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160 | The Beginning of The Plan

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160. O Início do Plano

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... a Ametista vai salvar a vida dela, Draco. Nós vamos salvar a vida dela.

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ᴅɪᴀs ᴀɴᴛᴇs

   Confinados. Era assim que todos os residentes da Mansão Malfoy estavam, simplesmente trancafiados em uma prisão domiciliar, mas uma coisa eles teriam que concordar, isso era, sem dúvidas, melhor do que a morte, ou mesmo que mais tortura.

   Sol Lestrange mal saía, por isso não fazia grande diferença pra ela, embora temesse que a ordem do Lorde das Trevas fizesse seus pais se voltarem mais ainda para ela, talvez fosse por isso que a cada dia que passava Sol se resguardava mais no próprio quarto, perdida em livros e em pensamentos, forçando-se ao máximo a entender runas antigas.

   Claro, ela andava falando com Draco sempre que podiam, sempre que conseguiam algum momento sozinhos sem a interferência de Rox Weasley, que infelizmente continuava tão ciumenta quanto sempre e ainda não ia nenhum pouco com a cara de Sol. A cada dia que passava a gargantilha em seu pescoço parecia queimar mais a sua pele e interferir em seu comportamento que estava se tornando agressivo, as pessoas da casa já estavam notando que aquilo não era só porque ela desejava desesperadamente sair da Mansão. Ela tinha sede de sangue, e se não saísse dali logo, acabaria voltando-se para os residentes da Mansão, e todos sabiam que isso não acabaria nada bem.

— Ela não faria isso. — Defendeu-a Draco numa determinada manhã nublada em que a garota teria ido caminhar no jardim com Narcissa Malfoy

— E o que te dá tanta certeza? — Perguntou Sol, sentada em sua escrivaninha entretida no que fazia, indiferente a presença do primo às suas costas

— Você viu o que aconteceu naquele dia! — O garoto insistiu — Quando Potter fugiu, Sol, ele... ele mandou ela me matar, ele a enfeitiçou com uma coisa esquisita, mas...

— ... mas você conseguiu a despertar do transe. — Concluiu Sol ainda sem o olhar

— Isso! — E o garoto caminhava de um lado a outro pelo quarto — Tem algo bom nela, mesmo em transe ela lembrou de mim, ouviu o que ela disse? Quando ele... ele começou a falar aquelas coisas de amor e poder. Ela me escolheu, Sol, a minha Rox ainda está ali dentro!

   Sol suspirou, entendia o desespero do primo pra estar certo, compreendia o que significava tê-la em seu estado normal, sabia o quanto tudo isso valia, era por isso que ultimamente ela não largava aquele livro. Poderes Inanimados e Trevas tinha virado sua historinha de dormir ultimamente, e estava contente com o avanço em que andava tendo, estava começando a compreender tudo.

— Ela está. — Concordou a garota sem virar-se para o primo, seus olhos estavam inchados porque ela não dormira direito e sua escrivaninha estava uma completa bagunça de pena, tinta, pergaminho e pelo menos três outros livros além do Poderes Inanimados e Trevas

   Interessada, de olhos vidrados, Sol arrastou um pouco a cadeira para frente quase mergulhando o rosto nos livros e nem estava mais ouvindo as coisas que Draco falava enquanto rodava, a mão direita da garota agora mexia-se veloz, os olhos sem nem mesmo piscar, cada segundo era crucial, e se alguém a tirasse do transe agora, estaria tudo perdido. Um sorriso começou a formar-se em seus lábios, seu coração se agitou, e, então, Sol gritou.

— NÃO! NÃO! — Mas sorria tão abertamente que seu primo só fez parar e arregalar os olhos sem entender coisa alguma

— Não o quê?

— NÃO ACREDITO! — Voltou a exclamar levantando-se da cadeira e segurando seu grosso livro nos braços além de um pergaminho

— O quê? — Draco tornou a perguntar de testa franzida — No quê você não acredita? O que aconteceu?

   A garota deu uns pulinhos e um grito que só fez o menino ficar mais perdido. Sorrindo, ela virou-se pra ele.

— É isso! É isso! — Exclamava — Era uma letra, não um número, a tradução estava errada, e aquilo... aquilo não era uma runa, era só uma mancha de chá!

   Draco Malfoy piscou, decidido a apenas esperar a boa vontade de Sol Lestrange explicar-lhe o que raios estava acontecendo.

— Eu consegui!! — Deu outros pulinhos extasiados — Porra!

   Muito delicadamente Draco colocou sua mão no braço da prima, a segurando e a fazendo olhar finalmente para ele e se acalmar um pouco, ele queria perguntar se ela estava louca, mas achou melhor não fazer isso.

Sol? — Repetiu com indagação — O que você conseguiu?

   Ela sorriu com meiguice e se acalmou abraçando o livro contra o peito, preparada para contar a notícia que deixaria seu primo em êxtase, preparada para resolver toda a situação.

— Eu sei como quebrar o feitiço da Rox.

   Por alguns segundos ele não falou, ficou paralisado ainda a segurando, simplesmente boquiaberto sem saber se sorria ou gritava.

— O... quê? — Foi a primeira coisa que lhe escapou a boca assim que ouvira aquilo, e ele sorria

— Luz! — Exclamou Sol abrindo o livro em sua cama e trazendo consigo o pergaminho que segurava, ele estava cheio de runas e rabiscos indecifráveis para Draco — Luz!Calor! Temperatura!

— Ok, então agora você fala em códigos? — Draco ergueu uma sobrancelha pra prima que riu

— Eu consegui descobrir o que faltava. — Contou ela pousando sua mão no livro  — Só precisava encaixar as peças, tinham coisas que eu não entendia sobre o colar, muita informação que não fazia o menor sentido, então tentei pesquisar a fundo e até em outros livros, só ir a fundo na magia antiga, então descobri o que faltava. O livro não fala em si de um antídoto, foi quando eu percebi que pra descobrir como quebrar aquilo era preciso entender outra coisa, a história do colar.

    Draco piscou a observando e achou melhor sentar-se, deixando Sol a vontade para falar.

— Karl Vernon. — Começou a menina de forma teatral — O nome por trás da lenda do misterioso colar capaz de deixar o coração mais puro carregado de trevas, nos relatos não diz com clareza, mas ele deve ter vivido mais ou menos no século dezessete, um alquimista.

   "Os alquimistas eram mais comuns na idade média, ainda assim não impedia de que houvesse alguns deles na Idade Moderna. Karl era o filho mais velho, tendo três irmãs mais novas, ambos bruxos, e acho que você sabe bem o que acontecia na Inglaterra nos séculos dezesseis e dezessete, não?"

   Draco tentou lembrar, forçou sua mente naquilo, mas não se lembrou, nunca gostara muito de História. Sol, vendo seu primo negar com a cabeça prosseguiu:

— A Caça às bruxas. — Seu tom era frio e agora ela observava a janela, estava começando a cair leves pingos de chuva — Na verdade — e voltou a olhar para o menino —, os europeus viviam um perfeito inferno nessa época, sendo ou não um bruxo. Os historiadores, babacas trouxas claro, chamam os séculos dezesseis e dezessete de "um universo mágico", o tempo em que o mundo material e suas instituições eram muitas vezes influenciados pela crença em Deus e no Diabo. Eles levavam realmente a sério essas coisas de religião.

   "Muitas pessoas passavam fome, viviam em comunidades rurais, e de repente a Inglaterra se viu mais que dobrar entre 1530 e 1630. Então tinham os surtos de doenças e eventos climáticos malucos que prejudicavam as colheitas. Eles chamavam esses acontecimentos ruins de 'punição de Deus', isso por enquanto, até surgir outras lendas, até surgirem as crenças de que bruxos e bruxas eram capazes de causar tempestades, destruir rebanhos, levar pessoas à loucura ou mesmo matá-las, foi aí que a chacina começou.

   "As coisas eram piores se você é uma mulher e teve que viver naquela época, a igreja católica não perdoava. Em bons pontos da Europa era comum que os acusados de bruxaria fossem atirados na fogueira, mas aqui na Inglaterra eles apelavam pela forca. Era um caos.

   Draco refletia em tudo que ouvia, ansiando finalmente ouvir até onde aquilo tudo levaria.

— As três irmãs de Karl foram mortas em algum ponto do século dezessete, não dá pra saber com clareza, foram enforcadas em praça pública junto de mais outros dois acusados. Haviam sido perseguidas por Desmond Hopkins, um caçador de bruxas, que viajava pelas vilas ao norte da Inglaterra, ele era geralmente convidado por moradores preocupados sempre que havia alguma suspeita.

   "Hopkins tinha a conduta de fazer testes com os suspeitos, ele não mandava para forca sem se certificar que a pessoa era mesmo uma bruxa, então fazia observações e espécies de torturas que esperava que fosse capaz de fazer o lado mágico interior da pessoa florescer, as três ficaram em observação e presas no laboratório dele por quase três meses antes do assassinato.

— O... Vernon não foi acusado também? — Draco perguntou

— Não. — Sol suspirou — Naquela época, mulheres eram consideradas mais vulneráveis às 'tentações do Diabo.' — Acrescentou com desdém — Como se ser bruxo tivesse a ver com senso divino. — E bufou — Olha, o que eu quero dizer é que estimava-se que as mulheres fossem mais propensas à bruxaria, e algumas eram consideradas particularmente mais vulneráveis à essas acusações se tivessem a ausência de proteção, ou seja, mulheres adultas e solteiras. Se bem que as irmãs de Vernon pareciam ser menores de idades quando foram levadas, mal conseguiram se defender...

   "Isso foi mais do que o suficiente para causar ira em um jovem bruxo órfão.

    E Sol sentou-se na cama puxando o livro para seu colo e mexendo em algumas páginas.

— Era Karl quem cuidava das irmãs, os pais morreram quando ele tinha catorze anos e era obrigação dele cuidar das três, então ele se sentiu culpado pela morte delas, por não ter conseguido as defender, por não estar em casa quando foram levadas. Foi mais ou menos nessa época também, depois da morte das irmãs que ele descobriu que na verdade os pais morreram do mesmo jeito, enforcados em praça pública no Leste da Inglaterra quando faziam uma viagem para visitar algum familiar.

   "Foi movido pelo ódio que Karl, então, se afundou em magia das trevas, a mais antiga e perigosa que pôde, seu desejo era acabar com todos, todos os trouxas que destruíram sua família, ele queria vingança, a pior delas, não se importava com mais nada, ele só não conseguiria viver enquanto os assassinos de suas irmãs permanecessem impunes, e estava determinado a não deixar que mais nenhum bruxo fosse caçado ou morto.

— E-então ele criou o colar? — Draco perguntou

— Não. Vernon criou uma magia poderosa, invocou uma maldição mais forte do que podia suportar, ele foi mais longe do que qualquer outra pessoa em sua idade já tinha ido, seu corpo foi transmutado e só era trevas, ódio e vingança.

— C-como o...?

— Eu sei em quem você está pensando. — Disse Sol entendendo a expressão do primo — O Lorde. Mas é diferente, o Lorde das Trevas sempre quis poder e apenas poder, Vernon queria destruir todos aqueles que acabaram com a sua família. Diferente do lorde, ele não abominava o amor...

— E... o que aconteceu?

— Depois de anos se afundando em magia negra ele saiu convicto, disposto a fazer uma chacina, disposto a destruir tudo, a matar todos os caçadores. E por um tempo parecia que seu plano estava dando certo, a Inglaterra virou um completo caos, algumas pessoas chamam àquela época de "inferno na terra", embora nem todos entendam direito o que aconteceu.

    "Mas então Karl Vernon foi destruído, nem todos os bruxos estavam a favor do que ele estava fazendo, e sabiam que ele precisava ser parado já, então Claire Dillys, uma bruxa de meia-idade da época, acabou com ele, foi a única capaz de entender o que era preciso, a única capaz de absorver toda a casca de magia obscura que Vernon adquirira pra si, ela absorveu todo o seu íntimo maligno e o prendeu em um colar, enquanto fazia com que o corpo do bruxo queimasse. O fogo ardeu até exterminar tudo, espíritos obscuros detestam luz, e quando Vernon entrou em contato com aquilo ele simplesmente queimou até que todo o seu corpo virasse cinza.

— Por que ela não simplesmente o matou? Por que sugou o seu espírito? — Draco perguntou

— Ela não podia ter simplesmente o matado, a magia que Vernon criara era forte demais, ele não poderia ser morto, só havia uma forma de acabar com tudo aquilo, e a única saída era tirar a sua alma. Por isso Dillys a sugou, sugou todo o seu espírito obscuro carregado de magia, a qual ela sabia dos estragos que causaria se ficasse solta, logo encontraria um hospedeiro, então Dillys precisava de um lugar para prendê-lo, e, não há resposta, mas acho que ela pensou que o melhor fosse que seu espírito ficasse em um colar. Ela simplesmente aprendeu-o lá, na esperança de que o colar fosse perdido e nada naquele nível nunca mais acontecesse.

   "Mas é claro que aconteceu. Apenas alguns anos depois do ocorrido, mas a primeira pessoa depois da morte de Vernon a usar aquele colar não tinha ideia alguma do que aquilo faria com ele, mas a segunda já sabia. O colar percorreu um caminho sangrento ao longo dos anos, as pessoas que o usavam não queriam em si adquirir um coração obscuro, ok, algumas queriam um espírito de vingança, mas já outras tinham apenas a ambição de usufruir o seu poder maligno. Todas elas, no entanto, cada uma que colocou o colar no pescoço e se viram presas a algo definitivo, incapaz de sair de sua pele, tiveram as mesmas reações e os mesmos fins.

    "Memórias embaralhadas, mente maligna, sede de sangue, mas o futuro também era o mesmo: a morte. Todas elas acabaram mortas, não há relato de alguma que tenha se livrado da maldição de outro jeito. Os bruxos do ministério, os aurores não sabiam outra forma de acabar com o espírito maligno, pensavam que a única solução para o colar desgrudar de suas peles era a morte, fazer com que seus corpos queimem...

    Draco Malfoy arregalou os olhos para a história, assustado. Definitivamente não queria ouvir de sua prima que a única solução para o espírito de Vernon, que habita o colar, saísse de Rox fosse matando-a. Se essa for a única solução, Draco, no fundo de seu íntimo, tem a convicção de que prefere a ver viva e enfeitiçada. 

— Eu não te contei antes porque sabia que você teria essa reação. — Suspirou Sol

— Você tá dizendo que...?

— Não. — A garota se apressou a dizer cortando o tom irritado do garoto — Não, Draco. Claro que não. — Ela voltou a olhar para algo no livro — Era por isso que eu estava tão perturbada nos últimos dias, por isso que eu mal dormi, estava estudando esse livro porque tinha que haver alguma solução, tinha que ter uma resposta, a morte não podia ser a única solução.

   "Então eu achei.", e ela sorria vivamente ao tornar a olhar para ele. "Fogo, calor, temperatura! Esse tempo todo era isso que estava dizendo aqui, era a peça que faltava! Dillys prendeu a alma de Vernon no colar, mas destruiu o seu corpo com fogo, os espíritos malignos gostam de frio, de escuro, o fogo é a sua destruição, o fogo os faz sair."

   Ela folheou o livro extasiada e mostrou a Draco uma página onde só o que ele conseguia entender eram as gravuras, desenhos de ervas e demais coisas às quais ele não compreendia.

— Mas não é assim tão simples, claro, nada é fácil, eu tive dificuldade para traduzir essas runas finais, mas então entendi, eu finalmente entendi! Mas ao mesmo tempo fiquei perdida, porque não fazia sentido, não fez sentido algum...

   Levantou seu olhar pro garoto que só ficava mais perdido enquanto ela tagarelava.

— Não fazia sentido em tantos anos ninguém ter entendido isso, fiquei martelando e martelando até entender, como tantos bruxos ilustres não conseguiriam destruir Vernon? E então enquanto fazia essa busca, percebi o que faltava. Tem uma explicação para ninguém nunca ter compreendido o que eu entendi, eles não tem algo que nós temos... pra eles não havia solução, mas nós temos... nós temos a Ametista!

— A... — Draco a olhou sem entender

   Sol pulou da cama deixando que o primo ficasse com o livro, logo correu para se aproximar da sua cômoda, abrindo a primeira gaveta começou a procurar por algo. Sorriu quando se virou para o primo segurando um colar de barbante que era amarrado a uma brilhante pedra lilás.

— O que você tá fazendo com isso? — O garoto perguntou sério assim que reconheceu o colar de Ametista, assim que lembrou-se da pedra que ele próprio mandara para Rox Weasley no Natal do ano anterior

— Calma. — Pediu a menina — Peguei dela na noite em que... a noite em que eu e os Burke a trouxemos aqui, se eu não fizesse isso, o Lorde poderia tomar dela e nunca mais vocês veriam a jóia. — Justificou apressadamente ao ver o olhar que ele fazia — Draco, você não está entendendo a gravidade da situação, a pedra é o que vai salvá-la. A Ametista, o amuleto protetor. Você pode me julgar por ter tirado dela, mas agora, eis a solução, a pedra.

— Como assim? — Disse o menino se levantando e deixando o livro de lado

   Sol estava agitada, ansiosa, mas temerosa, era esperado que depois de tantas pesquisas e estudos sobre aquele tema ela estivesse confiante, mas como podia estar se tantos outros bruxos antes dela, bem mais capazes e mais experientes nunca conseguiram isso? Preferiram matar a pessoa que usava o colar à procurar uma forma de salvá-lo. Como pôde ela perceber o que mais ninguém percebeu?

— A pedra tem propriedades mágicas de proteção, de afastar o mal. — Explicou em voz suave, como se tentasse não só o convencer, mas fazer o mesmo com si própria também — E... tem um ritual, é parecido com o processo que fiz para me tornar animaga, mas de certa forma diferente... — Ela deu um sorriso nervoso e observou a pedrinha lilás na palma da sua mão — a Ametista vai salvar a vida dela, Draco. Nós vamos salvar a vida dela.

    O garoto estava acostumado a ser o inteligente, a sempre compreender tudo, mas naquele momento era fato que ele estava completamente perdido, mais confuso do que nunca, embora tentasse de todas as formas se manter esperançoso, confiar de que o quer que fosse o plano de Sol, ele daria certo.


    O plano parecia simples, mas só parecia, exigia muita coisa de dois meros adolescentes em confinamento, dois que mal podiam se comunicar e muito menos podiam de forma alguma levantar suspeitas.

    Sol Lestrange teve que esperar até a noite de lua cheia para que fosse possível colocar o plano em ação, foram exatos seis dias com a Ametista exposta ao sol e ao calor enquanto ela garantia outros ingredientes preciosos e eficazes para o que tinham que fazer, era muita sorte que fosse possível encontrar tudo ali na casa mesmo, algumas coisas colhidas no próprio jardim. E então parecia estar quase tudo pronto, lá estava um frasco com um líquido amarelo brilhante, era meio estranho ter atingido essas cores, mediante os ingredientes que foram usados para a mistura: uma crisálida de uma Polyommatus bellargus, alguns pedaços de cogumelo porcino, pele de ararambóia picada e um ramo de cocleária. Mas estava tudo certo, eram os ingredientes necessários, só faltava uma coisa...

   Sol suspirou profundamente, estava de luvas quando apanhou a pedra de brilho púrpura que ela não sabia, mas apenas tinha ideia do sacrifício que deveria ter sido obtê-la. A Ametista estava quente, óbvio, mas mesmo assim Sol conseguiu colocá-la em cima da bancada onde precisava dar os últimos ajustes. Apanhou sua varinha e fez o que precisava ser feito, a faia então tocou a pedra lilás que se dissipou soltando uma espécie de pó parecido com açúcar mascavo roxo.

   A garota sorriu olhando a preciosidade em suas mãos, parecia ser verdade o que diziam das varinhas de faia, afinal, combinadas com as pessoas certas, elas são capazes de produzir feitiços raros e sutis jamais vistos em qualquer outro tipo de material. Sol nunca se viu como alguém sábia demais para sua idade, mas tinha algum motivo para essa varinha a ter escolhido, disso ela sempre soube, e por mais insegura que ela fosse, não podia negar que talvez fosse boa em uma coisa ou outra.

   Apressadamente a garota apanhou o pó da pedra e colocou-o no frasco fazendo ele fervilhar, e passar de amarelo vivo para um roxo neutro. Sol sorriu, o encantamento estava pronto.


  Draco Malfoy, no entanto, se via em um problema diferenciado ao da prima, mas talvez igualmente difícil.

— O que tem no seu quarto? — Rox Weasley perguntou desconfiada, enquanto erguia uma sobrancelha, definitivamente entediada, seu olhar parecia dizer que tudo o que ela desejava naquele momento era esganar um pescoço

— Quando você chegar lá você ver. — Insistiu o garoto loiro com um sorriso um tanto nervoso

— Espero que seja algo interessante. — Disse a garota seguindo ao lado dele para o primeiro andar da mansão — Sua mãe estava me mostrando as fotos de quando você era bebê, tava ótimo pra sair do tédio, sabia?

— E você prefere ver minhas fotos bebê do que passar um tempo comigo hoje e ao vivo, amor? — O garoto provocou

   Não era o seu estilo, isso era fato, mas Draco sabia como provocar Rox, e mais ainda sua versão enfeitiçada e totalmente obcecada por ele.

— Claro que não, docinho. — A garota sorriu perversa — Vamos pro seu quarto então, tô doida pra ver o que você quer me mostrar.

   Draco deu cada passo até seu quarto cada vez mais nervoso, embora tentasse não transparecer isso, no instante então que fechou a porta do quarto e se virou pra Rox, pareceu ainda mais temeroso.

— E então? — A garota estava de costas pra ele, apenas observando o quarto a procura de alguma surpresa ou qualquer coisa de diferente

   O loiro foi ágil, ergueu a varinha e recitou o feitiço em sua mente, sabendo que talvez pudesse ser morto se errasse. Podia? Ela o mataria por isso? Bom, Draco não queria descobrir até onde o limite de Rox iria. Mas por sorte funcionou, o feitiço a atingiu em cheio, e ela pareceu cambalear adormecida. Adiantando-se, Draco a colocou sentada em uma poltrona, vendo seu rostinho meigo e suave parecendo estar em um sono profundo.

— Vai dar tudo certo, meu amor, eu prometo. — Sussurrou passando uma mão por seu rosto e encostando sua cabeça no encosto da poltrona

   Apressando-se, Draco saiu do quarto, tentando não ser visto por ninguém da casa, mas precisando que Sol agilizasse.

— Conseguiu adormecer ela? — Sol perguntou assim que notou o primo entrar no seu quarto

— Consegui, só não sei quanto tempo vai durar. — Revelou — E a poção?

  Sol ergueu o frasco com o líquido roxo.

— Poção para acordar o subconsciente, tá na mão. — Disse ela — Mas sabe que isso não é o suficiente para derrotar o Vernon, não é?

— Só pra despertar ela. — Draco suspirou — A Ametista tá aí dentro mesmo?

— Sim, e vai pra dentro do organismo dela, tem ideia que ela nunca mais vai poder ser enfeitiçada a partir do momento que ela tomar essa poção, né? É diferente de usar a pedra no pescoço, agora vão estar dentro dela!

— Não é só isso que essa poção vai fazer com ela, né? — Draco perguntou um tanto intrigado

   Sol suspirou, desviando o olhar dele para a poção.

— Eu... não sei bem todos os efeitos colaterais, ou o que podem causar no organismo dela, mas sei que vai ser o suficiente pra ela acordar, é o que importa — E pareceu um pouco nervosa —, não é?

    Draco refletiu, os dois estavam assustados e inseguros, mas naquele momento sabiam o que precisava ser feito, ambos estavam cansados daquilo tudo e tinham ideia do destino que o mundo levaria se Rox continuasse enfeitiçada, eles tinham consciência do que precisava ser feito.

— Sim. — O garoto disse juntando toda a confiança que podia, então olhou para o lado como se procurasse algo — E o espelho?

   Sol, ainda segurando o frasco, se virou, abriu uma gaveta de sua cômoda e apanhou um espelho de mão vintage, ergueu-o então para Draco ver e sorriu.

— Vamos acabar com isso.

   Em instantes Sol Lestrange e Draco Malfoy já estavam no quarto onde Rox Weasley estava, ainda adormecida em uma poltrona. O loiro virou-se para a porta e a trancou, então recitou um feitiço que conhecera a um tempo. O Abaffiato, criado por seu padrinho Severo e o qual seria responsável por impedir que qualquer pessoa do lado de fora do quarto escutasse qualquer coisa.

— Sabe quanto tempo mais esse feitiço que você usou nela vai funcionar? — Sol perguntou se aproximando da poltrona onde Rox estava

— Não muito. — O garoto suspirou — Temos que estar preparados, não sabemos o efeito que a poção vai causar nela.

— Ou se o Vernon vai sair tão rápido...

   Draco a olhou, suas íris acinzentadas assustadas.

— Não espera que ele seja tão facilmente manipulável, né? — A garota não o olhou, apenas se dirigiu a estante de livros próximo a poltrona e ergueu sua varinha, fez um movimento certeiro que fez com que a enorme estante fosse substituída por uma caixa enorme e com aspecto antigo e umas grades

— Porra! — Exclamou Draco Malfoy, os olhos arregalados como duas laranjas — É... é...

— Transformação objetiva. — Disse a garota à exclamação muda do primo — Não se preocupe, eu transfiguro seus livros de volta quando acabarmos.

— E o que diabretes seria isso? — O garoto perguntou incrédulo

— Um aquecedor a óleo. — Explicou a garota observando bem o objeto a sua frente — Talvez quatro vezes maior que um normal, claro. Achei que seria melhor usarmos isso do que colocar fogo no seu quarto.

  O garoto apenas a observou erguer a varinha e fazer com que o gigante aquecedor ligasse, uma luz vermelha veio dele lhe dando a aparência de um enorme forno que causava no quarto uma alta temperatura.

  Draco jogou sua jaqueta para longe, sentindo que estava começando a suar.

— Pronto? — Sol perguntou enquanto prendia as tranças em um coque, e Draco assentiu

   Os primos olharam para Rox, ainda sentada na poltrona adormecida, mas agora parecendo começar a se mexer, como se seu corpo estivesse fervendo com a quentura do ambiente. Os dois correram até ela, e Sol abriu a poção, preparada para despejar o líquido na boca da outra menina. Ela fez um breve aceno com a cabeça, e Draco entendeu, apertando um pouco as bochechas de Rox, para que ela abrisse a boca e Sol pudesse despejar a poção ali, mas mal tinha derramado um pouco quando a Lestrange sentiu que estava sendo sufocada.

   A mão esquerda de Rox Weasley apertava com quase nenhum esforço o pescoço de Sol que começou a ofegar, era estranho como que mesmo sem esforço a garota conseguisse exercer tanta força. Draco arregalou os olhos e tentou segurar o braço da garota que ele amava, e salvar a sua prima que manteve sua determinação em despejar toda a poção na boca da menina, ao invés de tentar se salvar.

   Quando o líquido todo caiu, a mão de Rox se afrouxou e Sol dobrou-se tentando respirar, embora com dificuldade. Draco olhou de uma a outra sem saber o que fazer. Os olhos de Rox ficaram preto e embora seu corpo parecesse tremer ela não parecia capaz de fazer nada contra alguém, a poção estava fazendo efeito.

— Sol... — Chamou Draco

— E-eu... tô bem. — Disse a garota se aproximando para ver melhor, a varinha em postos, ignorando as marcas vermelhas em seu pescoço

   Rox começou a tremer descontroladamente, sua cabeça parecendo pender de um lado a outro, mas sem forças para nada, então começou a gritar, como se houvesse uma briga acontecendo em sua própria mente.

— NÃO! — Exclamou virando-se para um lado — Não! NÃO!

   Draco apenas ofegava, o coração saltando, sem saber o que fazer para ajudar a garota que amava.

   Então a garota caiu, ela tremia mais, agora com as mãos e joelhos no chão, ela começou a engulhar, suas mãos foram a boca de onde ela parecia querer puxar algo. Uma fumaça preta saiu de lá, junto com sangue e uma faixa negra enorme que a garota puxava desesperadamente, parecendo querer se livrar o mais rápido possível da agonia. Seus olhos lacrimejaram, mas ela não parou até colocar tudo pra fora, ainda tremendo se afastou da faixa misturada com o sangue e a fumaça negra, e apenas a observou no instante em que um barulho de algo quebrando foi ouvido e a temperatura fez com que o colar em seu pescoço fervesse e a jóia se abrisse, logo caindo no chão onde dissipou-se com a fumaça negra que parecia espalhar-se pelo ambiente.

   Draco se aproximou da garota, ficando de joelhos mais que depressa e não dando atenção à fumaça se espalhando pelo quarto, a temperatura parecia mais alta agora e o garoto suava muito. Ele a abraçou percebendo que ela não parava de tremer, não se importava com nada que não fosse saber que ela estava bem.

— Draco... — A voz de Sol veio baixa, mas precisa, então suas íris acinzentadas viram o que a prima tentava o mostrar com tanta urgência

   A fumaça densa estava juntando-se e membros pareciam nascer do chão, primeiro uma mão, depois a outra, então veio uma cabeça de cabelos platinados, em instantes havia um corpo baixo envolto de uma faixa negra, lembrando vagamente uma múmia. A figura estava de costas para eles, mas mesmo antes dela virar-se eles já haviam notado a aparência de quem ela estava usando.

   Os olhos de Draco pareceram duas laranjas, ele olhou para a garota em seus braços –pálida, sem forças, desacordada e trêmula – e desta para a figura à frente de vestes negras que parecia olhar suas próprias mãos enquanto virava-se para eles. O que tinha de parecido com Rox dissipou-se mais no momento que ela os olhou, seus olhos eram bolas de um vermelho-sangue penetrante com uma fenda negra e veias pretas pareciam saltar de seu rosto deixando a visão ainda pior, mas o horror foi completo quando ela sorriu, dentes pontiagudos e irregulares em uma gargalhada de arrepiar os fios. Mas sua voz era baixa e distante, embora com um tom agudo de perfurar a pele quando falou:

Vocês me libertaram...

Hello Hello bruxinhosssss

    Como estamos? Vocês estavam todos agoniados para o momento em que o colar seria quebrado, não é? Kkkkkkkk, eai, esperavam por essa? Querem saber o que mais aconteceu pra destruição do espírito de Vernon? Segunda-feira tem a parte 2 onde suas perguntas serão respondidas. hihi

– Bjosss da tia Nick.

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