P.O.V Emma Hale

Ainda estávamos na reserva de Beacon Hills, e eu estava sentada no carro com a porta aberta. Liam estava ajoelhado na minha frente, acariciando meu rosto com cuidado.

— Você não quer me dizer o que viu? — ele perguntou, sua voz carregada de preocupação. Eu olhei para ele, e depois para Brian, Mason e Brett, que me observavam com expressões preocupadas. Eu queria explicar, mas não conseguia encontrar as palavras. Antes que pudesse dizer algo, o celular de Brian tocou e ele atendeu rapidamente. A conversa durou apenas alguns segundos.

— Tracy escapou e atacou Lydia. Temos que ir para o hospital agora — ele anunciou.

— Lydia? — foi tudo o que consegui dizer, o pânico tomando conta de mim.

(...)

Eu, Liam e Brian chegamos rapidamente ao hospital, enquanto Brett se encarregava de levar Mason para casa. Assim que chegamos, Scott veio ao nosso encontro e começamos a seguir o grupo. Liam e Brian estavam explicando o que havíamos descoberto, mas eu me mantinha calada, apertando a mão de Liam com força.

— Tracy foi enterrada? — Scott perguntou.

— Enterrada viva em um buraco. Ela rastejou para fora. Depois encontramos outro buraco — Liam respondeu.

— Quem foi enterrado naquele? — Scott continuou, franzindo a testa.

— Não sabemos. Mas acho que vamos querer descobrir — Brian disse, enquanto entrávamos no elevador, que subiu rapidamente. Quando chegamos ao andar, nos aproximamos do grupo.

— Poderia ter sido pior, Theo você fez um bom torniquete. Salvou a vida dela — disse minha mãe, Melissa, olhando para todos nós com tensão. — Olhem, ela está prestes a entrar em cirurgia, então vai demorar um pouco. Algum outro detalhe sobrenatural que eu precise saber, ou apenas costuramos e esperamos pelo melhor?

— Foi a cauda — Kira falou, respondendo à minha mãe.

— Cauda? — Brian perguntou, confuso.

— Tracy cortou com a cauda, se isso faz alguma diferença — Scott explicou.

— Ok — Melissa respondeu, tentando manter a calma.

— Mas não foi apenas Tracy. Havia outros caras com máscaras — Malia acrescentou, e assim que ela disse isso, senti um medo profundo. Tentei controlar minhas emoções, respirar devagar, mas o medo estava ali, me consumindo. Senti o olhar de Theo sobre mim.

— Eu vou ao banheiro — murmurei, soltando a mão de Liam.

— Ei, você tá bem? — Scott perguntou, notando minha expressão.

— Sim — respondi, tentando sorrir, me afastando e indo rapidamente em direção ao banheiro, onde eu poderia ficar sozinha por um momento e respirar fundo, longe de todos aqueles olhares preocupados.

(...)

Entrei rapidamente no banheiro, o pânico tomando conta de mim. Fui até a pia, liguei a água e joguei um pouco no meu rosto, tentando me acalmar. Olhei para o espelho, percebendo que minha respiração estava pesada e meu coração acelerado. Então, as luzes começaram a piscar e, de repente, o ambiente se transformou diante dos meus olhos. As paredes estavam deterioradas e vi uma maca próxima a mim. Percebi que não estava mais no banheiro.

Um barulho me assustou, e virei o olhar para a frente, me deparando novamente com aquela figura usando uma máscara. Meu coração disparou, e eu me aproximei da parede, sentindo o terror se espalhar pelo meu corpo.

— Isso não é real... — murmurei, tentando me convencer. Fechei as mãos, sentindo as garras se formando, e o sangue escorreu quando apertei com força. Fechei os olhos e comecei a contar de trás para frente, tentando controlar o medo.

Quando abri os olhos lentamente, percebi que estava de volta ao banheiro. Olhei para minhas mãos, agora curadas, mas ainda manchadas de sangue. Saí do banheiro, sentindo um arrepio percorrer minha espinha. Coloquei as mãos nos bolsos do meu blusão e me dirigi até o grupo.

Liam se aproximou de mim e passou o braço em volta do meu ombro, oferecendo apoio. Senti um pouco de conforto ao sentir sua presença.

— Scott, eu vou para a casa do Liam — avisei, buscando um pouco de segurança.

— Tudo bem, Emma — Scott assentiu, compreensivo.

— A gente já vai — Liam disse, e juntos começamos a nos afastar

(...)

Assim que chegamos em casa, eu e Liam nos dirigimos ao seu quarto. Ele fechou a porta atrás de nós, criando um ambiente de privacidade e conforto. A tensão ainda pulsava dentro de mim enquanto Liam se aproximava com um olhar preocupado e urgente.

— Mostre-me suas mãos — elenpediu, sua voz calma e reconfortante. Retirei as mãos dos bolsos e as estendi para ele. Enquanto examinava delicadamente, notei seu olhar fixar-se no sangue seco que ainda manchava minha pele.— Você apertou as garras, não foi? — afirmou, sua preocupação evidente. Concordei, sentindo a vergonha me invadir por causa do gesto involuntário que fiz enquanto estava em pânico. — Emma, por favor, me conte... — pediu, a ansiedade em sua voz misturando-se com um carinho genuíno.

— Eu vi a mesma coisa que a Malia — murmurei, a voz trêmula, sentindo o medo voltar à tona. — Na floresta e no banheiro... Foi aterrorizante. Tudo parecia tão real, tão distorcido. Eu não sabia o que era verdade ou ilusão. Fiquei com medo, Liam... Muito medo novamente... — minha voz falhou, e ele imediatamente me envolveu em um abraço reconfortante, acolhendo-me em seus braços.

As lágrimas escorriam livremente enquanto eu escondia meu rosto em seu peito, sentindo sua presença reconfortante e a segurança ao meu redor. Liam segurou gentilmente meu rosto, olhando nos meus olhos com uma expressão de determinação.

— Lembra quando eu fiquei com medo dos Berserkers? — perguntou, e murmurei que me lembrava. — Você não saiu do meu lado, ficou comigo o tempo todo. Agora é minha vez de estar ao seu lado e te apoiar. Não importa o que aconteça, vamos enfrentar isso juntos, Emma. Eu estou aqui por você — disse, e um sorriso frágil se formou em meus lábios ao ouvir suas palavras reconfortantes.

Liam acariciou suavemente meu rosto, transmitindo seu afeto e carinho através de seus toques.

— Obrigada, Liam — sussurrei, deixando-me levar pela sensação de segurança que sua presença me proporcionava. Ele se aproximou e deu um beijo suave na minha testa.

(...)

Na manhã seguinte, eu e Liam estávamos sentados juntos na aula de História. A cada momento, eu sentia os olhares de Hayden sobre nós, e isso me incomodava. Para chamar a atenção de Liam, soltei um rosnado baixo, e ele se virou para mim, com preocupação no olhar.

— Tá tudo bem? — ele murmurou, a voz carregada de cuidado. Apontei discretamente na direção de Hayden, que não parava de nos encarar.

— Então por que ela não tira os olhos de nós? Será que eu preciso escrever na sua testa que você está namorando? — minha voz carregava um leve tom de ciúmes. Eu confiava em Liam, mas não nas intenções das garotas ao nosso redor. Liam soltou uma risada, sorrindo para mim.

— Esquece ela... — ele disse, tentando me acalmar.Nesse momento, o Sr. Yukimura nos chamou a atenção.

— Sr. Dunbar e Sra. Hale, estão gostando de dividir a conversa? — perguntou o professor. Eu e Liam rapidamente nos viramos para a frente, surpresos.

— A gente só estava comentando sobre sua aula. Cada dia aprendemos coisas novas — respondi, sorrindo, e o professor retribuiu o sorriso.

— Muito bem, continuem prestando atenção — ele disse, voltando ao assunto da aula. Olhei para Hayden, que estava sorrindo e piscou para mim. Instantaneamente, meu rosto corou, e virei meu olhar para evitar o contato visual.

— Que doida... — murmurei, começando a fazer anotações, tentando ignorar o desconforto.

(...)

Após a aula, Mason se aproximou de mim e Liam, com uma expressão animada.

— Hoje vamos ser adolescentes normais — anunciou, e eu e Liam trocamos olhares confusos.— Vamos para uma boate — continuou, e eu franzi a testa.

— Nós só temos 16 anos — protestei, sem acreditar no que estava ouvindo.

— Confie em mim, Emma, você vai se divertir, e o Liam também — disse Mason, parecendo convencido.

— Tudo bem, eu quero me animar um pouco — acabei cedendo, curiosa,Liam parecia hesitante e passou a mão na nuca, pensativo.

— Não sei não... — ele disse, ainda indeciso.

— Tudo bem, então, Emma vamos nós dois.—Mason, percebendo a hesitação, sorriu para mim.—E provavelmente vão ter vários caras dando em cima dela — comentou, olhando para Liam, que ficou visivelmente desconfortável.

— Eu vou — Liam finalmente se decidiu, e Mason sorriu, satisfeito com a resposta.

(...)

Estava no meu quarto, decidindo qual roupa usar para a boate. Olhei para as opções e escolhi uma calça preta que realçava minha cintura, um cropped preto, uma jaqueta preta e uma bota. Deixei meus cabelos soltos e passei apenas um batom nude nos lábios. Depois de me perfumar delicadamente, escutei vozes dos meninos lá embaixo e decidi descer as escadas.

Assim que cheguei, Liam me olhou de cima a baixo, seu olhar se detendo na minha roupa.

— Está ruim? — perguntei, insegura, enquanto passava a mão pela jaqueta.

— Pelo contrário, você está gata — ele disse, sorrindo. Senti meu coração acelerar e, envergonhada, passei a mão pelo cabelo, colocando uma mexa atrás da orelha.Nesse momento, Mason apareceu.

— Vamos? — ele perguntou, e eu e Liam concordamos, trocando olhares que diziam tudo. Estava pronta para a noite que nos esperava.

(...)

Chegamos na Sinema, ou melhor, fomos entrar por trás. Tentei chamar Brian, mas ele disse que estava ocupado. Estava entre Mason e Liam, meu namorado, que estava mandando mensagens no celular. Obviamente, eu tinha esquecido o meu.

— Você pode guardar seu telefone um pouco? Scott pode uivar se precisar de você — Mason comentou,Liam guardou o celular e pegou minha mão.

— Eu apenas sinto que deveria estar fazendo alguma coisa — ele disse, olhando para mim com um ar de preocupação.

— Você está! Você é Emma, meu braço direito esta noite. E, considerando o estado da minha vida amorosa, preciso de um ala, co-piloto e uma comissária de bordo muito gostosa — Mason disse, me olhando. Apenas ri com seu comentário.

— Eu definitivamente não sou sua comissária de bordo gostosa, mas minha namorada é — Liam brincou, e não pude deixar de sorrir.

— Ok, sim, as escolhas são limitadas, mas pelo menos aqui vocês podem ficar bêbados! — Mason respondeu, e começamos a andar. Subimos as escadas, e a porta foi aberta por Hayden, que olhou para Liam com desgosto e suspirou.

— Eu disse que deixaria você e a ruiva entrarem, não ele — Hayden disse.

— Você disse que eu poderia ter dois acompanhantes! — Mason rebateu.

— Mas o Liam não, apenas a Emma — Hayden respondeu, e eu olhei para ela sem entender.

— Eu sou a comissária de bordo dele — Liam disse, e Hayden ficou confusa.

— Somos os acompanhantes do Mason — respondi colocando as mãos na cintura e encarando Hayden.

— Esquece, não preciso entrar. Vamos,Emma — Liam disse, pegando meu braço e fazendo eu tirar as mãos da cintura.

— Não, vocês vão entrar. Que tal eu, e eles... mais cinquenta? — Mason disse, mostrando uma nota de cinquenta que Hayden pegou.

— Bem-vindo à Sinema — Hayden disse, falsamente, dando espaço para a gente entrar. A música estava alta. Liam me colocou na frente dele e segurou minha cintura. A boate estava lotada, com DJ, luzes piscando e todos dançando. Começamos a andar, observando as pessoas dançando apenas com roupas íntimas. Alguns meninos e meninas me olharam sorrindo, e Liam apertou minha cintura. Eu me virei para ele, fiz com que tirasse as mãos da minha cintura e peguei sua mão, sorrindo. Paramos no meio da pista.

— A gente não tem ideia de estar aqui — Liam disse.

— Nem eles! — Mason respondeu, apontando. Olhei e vi Brett e Brian juntos, dançando sem camisa. Ambos se beijaram e logo Brian beijou uma menina e Brett um rapaz. Eu sorri.

— Então, a boate é mista? —  perguntei, animada com a ideia de aproveitar a noite.

— Com certeza — Liam respondeu, e eu, empolgada, me virei para ele. Puxei Liam pela blusa, aproximando nossos corpos, e comecei a dançar no ritmo contagiante da música, sentindo a energia pulsar através de mim. Liam me olhava de forma tímida, mas logo passou o braço em volta da minha cintura, puxando-me para mais perto dele. Nossos quadris se moviam em perfeita sintonia com a batida.

De repente, ouvimos Hayden sussurrar algo e ela saiu. Parei de dançar e comecei a andar, mas logo segurei a mão de Liam, sentindo uma sensação estranha enquanto olhava ao redor. Tudo parecia desacelerar, e uma figura masculina se destacou à minha frente. Uma sensação estranha percorreu meu corpo, e instintivamente segurei o braço de Liam. Logo depois, tudo voltou ao normal, e olhei para ele, soltando um suspiro.

— Ei, baby girl — Liam disse, chamando minha atenção. Fiquei um pouco sem jeito.— Você está bem? — ele perguntou.

— Claro — respondi, me aproximando dele conforme algumas pessoas começaram a dançar ao nosso redor.

— Você também sentiu algo? — ele perguntou, e olhei para ele, soltando um suspiro.

— Porque eu também senti — digo hesitante.

(...)

— Eu não senti nada — Brett disse, um pouco alto por causa da música.

— Não há mais ninguém aqui sentindo o mesmo que a gente? — perguntei, olhando para ele.

— Não sei, ruivinha. Talvez? — Brett respondeu, encolhendo os ombros.

— É Beacon Hills. Qual é a diferença? — Brian completou, balançando a cabeça.

— Foi diferente.— eu e Liam nos entreolhamos e falamos juntos:

— O que vocês querem dizer?—Brett franziu a testa.

— Parecia estranho. Parecia errado — digo, decidindo sair e deixar os meninos para trás. Comecei a sentir aquela sensação estranha novamente enquanto caminhava pela multidão, procurando por algo. Meus olhos brilharam por um momento rápido. Passei por pessoas dançando, mas acabei esbarrando em Hayden, derrubando suas bebidas no chão.

— Você está brincando comigo? Eram dez dólares cada! — Hayden reclamou, me olhando com raiva.

— Desculpe — respondi, sentindo-me mal.

— O barman não vai apenas recarregá-los para mim — ela disse, cruzando os braços.

— Eu tenho dinheiro — retruquei, decidida.

— Ah é? Quantos? — ela perguntou em um tom desdenhoso. Tirei 300 dólares do bolso e mostrei a ela.

— Uma menina da sua idade não deve ter isso de dinheiro — ela comentou, surpresa.

— Fazer o que se eu sou filhinha de papai? — respondi com um sorriso, entregando o dinheiro a ela. Hayden pegou a grana e guardou, afastando-se.

(...)

Entrei em uma sala afastada e avistei Brett lutando contra uma criatura. Liam apareceu ao meu lado, e em um instante, nos transformamos para enfrentar a ameaça. Liam avançou primeiro e derrubou a criatura no chão, mas quando tentei ajudá-lo, fui jogada para longe e acabei caindo em cima de Brett.

— Aiii! — ele exclamou, surpreso.

— Foi mal! — munurrei, levantando-me rapidamente. Corri até Liam antes que a criatura pudesse atacá-lo e segurei seu pulso. — Não no meu namorado! — gritei, desesperada para que ele estivesse bem. Olhei para frente e vi Scott e Kira chegando.

— Vocês estão um pouco atrasados — Liam e eu dissemos juntos, sem tirar os olhos da luta. Scott rapidamente pegou impulso na parede e chutou a barriga da criatura, afastando-a. Ajudei Liam a se levantar e, antes que pudéssemos reagir, a criatura me atingiu violentamente na barriga. Liam me segurou, mas acabamos caindo no chão.

Olhei para Kira, que estava lutando contra a criatura, enquanto Brett estava com Mason e Brian, ajudando-os. Levantei-me rapidamente e agarrei a criatura pela barriga, usando toda a minha força para jogá-la no chão. Seus olhos estavam pretos, mas logo voltaram ao normal.

Kira veio em nossa direção rapidamente, brilhando em um tom laranja, como uma raposa. Liam me puxou para longe dela. Kira disse algo em japonês, e Scott gritou com ela, tentando impedir que ela machucasse o garoto. Parecia que Kira estava possuída por um momento, mas depois voltou ao normal.

— Todo mundo está bem? — Scott perguntou, e todos concordamos. — Certo, precisamos tirá-lo daqui. Liam, me dê uma mãozinha — ele disse, e Liam me soltou. Os dois se aproximaram do garoto, um segurando seus pés e o outro segurando suas mãos. Mas de repente, um ferro atravessou o peito do garoto desacordado, me fazendo gritar e assustando a todos.

Ficamos olhando, sem entender o que havia acontecido, quando percebemos aqueles caras de máscara que estavam nas vigas acima do palco. Meu corpo começou a tremer, e eu me afastei devagar.

— Por que vocês fizeram isso? — Scott perguntou, sua voz tensa.

— Ele estava em estado terminal — disse um deles com uma voz robotizada.

— O que isso significa? — Scott insistiu, mas eles ignoraram sua pergunta. Então ele se virou para mim.

— O que isso significa? — ele perguntou, chamando a atenção dos mascarados.

— Falha — respondeu um deles, e algumas faíscas brilharam. Cobri meus olhos e, quando os abri novamente, eles haviam desaparecido. Meu corpo ainda tremia.

— Emma! — Brian chamou, e todos me olharam. Senti meu corpo fraquejar e, antes que eu pudesse reagir, acabei caindo. Só ouvi o grito de Liam antes que tudo ficasse escuro.

Mais um capítulo amores espero que gostem e me desculpem se tiver erros de português amores ❤️ 🥰 ❤️ 🥰

O que acharam desse capítulo amores???

Meta 50 curtidas amores

Até o próximo capítulo amores 🥰 🥰 🥰