33 | Just a Little Bit of Chaos
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33. Só Um Tiquinho
de Caos
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Acho que eles merecem muito mais do que detenções.
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ᴺᵃʳʳᵃᵈᵒʳ ᵒⁿⁱˢᶜⁱᵉⁿᵗᵉ
Harry aterrissara assim que ouvira o segundo apito de Madame Hooch, só percebeu que algo aconteceu quando viu Lee Jordan se afastar com Rox, e se virou para Angelina para perguntar o que houve.
— Ela caiu da vassoura, Crabbe jogou um balaço nela depois que você apanhou o pomo. Lee vai a levar para ala hospitalar. — Explicou a menina enquanto pegava a vassoura que Rox deixou caída na grama
Harry ouviu um bufo às costas e se virou, ainda apertando o pomo na mão: Draco Malfoy pousara ali perto. O rosto branco de fúria, ainda assim conseguia desdenhar.
— Salvou o pescoço do Weasley, não foi? Nunca vi um goleiro pior... mas também, nasceu no lixo... gostou da minha letra, Potter?
Harry não respondeu. Virou-se para se reunir ao resto de sua equipe que comemorava, mas tinha algo estranho... ele não via Rony em canto algum.
— Queríamos acrescentar mais uns versos! — Gritou Malfoy, enquanto Katie Bell abraçava Harry animada — Mas não encontramos rimas para gorda e feia, queríamos cantar alguma coisa sobre a mãe dele, sabe...
— Inveja mata. — Disse Angelina, lançando a Malfoy um olhar enojado
— ... também não conseguimos encaixar “fracassado inútil”... para o pai dele, sabe...
Fred e George perceberam o que Malfoy estava dizendo. A meio caminho de apertar a mão de Harry, eles se retesaram, encarando Malfoy.
— Deixa para lá! — Disse Angelina na mesma hora, segurando o braço de Fred — Deixa para lá, Fred, deixa ele gritar, ele só está frustrado porque perdeu, o metido...
— ... mas você gosta dos Weasley, não é Potter? — Continuou Malfoy, caçoando — Passa as férias lá e tudo, não é? Não sei como você aguenta o fedor, mas suponho que para alguém criado por trouxas, até o pardieiro dos Weasley cheira bem...
Harry agarrou George. Entrementes, eram necessários os esforços conjuntos de Angelina e Katie para impedir Fred de pular em cima de Malfoy, que ria abertamente. Harry olhou para os lados procurando Madame Hooch, mas ela ainda estava brigando com Crabbe por seu ataque ilegal com o balaço.
— Ou vai ver. — Disse Malfoy, recuando com um sorriso debochado — Você se lembra de como a casa da sua mãe fedia, Potter, e o chiqueiro dos Weasley faz lembrar dela...
Harry não percebeu que largara George, só soube é que um segundo depois os dois estavam atracados com Malfoy. Esquecera-se completamente de que todos os professores estavam assistindo; tudo que queria era infligir a Malfoy o máximo de dor possível; sem tempo para puxar a varinha, ele apenas recuou, o punho fechado sobre o pomo, e enterrou-o com toda a força que pôde no estômago de Malfoy...
— Harry! HARRY! GEORGE! NÃO!
Ele ouvia as garotas gritando, Malfoy berrando, George xingando, um apito tocando e os urros do público, mas ele não deu atenção a nada. Até alguém próximo gritar Impedimenta!, e ele ser derrubado de costas no chão por força do feitiço, não desistiu da tentativa de socar cada centímetro de Malfoy ao alcance de sua mão.
— Que é que você acha que está fazendo? — Berrou Madame Hooch, quando Harry se levantou de um salto. Aparentemente fora ela quem o atingira com a Azaração de Impedimento; a juíza segurava o apito em uma das mãos e a varinha na outra; largara a vassoura a alguns passos de distância.
Malfoy estava dobrado no chão, choramingando e gemendo, o nariz ensanguentado; George exibia um lábio inchado; Fred ainda estava sendo contido à força pelas duas artilheiras, e Crabbe dava gargalhadas mais atrás.
— Nunca vi um comportamento igual, já para o castelo, os dois, e direto para a sala da diretora de sua Casa! Vão! Agora!
Harry e George saíram do campo, ofegantes, sem trocar palavra. Os uivos e as vaias do público foram se tornando mais fracos à medida que se aproximavam do saguão de entrada, onde não ouviam nada exceto o som dos próprios passos. Harry se deu conta de que alguma coisa ainda se debatia em sua mão direita, cujos nós ele ferira ao bater no queixo de Malfoy. Baixando os olhos, viu as asas de prata do pomo saindo por entre seus dedos, tentando se libertar.
*
Blaise Zabini se adiantou em descer às pressas as arquibancadas até onde o melhor amigo estava, ostentando um nariz ensaguentado, talvez quebrado. O resto da equipe da Slytherin, que estavam próximos, pareciam todos irritados por terem perdido a partida e nenhum pouco preocupados com o loiro. Adrian Pucey conversava com sua namorada, a goleira do time, Miles Bletchey.
— Você tá horrível. — Disse Blaise ao estender a mão para ajudar o melhor amigo a se levantar
— Jura? — Draco revirou os olhos, meio olhando a volta. Sabia bem o que seus olhos acizentados procuravam, até porque ele imaginava muito bem ser ela a se atirar em cima dele pra o socar por ter falado de sua família
O caso era que Draco Malfoy mal sabia o que fazia de sua vida desde o baile de inverno, desde que aceitou aquela idiotisse de Pansy Parkinson. Viver a discutir com Rox Weasley pelos motivos mais idiotas não o faziam nada maduro. Ele sabia que ela gostava dele, mesmo depois de tantos anos, ela nunca deixou de usar aquele bendito colar, embora Draco tenha notado que ela é mais lerda do que pensava, já que nunca descobriu que foi ele quem a deu esse e tantos outros presentes. Mas ele teve seus motivos pra implicar tanto com ela, antes fosse só o ciúmes de a ver com o outro e a raiva dela ter o rejeitado, a verdade é que tinha mais coisa aí.
Aborrecer o irmão de Rox era um motivo perfeito de atrair a atenção da garota, e incomodar o Weasley... Ah, isso era um bônus. Mas ao final da recente partida, Draco não estava só irritado por conta da derrota da Slytherin; seu sangue fervia de vontade de matar Lee Jordan. Afinal, como ele ousara sair gritando para todo mundo aquelas coisas!?
Namorada, imitou Draco em pensamento com seu sangue fervendo, quem liga que ela seja sua namorada!? É a mim que ela ama!
Draco olhou de novo ao redor. Onde ela está!? Onde raios aquela ruiva se meteu!?
— Draco! Você tá me ouvindo?
O garoto se voltou para Blaise que o chamava.
— Que foi?! — Perguntou irritado
— Se está procurando a Rox, não perca seu tempo, nem fique esperando que ela apareça para te bater também.
Draco odiava o fato de Blaise Zabini o conhecer tão bem a esse ponto, odiava quando ele estava certo, o horrível é que era quase sempre. O loiro apenas lançou um olhar sério para Zabini que logo tratou de explicar.
— Ela está na enfermaria. Caiu da vassoura, na verdade a derrubaram...
O choque veio junto com o aumento da raiva em Draco. Ela caiu? Derrubaram ela? Como ele não viu isso?
— Quem...?
— O Cra... — Mas antes mesmo que Blaise terminasse de falar, Draco já andava às pressas em direção ao castelo, o sangue vermelho de seu nariz, pingava vivo em contraste com a pele pálida do garoto. O moreno se adiantou para se aproximar do loiro — Onde é que você vai, Draco?
— Vou... — Draco parou. Não podia ir a enfermaria ver ela, logo se tocou disso, eles não estavam se falando, e possivelmente Lee Jordan já estava lá com ela. Malfoy suspirou
Ah, mas eu estou machucado, podia usar isso como desculpa pra ir lá ver ela, não é? De qualquer forma isso não muda o fato dela está lá com ele, Draco logo concluiu, e decidiu-se que não queria vê-la com aquele tal namorado dela, não merecia tal sofrimento.
— Vamos pra Comunal, cara. E ver se limpa esse sangue logo. — Disse Blaise empurrando de leve o amigo para as masmorras — Me admira a Parkinson já não ter vindo correndo ver como você está.
Draco não respondeu. Sua cabeça estava longe, seu sangue fervendo. Ele estava irritado de uma forma inexplicável, queria socar qualquer coisa. Era tão irritante não poder ir ver como ela estar, saber que ela estava com outro. Tudo era tão...
— Frases pra escrever. — Caçoou Vicente Crabbe, uns dez minutos mais tarde, ao entrar junto de Gregório Goyle no dormitório em que dividia com Draco, Blaise e Theodore Nott — Dá pra acreditar nisso?
Draco nem sequer se virou para porta. Continuou da mesma forma em que estava desde que entrara no quarto; largado, ainda com o uniforme do jogo, em sua cama, e a contemplar o teto. Blaise se virou para contemplar as caras de idiotas de ambos, tinha um idéia vaga do que ele falava.
— Claro que ela não te daria uma detenção pior, né? A Umbridge também é da Slytherin, não faria nada que prejudicasse o time. — Goyle também riu
— Preciso perguntar do que estão falando ou vocês já vão falar? — Perguntou Theo saindo do banheiro do quarto e olhando indagador para os dois gorilas. Só usava calça moletom e tinha uma toalha branca nos ombros, ela parecia ser totalmente desnecessária já que o menino ainda estava molhado, o cabelo pingando no carpete
— Estou falando do castigo que a Umbridge me deu, por eu ter lançado um balaço naquela ruiva idiota, mesmo depois do Potter já ter capturado o pomo. — Ele falou com um dar de ombros
Blaise balançou a cabeça negativamente na mesma hora, sabia que Crabbe acabara de mexer com fogo. Não se foram cinco segundos, até Draco está em pé com a varinha apontada para Crabbe, e os outros garotos sem reação.
— Você fez o quê!? — Rosnava Draco rilhando os dentes e bastante irritado
— Hey, Draco... — Blaise já se levantara para impedir o amigo
— É... é... — Crabbe estava tendo dificuldades para formar palavras e olhava amedrontado para a varinha que era empunhada para seu pescoço — Er... o dever do batedor, não é? Tipo... bater o... o balaço.
— O jogo meio que já tinha acabado. — Riu Theodore botando mais lenha na fogueira
— Você derrubou ela da vassoura! Por sua culpa ela está na enfermaria! — Dizia Draco olhando com os olhos em sangue para Crabbe
Goyle tentava afastar um do outro mesmo estando um pouco relutante por causa da varinha.
— Achei que você não se importasse com ela mais, Malfoy. — Alfinetou Nott, como sempre sem medo do perigo
Draco não se virou para ver Theodore, não desviou o olhar de Crabbe nem um segundo, sua irritação crescendo.
— Não é da conta de nenhum de vocês! — Rosnou ele e soltando Crabbe, colocou a varinha na capa e saiu do quarto. Blaise logo se pôs a o acompanhar
A cabeça de Draco estava a mil, mas ele não conseguia ficar sem defender ela.
— Vou... — Blás começou a falar, mas o loiro nem se virou para ver, apenas continuou caminhando para a Comunal — Ver se ela tá bem.
O loiro parou e se virou para o melhor amigo.
— Vai?
— Preciso ver a Lala mesmo, aproveito e descubro se ela tá bem. — Explicou ele — Só não quebra a cara de ninguém enquanto eu estiver fora, ok?
— Você fala como se fosse fazer uma viagem. — O loiro suspirou e revirou os olhos
— Acho você e a ruiva muito imaturos, mas vou fazer esse sacrifício. — Disse Blaise sorrindo para o amigo e andando até a porta
— Blás.
Blaise se virou.
— Não que eu me importe. — Disse Draco limpando a garganta e baixando a voz — Mas pergunta à Brown se a... traidora de sangue dorme com meu casaco.
Nesse instante o moreno riu enquanto balançava a cabeça.
— Tá, Draco.
E saiu da Comunal da Slytherin, subindo em direção ao Saguão de entrada. Não demorou a encontrar a sua melhor amiga, a loira estava no pátio pavimentado, sentada em um banco na companhia de Parvati Patil. Antes de se aproximar o suficiente, Blaise parou e olhou. Lavender Brown estava de trança boxeadora e usava o cachecol vermelho e prata da Gryffindor por cima de um vestido florido. O garoto a olhou e mesmo sem querer sorriu. “Ela é tão linda.”
Blaise Zabini vivia lutando contra seus sentimentos desde o início do seu quarto ano, desde que percebeu que sentia algo mais por sua melhor amiga. Como contaria a ela? Como...? Ele não queria estragar a amizade deles, mas não queria ficar mentindo pra si mesmo como Draco e Rox viviam a fazer. Então... foi com muita dor que ele decidiu que contaria a ela esse ano, só estava esperando o momento certo.
E esse era o momento.
— Oi... — Comprimentou com um sorriso ao se aproximar das duas garotas
Parvati apenas assentiu com a cabeça, Lav que estava entretida no assunto, e não havia percebido a aproximação do menino, se virou e sorriu animada.
— Blás! — Exclamou ela de levantando em um salto e abraçando o garoto — Como é que cê tá? Não nos falamos desde ontem.
— Eu ... — Começou o menino meio nervoso quando ela o soltou — Estou bem... sim, eu tô bem.
Lavender sorriu.
— Lav? — Chamou Parvati — Vou ver se encontro a Padma, ela disse que queria falar comigo, nos vemos depois?
— Ah, claro. — Confirmou a garota e se voltou para o amigo — Senta, Blás.
O menino obedeceu, meio hipnotizado com os olhos azuis da garota, que não parecia ter percebido seu nervosismo.
— Jogo intenso, hem. — Ela comentou suspirando
— Nem me fala. — Devolveu o menino suspirando, aliviado de ter se livrado da hipnose — Aliás, a Weasley tá bem?
— A Rox? — Lav perguntou só pra confirmar e o menino assentiu — Ah, tá sim. Ela só caiu de mal jeito e torceu o tornozelo. A Madame Pomfrey resolve isso rapidinho, ela ainda está na enfermaria, mas ainda hoje volta pra Comunal.
— Que bom. Draco estava surtando. — Dedurou o moreno no qual Lav deixou escapar uma risadinha
— Eles são tão imaturos, né? Essa brincadeira de fingir que não se importam um com o outro...
— Totalmente. — Ele suspirou
— Aliás, o Malfoy tá bem? Eu soube que o Harry e o George meio que... quebraram ele.
Dessa vez, Blaise quem riu.
— Ele não tá nem aí pro nariz meio torto ou pros socos no estômago, nem tava ligando pro sangue. Quando eu contei que sua amiga caiu da vassoura, ele saiu destrambelhado querendo bater no primeiro que aparecesse, nem sei como ele não matou o Crabbe.
— O Crabbe é bem maior que ele. — Disse Lavender arregalando os olhos
— E bem mais idiota. — Devolveu Blaise rindo — Draco apontou a varinha pra ele e ele já se borrou todo, mas no fim o loiro não fez nada.
— Que barra esses dois, hem? Mas o Lee Jordan também não colaborou nada com aquela narração, dizendo aos quatro cantos do mundo que ela é namorada dele, mereço viu... — Ela suspirou — Merecemos, né Blás? Ser cupido desses dois lerdos orgulhosos.
Blaise riu.
— Ah... outra coisa. — Disse ele lembrando-se do que Draco falara — Você viu ela com um sobretudo preto por acaso?
— Sobretudo? — Perguntou Lav parando para pensar, mas então riu — Sim. Sim. Eu vi um sobretudo preto nas coisas da Rox, na verdade vi ela dormindo com ele umas três vezes... ela fica sei lá, olhando e rindo, cheirando ele. — Mas então ela parou ao ver a cara de Blaise que ria balançando a cabeça — Não me diz que... — O menino assentiu gargalhando — é do Malfoy?
— É. — Confirmou Blaise ainda as gargalhadas — Estávamos estudando no Lago faz uns dias, ela caiu, ele salvou ela e deu o sobretudo por causa do frio, mas ela disse que jogaria na lareira assim que chegasse na Comunal.
— Garanto que não jogou. — Disse Lavender morrendo de rir
Blaise olhou para a amiga que sorria descontraída. Tão linda, pensou ele, como pode ser tão linda e legal assim?
— Que foi? — Lav perguntou meio rindo quando viu que o menino não parava de a olhar
Zabini corou.
— Nada. — Mas então baixou sua cabeça e sorriu um tanto tímido. Suspirou e voltou a olhar para loira — É que... você tá bonita.
Lavender já era acostumada com normais elogios vindo do melhor amigo, mas a forma que ele a olhou naquele instante a deixou nervosa.
— Obrigada. — Disse a menina com um sorriso
— Lala. — Blaise suspirou e se encheu de coragem — Eu tô falando sério... Você é linda. Eu amo quando os raios de sol batem em seus olhos azul-ciano e eles mudam de cor, amo quando o vento do dia faz os caracóis do seu cabelo voarem, eu amo o jeito como você sorri, que seus olhos ficam mais apertados e pequenos do que já são, amo o seu jeito tímido às vezes, eu amo quando você ri de qualquer besteira que eu fale, eu amo quando você não tem jeito com as palavras, e mais ainda quando tem, amo como faz meu coração bater forte, e me deixa sem ar, eu amo o som da sua voz, tão suave... Lav... — Ele se aproximou mais da loira que o olhava intrigada — Você é linda, e é a garota mais incrível que eu conheço, eu sei que somos melhores amigos, mas seria tão horrível assim estragar nossa amizade? Lala... eu te amo.
Aproveitando a deixa, ele não se deixou perder a coragem, e colocando sua mão direita no queixo dela, Blaise a beijou. Ele a beijou como queria fazer a muito tempo, de modo que se deixou esquecer de todo o mundo. Em sua cabeça só existiam eles dois, mais ninguém importava, Blaise estava beijando a garota que ele amava, e só isso valia.
— Eu te amo... — Ele sussurrou novamente quando os dois se separaram e ele pode visualizar aqueles olhos azuis brilhantes que tanto amava — Poderia repetir isso ou qualquer outra declaração por mais mil vezes ou apenas uma, mas nunca chegaria no quão intenso e forte é o amor que sinto por você!
— Eu também te amo. — Ela disse sorrindo e o olhando com brilho nos olhos — Sempre te amei, Blaise.
— Blaise!? Blás!?
Blaise piscou. Lavender o olhava intrigada e meio rindo, ele piscou mais duas vezes meio assustado.
— Você estava me ouvindo? Do nada você paralisou. — Disse a loira ainda rindo
Foi tudo coisa da minha cabeça!?, pensou o menino indignado, eu não...? Ela não? Foi...
Blaise suspirou e baixou a cabeça, batendo uma mão no rosto irritado.
— O que foi? Blás, cê tá bem? — A menina perguntou ainda rindo sem entender o que acontecera com o amigo. Ele apenas paralisou por uns minutinhos, talvez estivesse sonhando acordado — Você dormiu de olhos abertos.
— Queria que o que eu vi tivesse sido real. — Falou em voz baixa ainda irritado
— O que você viu? — A loira perguntou curiosa
— Nada. — Ele forçou um sorriso — Nada.
Suspirou fundo mais uma vez e mudou abruptamente o assunto.
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ᴿᵒˣᵃⁿⁿᵉ ᵂᵉᵃˢˡᵉʸ
Somente mais tarde, naquela noite, depois do jantar foi que, graças a Merlim, a Madame Pomfrey me liberou da ala hospitalar, e me dirigi ao Salão Comunal da Gryffindor, acompanhada de Lee, e sentindo-me bem melhor. Mas entrar lá e olhar para os rostos dos meus colegas foi o suficiente para me certificar que algo com certeza não estava bem. Harry estava sentado entre Ginny e Hermione parecendo péssimo, assim como elas. Próximo deles se encontravam Fred e George sérios e irritados, Angelina e Katie Bell também estavam lá, compartilhando o mesmo olhar sem vida.
— Alguém morreu? — Franzi a testa ao me jogar na poltrona perto de Harry; Lee sentou ao meu lado — Porque com certeza não foi eu, não. Nem precisam organizar meu enterro, pois eu só torci o tornozelo.
— Que aconteceu? — Lee reforçou a pergunta, parecendo intrigado
— Malfoy me provocou. — Disse Harry formalmente
Eu arqueei uma sobrancelha. Tá, e o que tem nisso? Qual a surpresa?
— O que não é nenhuma novidade, ele vive provocando, e depois de perder o jogo, acho que já era meio esperado que ele quisesse fazer isso. Até porquê maturidade é algo que com certeza ele não tem. — Respondi com um dar de ombros
— Ele insultou nossos pais, Rox! — Vociferou George — E a mãe de Harry.
— Isso foi depois que eu saí? — Perguntei sentindo meu sangue começar a ferver de raiva daquele loiro oxigenado — Se eu tivesse lá teria socado a cara daquele menino até sair sangue.
— Graças a Merlim que você não estava lá, então. — Resmungou Angelina parecendo com o humor tão negro quanto o de Harry, Fred e George
— Por quê?
— Harry e George bateram no Draco até sair sangue. — Respondeu Ginny naturalmente
— Que bom, então. — Comentei, mas eles continuaram de caras fechadas — Não é bom? Tá, podem de uma vez por todas me dizer o que houve depois que vocês bateram no protótipo de fantasma!?
— Madame Hooch os mandou falar com a Profa. McGonagall, ela ia apenas os passar uma detenção, embora estivesse bastante irritada, mas aí a Profa. Umbridge apareceu. — Contou Hermione e eu comecei a imaginar o que deve ter acontecido
Foi quando eu fechei os olhos e balancei a cabeça meio impaciente, mas eu claramente, mesmo sem querer visualizei a Sala da Profa. McGonagall. Vi Harry e George sentados em duas cadeiras a frente dela que parecia irritada.
— Hem, hem.
Os meninos se viraram rápido. Eu fiz o mesmo olhando para a porta, e vi a vaca da Umbridge, ela estava parada à porta da sala, envolta em uma capa de tweed verde que enfatizava enormemente sua semelhança com um sapo gigante, e sorria daquele jeito horrível, doentio e agourento que eu aprendera a associar com desgraça iminente.
— Posso ajudar, Profa McGonagall? — Perguntou ela com sua voz meiga mas venenosa
O sangue afluiu ao rosto de McGonagall.
— Ajudar? — Repetiu ela, num tom de voz controlado — Que é que você quer dizer com ajudar?
A Profa. Umbridge entrou na sala, ainda exibindo seu sorriso doentio.
— Ora, achei que poderia agradecer um reforço de autoridade.
Eu não teria me surpreendido de ver faíscas saltarem das narinas da Profa. McGonagall.
— Pois se enganou. — Disse ela voltando as costas à Umbridge — Agora, é bom os dois me ouvirem com atenção. Não sei qual foi a provocação que Malfoy fez, não quero saber se ele ofendeu cada membro das suas famílias, o seu comportamento foi vergonhoso e vou dar a cada um uma semana de detenção! Não olhe assim para mim, Potter, você mereceu! E se um dos dois voltar...
— Hem, hem.
A Profa. McGonagall fechou os olhos como se rezasse pedindo paciência quando tornou a voltar o rosto para a Profa Umbridge.
— Sim?
— Acho que eles merecem muito mais do que detenções. — Disse Umbridge ampliando o sorriso
Os olhos de McGonagall se abriram de repente.
— Mas, infelizmente — Disse, tentando retribuir o sorriso, o que fazia parecer que estivesse acometida de tétano — o que conta é o que eu penso, porque eles pertencem à minha Casa, Dolores.
— Bom, Minerva, na realidade. — Disse Umbridge afetando um sorriso — Acho que você vai descobrir que o que eu penso realmente conta. Vejamos, onde está? Cornélio acabou de me enviar... quero dizer — Ela deu uma risadinha fingida enquanto remexia na bolsa — o ministro acabou de me enviar... ah, sim...
Puxou um pergaminho que agora começava a desdobrar, pigarreando com exagero antes de começar a lê-lo.
— Hem, hem... Decreto Educacional n° 25.
Eu arregalei os olhos.
— Mais um, não! — Explodiu a Profa. McGonagall
— É, mais um. — Respondeu a outra ainda sorrindo
— Aliás, Minerva, foi você que me fez ver que precisávamos de mais uma emenda... lembra-se de como você passou por cima da minha cabeça, quando eu não quis deixar a equipe de quadribol da Gryffindor se reorganizar? Como você levou o caso a Dumbledore, que insistiu que a equipe tivesse permissão de jogar? Então, agora eu não poderia permitir isso. Entrei imediatamente em contato com o ministro, e ele concordou comigo que a Alta Inquisidora precisa ter o poder de retirar privilégios de alunos, ou ela, ou seja, eu, teria menos autoridade que os professores comuns. E você está vendo agora, não está, Minerva, como eu tinha razão em tentar impedir a equipe da Gryffindor de se reorganizar?Temperamentos violentos... em todo o caso, eu estava lendo a emenda para você... hem, hem...
“Doravante a Alta Inquisidora terá autoridade suprema sobre todas as punições, sanções e cortes de privilégios referentes aos estudantes de Hogwarts, e o poder de alterar tais punições, sanções e cortes de privilégios que tiverem sido ordenados por outros membros do corpo docente. Assinado, Cornélio Fudge, ministro da Magia, Ordem de Merlim Primeira Classe etc. etc.”
Ela enrolou o pergaminho e tornou a guardá-lo na bolsa, ainda sorrindo
— Portanto... eu realmente acho que terei de proibir esses dois de voltarem a jogar quadribol para sempre. — Disse ela, olhando de Harry para George e de volta a McGonagall
— Não! — Exclamei irritada, mesmo tendo idéia que estava dentro de um pensamento e não havia nada que eu pudesse fazer
— Nos proibir? — Perguntou Harry, e sua voz pareceu estranhamente distante — De voltar a jogar... para sempre?
— É, Potter, acho que uma proibição definitiva deve funcionar. — Disse Umbridge, ampliando o seu sorriso ao observar o esforço do garoto para compreender o que ela acabara de dizer — O senhor e o Sr. Weasley aqui. E acho que, para ficarmos seguros, o gêmeo deste rapaz também deve ser proibido, se os seus companheiros de equipe não o tivessem contido, estou certa de que teria atacado o jovem Sr. Malfoy também. Quero que suas vassouras sejam confiscadas, naturalmente. E as guardarei em segurança na minha sala para ter certeza de que não desobedecerão à minha proibição. Mas não sou injusta, Profa McGonagall — Continuou ela, voltando-se para a colega, que agora olhava para ela de pé e tão imóvel que parecia esculpida em gelo — O resto do time pode continuar jogando, não vi sinais de violência em nenhum deles. Bom... boa-tarde para todos.
E com uma expressão satisfeitíssima, Umbridge saiu da sala, deixando atrás de si um silêncio horrorizado.
Eu pisquei os olhos horrorizada e boquiaberta, de repente, estava de volta ao Salão Comunal, ainda em estado de choque.
— Você estava me ouvindo? — Hermione perguntou franzido a testa e olhando pra mim
— Proibidos!? — Exclamei olhando para Harry e George — Ela... ela proibiu vocês de jogar? Como... Não, não. Digam que isso não aconteceu por favor.
Harry suspirou irritado, George revirou os olhos, Fred bufou. Mione pareceu se convencer de que eu tivesse a escutado, talvez ela estivesse falando o que eu vi na mente de Harry, nunca saberei na verdade.
— Exatamente. Proibidos. — Repetiu a voz de Angelina, meio irritada e desesperada — Proibidos. Sem apanhador e sem batedores... que meleca é que nós vamos fazer?
Nem parecia que havíamos ganhado o jogo. Para todo o lado em que eu olhava havia rostos desolados e enfurecidos; os jogadores da equipe estavam largados em volta da lareira, todos menos Rony, que só agora eu percebi não estar presente.
— É tão injusto. — Disse Lee, atordoado olhando para os melhores amigos — Quero dizer, e Crabbe e aquele balaço que ele lançou na Rox, depois que o apito já tinha tocado? Ela proibiu o Crabbe?
— É. — Concordei ao me lembrar — Que aconteceu, ele também foi proibido, né?
— Antes fosse. — Vega bufou
— Não. — Respondeu Ginny, infeliz — Crabbe recebeu frases para escrever, ouvi Grimmett contar isso às gargalhadas na hora do jantar.
— E proibir o Fred quando ele nem fez nada! — Admirou-se Lee furioso, batendo com o punho no joelho
— Não é minha culpa se não fiz. — Disse Fred, com uma expressão feroz no rosto — Eu teria quebrado aquele merdinha todo se essas duas não estivessem me segurando.
Suspirei e comecei a contemplar, infeliz, a vidraça escura. A neve caía. Eu nem me preocupei em pensar muito no fato de ter entrado na mente de Harry, e ter visto aquilo, apenas pensava no tão injusto Umbridge era. Percebi então o pomo de ouro que Harry apanhara mais cedo, ele voava sem parar pela sala comunal; as pessoas acompanhavam sua trajetória como se estivessem hipnotizadas, e Bichento saltava de uma cadeira para outra, tentando apanhá-lo.
— Onde está minha vassoura? — Perguntei ao me lembrar que deixei para trás quando fui para a enfermaria
— No seu dormitório. — Disse Fred — A Angelina quem pegou ela depois que você saiu, então eu mandei a namorada do George guardar, já que vocês dormem juntas mesmo.
— Hm, ok. — Respondi suspirando ao deitar com a cabeça na poltrona e fixar o teto
— Vou me deitar. — Disse Angelina, levantando-se devagar — No final, a gente talvez descubra que tudo isso não passou de um sonho mau... talvez eu acorde amanhã e descubra que ainda não jogamos...
Logo Katie Bell a acompanhou. Fred e George subiram algum tempo depois, fechando a cara para todos por quem passavam, Lee foi com eles, logo depois de se despedir de mim e me dar boa noite, e Ginny não se demorou muito mais. Logo, Vega também já tinha ido. Somente eu, Harry e Hermione continuamos ao pé da lareira.
— Você viu Rony? — Perguntou Hermione em voz baixa
Harry balançou a cabeça.
— Era o que eu ia perguntar, ele nem foi saber se eu estava bem. — Comentei
— Ele nem deve saber que você caiu. Acho que ele está nos evitando. Onde é que você acha que ele...
Mas, neste exato momento, ouvimos um rangido, o retrato da Mulher Gorda girou e Rony atravessou o buraco do retrato. Estava de fato muito pálido e havia neve em seus cabelos. Quando viu a mim, Harry e Hermione, ele parou de chofre.
— Onde você esteve? — Perguntou Hermione, ansiosa, se erguendo
— Andando. — Murmurou. Ele ainda usava o uniforme de quadribol
— Você parece enregelado. — Disse Hermione — Vem sentar aqui com a gente!
Rony foi até a lareira e se largou na poltrona mais distante de mim e Harry, sem nos olhar. O pomo roubado sobrevoava nossas cabeças.
— Sinto muito. — Murmurou ele, olhando para os pés
— Pelo quê? — Perguntou Harry
— Por pensar que sabia jogar quadribol. Vou pedir demissão logo de manhã.
— Se você pedir demissão. — Disse Harry irritado — Só sobrarão três jogadores na equipe. — E quando Rony o olhou intrigado, ele informou: — Fui proibido de jogar definitivamente. Fred e George também.
— Quê? — Gritou Rony
Hermione contou-lhe a história toda. Harry não suportaria repeti-la, e eu estava tão irritada quanto ele. Quando terminou, Rony pareceu mais agoniado que nunca.
— Tudo isso foi minha culpa...
— Você não me fez bater em Malfoy. — Respondeu Harry, zangado
— ... se eu não fosse tão ruim em quadribol...
— Não tem nada a ver.
— ... foi aquela música que me deixou nervoso...
— ... teria deixado qualquer um nervoso.
Hermione se levantou e foi até a janela, para se afastar da discussão, olhar os flocos de neve caírem em rodopios contra a vidraça.
— Olha aqui, para com isso, tá! — Explodiu Harry — Já tá bem ruim sem você se culpar por tudo!
— Eu teria sido expulsa do time também se estivesse lá na hora que ele falou dos nossos pais. — Falei também meio impaciente pra Rony
— Onde você tava? — Ele perguntou me olhando intrigado
— Ah, então você não sabe mesmo o que aconteceu, né? — Suspirei e lhe dei um sorriso sem vida — Nada demais, eu estava na enfermaria apenas. — E quando ele me olhou intrigada, indiquei com a cabeça o meu pé direito que estava com o tornozelo enfaixado — Crabbe me lançou um balaço depois que Harry capturou o pomo, eu me desequilibrei e caí da vassoura, não foi nada demais, apenas torci o tornozelo, pois caí de mal jeito.
— Aquele... — Disse ele rilhando os dentes
— Sim, é sim. — O cortei já confirmando o que ele diria — O pessoal da Slytherin são super babacas! Aquela música te desconcentrou, não significa que você seja um péssimo jogador, entendeu? Só para com isso, Ron! Para.
Rony se calou, mas ficou sentado olhando infeliz para a barra molhada das vestes. Passado algum tempo, disse, sem graça:
— Nunca me senti tão mal na vida.
— Entre para o nosso clube. — Respondeu Harry com amargura
— Clube dos depressivos. — Argumentei fingindo empolgação, mas revirando os olhos
— Bom — Disse Hermione, a voz ligeiramente trêmula: — Sei de uma coisa que pode animar os três.
— Ah, é? — Disse Harry, incrédulo
— É. — Respondeu ela se afastando da janela escuríssima, salpicada de flocos, um grande sorriso a iluminar seu rosto: — Hagrid voltou.
Hello bruxinhoooos!!
Como estamos? Kkkkk
Eu amo esse capítulo. Essa cena da Lav com o Blas então kkkk, adoro!!!
Hoje é o último dia do mês, o que significa que... Amanhã é aniversário dos nossos gêmeos!!! Ehhh!!! Rony e Rox ficam velhinhos amanhã. Quarenta e dois aninhos dos nossos nenéns eternamente kkkkk
Bom, vocês estão muito sortudos essa semana hem. Capítulo normal na segunda, bônus de aniversário na terça e então capítulo normal na quarta, bônus na quinta e capítulo normal na sexta kkkk
Jesus, cinco dias seguidos de The Weasley, gostaram??? Kkkk
Quinta-feira, dia 3 de março completa exatamente um ano desde que tia Nick começou a postar The Weasley, e cá estamos, firmes e fortes!! Amo todos vocês!!! E estou ansiosa pro bônus da Quinta, tbem vou escrever um textinho meloso kkkk, vou chorar de emoção, já sei kkkkk
Pense numa sonserina sensível que eu sou kkkkkk..
Amo vocês e... Nos vemos amanhã no bônus de aniversário dos gêmeos.
– Bjos da tia Nick.
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