
|Capítulo 130|
P.O.V Emma Hale
Fazia exatamente dois dias desde que voltei, e durante esse tempo eu ignorei Liam, Brian e todos os outros. Eu precisava de um tempo para mim, para pensar sobre tudo o que havia acontecido comigo. Meus olhos mudaram de cor, agora estão vermelhos, como do Scott, claro que todos soube disso, até meu pai que me ligou preocupado e tive que acalmá-lo, eu puxe jura que escutei chorou de bebê mais deve ser coisa da minha cabeça.Tentei entrar em contato com Hayden, mas a única coisa que ela me disse foi que Theo salvou ela, assim como fez com Corey, Tracy e outro menino.Além disso, ignorei mais de 500 mensagens de Liam, que certamente estavam cheias de preocupação e perguntas.
(...)
P.O.V Narradora
Scott estava em seu quarto, tentando organizar sua própria versão do famoso quadro de crimes de Stiles. Um quadro de cortiça pendurado na parede estava repleto de fotos, post-its e linhas de lã vermelha conectando cada detalhe. Ele prendeu uma foto de Noah com a legenda "Última quimera" e ficou parado por um momento, observando seu progresso. Ao perceber que a ponta do fio ficou presa no punho de sua jaqueta, tentou soltá-lo delicadamente, mas acabou puxando o fio com força demais. O resultado foi catastrófico: fotos e anotações caíram no chão em um emaranhado confuso. Scott suspirou frustrado, massageando a testa.
— Isso tá com cara de algo que o Stiles faria. — comentou Emma, encostada no batente da porta.
— Ele ainda tá chateado comigo, né? — Scott olhou para a irmã e suspirou mais uma vez, a ruiva cruzou os braços, evitando o olhar dele. — Provavelmente não quer me ver tão cedo.—Scott largou o fio no chão e sentou-se na beirada da cama. — Acho que ele só precisa de um tempo. — ele olhou para Emma, que se aproximou e sentou ao seu lado. — E você? Como tá se sentindo?
— Como você acha que eu tô?—Emma deu uma risada amarga— Eu morri pela segunda vez e agora sou uma Alfa contra a minha vontade. — ela desviou o olhar, encarando o chão. — Nunca quis isso, Scott. E, pra piorar, talvez o Stiles estivesse certo. Ele nos avisou sobre o Theo, mas ninguém escutou.
— Eu sei.—Scott inclinou a cabeça, concordando silenciosamente
— E o Liam...— disse a ruiva—Não pega pesado com ele, tá? Ele já carrega a culpa de sobra. Eu o perdoei. Theo o manipulou, assim como fez com todos nós.
— Vou pensar nisso. — respondeu Scott, olhando para o quadro bagunçado.
— Você precisa falar com o Stiles.—Emma o encarou, firme—Ele é seu melhor amigo, Scott. Não deixa uma briga boba acabar com a amizade de vocês. Ele é parte dessa alcateia, e você sabe disso. Cabe a você consertar as coisas. — ela se levantou, cruzando os braços. — Precisamos dele, da Malia, da Lydia... até do Derek e da Kira. Ah, e eu sei que você sente falta dela.
— E você?—Scott abaixou a cabeça, pensativo. — Onde tá indo?
— Encontrar o Liam. — respondeu Emma, com um sorriso fraco.
— Emma...—Scott ergueu o olhar e a chamou antes que ela saísse—Acho que tá na hora de você formar sua própria alcateia.
— O quê? — rla parou e o encarou, surpresa.
— Você sempre teve talento pra liderança. — Scott deu de ombros, como se fosse óbvio. — Não importa como você se tornou uma lobisomem, você ainda é uma. E agora, como Alfa, pode ser ainda mais forte. O Brian, o Mason e o Liam já estão ao seu lado. Por que não oficializar isso?
— Você acha que eu seria uma boa Alfa?—Emma hesitou, seus olhos refletindo a insegurança que sentia
— Tenho certeza que seria incrível. — Scott sorriu abrindo os braços, chamando-a para um abraço. Emma se aproximou e o apertou com força.
— Te amo, Scott. — murmurou ela.
— Também te amo, Em. — Ele acariciou os cabelos da irmã antes de ela se afastar.
— Agora vai fazer as pazes com o Stiles, tá bom?—Emma deu um leve tapa na cabeça dele, rindo
— Pode deixar.—Scott sorriu
Emma saiu do quarto, fechando a porta com um último olhar de encorajamento.
(...)
P.O.V Emma Hale
Estava procurando por Hayden. Como uma versão mais impulsiva e menos calculista do Stiles, meu instinto me levou a investigar o desaparecimento dela e de sua irmã. Ao me aproximar do carro vazio, bufando de frustração, algo no reflexo da janela do passageiro chamou minha atenção. Antes que meu cérebro pudesse processar, meu corpo reagiu lancei um soco direto para a figura que apareceu ali.
— Liam?! — exclamei em choque ao perceber quem era.
Liam se abaixou a tempo de evitar meu golpe, levantando as mãos em um gesto de rendição enquanto ainda se recuperava do susto. Seus olhos me analisavam, levemente alarmados.
— Desculpa! — disse ele, tentando controlar a respiração, soltei um suspiro, tentando não rir, mas era impossível não sorrir ao ver sua expressão atrapalhada
— Você me assustou! — acusei, cruzando os braços. — O que você tá fazendo aqui?
— Eu te mandei, tipo, umas cem mensagens! — respondeu ele, com um tom quase desesperado. — Fiquei preocupado com você. Não falava com ninguém, nem comigo.
A preocupação nos olhos dele era óbvia. Mordi o lábio, sentindo a culpa crescer no meu peito. Eu sabia que tinha me afastado de todo mundo, inclusive dele.
— Eu sei... me desculpa. — minha voz saiu mais baixa do que eu pretendia, e percebi a surpresa no rosto dele. Liam ficou imóvel por um instante, processando minhas palavras, antes de gaguejar de exasperação.
— Você sabe? É só isso? Emma, eu tô super preocupado com você! — a voz dele ficou mais intensa, carregada de emoção. — Você passou um dia e meio morta! — fiquei olhando para o chão, incapaz de encará-lo. Sua voz suavizou, mas ainda estava cheia de dor. — Emma, olha pra mim... por favor.
Com esforço, finalmente levantei os olhos para encontrar os dele. Lágrimas queimavam em minha visão, ameaçando cair.
— Você me deixou... — soltei, quase como um sussurro. Liam piscou, confuso, uma sombra de culpa surgindo em seu rosto. — Quando eu mais precisava de você... Onde você estava, Liam? — minha voz falhou, e uma lágrima rolou pelo meu rosto. — Eu estava morrendo, e tudo o que eu queria era que você estivesse ao meu lado.
Ele soltou um suspiro pesado, os olhos brilhando com arrependimento
— Tentando matar o Scott. — sua confissão veio como um sussurro carregado de culpa.
Fiquei paralisada, sem palavras, tentando processar. Scott nunca havia mencionado isso, apenas que havia discutido com Liam.
— Eu tava cheio de raiva, Emma. Theo... ele me manipulou, me usou pra virar contra o Scott. — ele fez uma pausa, buscando meus olhos, mas eu mal conseguia encará-lo. — Mas quando soube de você, eu corri. Fui até você. Quando você morreu... uma parte de mim foi junto. — sua voz falhou, e eu olhei para o anel em minha mão, o peso da culpa e da dor preenchendo o silêncio.— Eu fiz de tudo pra te encontrar, Emma. — ele se aproximou lentamente, as mãos segurando meus braços com delicadeza. — Eu sentia que você estava viva.
— Liam... — murmurei, mas ele me interrompeu, a voz embargada.
— Eu me culpo por tudo. — seus olhos encontraram os meus, cheios de dor e sinceridade. — Por quase matar o Scott, por não estar lá pra você... eu vou entender se você quiser terminar comigo. — Sua voz quebrou, e ele abaixou o olhar. — Mas eu vou te esperar, Emma. Sempre.
Uma onda de emoção me atingiu, e minha voz saiu antes que eu pudesse pensar.
— Eu não vou terminar com você. — coloquei as mãos em seu rosto, sentindo sua respiração tremer sob meu toque.
Ele não disse nada, apenas me puxou para um abraço apertado. Escondi o rosto na curva de seu pescoço, sentindo o calor reconfortante dele.
— Me desculpa... — sussurrou ele, a voz cheia de arrependimento.
— Tá tudo bem, Liam. — murmurei de volta. — Eu te desculpo, meu amor.
P.O.V Narradora
Quando o rugido da Besta ecoou, rompendo o silêncio e enviando uma onda de adrenalina pelo corpo de Emma. Ela e Liam se separaram do abraço, olhos arregalados em alerta. No escuro, os olhos azul-esbranquiçados brilhavam como faróis ameaçadores, fixos neles. A Besta destruiu a porta de uma cerca de arame como se fosse papel, jogando os restos na direção deles.
Liam reagiu rapidamente, segurando a mão de Emma com firmeza e puxando-a para trás.
— Tenho a sensação de que já vi isso em algum lugar... — disse Emma, tentando disfarçar o medo com humor.
— Corre! — Liam gritou, já arrastando-a com ele.
Sem pensar duas vezes, ambos correram em direção à reserva natural, os passos ecoando no solo úmido enquanto a Besta os perseguia. Emma olhou por cima do ombro, vendo a criatura atravessar a porta como uma força imparável.
— Liam? — ela chamou, mas ele parecia concentrado apenas em escapar. Quando não obteve resposta, insistiu — Liam!
— Emma, não é hora de perguntas! Só corre! — ele retrucou, apertando ainda mais a mão dela.
Eles chegaram a uma ravina ampla e profunda que cortava o caminho como uma barreira intransponível. Os dois pararam bruscamente à beira, ofegantes, o som dos próprios corações quase abafando o rugido da Besta que se aproximava.Emma deu um passo para trás, tomando coragem.
— Vamos ter que pular. — ela declarou, olhando para Liam.
— Tá brincando?! — ele respondeu, incrédulo.
— Tem algo atrás de nós, Liam! Além disso, podemos fazer isso. Agora vem logo, seu idiota! — antes que ele protestasse, Emma segurou sua mão e o puxou.
Com um impulso poderoso, os dois saltaram sobre a ravina. No ar, perderam o contato das mãos, e Emma aterrissou em uma posição de três apoios.
— Viu, amor? Eu te disse! — Emma exclamou com um sorriso de vitória, mas o sorriso desapareceu quando notou a ausência de Liam ao seu lado. — Amor?
— Vida, dá pra me ajudar aqui?! — ele gritou, pendurado na borda da ravina,
Emma tentou conter a risada, mas falhou miseravelmente.— Amor! Não é hora de rir!
— Desculpa! — ela disse entre risos, ajoelhando-se para ajudá-lo.
Antes que pudesse puxá-lo, a Besta saltou facilmente sobre a ravina, pousando do outro lado com um rugido ameaçador.
— Você confia em mim? — Liam perguntou de repente, o olhar sério.
— Sim? Por quê? O que você está pensa... — sntes que terminasse, ele a puxou para a ravina junto com ele.
Emma soltou um grito de surpresa, mas Liam a envolveu em seus braços enquanto ambos despencavam. Quando finalmente atingiram o solo, Emma rolou e se levantou rapidamente. Ao olhar para Liam, viu que ele estava deitado de costas sobre uma pedra, inconsciente.
— Liam! — ela correu até ele, dando leves tapas em seu rosto até que ele abriu os olhos, gemendo de dor.
— O que você está fazendo? — ele perguntou, a voz fraca.
— Certificando-me de que você está vivo, idiota. — respondeu ela
— Ah, não consigo mexer as pernas. Acho que quebrei as costas. — ele tentou se levantar, mas gemeu novamente, desistindo. Emma franziu a testa, preocupada.
— Você vai se curar... Eu acho. — disse ela, tentando ajudá-lo a se sentar.
— Tudo bem. Como você disse, eu vou me curar. — Liam forçou um sorriso, apesar da dor.Emma passou a mão pelo rosto dele, carinhosa.
— Tem algo que você precisa saber.
— O quê?
— Foi o Theo que despertou a Hayden, o Corey e a Tracy. Ele também me queria. — ela confessou, a voz hesitante.
— O que ele quer com você? —Liam a encarou, alarmado.
— Não faço ideia.— munurrou ela.
— Há ele não vai chegar perto de você. Nem que eu tenha que ficar colado em você. — Liam afirmou, a determinação em sua voz deixando Emma sem palavras.
Ela sorriu, inclinando-se para beijá-lo. O beijo dissipou a dor de Liam, e quando se separaram, ela encostou a testa na dele.
— Senti falta do seu beijo. — ele murmurou, sorrindo.
— Vamos, vou te ajudar. Precisamos encontrar a Hayden.
— Posso me curar primeiro? — pediu ele, Emma riu.
— Tudo bem. — e o beijou novamente.
(...)
A noite estava fria, e o silêncio ao redor do Sinema era quebrado apenas pelo som de passos apressados. Josh saiu pelas portas do local, claramente frustrado, o rosto fechado enquanto esfregava as mãos pelos cabelos. Do lado de fora, Theo estava encostado casualmente na frente de sua caminhonete, o capô aberto como se estivesse esperando por alguém.
— Quanto você pegou, Josh? — perguntou Theo, sua voz calma e carregada de provocação,Josh parou e olhou para ele, bufando irritado.
— Muito. E eu não sinto nada! — retrucou, cruzando os braços e lançando um olhar de desafio.
— Você não vai sentir.—Theo deu de ombros, indiferente.— Seu corpo se cura rápido demais.
A frustração de Josh parecia apenas aumentar com a falta de emoção no tom de Theo. Ele cerrou os punhos, os olhos ardendo de raiva.
— É? Então talvez você devesse ter me deixado morto.
Theo o encarou por um momento, seus olhos avaliando o garoto como se estivesse pensando em algo. Então, um sorriso malicioso surgiu em seu rosto.
— Ou talvez você só precise sentir outra coisa. — disse, virando-se para pegar um par de cabos no interior do caminhão. Ele os entregou a Josh, que hesitou antes de pegá-los com um suspiro irritado.
— Algo melhor. — Theo conectou a outra ponta dos cabos à bateria do veículo, o som de faíscas cortando o ar.
De repente, uma poderosa onda de eletricidade passou pelos cabos e atingiu as mãos de Josh. Ele gritou de surpresa, mas o grito logo se transformou em um rugido de êxtase. Suas presas e garras surgiram, seus olhos brilhando com energia enquanto ele absorvia a eletricidade.Theo riu alto, claramente satisfeito com o efeito.
— Como você se sente agora?
Josh, ofegante e com um sorriso selvagem no rosto, rugiu novamente, dessa vez com alegria.
Enquanto isso, não muito longe dali, Emma e Liam se aproximavam, parando ao ver a cena. Liam, já recuperado, estava concentrado em sua busca por Hayden, mas o som do rugido de Josh chamou sua atenção.
— O que diabos é isso? — Liam murmurou, seus olhos estreitando enquanto ele observava Josh e Theo.
— Parece que Theo encontrou outro brinquedinho. — Emma respondeu, sua voz carregada de desdém enquanto permanecia atrás de Liam, observando de forma calculada.
Quando Theo se virou e seus olhos caíram sobre o casal, seu corpo enrijeceu. Por um momento, ele ficou estático, como se estivesse vendo um fantasma.
Emma estava viva. E ao lado de Liam.
A raiva começou a ferver dentro de Theo, o choque dando lugar a uma fúria que ele não conseguiu esconder. Como ela podia estar viva? Mais importante, como ele não a havia encontrado para trazê-la para o seu bando?
Liam lançou um último olhar de advertência para Theo antes de se virar e seguir com Emma, ignorando deliberadamente o olhar mortal do outro.
Theo, com as mãos cerradas e os olhos brilhando de fúria, permaneceu parado, observando o casal desaparecer na distância. Ele não iria deixar isso passar. Não dessa vez.
(...)
Na manhã seguinte, Emma e Liam caminharam juntos pelo corredor da escola. Ao avistarem Mason e Brian, os dois se aproximaram para compartilhar o que haviam descoberto nos últimos dois dias.
— Eu e Liam fomos até o Sinema procurando pela Hayden — começou Emma, seu tom carregado de preocupação. — E lá estava Josh. Parado ali, completamente vivo.
— Assim como Hayden.—Mason estreitou os olhos, assimilando a informação.
— Por causa do Theo — interveio Liam, cruzando os braços. — Ele trouxe os dois de volta. Isso é o que ele está fazendo. Está construindo um bando.
— E temos que agradecer que a Emma está com a gente e não com ele.— Brian soltou um suspiro nervoso e lançou um olhar a Emma.
— Um bando de quimeras mortas.—Mason franziu o cenho, pensativo
— Ambos pareciam muito vivos para mim — replicou Emma, balançando a cabeça. — Mas... não são a mesma coisa. Eu sinto algo estranho sobre Hayden. Havia algo errado com ela.
— Talvez seja isso que morrer faz com você?—Mason refletiu por um momento antes de sugerir, hesitante— E se escurecer sua alma? E se eles forem... maus agora?
— Eu não sou má. — Emma parou de andar, encarando o amigo com firmeza.
Antes que alguém pudesse responder, as portas da escola se abriram de repente, provocando um sobressalto nos quatro. Eles se viraram para encarar a figura que entrava no prédio.
Corey. Vivo e sorridente.
Ele parecia completamente à vontade enquanto caminhava até eles, como se nada de extraordinário tivesse acontecido.
— Ei, pessoal! Vocês também estão se voluntariando para a limpeza da biblioteca? — perguntou, o sorriso despreocupado contrastando com o choque estampado nos rostos dos outros.
Os quatro ficaram sem palavras, trocando olhares confusos antes de balbuciarem ao mesmo tempo.
— Sim! Claro!
(...)
Mais tarde, na biblioteca, Brian, Liam e Emma se sentaram a uma das mesas, fingindo trabalhar enquanto mantinham os ouvidos atentos à conversa entre Mason e Corey, que estavam perto de uma das estantes.
Mason parecia nervoso, e sua hesitação ficou evidente na maneira como começou a falar.
— Então... — ele pigarreou, olhando para Corey. — Você está... vivo.
— Sim. —Corey deu uma risadinha, divertido
Seguiu-se um silêncio constrangedor antes que Mason voltasse a falar, claramente sem saber o que dizer.
— Deve ter sido difícil explicar isso para seus pais...
— Na verdade, não.—Corey encolheu os ombros, mantendo o tom leve—Eles não me notavam muito antes disso. Acho que agora estão felizes porque acham que podem processar o hospital.
Mason franziu a testa, preocupado com o vislumbre da vida doméstica de Corey.
— Eles devem estar felizes por você estar vivo, certo?
Corey deu um olhar sério antes de devolver a pergunta:
— E você?
Mason piscou, confuso com a mudança de assunto.
— Eu?
Corey assentiu, esperando a resposta. Mason hesitou antes de finalmente dizer:
— Vivo é definitivamente melhor do que morto. Você sabe, muito melhor.
Corey riu baixo, quase como se estivesse aliviado.
— Você não tem ideia do que me dizer, não é?
Mason suspirou, sem conseguir disfarçar a frustração.
— Na verdade, não.
Corey inclinou a cabeça, um sorriso brincando em seus lábios.
— Posso fazer uma pergunta, então?
— Claro.
— O que você vai fazer no sábado à noite?
Do outro lado da sala, Emma e Liam trocavam olhares.
— É tão fofo ver os dois juntos — comentou Emma com um sorriso. — Corey definitivamente não parece ser do mal.
— Eu não confio nele — murmurou Liam, desconfiado.
— Cala a boca! — disseram Brian e Emma ao mesmo tempo, fazendo Liam erguer as mãos em rendição.
Eles voltaram sua atenção para Corey e Mason, que agora conversavam com um misto de nervosismo e algo mais... esperançoso.
(...)
Após a conversa entre Corey e Mason ter terminado, Emma, Liam, Mason e Brian se reuniram no canto da biblioteca para discutir o próximo passo.
— Ele saiu. Qual é o plano? — perguntou Liam, impaciente.
— Tenho um encontro com ele no sábado.—Mason deu um sorriso tímido antes de revelar,Emma bateu palmas, os olhos brilhando.
— Aww, vocês são tão fofos juntos! — disse ela, pousando as mãos nos ombros de Mason, enquanto sorria de orelha a orelha.
— Esse não era o plano.—Liam estreitou os olhos, incrédulo.
— Eu pensei que era esse o plano! — retrucou Mason, confuso.
— Você deveria perguntar sobre o Theo!—Liam jogou as mãos para o alto, horrorizado.— Não podemos esperar até sábado!
— Dessa vez eu concordo com o Liam — Brian interveio, cruzando os braços.
— Desculpe, mas “Theo está liderando um bando maligno de quimeras” não foi exatamente uma progressão natural para a conversa! — Mason rebateu, frustrado.
Liam e Brian trocaram olhares exasperados, frustrados com a dificuldade em descobrir os planos de Theo.
Emma suspirou e levantou-se decidida.
— Tudo bem. Eu vou falar com ele.
Sem esperar uma resposta, ela saiu da biblioteca, e Liam imediatamente a seguiu. Mason e Brian se entreolharam, e Brian riu ao comentar:
— Ele é tão cachorrinho. Só falta latir para ela.
No momento seguinte, um latido de Liam ecoou pelo corredor. Mason e Brian não conseguiram conter o riso, dobrando-se de tanto rir.
(...)
Mais tarde, Emma e Liam estavam de mãos dadas, caminhando pelo corredor, quando sentiram a presença de Corey e Theo. Eles se aproximaram de Mason, que parecia nervoso enquanto digitava freneticamente no celular.
— Corey não está me respondendo — disse Mason, olhando preocupado para os dois.
— Porque ele saiu com Theo — respondeu Liam, sério.
— Tem certeza?—Mason ficou boquiaberto,Emma e Liam assentiram em sincronia.
— Ele esteve aqui — afirmou Emma, cruzando os braços,Liam passou o braço ao redor da cintura dela, puxando-a para mais perto.
— Bem, então, devemos fazer algo, certo? — Brian apareceu, provocando. — Ou será que deixamos isso pro senhor briguento?
Liam revirou os olhos, mas não conseguiu esconder seu nervosismo. Mason percebeu o desconforto do amigo e decidiu encará-lo com firmeza.
— Liam, você tem que contar a ele.
— Eles estão certos, amor — Emma concordou, virando-se para o namorado. — Meu irmão vai te perdoar.
— Você acha mesmo que ele vai me ouvir? munurrou ele, Liam soltou um suspiro profundo, parecendo mais perdido do que nunca.
— Você é o beta.—Emma segurou o rosto dele com delicadeza e sorriu.— Claro que ele vai falar com você. E, se não falar, eu mesma bato nele.
Liam não pôde evitar sorrir, mas sua ansiedade ainda era evidente.
— E por onde eu começo? “Desculpe por tentar te matar”? “Desculpe por te culpar por quase perder minha namorada”? “Desculpe por deixar você morrer para que Theo pudesse te usar”? — ele jogou as mãos para o lado, exasperado.
— Ou deixa ele te bater.—Brian deu de ombros, divertido.—Pode ajudar também.
— Se começar com “Desculpe”, o resto provavelmente nem importará.—Mason pousou uma mão reconfortante no ombro de Liam. —Vamos, Brian. Você me deve uma carona.
— Beijo, minha vida! — brincou Brian, beijando a bochecha de Emma antes de sair com Mason.
— Eu vou com você. —Emma olhou para Liam e segurou seu rosto novamente. Ela lhe deu um selinho, e os dois sorriram um para o outro. — Mas, antes, me responde uma coisa... — Emma arqueou uma sobrancelha. — Você latiu para mim?
— Sim, eu lati.—Liam sorriu de canto e puxou a cintura dela com mais firmeza.
— Vamos logo, lobo—Emma revirou os olhos, rindo
(...)
Eichen House era um lugar que exalava desespero, e Lydia sentia isso até em seu estado mais vulnerável.
Deitada imóvel na cama, seus olhos fixos no teto pareciam vazios, mas sua mente estava longe de quieta. Um súbito clarão de consciência percorreu seu ser, e ela virou a cabeça lentamente para os lados, analisando o quarto. A pia desgastada, o banheiro minimalista e a enorme porta de metal escancarada destacavam-se em sua visão. Algo parecia... errado.
Lentamente, ela levantou-se, sentindo o piso frio contra seus pés descalços. Aproximou-se da porta hesitante, mas, ao dar o primeiro passo para fora, um calafrio percorreu sua espinha. Ao se virar, o choque congelou seu corpo.
Na cama, ainda imóvel, estava ela mesma, catatônica. Seu corpo físico permanecia deitado enquanto seu espírito – o eu astral da Banshee – vagava livremente.
— O que está acontecendo...? — murmurou para si mesma, sua voz um eco distante no vazio.
Antes que pudesse processar completamente, um som metálico perturbador quebrou o silêncio. A sensação de alerta foi imediata. Lydia saiu do quarto, seus passos leves ecoando pelos corredores desolados de Eichen House.
A trilha do ruído a guiou até uma porta de metal, que ela abriu com cautela. O cômodo era um banheiro de azulejos brancos imaculados, com uma banheira ao centro. O local parecia estranhamente familiar, um fragmento de memória que pairava em sua mente desde a leitura obrigatória.
Seu coração acelerou quando o som de uma respiração pesada encheu o ambiente. Aproximando-se da banheira, ela inclinou-se ligeiramente para olhar mais de perto. Foi então que uma pequena mão feminina, coberta de uma gosma negra viscosa, emergiu abruptamente da água, agarrando a borda da banheira com força.
Lydia recuou, ofegante, seu corpo tremendo.
— Não... Não pode ser... — sussurrou, o pânico crescendo em sua voz.
A figura começou a surgir da banheira. Era Meredith. Seu corpo estava encharcado, coberto pela substância negra, e uma camisola hospitalar úmida pendia de seus ombros magros. Os movimentos dela eram espasmódicos e desconexos, quase sobrenaturais, enquanto avançava em direção a Lydia.
Lydia começou a hiperventilar, seus instintos gritando para correr. Mas quando tentou sair, a porta fechou-se violentamente atrás dela, trancando-a dentro do banheiro.
— Não! Me deixe sair! — ela gritou, sua voz abafada pelo pavor.
Meredith finalmente se ergueu, seus olhos vidrados encontrando os de Lydia. O ambiente ficou mortalmente silencioso
— Não tenha medo.—Meredith murmurasse suavemente, o grito de Lydia ecoou pelo ambiente, mas não em som qualquer.
(...)
A clínica estava envolta em um silêncio inquietante, com Liam batendo contra a porta trancada enquanto pressionava o corpo ansiosamente contra ela.
— Scott! Eu preciso falar com você! Scott!— gritou Liam, o som ecoando no vazio.
Ao lado dele, Emma observava a entrada com um olhar calculista. Sem hesitar, suas garras surgiram lentamente.
— O que você pensa que vai fazer, menina?— perguntou Liam, alarmado, mas Emma simplesmente revirou os olhos.
—Nada demais... Apenas entrar.
Com um movimento ágil, Emma destrancou a porta e a empurrou, revelando o interior sombrio da clínica. Liam hesitou por um momento, mas logo seguiu a garota para dentro. Eles caminharam em direção à sala onde Emma costumava ficar, mas tudo estava envolto em uma escuridão pesada.
— Emma, ele não está aqui. — Liam se virou, encarando a namorada com uma expressão frustrada. Mas algo no rosto dela o fez parar. — Amor? O que foi?
Emma estava mexendo nos dedos nervosamente, evitando olhar diretamente para ele. Algo parecia martelar na cabeça dela, uma angústia que ela não conseguia esconder. Liam caminhou até ela, suavizando a voz.
— Ei... o que aconteceu? Fala comigo.
— Eu... — Emma começou, a voz tremendo, mas logo se calou. Seus olhos finalmente encontraram os de Liam, e eles permaneceram assim, se encarando em silêncio por longos segundos.
— Você realmente quase... matou o Scott por minha causa?— questionou a Emma, um pouco hesitante
Emma piscou, surpresa pela pergunta direta. Ela ficou alguns segundos sem saber como reagir, mas logo cruzou os braços e soltou um suspiro pesado.
— Era uma superlua, Emma.— Liam riu nervosamente, tentando suavizar a situação, mas era evidente que não achava graça alguma.
— Liam...
— Mas... sim, acho que sim... O amor realmente nós deixa cego.
Emma deu um passo para trás, surpresa com a confirmação, mas logo balançou a cabeça e deixou escapar uma risada curta e amarga.
—Isso é incrível, Liam. De verdade. Ele é um dos seus melhores amigos... e meu irmão! — ela comentou com um tom levemente sarcástico, mas seus olhos traíam a seriedade do momento. — Mas, sabe, se fosse com você... eu faria o mesmo. Eu não conseguiria te perder.
As palavras dela trouxeram um alívio inesperado a Liam, que, sem pensar, segurou a cintura de Emma e a puxou para mais perto. Ele a olhou nos olhos, o mundo ao redor desaparecendo.
—Eu te amo tanto, Emma...— ele murmurou, sua voz carregada de emoção.
Sem esperar por uma resposta, ele a beijou apaixonadamente. Emma, surpresa no início, logo se entregou, envolvendo os braços ao redor do pescoço dele. As mãos de Liam desceram até sua cintura, enquanto a outra segurava seu rosto com delicadeza, acariciando sua pele.
O beijo se tornou mais intenso, e Emma, impulsivamente, pulou no colo de Liam. Ele a segurou firmemente pelas coxas, aprofundando o momento, enquanto as mãos dela deslizavam pelos cabelos dele.
— Eu também te amo, Liam. — Emma sussurrou contra os lábios dele antes de puxá-lo para mais um beijo, suas palavras selando a conexão que compartilhavam.
(...)
Em outro lugar, nos túneis, Scott e Stiles estavam sentados lado a lado, o silêncio sendo quebrado apenas pelos gemidos ocasionais de Stiles enquanto se recuperava do veneno Kanima. Scott olhou para ele com um semblante sério.
— Precisamos de ajuda.— disse—Se Theo tem seu próprio bando agora, nós precisamos do nosso. Temos que trazer os outros de volta.
—Os outros?—Stiles zombou, erguendo as sobrancelhas.—Você quer dizer Kira, que está lutando contra um espírito homicida? Malia, que não fala com a gente? Lydia, presa em Eichen House? Liam, que quase te matou? E Emma, que virou uma Alfa e agora está grudada no Brian?
—Também conhecidos como nossos melhores amigos. —Scott deu um sorriso fraco, encolhendo os ombros.
— Certo.—Stiles suspirou, esfregando o rosto com uma mão enquanto ponderava as palavras do amigo. —E como exatamente vamos fazer isso?
— Um por um. — Scott respondeu com simplicidade, desenhando um pequeno círculo no chão empoeirado com os dedos.
—Você não vai mesmo me obrigar a fazer isso, vai?— Stiles o encarou, desconfiado.
—Você faz parte do bando, certo?
Relutante, Stiles esticou o braço para terminar o desenho, completando o símbolo do Pack McCall com um círculo maior. Quando terminou, olhou para Scott, que parecia satisfeito.
— Agora temos dois Alfas no bando. Precisamos encontrar Kira.*
Scott se levantou e ajudou Stiles, colocando o braço dele ao redor de seus ombros para sustentá-lo.
— Eu ainda odeio essa tatuagem. — Stiles resmungou, arrancando uma risada genuína de Scott pela primeira vez em muito tempo.
— Eu sei.
Enquanto caminhavam lentamente pelos túneis, Stiles lançou um olhar para Scott.
— Aliás, onde está a Emma?
— Com Liam. Deixa ela, cara
Mais um capítulo amores espero que gostem e me desculpem se tiver erros de português amores ❤️ 🥰 ❤️ 🥰
Amores o que acharam desse capítulo amores???
Meta 50 curtidas amores
Até o próximo capítulo amores 🥰 🥰 🥰
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