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128 | The Vision and the Thief

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128. A Visão e o Ladrão

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Harry, você não acha que Você-Sabe-Quem estava atrás de outro objeto para transformar em Horcrux?

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Eu abri os olhos e me senti ofuscada por uma claridade ouro e verde; não tinha ideia do que acontecera, só sabia que estava deitada no que me pareciam folhas e gravetos. Lutando para insuflar ar nos pulmões que eu sentia achatados, pisquei os olhos e compreendi que a luminosidade excessiva vinha do sol se infiltrando por um dossel de folhas. Então, um objeto se mexeu próximo ao meu rosto. Eu me apoiei nas mãos e nos joelhos, pronto para enfrentar um animal pequeno e feroz, mas vi que era apenas o pé de Rony. Olhando ao redor, percebi que nós quatro estávamos deitados no chão de uma floresta, aparentemente sozinhos.

O primeiro pensamento que me veio foi a Floresta Proibida e, por um momento, mesmo sabendo como seria tolo e perigoso aparecemos nos terrenos de Hogwarts, meu coração pulou de alegria à ideia de atravessá-la furtivamente até a cabana de Hagrid. Contudo, nos poucos instantes que Rony levou para gemer baixinho e eu comecei a rastejar até meu irmão, notei que não era a Floresta Proibida: as árvores pareciam mais jovens, mais espaçadas e o chão mais limpo.

Me deparei com Hermione, também de quatro, junto à cabeça de Rony. Quando meu olhar recaiu sobre meu irmão, todas as outras preocupações fugiram de minha mente, porque o sangue encharcava todo o lado esquerdo de Rony e seu rosto se destacava, branco-acinzentado, na terra forrada de folhas. A Poção Polissuco ia se dissipando agora: na aparência, Rony era um meiotermo entre Cattermole e ele próprio, seus cabelos cada vez mais ruivos e o rosto perdendo a pouca cor que lhe restava.

— Que aconteceu com ele? O que meu irmão tem? — Perguntei aterrorizada; Harry estava de joelhos olhando a cena nervosamente

— Estrunchou. — Respondeu Hermione, os dedos ocupados com a manga do meu irmão, onde o sangue estava mais profuso e escuro

Eu a observei, horrorizada, rasgar a camisa de Rony. Sempre pensei no estrunchamento como algo cômico, mas isso... minhas entranhas se contorceram desagradavelmente ao ver Hermione expor parte do braço de Rony onde faltava um naco de carne, removido por inteiro como se o tivessem cortado a faca.

— Rox, depressa, na minha bolsa, tem um frasquinho com a etiqueta Essência de Ditamno...

— Bolsa... certo...

Eu corri para o lugar onde Hermione aterrissara, apanhei a bolsinha de contas e enfiei a mão nela. Na mesma hora, objetos após objetos começaram a se apresentar ao meu toque: eu senti as lombadas de couro dos livros, as mangas de lã dos suéteres, saltos de sapatos...

— Depressa!

Apanhei minha varinha no chão e, apontando para o fundo da bolsa mágica, ordenei:

Accio ditamno!

Um frasquinho marrom voou da bolsa; eu o aparei e voltei correndo para Hermione e Rony, cujos olhos agora estavam semicerrados: traços de córneas brancas era tudo o que se via entre suas pálpebras.

— Ele desmaiou. — Disse Hermione, que também estava muito pálida; já não se parecia com Mafalda, embora seus cabelos ainda conservassem algumas mechas grisalhas — Destampe-o para mim, Rox, minhas mãos estão tremendo.

Mas o que Hermione não sabia é que eu também tremia muito e meus olhos estavam quase lacrimejando.

— Me dá. — Pediu Harry que já voltava a sua habitual aparência

O garoto arrancou a tampa do frasquinho e entregou-o a Hermione, que aplicou três gotas da poção na ferida ensanguentada. Ergueu-se uma nuvem de fumaça esverdeada e, quando se dissipou, vi que o sangramento cessara. O ferimento agora parecia ter ocorrido há vários dias; uma pele nova se estendia sobre a carne antes exposta.

— Uau! — Exclamou Harry

— É só o que consigo fazer sem correr riscos. — Disse Hermione, trêmula — Há feitiços que o deixariam novo em folha, mas não me atrevo a usá-los por medo de errar e causar mais estrago... ele já perdeu muito sangue...

— Como foi que ele se machucou? Quero dizer — Eu sacudi a cabeça e funguei, tentando clarear as ideias e compreender seja lá o que tivesse acontecido —, por que estamos aqui? Pensei que estávamos voltando para o largo Grimmauld, não?

Hermione inspirou profundamente. Parecia à beira das lágrimas.

— Rox, acho que não podemos voltar para lá.

— Que foi que você...? — Harry a olhou meio perdido

— Quando desaparatamos, Yaxley me agarrou e não pude me livrar dele, foi mais forte e continuava me segurando quando chegamos ao largo Grimmauld, aí... bem, acho que ele deve ter visto a porta, e pensou que fôssemos entrar, então afrouxou a mão e consegui me desvencilhar, e trouxe todos para cá!

— Mas cadê ele? Espere aí... você não quer dizer que Yaxley está no largo Grimmauld? Ele não pode entrar lá, pode?

Os olhos da garota cintilaram com as lágrimas acumuladas quando assentiu.

— Harry, acho que ele pode. Eu... eu o forcei a me largar com um Feitiço Repelente, mas já o deixara penetrar a proteção do Feitiço Fidelius. Desde que Dumbledore faleceu, somos fiéis do segredo, portanto entreguei a ele o segredo, não?

Era impossível fingir. Eu sabia que ela tinha razão. O golpe era acachapante. Se Yaxley agora podia entrar na casa, não havia como regressarmos. Naquele exato momento, ele poderia estar levando outros Comensais da Morte por aparatação. Embora a casa fosse sombria e deprimente, fora nosso único refúgio: e, agora que Monstro estava mais feliz e amigo, uma espécie de lar. Com uma pontada de pesar que não estava ligada propriamente à comida, imaginei o elfo doméstico ocupado em preparar o empadão de carne e rins que eu, Rony, Harry e Hermione jamais provaríamos.

— Harry, sinto muito, sinto muito!

— Não seja idiota, não foi sua culpa! Se foi de alguém, foi minha...

Harry levou a mão ao bolso e tirou o olho mágico de Olho-Tonto. Hermione se encolheu, horrorizada.

— Umbridge tinha cravado o olho na porta da sala para espionar as pessoas. Eu não podia deixá-lo lá... mas foi assim que eles souberam que havia intrusos.

Antes que Hermione pudesse responder, Rony gemeu e abriu os olhos. Continuava cinzento, e o suor brilhava em seu rosto.

— Rony... maninho... — Eu o olhei com os olhos pesados

— Como está se sentindo? — Sussurrou Hermione

— Péssimo. — Respondeu Rony rouco, fazendo uma careta ao tocar o braço ferido — Onde estamos?

— Na floresta onde foi realizada a Copa Mundial de Quadribol. — Informou Hermione — Eu queria um lugar fechado, escondido e esse foi...

— ... o primeiro em que pensou. — Harry terminou a frase por ela

Eu corri os olhos pela clareira aparentemente deserta. Não pude deixar de lembrar o que acontecera na última vez que tínhamos aparatado no primeiro lugar que ocorrera a Hermione; como tínhamos sido encontrados pelos Comensais da Morte em poucos minutos. Teria sido Legilimência? Voldemort ou os seus capangas já saberiam onde Hermione nos levara?

— Você acha que devemos ir para outro lugar? — Perguntou Rony a Harry; eu percebi no rosto do meu irmão que lhe ocorrera o mesmo pensamento

— Não sei.

Rony ainda estava pálido e suado. Não tinha feito a menor tentativa de sentar e, pelo seu aspecto, parecia fraco demais para tentar. A perspectiva de removê-lo era assustadora.

— Por enquanto, melhor ficarmos por aqui, não? — Respondi olhando suplicante pra Harry que concordou

Com uma expressão de alívio, Hermione se pôs de pé.

— Aonde está indo? — Perguntou Rony

— Se vamos ficar aqui, devíamos lançar alguns feitiços de proteção ao nosso redor. — Replicou ela e, erguendo a varinha, começou a caminhar em um amplo círculo em torno de mim e dos meninos, murmurando encantamentos

Observei pequenas turbulências no ar em torno; era como se Hermione tivesse lançado uma névoa de calor sobre a clareira.

Salvio hexia... Protego totalum... Repello trouxatum... Abaffiato... Você podia ir apanhando a barraca, Harry...

— Barraca?

— Na bolsa!

— Na... é claro. — Disse ele

Diferente de mim, ele não se deu o trabalho de meter a mão na bolsa, mas usou outro Feitiço Convocatório. A barraca saiu em um disforme bolo de lona, corda e paus. Eu reconheci, em parte pelo cheiro de gatos, que era a mesma barraca em que tínhamos dormido na noite da Taça Mundial de Quadribol.

— Pensei que pertencesse àquele cara do Ministério, o Perkins. — Comentou Harry que devia ter percebido o mesmo

— Aparentemente ele não a quis mais, seu lumbago está doendo demais. — Respondeu Hermione, executando com a varinha uma figura complicada em oito movimentos —, então o pai dos gêmeos disse que eu podia pegar emprestada. Erecto! — Acrescentou ela, apontando a varinha para o amontoado de lona, que, em um movimento fluido, se ergueu no ar e se acomodou, inteiramente montado, no chão diante do surpreso Harry, de cuja mão voou um espeque que aterrissou com um baque final na ponta de uma corda.

"Cave inimicum", terminou Hermione, com um floreio para o alto. "Isso é o máximo que sei fazer. No mínimo, nos avisarão da chegada deles; não posso garantir que impedirão a entrada de Vol..."

— Não diga o nome! — Inrrompeu-a Rony, rispidamente

Harry e Hermione se entreolharam, eu me aproximei do meu irmão.

— Desculpem — Tornou ele, gemendo um pouco ao se erguer para encarar os outros dois —, mas dá uma sensação de... azaração ou coisa parecida. Será que não podemos chamá-lo de Você-Sabe-Quem... por favor?

— Dumbledore dizia que o temor de um nome... — Começou Harry.

— Caso você não tenha reparado, colega, chamar Você-Sabe-Quem pelo nome, afinal, não deu muito certo para Dumbledore. — Retrucou Rony — Quer... quer... pelo menos demonstrar algum respeito por Você-Sabe-Quem?

— Respeito? — Repetiu Harry, mas Hermione lhe lançou um olhar avisando-o para não discutir com Rony enquanto ele estivesse tão fraco

Eu achei melhor não falar nada.

Eu, Harry e Hermione carregamos e, ao mesmo tempo, arrastamos Rony pela entrada da barraca. O interior era exatamente o que eu me lembrava: um pequeno apartamento, completo, com banheiro e uma minicozinha. Eu empurrei uma velha poltrona para o lado e Harry depositou meu irmão com cuidado na cama de baixo de um beliche. Mesmo esse percurso tão pequeno deixara Rony ainda mais pálido, e, quando terminamos de acomodá-lo no colchão, ele tornou a fechar os olhos e ficou algum tempo calado.

— Vou preparar um pouco de chá. — Disse Hermione, sem fôlego, tirando uma chaleira e canecas do fundo da bolsa e se dirigindo à cozinha

Eu achei a bebida quente tão providencial quanto o whisky de fogo na noite em que Olho-Tonto tinha morrido; pareceu queimar um pouco o medo que se agitava em meu peito. Minutos depois, Rony quebrou o silêncio.

— Que acham que aconteceu com os Cattermole?

— Com um pouco de sorte, terão conseguido fugir. — Falei, apertando a caneca para me tranquilizar — Desde que tenha mantido a presença de espírito por algum tempo, o sr. Cattermole terá transportado a mulher por Aparatação Acompanhada e estarão fugindo do país com as crianças neste exato momento. Foi esse o conselho de Harry à mulher.

— Caramba, espero que tenham escapado. — Disse Rony, tornando a baixar a cabeça nos travesseiros. O chá parecia estar lhe fazendo bem; recuperara um arzinho de cor — Mas tive a impressão de que Reg Cattermole não era muito inteligente, pela maneira com que as pessoas se dirigiam a mim enquanto fui ele. Deus, espero que tenham conseguido... se eles acabarem em Azkaban por nossa causa...

Eu olhei para Hermione e a pergunta que tinha na ponta da língua – se a falta de varinha impediria a sra. Cattermole de aparatar com o marido – morreu em minha boca. Hermione estava vendo Rony se preocupar com o destino dos Cattermole, e havia tanta ternura em seu rosto que eu tive a sensação de quase surpreendê-la beijando o meu irmão.

— Então, pegou? — Perguntou Harry, em parte para lembrar Hermione de sua presença e da minha

— Pegou... pegou o quê? — Perguntou ela, um pouquinho assustada

— Para que foi que passamos por tudo isso? O medalhão! Onde está o medalhão?

— Você pegou? — Gritou Rony, erguendo-se um pouco mais nos travesseiros — Ninguém me conta nada! Caramba, podiam ter falado!

— E você acha que estivemos correndo dos dementadores para quê!? Para não morrer, não foi? — Retruquei em justificativa

—Tome aqui. — Disse Hermione

E, tirando o medalhão do bolso das vestes, entregou-o a Rony. Era grande como um ovo de galinha. Uma letra "S" floreada, engastada com pedrinhas verdes, lampejou sombriamente à luz difusa que se infiltrava pelo teto de lona da barraca.

— Há alguma chance de alguém tê-la destruído desde que esteve na posse de Monstro? — Perguntou Rony esperançoso — Quero dizer, temos certeza de que continua a ser uma Horcrux?

— Acho que sim. — Respondeu Hermione, retomando o medalhão das mãos dele e examinando-o atentamente — Haveria algum sinal de dano se o conteúdo tivesse sido magicamente destruído.

Ela passou-o para mim, que virei e revirei o medalhão nos dedos. O objeto parecia perfeito, intacto. Lembrei-me dos restos estraçalhados do diário e da pedra no anel-Horcrux que fendera ao ser destruída por Dumbledore. Com um suspiro entreguei o medalhão a Harry que se pôs a observá-lo também.

— Acho que Monstro tinha razão. — Ele suspirou — Temos que descobrir como abrir essa coisa para podermos destruí-la.

A súbita consciência do que segurava, do que estava vivo por trás das portinhas de ouro, atingiu Harry enquanto falava. Observei ele tentar abri-lo com os dedos, depois experimentou o feitiço que Hermione usara para abrir a porta do quarto de Régulus. Nenhum dos dois deu resultado.

Devolveu, então, o medalhão a Rony e Hermione, cada um fez o que pôde, mas não tiveram maior sucesso. Então me entregaram.

Senti uma sensação ruim de ter aquilo em mãos. Mesmo depois de todos os esforços para encontrá-lo, senti um violento impulso de arremessar longe o medalhão. Controlando-me, tentei de todas as formas o abrir, mas não consegui.

— Mas você consegue sentir? — Perguntei com a voz abafada, ao apertar o objeto na mão

— Como assim?

Eu passei a Horcrux para Harry. Instantes depois, ele pareceu ter entendido o que eu queria dizer. Pela sua expressão tenho certeza que ele também sentiu o sangue pulsar em suas veias, ou algo que parecia bater de dentro do medalhão como um minúsculo coração metálico.

— Que vai fazer com isso? — Perguntou Hermione

— Guardá-lo em segurança até descobrirmos como destruí-lo. — Respondeu Harry e, por menos que isso lhe agradasse, prendeu a corrente ao pescoço, deixando o medalhão pender, oculto, sob suas vestes

— Acho que devíamos nos revezar para vigiar a barraca por fora. — Acrescentou Hermione, se pondo de pé e se espreguiçando — E também teremos que pensar em alguma coisa para comer. Você fica aqui — Acrescentou, rapidamente, quando Rony tentou se levantar e seu rosto adquiriu um feio tom verdoso

Equilibrando com cuidado sobre a barraca o bisbilhoscópio que Hermione dera de presente a Harry em seu aniversário, nós três passamos o resto do dia dividindo os turnos de vigia. O bisbilhoscópio, no entanto, permaneceu silencioso e parado o tempo todo, e, fosse por causa dos feitiços de proteção e Feitiços Antitrouxas que Hermione lançara ao redor, ou porque as pessoas raramente se aventuravam naquelas paragens, a clareira permaneceu deserta exceto por raros pássaros e esquilos. A noite não trouxe alteração alguma; eu acendi a varinha ao substituir Hermione às dez horas e contemplei uma paisagem deserta, registrando os morcegos que voavam muito alto no retalho de céu estrelado que se avistava da clareira protegida.

Sentia fome, agora, e um pouco de tontura. Hermione não estocara alimentos na bolsinha mágica, pois supusera que fossemos retornar ao largo Grimmauld naquela noite. Não havia, portanto, comida, exceto alguns cogumelos silvestres que a garota colhera entre as árvores mais próximas e cozinhara em uma vasilha. Depois de comer dois bocados, Rony afastara sua porção, parecendo enjoado; Harry só persistira para não magoar Hermione, e eu até tentei comer, mas depois sem ela ver acabei vomitando quase tudo.

O silêncio circundante era quebrado por sons indistintos ocasionais e, talvez, gravetos estalando. Eu achei que fossem produzidos por animais e não por gente, contudo, empunhei com firmeza a varinha, pronta para uso. Minhas entranhas, já avariadas pela porção insuficiente de alguns cogumelos borrachudos, tremiam, causando-me mal-estar.

Pensei que sentiria euforia se conseguíssemos reaver a Horcrux, mas por alguma razão isso não acontecera; tudo que sentia, sentada naquela escuridão, da qual minha varinha iluminava uma ínfima parte, era apreensão pelo que aconteceria a seguir. Parecia que estive me precipitando velozmente até aquele lugar durante semanas, meses, talvez anos, mas agora estacara abruptamente, era o fim da estrada.

Havia outras Horcruxes lá fora em algum lugar, mas eu não fazia a menor ideia de onde poderiam estar. Nem mesmo sabia o que eram. Nesse meio-tempo, não me ocorria como destruir a única que encontramos: a Horcrux que, no momento, jazia sobre o pescoço de Harry.

Pressentimentos inomináveis me assaltavam, ali no escuro. Me fazia lembrar da Profecia. O preço da batalha em minhas mãos. Rony e Hermione, agora conversando baixinho na barraca às minhas costas, poderiam ir embora se quisessem: eu não poderia, e nem Harry.

Pensei no pobre Monstro, esperando a nossa chegada em casa e, em vez disso, recebendo Yaxley. O elfo guardaria silêncio ou contaria ao Comensal da Morte tudo que sabia? Eu queria acreditar que Monstro mudara sua relação com Harry durante o mês que passara, que se manteria leal, mas quem sabia o que iria acontecer? E se os Comensais da Morte torturassem o elfo?

Imagens tétricas fervilharam em minha mente e eu tentei afastá-las também, porque não havia nada que pudesse fazer por Monstro: eu, Harry e Hermione já tínhamos decidido não convocá-lo; e se alguém do Ministério viesse junto? Não podíamos contar que a aparatação de elfos fosse isenta da falha que levara Yaxley ao largo Grimmauld agarrado à manga de Hermione.

Lembrei que havia tanta coisa que ignoramos: Lupin estava certo quando falara em magia que jamais tínhamos enfrentado ou imaginado. Por que Dumbledore não nos explicara mais? Teria pensado que haveria tempo; que viveria anos, séculos talvez, como seu amigo Nicolau Flamel? Se assim fosse, enganara-se... Snape se encarregara disso... Snape, a serpente adormecida, que atacara no alto da Torre...

Estava frio, estava tão frio que cada pelo do meu corpo se arrepiava, comecei a sentir dor pelo meu corpo e tentei me encolher, mas não conseguia sentir parte do meu corpo, pelo menos não da cintura pra baixo.

Olhei o lugar a qual eu estava, era o mesmo lugar que eu já sonhara outras vezes, parecia uma espécie de calabouço, mais uma vez eu estava deitada naquele colchão duro. O bracelete de ferro apertava meu punho e queimava contra a minha pele, comecei a sentir náuseas, aquilo era tão aterrorizante...

Olhei para a porta de ferro daquela prisão, ouvi os passos e percebi ela sendo aberta, mas eu não sentia um calor, nem ouvia a voz branda dessa vez, apenas senti mais frio e um arrepio, quem quer que fosse a pessoa atrás daquela porta, ela com certeza não me queria bem.

Escutei uma risadinha que me fez tremer e tentar me arrastar pra mais perto da parede. Então eu o vi aparecer na minha frente, a luz de fora clareou uma parte do seu rosto deixando a visão mais assustadora que antes, sua pele tão pálida parecendo emitir uma aura perolada, fendas no lugar das narinas, olhos vermelhos e brilhantes. Era uma visão terrível, sua presença roubava todo o calor do ambiente, me causava arrepios, mas ao mesmo tempo ódio.

— Ora... — Disse Voldemort em sua voz aguda que assombraria qualquer pessoa — vejo que a minha arma já acordou. Está pronta pra fazer o que foi destinada, querida?

Rox!

Eu abri os olhos, ofegante, o corpo tremendo e a cabeça latejando. Tinha desmaiado contra a parede da barraca: escorregara de lado pela lona e me estatelara no chão. Ergui os olhos para Hermione, cujos cabelos cheios obscureciam o retalhinho de céu visível através da escura ramagem acima.

— Ela tá bem? — Escutei o grito do meu irmão vindo das profundezas da barraca

— Sonho. — Falei, sentando-me depressa e tentando enfrentar a carranca de Hermione com um ar de inocência — Devo ter cochilado, desculpe.

— Você está pálida, viu alguma coisa?

— Não sei. — Suspirei — Não sei se é uma visão, não é a primeira vez que sonho com esse quarto, mas nas outras vezes eu escutava uma voz branda do outro lado, tentando me ajudar, mas hoje... eu vi, eu vi Vol...

— Não diga esse nome! — Veio a voz irritada de Rony

— Ótimo. — Retorqui tentando parar de tremer — Então, eu vi Você-Sabe-Quem! Eu o vi e... parecia que eu estava em um calabouço, não acha que...?

— Pode ter sido apenas um sonho. — Disse Hermione com uma voz acolhedora — Quer um copo de água? Acho que é melhor eu assumir a vigia, vai descansar um pouco.

— Eu posso terminar a vigia... — Tentei argumentar

— Não, obviamente você está exausta. Vá se deitar.

Ela se largou na entrada da barraca, decidida e eu entrei. O rosto ainda pálido de Rony se ergueu, curioso, do beliche; Harry estava na cama de cima, olhando para o teto escuro de lona, mas também se virou pra me ver entrar quando eu me larguei na cama do alto da outra beliche.

— Você está bem? — Harry perguntou em voz baixa virando-se para olhar pra mim que agora encarava a lona da barraca

— Talvez tenha sido só um sonho. — Sussurrei de volta com um suspiro cansado

— O que Vo... — Mas quando Rony grunhiu, Harry suspirou e mudou a frase — o que você-sabe-quem falou pra você? Ele... ele mencionou Gregorovitch?

Eu me virei para observar Harry com uma sobrancelha erguida.

— Harry teve outra visão com Você-Sabe-Quem. — Meu irmão comunicou em uma voz muito baixa para que Hermione não ouvisse

— E o que aconteceu? — Olhei para Harry — Bom, ele não falou nada desse tal Gregorovitch no meu sonho, visão, ou sei lá o que aquilo tenha sido.

— Ele encontrou Gregorovitch. Amarrou-o e estava torturando o homem.

— Como é que Gregorovitch vai fazer uma nova varinha para ele se está amarrado? — Perguntei sem entender

— Não sei... é esquisito, não é?

Harry fechou os olhos, parecia está pensando, tentando se lembrar.

— Queria alguma coisa de Gregorovitch. — Disse Harry, ainda com os olhos bem fechados — Pediu que lhe entregasse, mas Gregorovitch disse que tinham lhe roubado... e então... então... leu a mente de Gregorovitch e viu um rapaz louro, empoleirado no peitoril da janela, que lançou um feitiço em Gregorovitch e, dando um salto para trás, desapareceu. Ele roubou, roubou seja o que for que Você-Sabe-Quem procura. E eu... eu acho que já vi o rapaz em algum lugar...

Tive um vislumbre de um garoto jovem de cabelos dourados e rosto risonho. Era alegre e rebelde; havia nele um ar à la Fred e George e seus bem-sucedidos logros. Harry disse que já o viu em algum lugar, mas por que esse jovem ladrão também me parece familiar?

Os ruídos da mata soavam abafados no interior da barraca; só o que eu escutava era a respiração de Harry e do meu irmão. Passado algum tempo, eu sussurrei:

— Você não viu o que o ladrão estava segurando?

— Não... devia ser alguma coisa pequena.

— Harry?

As ripas de madeira da cama de Rony rangeram quando ele mudou de posição.

— Harry, você não acha que Você-Sabe-Quem estava atrás de outro objeto para transformar em Horcrux?

— Não sei. — Respondeu ele, lentamente — Talvez.

— Mas não seria perigoso criar mais uma? —Eu perguntei — Hermione não disse que ele já tinha forçado a alma ao máximo?

— É, mas ele talvez não saiba disso. — Argumentou Rony

— É... talvez. — Disse Harry

Eu não entendia onde Voldemort queria chegar ou que ligação meu sonho e o de Harry teriam. Por que, com o Ministério da Magia e o mundo bruxo a seus pés, ele foi para longe, decidido a encontrar um objeto que no passado pertenceu a Gregorovitch e lhe foi roubado por um ladrão desconhecido?

E meu sonho? Seria apenas um sonho, ou eu...?

Com o medo de ser capturada e um ladrão de rosto alegre que agora corria perigo, foi neles que se detiveram os meus pensamentos quando os roncos de Rony começaram a ecoar da cama de baixo de Harry e eu própria recomecei lentamente a adormecer.

Hello bruxinhos!!!

Como vão??

Sim, sim, deveria ter trago o capítulo ontem, mas acabei me atrasando novamente, perdon, férias corridas meus anjos lkkk, mas aqui está o capítulo de ontem.

Amo vocês!!

— Bjosss da tia Nick.

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