente, se esgueirando para perto do namorado e o abraçando, conduzindo-os para deitar na cama.
— Agora sossega e dorme, por favor. — Corey quase implorou, fazendo o humano revirar os olhos carinhosamente. Ambos se acomodaram na cama devidamente. O chimera deitou a cabeça no peito de Mason que iniciou alguns carinhos em seus cabelos, mas ainda continuava inquieto. Ele não conseguiria relaxar, estava preocupado com o amigo.
— Você não consegue relaxar, não é? — Corey resmugou abafado. Mason murmurou algo em concordância, fazendo o outro praguejar em um lamento curto. — Vamos nos arrumar então.. — Disse quase que aborrecido.
— Me conhece tão bem.. — Mason se levantou rapidamente indo na direção do banheiro, ignorando o olhar cansado que o namorado o lançava.
~~~~x~~~~
Mason sempre ansioso e atrapalhado kajajsn
• Quais suas teorias sobre a reação de Morey? Quero muito saber plss ^^
Eai o que estão achando?
Amo vocês e até breve ♥♥
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