Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

17 | The Worst Detention

╔╦══• •✠•❀•✠ • •══╦╗

17. A Pior Detenção
       
╚╩══• •✠•❀•✠ • •══╩╝

─━━━━━⊱✿⊰━━━━━─

Ótimo. Isto deve lhes servir de lembrete, não? Creio que não dói tanto quanto a Maldição Cruciatus, não é Srta. Weasley?
 
─━━━━━⊱✿⊰━━━━━─

   Eu me assustei, e pelo visto Harry também, logo olhamos para os lados. A princípio eu não tinha a notado, porque ela estava usando vestes de flores de tons pálidos que se fundiam perfeitamente com a toalha de mesa sobre a escrivaninha às suas costas.

— Noite, Profa. Umbridge. — Respondemos eu e Harry formalmente

— Muito bem, sentem-se. — Disse ela, apontando para uma mesa forrada com uma toalha de renda, junto a qual ela colocara duas cadeira de espaldar reto. Havia sobre a mesa duas folhas de pergaminho em branco, aparentemente à nossa espera

— Hum. — Começou Harry sem se mexer — Profa. Umbridge. Hum... antes de começarmos, eu... eu gostaria de lhe pedir um... favor.

   Os olhos saltados da professora se estreitaram.
  
— Ah, é?

— Bem, eu sou... eu sou do time de quadribol da Gryffindor. E eu devia participar dos testes para escolher um novo goleiro às cinco horas na sexta-feira e eu estava... estava pensando se poderia faltar à detenção nessa noite e cumprir... cumprir outra noite... trocar...

   Ele percebeu muito antes de chegar ao fim do pedido que não ia adiantar.
  
— Ah, não. — Disse Umbridge, dando um sorriso tão grande que parecia ter acabado de engolir uma mosca particularmente suculenta — Ah, não, não, não. Este é o seu castigo por espalhar histórias nocivas, maldosas, para atrair atenções, Sr. Potter, e com certeza os castigos não podem ser ajustados para atender à conveniência do culpado. Não, o senhor estará aqui às cinco horas amanhã, depois de amanhã, e na sexta-feira também, e cumprirá as suas detenções conforme programado. Acho muito bom o senhor estar sendo privado de alguma coisa que realmente queira fazer. Isto irá reforçar a lição que estou querendo lhe ensinar.

   Harry pareceu bastante irritado, e eu o entendia bem. A professora nos observava com a cabeça ligeiramente inclinada para um lado, mantendo o largo sorriso no rosto, como se soubesse exatamente o que estávamos pensando, e esperasse para ver se recomeçaríamos a gritar. Com um esforço concentrado, Harry desviou os olhos dela, largou a mochila ao lado da cadeira de espaldar reto e se sentou, no mesmo momento que eu fazia o mesmo.
  
— Pronto. — Disse a professora com meiguice — Já estamos começando a controlar melhor o nosso gênio, não estamos? Agora os senhores vão escrever algumas linhas para mim, Sr. Potter e Srta. Weasley. Não, não com as suas penas. — Acrescentou, quando eu e Harry nos curvamos para abrir a mochila — Os senhores vão usar uma especial que tenho. Tomem aqui.

   E nos entregou, cada um, uma pena longa e preta, ambas com a ponta excepcionalmente aguda.
  
— Quero que os senhores escrevam: Não devo contar mentiras. — Disse a professora brandamente

— Quê!? — Exclamei tendo a lembrança da minha última visão na mente e imaginando o que poderia acontecer

Não devo contar mentiras, Srta. Weasley. — Repetiu a professora com um largo sorriso

— Quantas vezes? — Perguntou Harry, com uma imitação bastante crível de boa educação

— Ah, o tempo que for preciso para a frase penetrar. — Disse Umbridge com meiguice — Podem começar.

   A professora foi para sua escrivaninha, se sentou e se debruçou sobre uma pilha de pergaminhos que pareciam deveres para corrigir. Eu ergui a pena preta e afiada, e então percebi o que estava faltando.
  
— A senhora não nos deu tinta.

— Ah, vocês não vão precisar de tinta. — Disse ela, com um leve tom de riso na voz

   Eu e Harry nos entreolhamos, mas não falamos nada. Suspirei fundo e encostei a ponta da pena no pergaminho e escrevi: Não devo contar mentiras.
  
   E soltei uma exclamação de dor, mas não fui a única, Harry fez o mesmo. O caso foi que as palavras apareceram no pergaminho em tinta brilhante e vermelha. Ao mesmo tempo, elas se replicaram nas costas da minha mão esquerda, gravadas na pele como se tivessem sido riscadas por um bisturi – contudo, mesmo enquanto eu observava o corte brilhante, a pele tornou a fechar, deixando o lugar um pouco mais vermelho que antes, mas, de outra forma, inteiro.
   
   Foi aí que eu entendi a minha visão. Harry me olhou depressa, e eu lhe devolvi o olhar apreensivo, então o garoto virou a cabeça para olhar a Umbridge. Ela nos observava, a boca rasgada e bufonídea distendida em um sorriso.

— Pois não?

— Nada. — Disse Harry em voz baixa

— Exatamente. Por que no fundo vocês sabem que precisam ser punidos, não é? — Comentou ela triunfante

   Eu não me dei ao trabalho de falar nada, tornei a voltar minha atenção para o pergaminho, e Harry fez o mesmo. Toquei-o com a pena, escrevi Não devo contar mentiras, e senti a ardência nas costas da minha mão pela segunda vez; e de novo as palavras cortaram minha pele; e, de novo, sararam segundos depois.

   E assim a tarefa prosseguiu. Repetidamente eu escrevi as palavras no pergaminho, não com tinta, como logo percebi, mas com o meu próprio sangue. E sucessivamente as palavras eram gravadas nas costas de minha mão, fechavam e reapareciam da próxima vez que eu tocava o pergaminho com a pena.
  
   A noite desceu à janela da Umbridge. Nem eu, nem Harry perguntamos quando teríamos permissão de parar. Nem sequer consultei meu relógio. Sabia que ela nos observava à procura de sinais de fraqueza, e eu não iria manifestar nenhum, nem mesmo se tivesse de me sentar ali a noite inteira, cortando a minha própria mão com aquela pena...
  
— Venham cá. — Disse ela, depois do que me pareceu muitas horas

   Eu e Harry nos levantamos. Minha mão ardia dolorosamente. Quando baixei os olhos, vi que o corte fechara, mas a pele estava em carne viva.
  
— Mão. — Disse ela — Os dois.

   Nós a estendemos. Umbridge segurou primeiro a minha mão nas dela. Reprimi um estremecimento quando ela tocou minha mão com seus dedos grossos e curtos, que exibiam vários anéis velhos e feios. Depois ela a soltou e fez o mesmo com a de Harry.
 
— Tss, tss, parece que ainda não gravou fundo o bastante. — Disse sorrindo — Bom, teremos de tentar outra vez amanhã à noite, não é mesmo? Podem ir.

   Eu e Harry apanhamos nossas mochilas e saímos da sala sem dizer uma palavra. A escola estava bem deserta; com certeza passara da meia-noite.

— Está doendo? — Harry perguntou de repente

— Um pouco... mas eu estou bem, e a sua?

— Um pouco. Vai contar ao Rony e a Mione?

— Eu não conto se você não contar. — Falei suspirando fundo e ele abriu um sorriso fraco

— Tá.

— Sabe que até a sexta vamos ter aquela frase gravada em nossas mãos, não é? — Suspirei lembrando-me claramente da visão

— É... — Suspirou ele

   Caminhamos lentamente pelo corredor, então, ao virar um canto, e certo de que ela não nos ouviria, nos entreolhamos e saímos correndo.
  

≪━─━─━─━─◈─━─━─━─━≫
      

   Não tive tempo de praticar os Feitiços de Desaparição, não escrevi um único sonho em meu diário e não terminei o desenho do tronquilho, tampouco fiz os trabalhos. Então dispensei o café da manhã no dia seguinte para poder escrever uns dois sonhos que inventei para o diário da Adivinhação, a primeira aula do dia, e fiquei surpresa de ver que além de Harry, um Rony desgrenhado me fazia companhia.

— Por que é que você não fez isso ontem à noite? — Perguntou Harry, enquanto Rony corria os olhos pela sala comunal, transtornado, à procura de inspiração. Rony, que estivera ferrado no sono, segundo Harry, quando ele voltou ao dormitório, murmurou alguma coisa como “estava fazendo outra coisa”, curvou-se para o seu pergaminho e escreveu algumas palavras

— Vai ter de servir. — Concluiu, fechando o diário com violência — Disse que sonhei que estava comprando sapatos novos, ela não pode encontrar nada esquisito nisso, pode?

— Bom... — Falei seguida de um bocejo — Eu escrevi que sonhei que fui engolida pela lula gigante, faz sentido, né?

   Nós três corremos para a Torre Norte juntos.

— E como é que foi a detenção com a Umbridge? Que foi que ela mandou vocês fazerem?

   Eu e Harry hesitamos por uma fração de segundo, ele me lançou um olhar carregado de significados, então eu respondi:

— Escrever.

— Então não foi tão ruim, hein?

— Não.

— Ei... ia me esquecendo... ela liberou você na sexta-feira, Harry?

— Não. — Respondeu o garoto

   Rony deu um gemido de solidariedade.
 
   Foi mais um dia péssimo para mim e também para Harry; um dos piores em Transfiguração, pois eu não havia praticado nenhum dos Feitiços de Desaparição. Tive de abrir mão da hora do almoço para terminar o desenho do tronquilho e, nesse meio-tempo, as professoras McGonagall e Grubbly-Plank passaram mais deveres que eu não tinha a menor perspectiva de terminar aquela noite, por causa da minha segunda detenção com a Umbridge, e ainda tinha o fato de Cedric e Mia ficarem no meu pé pra eu pesquisar sobre o tal dom. E, para coroar, ao menos para o lado de Harry, Angelina Johnson foi procurá-lo outra vez na hora do jantar e, ao saber que não poderia participar dos testes para a escolha do goleiro na sexta-feira, disse-lhe que não estava nem um pouco impressionada com a atitude dele e que esperava que os jogadores que pretendiam continuar na equipe pusessem os treinamentos acima dos demais compromissos.

— Estou cumprindo uma detenção! — Berrou Harry quando ela ia se afastando — Você acha que eu prefiro ficar trancado em uma sala com aquela sapa velha a jogar quadribol?

— Pelo menos ela só mandou vocês escreverem. — Disse Hermione, consolando-o, quando Harry afundou de novo no banco, e eu encarava o empadão de carne e rins, que já não me apetecia tanto — Sinceramente, não é um castigo tão horrível.

   Eu abri a boca, mas tornei a fechá-la e concordei com a cabeça. Não tinha muita certeza realmente dos motivos para não contar a Rony e Hermione exatamente o que estava acontecendo na sala de Umbridge: só sabia que não queria ver os seus olhares de horror; isto faria a coisa toda parecer pior e, portanto, mais difícil de enfrentar. Eu sentia também, muito vagamente, que isto era entre eu e Umbridge, uma luta particular de vontades, e não ia dar à professora a satisfação de saber que me queixara do castigo. E ficava satisfeita de saber que Harry pensava igual.

— Não consigo acreditar na quantidade de deveres de casa que temos. — Comentou Rony infeliz

— Bem, por que você não os fez ontem à noite? — Perguntou-lhe Hermione — Afinal aonde é que você foi?

— Fui... me deu vontade de caminhar. — Disse Rony sonsamente

   Tive a nítida impressão de que eu e Harry não éramos os únicos que estávamos omitindo informações naquele momento.
  
   A segunda detenção foi tão ruim quanto a anterior. A pele nas costas da minha mão se irritou mais rapidamente, e dali a pouco estava vermelha e inflamada. Eu achei pouco provável que os cortes continuassem a sarar com tanta eficiência por muito tempo. Logo, o corte ficaria gravado em minha mão e Umbridge, talvez, se desse por satisfeita. Mas eu não deixei escapar nenhuma exclamação de dor, tampouco Harry, e, do momento em que entramos na sala ao momento em que fomos dispensados, novamente após a meia-noite, nada dissemos além de “boa-noite” ao entrar e ao sair.

   A situação dos meus deveres, no entanto, agora estava desesperadora, e quando eu voltei à sala comunal de Gryffindor, embora exausta, eu e Harry concordamos em fazer algumas das atividades, porém a princípio eu tive uma bela surpresa.
  
— Rox. — Harry me cutucou indicando a poltrona próximo a lareira. Logo vi que Jordan jazia deitado na poltrona e dormia descansadamente

   Andei até o garoto e deixei escapar um risinho ao ver sua cara de sono.
  
— Lee? Lee? Hey, gatinho. — Chamei em voz baixa enquanto balançava devagar o garoto que logo foi se acordando

— Am? Am? Honey. — Disse o garoto se ajeitando na poltrona enquanto eu deixava escapar uma risadinha novamente, ele bocejou — Acabei dormindo, eu estava te esperando, que horas são?

— Quase uma hora. Lee, eu e o Harry vamos fazer uns deveres antes de irmos dormir. — Informei com um tom sonolento enquanto indicava Harry que já espalhava os livros em uma mesa do outro lado da sala — Então pode ir se deitar tá, lindo?

— Tem certeza? Você não está cansada? Como foi a detenção?

— Estou bem, não se preocupa. Pode ir dormir.

   O menino se levantou da poltrona, ainda bocejando, mas abriu um leve sorriso para mim.
  
— Tudo bem, então. Boa noite, princesa, e não vai dormir muito tarde, Ok?

— Certo, boa noite. — Falei com um sorriso. O menino depositou um selinho em meus lábios e logo partiu em direção as escadas do dormitório masculino

   Eu também bocejei e cansada me virei e andei até Harry.
  
— Ele gosta mesmo de você, né? — Comentou o moreno enquanto eu me sentava na cadeira ao lado dele

— Quê? — Perguntei distraidamente enquanto abria meus livros

— O Lee, ele te esperou até agora e tals, ele deve gostar muito de você.

— É. Acho que sim... — Comentei ainda meio intrigada com o peso do que ele falou

   Logo mudei o rumo do meu pensamento e comecei junto com Harry o trabalho de Snape sobre a pedra da lua. Eram duas e meia quando terminamos. Sabíamos que não fizemos um bom trabalho, mas não havia como remediar; a não ser que entregassemos alguma coisa, sofreriamos, a seguir, uma detenção de Snape. Então depois comecei a responder rapidamente às perguntas que a Profa. McGonagall passara para os alunos, ajudei Harry no trabalho sobre a forma correta de tratar os tronquilhos para a Profa. Grubbly-Plank e depois nos despedimos, indo finalmente cada um para o seu dormitório. Me arrastei para a minha cama, onde me larguei inteiramente vestida por cima das cobertas e adormeci imediatamente. Tive sorte de que dessa vez Nigel quem estivesse cuidando de Marshall.

   A quinta-feira transcorreu em um atordoamento de cansaço. Rony parecia muito sonolento também, embora eu não conseguisse imaginar o porquê. A terceira noite de detenção se passou do mesmo jeito que as duas anteriores, exceto que, depois de duas horas, as palavras Não devo contar mentiras não desapareceram das costas da minha mão, nem da de Harry, permaneceram ali, escorrendo gotículas de sangue. A pausa no ruído da pena afiada fez a Profa. Umbridge erguer a cabeça.

— Ah. — Disse ela brandamente, dando a volta à escrivaninha para examinar as nossas mãos — Ótimo. Isto deve lhes servir de lembrete, não? Creio que não dói tanto quanto a Maldição Cruciatus, não é Srta. Weasley? — Perguntou em um tom risonho me fazendo corar de ódio — Podem ir por hoje.

— Ainda temos de voltar amanhã? — Perguntou Harry, enquanto apanhavamos as mochilas

— Ah, claro. — Disse a professora, com um sorriso tão amplo quanto antes — Acho que podemos gravar a mensagem um pouco mais fundo, com mais uma noite de trabalho.

   Eu jamais considerara antes a possibilidade de que poderia haver um professor no mundo que eu odiasse mais do que Snape, mas quando voltava para a Torre da Gryffindor tive de admitir que encontrara uma forte concorrente. Ela é maligna, pervertida, louca, velha...

— Rony?

   Eu e Harry havíamos alcançado o alto da escada, virado à direita e quase colidimos com Rony, que estava escondido atrás de uma estátua de Lachlan, o Desengonçado, agarrado à sua vassoura. Rony deu um grande salto, surpreso de ver a mim e Harry, e tentou esconder a nova Cleansweep Onze às suas costas.

— Que é que você está fazendo?

— Hum... nada. Que é que vocês estão fazendo?

   Eu na mesma hora amarrei a cara pra ele.
  
— Procurando ovos da páscoa, Rony!

— Anda, pode nos contar! Para que você está se escondendo aqui? — Perguntou Harry que também amarrara a cara

— Estou me escondendo de Fred e George, se é que precisam saber. Eles acabaram de passar com um bando de calouros. Aposto que estão testando coisas nos garotos outra vez. Quero dizer, eles não podem mais fazer isso na sala comunal, não é, não com a Hermione presente.

   Ele falava rápido e de um modo febril.
  
— Mas você está carregando a vassoura, você não tem voado, tem? — Perguntou Harry

— Eu... bem... bem... tá bem, vou lhe contar mas não riam, tá? — Disse defensivamente, e ficando mais vermelho a cada segundo — Eu... eu pensei em fazer um teste para goleiro da Gryffindor agora que tenho uma vassoura decente. Pronto. Agora vai. Podem rir.

— Não brinca! — Exclamei com um tom de entusiasmo — Rony, isso é incrível!

— Viu? Não estamos rindo. — Disse Harry. Rony piscou os olhos — É uma ideia genial! Seria realmente legal se você e Rox entrassem para a equipe! Nunca vi você jogar de goleiro, você é bom?

— Não sou ruim. — Respondeu Rony, imensamente aliviado com a reação de Harry — Charlie, Fred e George sempre me fizeram atuar de goleiro para eles, quando treinavam durante as férias. Ah, e a Rox sempre ficava como artilheira, claro.

‘Não sou ruim’. — Repeti com ironia — Rony você é ótimo! Ó-ti-mo! Nossa família já é de bons jogadores, e obviamente tendo o Chay como treinador claro que eu e você seríamos fantásticos. Ah, estou tão empolgada!! Eu e você no time, meu Deus, isso é um sonho!

— Então você está praticando hoje à noite? — Perguntou Harry meio rindo da minha empolgação

— Toda noite, desde terça-feira... mas sozinho. Tenho tentado enfeitiçar umas goles para me atacar, mas não tem sido fácil e não sei se vai adiantar muito. — Rony parecia agitado e ansioso

— Puxa... eu não treinei nada, espero me dar bem, mesmo assim. — Falei suspirando

— Fred e George vão rir de se acabar quando eu aparecer para os testes. Ainda não pararam de curtir com a minha cara desde que fui nomeado monitor. — Prossegui Rony meio acanhado

— E você liga para o que aqueles babacas falam!? — Perguntei com uma nota de impaciência na voz — Você é incrível, Ronald Weasley, meu irmãozinho lindo vai ser goleiro. — Acrescentei o abraçando fazendo suas bochechas ficarem vermelhas

— Por Merlim, Beatriz. — Resmungou ele corado e eu o soltei

— Eu gostaria de estar lá na sexta. — Disse Harry amargurado, quando nós três saímos caminhando em direção à sala comunal

— Ah, nem fala. Eu também queria ir torcer pelo meu maninho. — Comentei

— É, eu tam... Harry, que é isso nas costas da sua mão?

  Harry, que acabara de coçar o nariz com a mão direita livre, tentou escondê-la, mas foi tão bem-sucedido quanto Rony escondendo a Cleansweep.
 
— É só um corte... não é nada... é...

   Mas Rony agarrara o braço dele e o erguera à altura dos olhos. Houve uma pausa, durante a qual ele ficou olhando fixamente as palavras gravadas na pele, com ar de náusea, e em seguida soltou o braço de Harry e puxou o meu braço esquerdo com força no mesmo momento enquanto analisava agora minha mão, mas logo a soltou também, parecendo agora vermelho de raiva.

— Pensei que vocês tivessem dito que ela estava só mandando vocês escrever!

   Harry e eu hesitamos, mas afinal de contas Rony fora sincero conosco, então contamos a verdade sobre as horas que estávamos passando na sala de Umbridge.

— A megera velha! — Exclamou Rony num sussurro de revolta quando paramos diante da Mulher Gorda, que dormitava tranquilamente com a cabeça encostada na moldura do quadro — Ela é doente! Vão procurar a McGonagall, digam alguma coisa!

— Não. — Disse Harry na mesma hora — Não vou dar a ela a satisfação de saber que me atingiu.

— Eu muito menos. — Me apressei em dizer — Como ela mesmo falou não é tão doloroso quanto a Maldição Cruciatus, então não vou sair por aí comentando com ninguém.

— Ela disse isso!? Ah, que demônia! Filha de uma... Ahh! Vocês não podem deixá-la escapar impune! — Exclamou Rony irritadiço

— Não sei qual é o poder que McGonagall tem sobre ela. — Disse Harry

— Dumbledore, então, contem ao Dumbledore!

— Não. — Disse Harry categoricamente

— Por que não?

— Ele já tem muita coisa na cabeça. — Disse Harry

— Eu concordo com o Harry. Dumbledore não precisa saber disso. — Comentei respirando fundo

— Bom, eu acho que vocês deviam... — Começou Rony, mas foi interrompido pela Mulher Gorda, que estivera a nos observar sonolenta, e agora explodia:

— Vocês vão me dar a senha ou terei de ficar acordada a noite inteira esperando que acabem de conversar?

   A sexta-feira amanheceu sombria e encharcada como o resto da semana. Embora eu olhasse automaticamente para a mesa dos professores quando entrava no Salão Principal, foi sem muita esperança de ver Hagrid, e eu logo voltei meus pensamentos para problemas mais urgentes, como a momentânea pilha de deveres que precisava dar conta e a perspectiva de mais uma detenção com a Umbridge.

   Quatro coisas me sustentaram naquele dia. Uma foi o pensamento de que já era quase o fim de semana; a outra era que, por mais horrenda que certamente seria minha última detenção com a Umbridge, eu teria uma visão do campo de quadribol da janela da sala e poderia, com sorte, ver alguma coisa do treino de Rony. A terceira era que Ced e Mia estavam fazendo o possível para me animar, assim como Lee Jordan também, e a quarta era que finalmente no dia seguinte, eu faria meu tão esperado teste para entrar no time de quadribol da Gryffindor. Eram raios muito pálidos de sol, na verdade, mas eu era grata por qualquer coisa que pudesse atenuar minha presente escuridão; nunca tive uma primeira semana pior em Hogwarts.

  Às cinco horas daquela tarde eu bati à porta da sala da Profa. Umbridge para o que sinceramente esperava que fosse a última vez, e ela mandou eu e Harry entrarmos. Os dois pergaminhos estavam preparados sobre a mesa com a toalha de renda, as canetas pretas e afiadas do lado.
  
— Os senhores sabem o que fazer, Sr. Potter e Srta. Weasley. — Disse Umbridge, com um sorriso meigo

   Eu apanhei a pena e espiei pela janela. Se empurrasse a cadeira uns três centímetros para a direita... sob o pretexto de ficar mais próximo à mesa, eu conseguiria. Harry parecia pensar o mesmo que eu, pois fez o mesmo. Tínhamos agora uma vista distante da equipe de quadribol da Gryffindor, voando no campo para cima e para baixo, e havia meia dúzia de vultos escuros parados junto às três altas balizas, aparentemente esperando a vez de serem testados. Era impossível dizer qual era o Rony a essa distância.
   
  Não devo contar mentiras, escrevi. O corte nas costas da minha mão direita abriu e recomeçou a sangrar.
 
  Não devo contar mentiras. O corte ficou mais fundo, aferroando, ardendo.
 
  Não devo contar mentiras. O sangue escorreu pelo meu pulso.
 
  Eu arrisquei mais uma espiada pela janela. Quem defendia o gol agora estava fazendo um trabalho realmente medíocre. Katie Bell marcou duas vezes nos poucos segundos que eu me atrevi a olhar. Desejando muito que o goleiro não fosse Rony, eu voltei minha atenção para o pergaminho pontilhado de sangue.

— Não é o seu irmão. — Disse uma voz suave e infantil. Foi quando eu notei Mia ao lado da janela observando o campo — Ele ainda não jogou.

    Não devo contar mentiras.
    Não devo contar mentiras.
   
  Eu erguia a cabeça sempre que achava que podia arriscar: quando ouvia a pena de Umbridge arranhando ou uma gaveta se abrindo. O terceiro candidato foi muito bem, o quarto, terrível, o quinto se desviou de um balaço excepcionalmente bem, mas se atrapalhou com uma defesa fácil. O céu foi escurecendo e eu duvidei de que pudesse ver o sexto e o sétimo.

— Seu irmão ainda não foi. — Explicou Mia se voltando para mim — Meu Deus, tá doendo? Ah, é. Você não pode responder. Essa mulher é horrível, não é?

— Meu Deus Mia. — Disse Cedric aparecendo de repente na sala — Vou lá para o campo para ver direito o teste, depois eu te falo como foi, tá Rox? Mas tenho certeza que o Rony vai se sair bem. — Acrescentou ele, mas pela sua cara parecia mais preocupado com o estado da minha mão do que com o jogo, logo o garoto desapareceu de sala, e eu voltei minha atenção para o pergaminho

    Não devo contar mentiras.
    Não devo contar mentiras.
   
  O pergaminho agora brilhava com as gotas de sangue da minha mão, que queimava de dor. Quando tornei a erguer a cabeça, a noite caíra e o campo de quadribol já não era visível.
 
— Ele foi... — Começou Cedric

— É melhor deixarmos o suspense no ar. Deixa o Rony contar a ela, shiuu Diggory. — Se adiantou Mia ao aparecer do lado dele

  Eu apenas sorri, com certeza Rony tinha se saído bem.
 
— Vamos ver se agora vocês já absorveram a mensagem? — Disse a voz branda de Umbridge, meia hora depois

  Encaminhou-se para mim e Harry, esticando os dedos curtos e cheios de anéis primeiramente para o meu braço. Apenas me retraí, tentando não falar nada, ou expressar a dor que eu estava sentindo. Ela logo pegou então o braço de Harry. Porém, quando ela o segurou para examinar as palavras gravadas na pele, ele desvencilhou o braço das mãos da professora e ficou em pé de um salto, encarando-a. Ela o encarou de volta, um sorriso distendendo sua boca rasgada e frouxa. Eu apenas os olhei, perdida.

— É, dói, não é? — Disse baixinho

  Ele não respondeu. Mia e Cedric também pareceram sérios e intrigados analisando da professora para Harry.
 
— Bom, acho que cheguei ao ponto que queria, Sr. Potter. Srta. Weasley. Os senhores podem ir.

  Harry e eu apanhamos nossas mochilas e saímos da sala o mais rápido que pudemos.
 
— Não foi a minha mão. — Disse Harry quando chegamos nas escadas. E eu o encarei — Minha cicatriz. Quando ela tocou minha mão, a minha cicatriz ardeu.

— Você não acha que... será que Voldemort pode estar controlando a vaca cor-de-rosa como fez com o Quirrel? — Perguntei meio perplexa

— Bom. — Respondeu ele baixando a voz — É uma possibilidade, não é?

— Bom... sim. Ela é um terror.

— Suponho que até faça sentido. — Observou Cedric se intrometendo no assunto — Mas acho que não de estar possuindo a Umbridge do mesmo jeito que possuía Quirrell. Voldemort agora está vivo de verdade. Ele tem corpo próprio, não precisaria partilhar o de alguém. O mais lógico seria ele ter dominado a Umbridge com a Maldição Imperius.

— Até faz sentido. — Concluiu Mia

— É, mas também pode ter sido pura coincidência a cicatriz dele ter doído justo na hora que ela tocou nele, mesmo aquela mulher sendo um monstro. — Disse o garoto novamente

   Eu os encarei freneticamente, eles estavam quase me enlouquecendo com essa mania de se meter nos meus assuntos. Mas então Harry chamou minha atenção:
  
— Você está bem, Rox?

— Ah... sim. Melhor irmos indo, né?

   E assim retornamos a subir as escadas.

— Mimbulus mimbletonia! — Ofegou Harry para a Mulher Gorda, que mais uma vez girou para a frente

  Uma gritaria nos acolheu. Rony veio correndo ao nosso encontro, o rosto radiante e derramando na frente das vestes a cerveja amanteigada do cálice que segurava.
 
— Harry, Rox, consegui! Entrei, sou o goleiro!

— Não brinca! — Abri um sorriso e olhei para Mia e Cedric que me lançaram olhares cúmplices, logo voltei para meu irmão — Rony, isso é incrível.

— Quê? Ah... genial! — Exclamou Harry, parecendo ainda abalado por causa da cicatriz

— Tomem uma cerveja amanteigada. — Rony empurrou uma garrafa para mim e outra para Harry — Nem posso acreditar... aonde foi a Hermione?

— Ali. — Disse Fred, que também bebia cerveja amanteigada, apontando para uma poltrona junto à lareira. Hermione estava cochilando, a bebida balançando precariamente na mão

— Bom, ela disse que estava contente quando contei. — Comentou Rony, parecendo ligeiramente desapontado

— Deixe a Hermione dormir. — Disse George, depressa. Somente uns momentos depois é que eu reparei que vários calouros à volta deles traziam sinais inconfundíveis de sangramentos nasais recentes

— Oi, linda. — Lee se aproximou de mim me abraçando — Estou louco pra ver o seu teste amanhã, tenho certeza que você vai ser ótima.

— Obrigada, também espero isso. — Comentei suspirando enquanto íamos nos sentar no sofá

— Venha aqui, Rony, veja se uma das vestes antigas de Oliver cabe em você. — Chamou-o Katie — Podemos tirar o nome dele e colocar o seu no lugar...

   Fiquei bem feliz de ver o meu irmão bem, porém, quando Rony se afastou, Angelina se aproximou de Harry. Tive a leve impressão de que ela ia falar sobre o treino de Ron, então lancei um olhar para Mia e Ced irem ouvir o que ela falava.
  
— Então como foi a Detenção? — Lee chamou minha atenção me fazendo desviar o olhar de Angelina e Harry, com Ced e Mia ao lado deles

— Bom... eu estava em um inferno cor-de-rosa e aquela mulher é o próprio... ela é terrível, me entende? Mas eu tô bem. — Falei encostando minha cabeça no sofá e olhando pro teto

— Amor, não escuta o que ela fala. Não revida, você não pode ficar ganhando muitas detenções, você é a monitora, lembra? — Ele falou suavemente pegando na minha mão, mas foi justo na esquerda

— Ai. — Reclamei me ajeitando no sofá

— Machucou a mão?

— Er... — Respondi sem jeito puxando minha mão pra dentro das mangas da capa enquanto me sentava direito no sofá

   Logo vi que Angelina e Harry tinham parado de conversar. Enquanto Harry se juntou a Hermione, Angelina sentou perto dos gêmeos.
  
— Primeiro ela pediu desculpas por ser grossa com ele mais cedo, mas realmente depois ela falou do Rony. — Explicou Mia sentando-se na mesinha na minha frente

— Ela disse que ele foi bom hoje, mas poderia ter sido melhor. Eu e a Mia assistimos, e realmente a Angelina tem razão, sabe? O que eu quero dizer é que o Rony tem talento, mas ele é inseguro e não deu tudo de si hoje, mas com um bom treinamento, dedicação e um pouco de confiança, e ele será o goleiro perfeito. — Disse Cedric com um sorriso

   O triste era que infelizmente era verdade, meu irmão era muito inseguro, e isso me partia o coração.
  
— Rox? O que foi? — Jordan chamou minha atenção. Só então eu lembrei que para ele, eu devia está olhando pro nada, e me virei para olhá-lo — Você está bem? Tô começando a ficar preocupado, o que houve com sua mão e o que você está olhando?

   Eu respirei fundo. Senti um pingo de vontade de mandar ele cuidar da vida dele e dizer que estou bem, mas Lee só estava preocupado comigo, não merecia que eu gritasse com ele.

— Não é nada. Eu estou bem, tá bom? — Falei com o melhor sorriso que eu consegui — Estou meio preocupada com o teste amanhã.

— Você vai ser ótima, não fica se preocupando com isso, minha estrelinha. — Ele sorriu me abraçando de lado. No fundo eu senti vergonha, vergonha por que Mia e Cedric continuavam ali parados na nossa frente

— Aaaah, que fofoooo! — Exclamou Mia de repente puxando as sílabas das palavras e com um sorriso eufórico — Olha Ced como eles são fofinhos. A vida é tão injusta. Por que, Merlim!? Por que me levaste antes de minha alma gêmea entrar na minha vida, que cruel.

  Eu deixei escapar uma risadinha disfarçada enquanto Cedric batia com a mão no rosto e balançava a cabeça negativamente.

— Mia, pelo amor de Helga Huflepuff! — Resmungou ele

— Diggory, você pare, viu! Você teve namorada antes de morrer, eu não tinha ninguém! Nem era do time de quadribol e muito menos cheguei a saber se seria apta pra ser monitora. — Reclamou ela cruzando os braços

— Você não tinha ninguém!? — Ele ergueu as sobrancelhas parecendo a alfinetar

   As orelhas dela ficaram vermelhas.

— Ele era meu melhor amigo!  Só isso, ok?! — Retrucou emburrada

— Ok, ok. Mas nós estamos atrapalhando eles, Lourence! — Resmungou Cedric indicando a mim e Lee. Eu continuava com os olhos fixos nos dois e quase rindo, com a minha cabeça no ombro de Jordan que mexia no meu cabelo carinhosamente

— Hey, Jordan. Qual é, vem aqui. — Chamou Fred, que junto com George fazia malabarismos com garrafas vazias de cerveja amanteigada

— Esquecendo dos amigos, Lee!? — Resmungou George

— Passo o dia inteiro com vocês, me deixem dar atenção a minha namorada agora! — Disse Lee com um sorriso fazendo os gêmeos revirarem os olhos. O menino continuou fazendo cafuné na minha cabeça e eu sorri voltando a olhar pra Mia e Cedric

— Eles são tão... — Mia falou com um risinho e os olhos brilhando, com uma das mãos no coração

— Meu Merlim. Nos vemos amanhã, Rox. Tchau. — Se despediu Ced pegando no ombro de Mia, eu apenas sorri para eles

— Pera... agora, nã... — Reclamou Mia, mas logo desapareceu no mesmo instante que Cedric

— Do que você tá rindo? — Lee perguntou. Me ajeitei no sofá me ajeitando para olhar para ele

— Só lembrei de algo. — Respondi com um sorriso

— Do quê?

— Que namoro com uma pessoa incrível. — Respondi depositando um selinho nos lábios dele. O menino sorriu bobo e me beijou de novo

— CADÊ O RESPEITO!? — Rony gritou de repente fazendo eu e Lee se separar e olhar pra ele

— Vou falar nada só porque não quero estragar sua alegria, tá maninho? — Gritei de volta com um sorriso

   Quando olhei a volta no salão percebi que havia gorros de lã escondidos por toda a sala, onde elfos desatentos poderiam acidentalmente apanhá-los. Hermione e essas manias dela, hem.

   Dei um leve bocejo e percebi que era melhor ir me deitar, eu tinha pagado uma detenção e estava exausta, Rony tinha que entender isso. Então apenas me despedi de todo mundo e subi para o meu dormitório, Hermione aproveitou a deixa para subir também. Quando chegamos no quarto percebi que Lav, Pati e Lia já dormiam, apenas entrei no meu pijama, me joguei na cama e dormi em instantes.


  Hello bruxinhoooos!!

   Capítulo tenso, né? Tendo, o próximo é um tico mais felizinho, garanto kkkk. Estão com saudades de ver as coisas pelo Ponto de vista do Draco??

  Primeiro bônus de TW2, quando bater 10K de leituras vai ser pelo POV dele, ansiosos? Kkkk

   Genteeeeee, estou em uma cena de Enigma do Príncipe que cara kkkkkk, preparados pra gostar de personagens que agora vocês não suportam muito?? Ver o segredo dos “Vilãozinhos” e perceber que no fundo eles nem são tão maus assim?  Kkkkkk. Preparados pra volta que a história vai dar?! E pra ver a Rox ficar completamente bêbada pela primeira vez na vida ao experimentar Whisky de fogo? Kkkkkkk ansiosos pro sexto ano?

   Kkkk, deixem aqui o que vocês acham que a Rox pode aprontar bêbada, ou os micos que ela com certeza pagaria?

   É isso, nos vemos na sexta-feira.

– Bjos da tia Nick.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro