120 | Harry's seventeen years
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120. Os Dezessete anos
De Harry
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Uau... tem razão, tinha me esquecido! Fiz dezessete anos!
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Estava tudo muito mal iluminado, o local não era pequeno, mas parecia, pois eu não conseguia me mexer. Era horrível, terrível, mas eu não conseguia de forma alguma sentir nada da cintura pra baixa, estava me arrastando por aquele chão gelado, aterrorizada.
Só uma coisa me sustentava. Ele viria, sabia que ele devia chegar a qualquer momento pra me ver, e só isso me sustentava, a perspectiva de o ver nem que seja por alguns poucos minutos. Ele me traria um pouco de luz, ele…
— Gregorovitch… Gregorovitch… Gregorovitch…
Minha mente foi rodando um pouco e soltei um bocejo, enquanto levantava a cabeça e abria os olhos. Na cama ao meu lado Rony parecia ter acabado de acordar também. O sol ainda não nascera e o quarto ainda estava escuro. Pichitinho dormia com a cabeça sob sua asinha, enquanto Mynes se recostava em seu canto.
— Gregorovitch…
Então eu e meu irmão gêmeo olhamos para a frente, para Harry deitado na cama de armar, dormindo, mas sem parar de falar.
— Ei, acorde. — Rony chamou não tão
alto
— Ei, Harry? — Chamei
Harry abriu os olhos e nos olhou, parecia perdido, a mão foi automaticamente para cicatriz.
— Você estava falando enquanto dormia. — Bocejei de leve
— Estava?
— Hum-hum. — Meu irmão confirmou — Gregorovitch. Você ficou repetindo Gregorovitch.
Harry estava sem seu óculos, então eu e Rony devíamos estar borrados para ele, isso explicaria o fato dele está apertando o olho pra nos ver.
— Quem é Gregorovitch?
— Não sabemos, sabemos? — Falei — Você é que estava falando.
Harry esfregou a testa, pensativo.
— Acho que Voldemort está procurando por ele
— Coitado. — Comentou Rony com veemência
Harry sentou-se, ainda esfregando a cicatriz, agora completamente acordado, parecia está lembrando de seu sonho.
— Acho que ele está no exterior.
— Quem, Gregorovitch? — Perguntei
— Voldemort. Acho que está em algum lugar no exterior. Não parecia a Inglaterra.
— Você acha que estava lendo a mente dele outra vez?
Rony pareceu preocupado.
— Façam um favor, não comentem com a Hermione. — Pediu Harry — Não sei como é que ela espera que eu pare de ver coisas quando estou dormindo…
Ele ergueu os olhos para a gaiola de Pichitinho, pensando.
— Acho — Disse lentamente — que tem alguma coisa com quadribol. Há uma ligação, mas não consigo… não consigo saber qual é.
— Quadribol?! — Exclamei — Será que você não está pensando em Gorgovitch?
— Quem?
— Dragomir Gorgovitch. — Disse meu irmão
— É um artilheiro — Prossegui —, teve o passe comprado pelo Chudley Cannons há dois anos por um preço recorde.
— Ele também é recordista do maior número de goles perdidas em uma só temporada. — Emendou Rony
— Não, decididamente não estou pensando em Gorgovitch.
— Eu também tento não pensar. —Comento fazendo uma cara enojada — É lamentável. — E balancei a cabeça pra desfazer a cara e olhei para ele com um sorriso — Enfim, feliz aniversário!
— Era o que eu ia dizer agora, feliz aniversário, Harry! — Emendou Rony
— Uau... tem razão, tinha me esquecido! Fiz dezessete anos!
Harry apanhou a varinha ao lado da cama de armar, apontou-a para a escrivaninha cheia onde deixara seus óculos e ordenou:
— Accio óculos! — Embora eles estivessem apenas trinta centímetros de distância, sabia que havia algo extremamente prazeroso em ver os óculos voando em sua direção, pelo menos até lhe espetarem um olho
— Legal! — Riu Rony
Contente com a remoção do rastreador, Harry fez os meus pertences e os do meu irmão voarem pelo quarto e acordou Pichitinho e Mynes, que bateram as asas alvoroçados na gaiola. Harry também experimentou amarrar os cordões do tênis usando magia (o nó resultante precisou de vários minutos para ser desfeito manualmente) e, por puro prazer, mudou as vestes cor de laranja para azul berrante nos pôsteres meus e de Rony dos Chudley Cannons.
— Mas eu desabotoaria a braguilha com a mão — Aconselhou Rony rindo, fazendo com que Harry imediatamente a verificasse — Tome o seu presente. Abra-o aqui, não é para minha mãe ver. Também não queria que a Rox visse, mas…
Eu ergui uma sobrancelha me virando.
— Um livro? — Admirou-se Harry, ao receber o embrulho retangular — Foge um pouco à tradição, não?
— Não é um livro comum. — Comentou Rony — É ouro puro: Doze maneiras infalíveis de encantar bruxas. Explica tudo que você precisa saber sobre garotas. Se eu ao menos o tivesse lido no ano passado, saberia exatamente como me livrar de Lavender e como engrenar com a... bem, Fred e George me deram um exemplar, e aprendi um bocado. Você vai ficar surpreso, não trata só de feitiços com varinhas.
Arregalei os olhos atordoada com tais informações.
— Isso é sério? Meu Merlim! — E fui até as minhas coisas pegar a caixa com o presente de Harry tentando esquecer o que meu irmão falou e a existência do tal livro — Bom… aqui está, acho o meu bem mais sensato se quer saber.
Meu amigo pegou a caixa e abriu, em seguida começou a gargalhar enquanto olhava pra mim.
— Ai, Rox eu te adoro.
— O que é? — Rony se aproximou curioso
Harry levantou o presente, tirando do molde muito bem arrumado, as duas garrafas de gim, o canivete de prata e o pingente em formato de pomo de ouro.
— Fico feliz que gostou. — Falei em risinhos
Quando chegamos à cozinha, encontramos uma pilha de presentes aguardando a Harry sobre a mesa. Bill e Monsieur Delacour estavam terminando o café da manhã, e mamãe conversava com eles enquanto cuidava da frigideira.
— Arthur me pediu para lhe desejar felicidades pelo seu décimo sétimo aniversário, Harry. — Disse ela abrindo um radiante sorriso — Precisou sair cedo para o trabalho, voltará para o jantar. O presente de cima é o nosso.
Harry se sentou, apanhou o embrulho quadrado que ela apontara e abriu-o. Dentro havia um relógio de pulso muito parecido com o que mamãe e papai tinham dado a mim e Rony quando fizemos dezessete anos: era de ouro e tinha estrelas girando no mostrador em vez de ponteiros.
— É tradição dar a um bruxo um relógio quando ele atinge a maioridade. — Explicou ela, observando-o ansiosamente do fogão — Não é exatamente novo como o de Rony e o de Rox, pertenceu ao meu irmão Fabian, e ele não era muito cuidadoso com os seus pertences, tem um amassado na parte de trás, mas…
O resto do discurso se perdeu; Harry se levantou e abraçou-a. Ele tentou colocar muitas coisas não ditas naquele abraço e mamãe talvez tenha entendido, porque afagou seu rosto, sem graça, e, quando o garoto a largou acenou com a varinha meio a esmo e fez meio pacote de bacon saltar da frigideira para o chão.
— Feliz aniversário, Harry! — Desejou Hermione, entrando apressada na cozinha e acrescentando o seu presente ao topo da pilha — Não é muita coisa, mas espero que goste. Que foi que vocês deram a ele? — Perguntou a mim e a Rony, eu dei de ombros e meu irmão pareceu não tê-la ouvido
— Anda logo, abre o presente da Hermione! — Disse ele
A garota comprara um novo bisbilhoscópio para Harry. Os outros embrulhos continham um barbeador encantado de Bill e Fleur (“Ah, sim, isse vai lhe darr o barrbearr mais suave qu’ você já fez”, assegurou-lhe Monsieur Delacour, “mas você prrecisa dizerr exatamente o que querr... de outre mode vai se verr com menos pelos do que gostarria...”), bombons do casal Delacour e uma enorme caixa com as últimas Gemialidades Weasley, de Fred e George. Eu, Rony, Harry e Hermione não nos demoramos à mesa, porque a chegada de Madame Delacour, Fleur e Gabrielle deixou a cozinha muito cheia e desconfortável.
— Eu guardo isso para você. — Disse Hermione animada, tirando os presentes dos braços de Harry enquanto nós quatro voltávamos para o andar de cima — Quase terminei, só estou esperando suas calças acabarem de lavar, Rony…
A resposta engrolada de Rony foi interrompida pela abertura de uma porta no primeiro andar.
— Harry, você pode vir aqui um instante?
Era Ginny. Rony parou abruptamente, mas Hermione agarrou-o pelo cotovelo e puxou-o escada acima enquanto também me puxava junto.
— Eu não pretendia espiar. — Me defendi tentando fazer Hermione soltar o meu braço
— Não confio em vocês dois. — Falou nos soltando assim que atingimos a porta do nosso quarto no sótão
Rony cruzou os braços emburrado, mas não era com o que Hermione dissera, ele pensava em Ginny.
— Então você acha justo deixar eles dois sozinhos no quarto dela? — Meu irmão resmungou
— Deixa eles, Rony! — Hermione disse ríspida, então tornou a me olhar — Rox, estive olhando suas coisas para viagem e acho melhor você não levar tanta coisa, não vamos pra um desfile de moda e seria muito mais sensato você evitar sapatos altos por um tempo, podem te prejudicar no caminho.
— Mione — Chamei com muita delicadeza, mesmo que um pouco impaciente —, eu tenho um metro e cinquenta e três, você não pode me privar do prazer de usar um sapato alto.
— Tá, mas só plataforma, apenas os saltos grossos, tem idéia do que pode acontecer se você estiver usando um salto fino sem nem saber o lugar pra onde vamos? Você quer quebrar o pé ou o quê!? — Retrucou — Continuo a dizer que seria mais sensato… Rony!
O resto da sua fala pra mim foi perdido quando ela chamou meu irmão e voltou a descer as escadas apressadas, pois Rony tinha acabado de descer e nos deixar para trás. Onde ele ia? Eu tinha uma vasta idéia.
Idéia que foi confirmada assim que eu e Hermione o alcançamos e o vimos abrir com estrépito a porta do quarto de Ginny.
— Ah. — Disse Rony incisivamente —Desculpem.
— Rony! — Resmungou Hermione ao enfim alcançá-lo, ligeiramente ofegante. Me aproximei o suficiente apenas para perceber Harry e Ginny meio sobressaltados, tenho certeza que estavam se beijando antes do meu irmão atrapalhar.
Fez-se um silêncio constrangido, quando Ginny disse inexpressivamente:
— Bem, enfim, Harry, feliz aniversário.
As orelhas de Rony ficaram vermelho-vivo; Hermione parecia nervosa, eu estava sem reação, mas percebi que Harry tinha vontade de bater a porta na cara de nós três.
Ele olhou para minha irmã, parecendo triste e como se quisesse lhe dizer alguma coisa, mas ela lhe virou as costas. Tive impressão que ela iria sucumbir às lágrimas. E nesse momento me irritei com Rony por ter os atrapalhado, mas então entendi, entendi claramente a mente do meu irmão e senti que não podia julgá-lo, eu também estava um pouco chateada com Harry agora. Harry e Ginny estão tão perto, mas ao mesmo tempo com a mente tão longe, sem poder ficar juntos. Já eu e Draco estamos longe nos dois sentidos, distantes demais, ao menos em nenhum momento desde que eu expressei realmente estar apaixonada por Draco, ele me deu esperanças, apenas me afastou, cortando tudo, mas Harry está dando esperanças pra Ginny, isso está machucando minha irmã.
— A gente se vê mais tarde. — Disse Harry, e acompanhou eu, Rony e Mione que saímos do quarto
Rony desceu pisando firme, passou pela cozinha cheia e saiu para o quintal, Harry seguiu-o de perto, já eu e Hermione, quase correndo, fomos atrás dos dois, ela tinha o ar assustado.
Quando chegamos ao isolamento do gramado recém-aparado, Rony tinha se voltado para Harry.
— Você deu o fora em Ginny. Que está fazendo agora se metendo com ela?
— Não estou me metendo com ela. —Retorquiu Harry no momento em que Hermione e eu os alcançava
— Rony…
O garoto, porém, ergueu a mão pedindo que ela se calasse. Mione e eu nos entreolhamos, logo voltando a apenas observar os dois.
— Ela ficou realmente arrasada quando você terminou…
— Eu também fiquei. Você sabe por que terminei, e não foi porque quisesse.
— É, mas agora fica de beijos e abraços, renovando as esperanças da minha irmã...
— Ela não é idiota, sabe que não pode ser, não está esperando que a gente... a gente acabe casando nem…
— Se você não para de se atracar com a Ginny sempre que tem uma chance…
— Não vai acontecer outra vez. — Retrucou Harry com rispidez — O.k.?
Rony fez uma cara entre ressentida e sem graça; balançou-se sobre os pés para a frente e para trás por um instante, então disse:
— Certo, então, bem, é... isso.
Eu não sabia o que falar, preferi ficar calada. Meu futuro e o de Harry parecia só ter Voldemort à frente, a Profecia pendendo sobre nossas cabeças, e eu entendia bem que ele estava apaixonado pela minha irmã, estava a afastando parao bem dela… igual Draco fez comigo.
Minha mente se despersou de coisas tristes a medida que a tarde se aproximava e a pessoa que eu mais aguardava chegou. Eu parecia criança quando abri a porta da cozinha da Toca e saí correndo para me agarrar ao pescoço dele, aos gritos de:
— Charlie, Charlie, Charlie…!
Meu irmão mais velho – mais baixo do que Rony, mais atarracado, e com inúmeras queimaduras e arranhões nos braços musculosos — deixou as malas cair no chão para me levantar no ar e rodar, como fazia quando eu era criança. Um abraço forte, abraço de urso.
— Olha só, minha leoazinha.
— Eu tava com saudades. — Falei quando meus pés voltaram ao chão
— Eu também estava com saudades, muita saudade. Trouxe uma coisa pra você.
— Sério? — Meus olhos brilharam
— Claro. Foi idéia da Eve. — E nisso ele se virou com um sorriso para a mulher de cabelos castanhos, regata e jeans bem ao seu lado; Evellyn Howard também sorriu segurando uma mochila nas costas e percebi que ela agora tinha uma parte do braço enfaixado
Meu sorriso morreu só de a olhar. Mamãe saiu logo em seguida para cumprimentar ele e o protótipo de magizoologista ao lado dele. Ginny pareceu feliz de ver sua “ídola” enquanto eles entravam na casa e Chay bagunçava meu cabelo.
— O que houve no seu braço, Eve? — Ginny perguntou curiosa
— Uh… isso, foi um acidente com dragões apenas, nada demais. — Ela riu empolgada fazendo um coque com o cabelo
Talvez o que mais me divertiu na chegada de Charlie foi observar mamãe forçar ele a sentar em uma cadeira, erguer a varinha ameaçadoramente e anunciar que ia lhe fazer um corte de cabelos decente.
— Você concorda que ele está precisando de um corte, não concorda, Evellyn, querida? — Mamãe perguntou para a mulher que ria de leve do meu irmão encostada no canto da cozinha
Charlie olhou pra ela.
— Ah, é… acho que a senhora sabe o melhor pra ele, Sra. Weasley. — Ela respondeu meio sem jeito, mas ainda ria
Eu senti vontade de dar língua pra ela pelas costas, mas não consegui ser grosseira, não com tantas coisas ruins acontecendo e a percepção de que eu estava agindo como uma mimada.
Como o aniversário de Harry teria feito a cozinha d’A Toca explodir de tanta gente, mesmo antes da chegada de Chay, Everarda, Lupin, Tonks e Hagrid, foram colocadas várias mesas ao comprido, no jardim. Fred e George conjuraram algumas lanternas roxas, enfeitadas com um grande número 17 para pendurar no ar sobre as mesas. Graças aos cuidados de mamãe o ferimento de George estava sarando, mas eu ainda não me acostumara com o buraco escuro na cabeça do meu irmão, apesar das muitas piadas dos gêmeos sobre a mutilação.
Hermione fez irromperem da sua varinha serpentinas roxas e douradas e arrumou-as artisticamente sobre árvores e arbustos.
— Bonito. — Comentou Rony, quando a garota, com um floreio final da varinha, dourou as folhas da macieira-brava — Você realmente tem gosto para esse tipo de coisa.
— Muito obrigada, Rony! — Disse Hermione, parecendo ao mesmo tempo contente e um pouco envergonhada
Eu e Harry nos entreolhamos e rindo. Eles eram fofos.
— Abram caminho, abram caminho! —Cantarolou mamãe, passando pelo portão com algo que lembrava um pomo de ouro do tamanho de uma bola de piscina flutuando à sua frente. Levei alguns segundos para entender que era o bolo de aniversário de Harry, que mamãe trazia suspenso com a varinha, para não se arriscar carregá-lo pelo terreno acidentado. Quando o bolo finalmente aterrissou no meio da mesa, Harry elogiou:
— Fantástico, sra. Weasley!
— Ah, não é nada, querido. —Respondeu-lhe a bruxa carinhosamente. Por cima do ombro de mamãe, Rony ergueu o polegar para Harry e murmurou: “Beleza.”
Antes da hora da festa acabei tendo um tempo para conversar com Charlie. Eu realmente não estava contando com o fato de mamãe ter o assediado com o assunto de que eu, Rony, Harry e Hermione vamos embora depois do casamento. Ela achou mesmo que Chay me convenceria a ficar?
— Você mal atingiu a maioridade e já quer sair voando? — Perguntou ele se encostando na parede do quarto pra me olhar; estávamos sozinhos no meu quarto
— É que eu preciso ir. Realmente eu preciso, eu, Rony, Harry e Hermione precisamos fazer isso. Só queria que a mamãe entendesse o quanto isso é importante, nós não somos mais crianças. — Retruquei suspirando enquanto prendia a ponta da trança embutida que tinha acabado de terminar de fazer no meu cabelo
Charlie não respondeu imediatamente, só começou a andar pelo quarto e olhar as coisas, então apanhou Méri, o leão de pelúcia, que estava em cima da minha cama. Chay o olhou e sorriu antes de fazê-lo mudar pra boneca de cabelos cheios.
— Você cresceu muito rápido. — Falou ainda com as íris fixas na boneca — Às vezes, pra mim, é como se você ainda tivesse seis anos. — Então voltou a me olhar — Mas olha só, dezessete anos, já é adulta.
Eu sorri orgulhosa, mesmo que meio triste. Então me lembrei vagamente de uma coisa.
— Chay, a sua… — E com esforço e tentando não revirar os olhos enunciei a palavra ‘namorada’ — me mandou uma foto autografada da Chudley Cannons com um livro de Zeus quando fiz dezessete anos.
— Sim. — Ele confirmou — É, eu sei, mandei os presentes junto com ela.
— Mas…
Ele riu, entendendo onde eu queria chegar. Charlie me conhecia bem.
— Ela conheceu eles sim, e a Eve também torce para os Chudley Cannons. — Ele confirmou meio rindo; mas eu ainda não me convenci muito, meio sem jeito — Tá, eu vou te dizer, mas você vai ter que conversar com ela.
Eu cruzei os braços, meio que fazendo birra. Ele riu de novo se aproximando pra apertar minhas bochechas.
— Você quer parar de ser tão ciumenta? Nem a Evellyn e nem ninguém vai roubar seu lugar na minha vida. — E se abaixou pra olhar para mim — Rox, você é minha irmãzinha que eu amo muito, sempre vai ser a minha mimadinha, tá bom?
— Promete? Nem quando você e ela tiverem filhos?
Ele gargalhou.
— Você tá com ciúmes dos seus futuros sobrinhos? Rox, daqui pra eu ter uma ideia dessa, você já vai tá é casada, aí eu que vou ficar ciumento, entendeu?
— Hum… — Resmunguei com biquinho, mas ele fez cócegas na minha barriga me fazendo rir
— Entendeu?
— Tá. Tá, para. — Falei rindo
— Ok. — Ele se sentou ao meu lado na cama ainda sorrindo — Já que já resolvemos isso posso te dizer. Sabe o Galvin Gudgeon?
— Claro que sei, ele é o atual apanhador da Chudley Cannons.
— O Galvin é primo da Evellyn. — Disse Charlie com naturalidade enquanto eu ficava boquiaberta — Por isso ela conseguiu que todo o time autografasse uma foto pra você, e sabe o presente que te trouxemos da Romênia? É um jaqueta original da Chudley e ela conseguiu que o Galvin te escrevesse algo, ela quer te entregar pessoalmente, e te convidar pra conhecer o time. Eu contei a ela que você quer ser jogadora profissional, já imaginou falar com seu time preferido e aprender com eles a chegar onde eles chegaram?
Meus olhos brilharem arregalados e um sorriso ia se formando na minha boca.
— Ai meu Deus, ai meu Deus.
Charlie deu uma risadinha de leve, então ouvimos uma batida na porta.
— Licença. — Disse uma voz educada e a cabeça de Evellyn Howard apareceu na porta — Lio, você viu…?
Eu saltei da cama e corri até ela.
— Evellyn, eu posso ver? Posso ver por favor o que o Galvin Gudgeon te mandou? É verdade que ele é teu primo? Por favor, eu tô surtando. — Basicamente implorei olhando pra ela com os olhos brilhantes e a vendo ficar mais que surpresa com minha reação
Ela deu uma olhada para o meu irmão, meio perdida, depois me olhou e sorriu.
— Ah, claro, claro, vamos então. Você vem, Charlie?
— Não, não, podem conversar sem mim… eu, acho que mamãe está me chamando.
Mamãe não estava chamando ele, percebi isso bem depois de ter passado umas boas horas com Evellyn conversando sobre quadribol e vestir a minha jaqueta laranja da Chudley. Percebi rapidamente que Evellyn não era nada do que eu pensava, Hermione e Ginny sempre estiveram certas, ela é legal, mais que legal, ela é incrível.
É claro, Charlie tem bom gosto. Muito bom gosto. Evellyn entende de quadribol como ninguém, me falou tudo que sabia e explicou que só não se tornou jogadora profissional como seu primo Galvin, pois seu amor pelos animais sempre foi bem maior. Na altura da noite nós riamos juntas e conversávamos como se fossemos amigas há séculos.
— É que tenho muita coisa pra fazer por agora com tudo que está acontecendo. — Expliquei pensando que não fazia idéia do meu futuro com Voldemort e uma guerra iminente na frente dele — Mas é claro, claro, eu vou adorar, quando tudo se acalmar a gente pode marcar pra ir ver a Chudley.
— Tenho certeza que você vai ser uma grande jogadora profissional, Rox. Charlie me disse que você tem potencial. — Ela devolveu com um sorriso me fazendo vibrar
Obviamente ninguém mais, além de Charlie, entendeu nossa aproximação repentina, mas todos ficaram excessivamente felizes com isso, inclusive Chay.
Algum tempo depois, por volta das sete horas, todos os convidados tinham chegado e sido levados ao interior da casa por Fred e George, que os esperavam no fim da estradinha. Hagrid enfatiotou-se para a ocasião com o seu melhor, mas medonho, terno peludo marrom. Embora Lupin sorrisse ao apertar a mão de Harry, achei-o com um ar bastante infeliz. Era muito esquisito; ao seu lado, Tonks parecia simplesmente radiante.
— Feliz aniversário, Harry. — Ela lhe desejou, abraçando-o com força
— Dezessete anos, hein! — Exclamou Hagrid aceitando um copo de vinho do tamanho de um balde das mãos de Fred — Faz seis anos que nos conhecemos, Harry, lembra?
— Vagamente. — Respondeu Harry, rindo para o amigo — Você não derrubou a porta de casa, botou um rabo de porco em Duda e disse que eu era bruxo?
— Esqueci os detalhes. — Comentou Hagrid com uma gargalhada — Tudo bem, gêmeos, Hermione?
— Estamos ótimos. — Respondeu Hermione — E você, como vai?
— Hum, nada mal. Andei ocupado, temos uns unicórnios recém-nascidos, mostro a vocês quando voltarem... — Eu quase fiz uma cara encantada com a menção dos unicórnios, mas então me lembrei que não retornaria a Hogwarts e evitei os olhares dele enquanto Hagrid procurava alguma coisa no bolso — Tome aqui... eu não sabia o que comprar para você, então me lembrei disso. — Ele puxou uma bolsinha ligeiramente felpuda com um longo cordão, evidentemente concebida para usar ao pescoço e estendeu para Harry — Pele de briba. Esconda alguma coisa aí e ninguém, exceto o dono, pode tirar. São raras, essas.
— Hagrid, obrigado!
— Não é nada. — Disse Hagrid, com um aceno da mão enorme como a tampa de uma lata de lixo — E lá está o Charlie! Sempre gostei dele... ei! Charlie!
— Não tem nem como alguém não gostar do Chay. — Falei sorrindo
Charlie se aproximou, passando a mão, pesaroso, pelo novo corte de cabelos brutalmente curto.
— Oi, Hagrid, como vai a vida?
— Faz tempo que ando pensando em escrever pra você. Como vai o Norberto?
— Norberto? — Riu-se Charlie — O dragão norueguês de dorso cristado? Agora ele se chama Norberta.
— Quê... Norberto é uma fêmea?
— Sim, senhor.
— Como é possível saber? — Perguntou Hermione
— São muito mais agressivos. — Respondeu Charlie, se virando para o lado para olhar as pessoas a seu redor
— Aquela não seria…? — Perguntou Hagrid olhando para onde meu irmão olhava
Charlie riu. No momento seguinte Evellyn se virou e se aproximou rapidamente muito risonha.
— Hagrid! — Cumprimentou com entusiasmo ao parar ao lado do meu irmão
— Evellyn, não é possível, os dois mais apaixonados por animais que já vi na minha vida! — Exclamou Hagrid muito feliz — Não me digam que…?
— Sim, Hagrid, a Evellyn é minha noiva. — Charlie confirmou com bastante entusiasmo
— Ora, que bom, realmente incrível. Então também está trabalhando com dragões na Romênia, Evellyn? Muito tempo que não nos vemos.
— Sim, Hagrid, é verdade. Na verdade sou magizoologista, mas estou atuando na área dos dragões por um tempo, então estou sim trabalhando com o Charlie.
— Foi realmente engraçado quando nos reencontramos na Romênia. — Disse meu irmão — Eu e a Evellyn nunca fomos lá muito amigos na época de Hogwarts.
— Eu lembro. — Hagrid sorriu nostálgico — Vocês dois discutiam por tudo, viviam disputando pra saber quem era o melhor em quadribol ou o melhor com animais.
Evellyn riu como se também relembrasse aquele tempo. Charlie lhe lançou um olhar cúmplice.
— Era, bons tempos. — Disse rindo. Ele deu uma olhada por cima do ombro e baixou um pouco a voz — Gostaria que papai chegasse logo. Mamãe está ficando impaciente.
Todos olharam para mamãe. Ela estava tentando conversar com Madame Delacour, mas lançava olhares constantes para o portão.
— Acho que é melhor começarmos sem o Arthur. — Anunciou para os convidados no jardim, depois de alguns momentos — Ele deve ter sido retido... ah!
Todos viram ao mesmo tempo: um rastro de luz cortou o jardim e parou sobre a mesa, onde se transformou em uma doninha prateada que se ergueu nas patas traseiras e falou com a voz de papai:
— O ministro da Magia está vindo comigo.
Hello bruxinhoooos!!
Como estamos?
E finalmente aconteceu o que muitos esperavam, Rox se resolveu com a Evellyn kkkkk. Já era hora, não?
Esperavam por essa reviravolta? O que acharam?
E... aproveitando a deixa para desejar feliz aniversário para a patroa, né?? HAPPY BIRTHDAY HERMIONE!!
Não, eu não fiz bônus, ultimamente tô tão cheia que nem vive tempo, mas quinta é niver do maravilhoso do Tom Felton, nosso amado Draco Malfoy, tô pensando seriamente se faço alguma coisa, mas sei que se não conseguir, vocês entendem, não é? Tia Nick tá cheia com as coisas da faculdade e as provas se aproximando, é muita coisa.
Bom, mas estou sempre aqui pra atualizar a história sempre que possível. Talvez eu diminua as postagens constantes para Segunda e Sexta, não sei, estou vendo essas coisas... mas prometo não sumir, ok?
Amo vocês tá bruxinhos.
Caso quiserem estar mais perto, tô sempre que possível ativa no grupo de whatsapp da história.
É isso...
– Bjooos da tia Nick.
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