{78} Malfeito feito
Quando deixamos a ala hospitalar ao meio-dia do dia seguinte, foi para encontrar um castelo quase deserto. O calor sufocante e o fim dos exames sinalizavam que todos estavam aproveitando ao máximo mais uma visita a Hogsmeade. Mas, nem eu, nem Rony, nem Mione, tivemos vontade de ir, assim, nós três ficamos apenas perambulando pelos jardins, ainda discutindo os acontecimentos extraordinários da noite anterior, Hermione finalmente explicou à mim e a Rony o que era um vira-tempo, na verdade foi o segredo para ela conseguir frequentar todas as aulas. Acontece que a ampulheta permitia que ela conseguisse voltar no tempo algumas horas e assim ela podia estar em dois lugares ao mesmo tempo, foi exatamente isso que eles fizeram ontem. Voltaram três horas, libertaram Bicuço e Sirius que saiu voando montado nele, um ótimo desfecho, eu só queria que o Perebas/Peter não tivesse fugido e pudéssemos provar a inocência de Sirius, mas por enquanto parecia estar tudo bem.
Vega levou uma bela de uma bronca da mãe por ter feito o que fez, mas por mais que ela parecesse brava com a menina, no fundo parecia estar feliz, a abraçou forte e pude ver a Profa. Misttigan nos olhar com um sorriso cúmplice e um piscar de olhos, imaginei que ela sabia o que fizemos.
Pela tarde sentamos perto do lago, observando a lula gigante agitar preguiçosamente seus tentáculos à superfície das águas. Uma sombra caiu sobre nós e, quando olhamos, nos deparamos com um Hagrid de olhos muito vermelhos, enxugando o rosto úmido de suor com um lenço do tamanho de uma toalha de mesa, e sorrindo para nós.
— Sei que não devia me sentir feliz depois do que aconteceu ontem à noite. — Disse ele — Quero dizer, a nova fuga de Black e tudo o mais, mas sabem de uma coisa?
— O quê? — Perguntamos em coro, fingindo curiosidade
— Bicuço! Ele fugiu! Está livre! Passei a noite toda festejando!
— Que fantástico! — Exclamou Hermione lançando a Rony um olhar de censura porque ele parecia prestes a cair na risada
— Sim, Hagrid. Que bom. — Falei com um sorriso
— É... não devo ter amarrado ele direito. — Concluiu Hagrid, apreciando os jardins — Estive preocupado hoje de manhã, vejam bem... achei que ele podia ter topado com o Prof. Lupin por aí, mas o professor disse que não comeu nada ontem à noite...
— Quê? — Perguntou Harry depressa.
— Caramba, vocês não souberam? — Disse Hagrid, o sorriso se desfazendo. Em seguida, baixou a voz, ainda que não houvesse ninguém à vista — Hum... Snape anunciou para os alunos da Slytherin hoje de manhã... Achei que, a essa altura, todo mundo já soubesse... O Professor Lupin é um lobisomem, entendem. E esteve solto na propriedade ontem à noite. Ele está fazendo as malas agora, é claro.
Nesse momento meu queixo caiu, eu não consegui acreditar que Snape tivesse realmente feito isso.
— Ele está fazendo as malas? — Repetiu Harry alarmado — Por quê?
— Vai embora, não é? — Disse Hagrid, parecendo surpreso que Harry tivesse feito uma pergunta daquela — Pediu demissão logo de manhã. Diz que não pode arriscar que isto aconteça de novo.
Harry levantou-se depressa.
— Vou ver o professor. — Avisou para, eu, Rony e Mione
— Mas se ele se demitiu...
— ... parece que não há nada que a gente possa fazer...
— Não faz diferença. Continuo querendo ver o professor. Encontro vocês aqui depois.
— Eu vou com você. — Me levantei depressa correndo pra o acompanhar
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A porta da sala de Lupin estava aberta. O professor já guardara a maior parte dos seus pertences. O tanque vazio do grindylow estava ao lado de sua mala surrada, aberta e quase cheia. Lupin curvava-se sobre alguma coisa em sua escrivaninha e ergueu a cabeça quando eu bati na porta.
— Vi vocês chegando. — Disse Lupin com um sorriso. E apontou para o pergaminho que estivera examinando. Era o Mapa do Maroto.
— Acabei de encontrar Hagrid. — Disse Harry — E soube dele que o senhor pediu demissão. Não é verdade, é?
— Receio que seja — Lupin começou a abrir as gavetas da escrivaninha e a esvaziá-las
— Por quê, professor? — Perguntei entristecida — O Ministério da Magia não está achando que o senhor ajudou Sirius, está?
Lupin foi até a porta e fechou-a.
— Não. O Prof. Dumbledore conseguiu convencer Fudge que eu estava tentando salvar as vidas de vocês. — Ele suspirou — Isso foi a gota d’água para Severo. Acho que a perda da Ordem de Merlim o deixou muito abalado. Então ele... hum... acidentalmente deixou escapar hoje, no café da manhã, que eu era lobisomem.
— Acidentalmente!? — Exclamei impaciente e cruzei os braços — Tenho certeza que ele fez de propósito, aquele amargurado.
— Mas, professor, o senhor não está indo embora só por causa disso! — Espantou-se Harry
Lupin sorriu enviesado.
— Amanhã a essa hora, vão começar a chegar as corujas dos pais... Eles não vão querer um lobisomem ensinando a seus filhos. E depois de ontem à noite, eu entendo. Eu poderia ter mordido um de vocês... Isto não pode voltar a acontecer nunca mais.
— Mas não aconteceu nada, estamos bem. O senhor não pode fazer isso professor! — Tentei apelar
— O senhor é o melhor professor de Defesa Contra as Artes das Trevas que já tivemos! — Disse Harry — Não vá embora!
— Sim, sim. Tenho certeza que nunca na galáxia vamos ter um professor melhor que o senhor, além de aulas divertidas, é super atencioso. O senhor não pode deixar a gente.
Lupin sacudiu a cabeça e ficou calado. Continuou a esvaziar as gavetas. Então, enquanto eu e Harry tentavamos pensar em um bom argumento para convencê-lo a ficar, Lupin falou:
— Pelo que o diretor me contou hoje de manhã, vocês salvaram muitas vidas ontem à noite. Se eu tenho orgulho de alguma coisa que fiz este ano, foi o muito que vocês aprenderam comigo...
Lupin jogou seus últimos livros em uma caixa, fechou as gavetas da escrivaninha.
— Dumbledore não pode fazer nada para que o senhor não precise ir embora? — Perguntei triste
— Dumbledore já se arriscou bastante por minha causa. E aliás, já estou acostumado com esse tipo de coisa.
O professor balançou sua varinha terminando de colocar as coisas que faltavam na mala, mas então virou-se para a gente e notou a tristeza estampada em nosso olhar.
— Por que estão infelizes? — Perguntou ele — Vocês deveriam estar se sentindo muito orgulhosos depois do que fizeram à noite passada.
— Não fez nenhuma diferença. — Disse Harry com amargura — Pettigrew escapou de qualquer forma.
— Não fez nenhuma diferença? — Repetiu o professor — Fez toda a diferença do mundo. Você ajudou a desvendar a verdade e salvou um homem inocente de um destino terrível. — Ele então esticou o braço e pegou seu casaco — Estou muito orgulhoso de vocês.
Não pude evitar abrir um sorriso mesmo que por dentro estivesse bastante triste.
— Ah, sim. Tome, trouxe isto da Casa dos Gritos ontem à noite. — Disse, devolvendo a Harry a Capa da Invisibilidade — E... — Ele hesitou e em seguida devolveu o Mapa do Maroto também — Como não sou mais seu professor, não me sinto culpado por lhe devolver isso também. Não serve para mim, e me arrisco a dizer que vocês, Rony e Hermione vão encontrar utilidade para o mapa.
Harry recebeu o mapa e sorriu.
— O senhor me disse que Aluado, Rabicho, Almofadinhas e Pontas tinham querido me atrair para fora da escola... o senhor disse que eles teriam achado graça.
— E teríamos. — Respondeu Lupin, abaixando-se para fechar a mala — Não tenho dúvida em afirmar que James teria ficado muitíssimo desapontado se o filho dele jamais descobrisse as passagens secretas para fora do castelo.
E então ele sorriu para gente, se aproximou e nos abraçou.
— Agora eu vou me despedir, sei que vou encontrar vocês em breve... Mas, até lá...
Malfeito feito...
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Hello bruxinhos.
Como vocês estão?... Não esqueçam de deixar sua estrela e de comentar, isso me ajuda muito na divulgação da história.
Aliás... Penúltimo capítulo de Prisioneiro de Azkaban, ansiosos para Cálice de Fogo?
– Bjos da tia Nick
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