{65} Gryffindor versus Ravenclaw
Parecia definitivamente o fim da amizade entre Rony e Hermione. Estavam tão zangados um com o outro que eu e Harry não conseguiamos ver como poderiam, um dia, fazer as pazes. Rony estava enfurecido porque Hermione nunca levara a sério as tentativas de Bichento para devorar Perebas, não se dera o trabalho de vigiá-lo de perto e continuava a fingir que o gato era inocente, sugerindo que Rony procurasse por Perebas embaixo das camas dos garotos. Por sua vez, Hermione insistia ferozmente que Rony não tinha provas de que Bichento devorara Perebas, que os pelos talvez estivessem no dormitório desde o Natal, e que o garoto alimentara preconceitos contra o gato desde que Bichento aterrissara na cabeça dele na Animais Mágicos.
Pessoalmente, eu tinha certeza de que Bichento comera Perebas, assim como Harry, e quando tentamos mostrar a Hermione que todas as evidências apontavam nessa direção, a garota zangara-se com nós também.
— Tudo bem, fiquem do lado do Rony, eu sabia que vocês iam fazer isso! — Disse ela com voz aguda — Primeiro a Firebolt, agora Perebas, tudo é minha culpa, não é? Então me deixem em paz, vocês dois, tenho muito trabalho a fazer.
Meu irmão estava realmente sofrendo muito com a perda do rato, e eu não conseguia o ver daquele jeito.
— Vamos, Rony, você vivia dizendo que Perebas era chato. — Disse Fred para consolá-lo — E seu rato estava doente havia séculos, estava definhando. Provavelmente foi melhor para ele morrer depressa, de uma engolida, provavelmente nem sofreu.
— Fred! — Exclamamos eu e Ginny, indignadas o repreendendo
— Ele só fazia comer e dormir, Rony, você mesmo dizia. — Agumentou George
— Ah maninho, eu não gosto de te ver assim. — O abracei de lado tentando o dar conforto
— Ele mordeu Goyle para nos defender uma vez! — Disse Rony, infeliz — Lembra, Harry?
— É, é verdade. — Confirmou o amigo
— Foi o ponto alto da vida dele. — Disse Fred, incapaz de manter a cara séria — Que a cicatriz no dedo de Goyle seja uma homenagem eterna à memória de Perebas. Ah, sai dessa, Rony, vai até Hogsmeade e compra um rato novo. Que adianta ficar se lamentando?
— Fred! — O repreendi mais uma vez
— Oi, Rony...
Levantei meu olhar e me surpreendi ao ver que era Lavender quem tinha se aproximado da gente, ela se abaixou de modo que pudesse olhar para meu irmão que estava sentado ao meu lado.
— Eu fiquei sabendo do que aconteceu... — Falou em um tom triste que fez meus irmãos se entreolharem — Acho que entendo o que você tá passando, olha, trouxe pra você. — E então estendeu a mão para ele revelando uma pulseira, bem parecida com a que ela me deu no natal, parecia ser feita a mão e tinha algumas pérolas coloridas, além de três pingentes, um sol, uma âncora e uma lua de prata — Eu que fiz, as pérolas mudam de cor, eu gosto de ficar brincando de mudar elas quando estou triste, me ajuda a relaxar.
— Obrigada, Lavender... — Disse Rony abrindo um leve sorriso e aceitando o presente fazendo minha amiga ficar um pouco corada
Voltei meu olhar para meus irmãos e para Harry, como se perguntasse se eles também haviam visto o que tinha acabado de acontecer. Por sorte Fred e George não zoaram nem nada, e eu nem sequer sabia o que pensar.
Numa última tentativa de levantar mais o astral de Rony, – que agora tinha uma pulseira no braço assim como eu — Harry o convenceu a ir ao último treino do time da Gryffindor, antes da partida com Ravenclaw para poder dar uma volta na Firebolt quando terminassem. Isto pareceu, por um momento, desviar os pensamentos de Rony em Perebas (“Grande! Posso tentar fazer uns gols montado na vassoura?”), e os dois saíram para o campo de quadribol juntos. Não só eles, pois é claro que eu também iria.
Madame Hooch, que continuava a supervisionar os treinos da Gryffindor, ficou tão impressionada com a Firebolt quanto todo mundo que a vira. A professora pegou a vassoura antes da decolagem e expôs aos jogadores sua opinião profissional.
— Olhem só o equilíbrio deste modelo! Se a série Nimbus tem algum defeito, é uma ligeira queda para a cauda, observa-se que depois de alguns anos isto se transforma num arrasto. Nossa, atualizaram o cabo também, mais fino do que as Cleansweeps, lembra as antigas Silver Arrows, uma pena que tenham parado de fabricá-las. Foi nelas que aprendi a voar, e também eram excelentes vassouras...
E a professora continuou nessa disposição por algum tempo até que Oliver a interrompeu:
— Hum... Madame Hooch? Será que a senhora podia devolver a vassoura a Harry? Temos que treinar...
— Ah, certo... tome aqui, Potter — Disse ela — Vou me sentar ali adiante com os Weasley's...
E então deixamos o campo junto com a professora e fomos nos sentar na arquibancada, e o time da Gryffindor se agrupou em torno de Oliver para ouvir as últimas instruções para o jogo do dia seguinte.
— Você também tem. — Disse Rony, de repente
— O quê?
— A pulseira, foi ela quem te deu?
Abaixei meu olhar para as duas pulseiras em minha mão direita.
— Essa de pérolas parecida com a sua sim. Ela me deu no natal, já essa com o pomo, eu ganhei do Seamus, vai entender. — Soltei uma risadinha
— Ela até que é legal. — Falou com um sorriso abaixando o olhar para pulseira em seu braço e mudando a cor para vermelho e dourado
— É sim. — Concordei dando uma risada nasal
O treino havia sido impecável, a Firebolt de fato era uma vassoura mais que incrível, estavam todos contentes quando acabou e logo Rony teve seu desejo realizado voando na vassoura de Harry empolgado, até apostamos corrida já que eu tinha levado minha Nimbus para o campo, e depois retornamos ao castelo, fiquei feliz de ver que o humor do meu irmão estava melhor.
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Quando Harry desceu para tomar café na manhã seguinte, as cabeças de todos se voltaram para a vassoura, e houve muitos comentários excitados. Tanto meu irmão quanto Harry sentaram-se ao perto de mim, um de cada lado.
— Você viu a cara dele? — Perguntou Rony com vontade de rir, virando-se para mesa da Slytherin — Ele nem consegue acreditar! Genial!
— De quem estão falando? — Perguntei com curiosidade
— Do Malfoy, é óbvio.
Levei meu olhar até a mesa da Slytherin e vi que de fato Draco parecia meio intrigado, mas quando viu que eu o olhava ele sorriu de longe, algo que eu retribuí.
Oliver, assim como quase todo mundo, também, usufruía da glória que a Firebolt refletia.
— Ponha ela aqui, Harry. — Sugeriu o capitão do time, ajeitando a vassoura no meio da mesa e girando-a cuidadosamente de modo a deixar a marca visível
Os alunos das mesas da Ravenclaw e da Huflepuff não demoraram a ir olhá-la de perto. Cedric Diggory se aproximou para cumprimentar Harry por ter adquirido uma substituta tão esplêndida para sua Nimbus e a namorada de Percy, Penelope Clearwater, da Ravenclaw, chegou a perguntar se podia segurar a Firebolt.
— Ora, ora, Penelope, nada de sabotagem! — Disse Percy cordialmente, enquanto ela mirava a Firebolt — Penelope e eu fizemos uma aposta — Contou ele — Dez galeões no vencedor da partida!
A garota tornou a pousar a vassoura, agradeceu a Harry e voltou à sua mesa.
— Harry, não deixe de ganhar. — Recomendou Percy, num sussurro urgente — Eu não tenho dez galeões. Estou indo, Penny! — E correu para comer uma torrada com a garota.
Às quinze para as onze, o time da Gryffindor saiu em direção ao vestiário. O tempo não poderia estar mais diferente do que o do dia da partida com Huflepuff. Fazia um dia claro e frio com uma levíssima brisa; desta vez não haveria problemas de visibilidade e Harry com certeza seria bem sucedido. Me dirigi para arquibancada ficando perto do meu irmão e das meninas, só não cheguei a ver Hermione
Os jogadores saíram do vestiário para o campo debaixo de tumultuosos aplausos. O time da Ravenclaw, vestido de azul, já estava parado no meio do campo. A apanhadora, Cho Chang, era a única menina da equipe e observei ela sorrindo para Harry ao longe.
— Wood, Davies, apertem-se as mãos. — Disse Madame Hooch, eficiente, e Oliver apertou a mão do capitão da Ravenclaw — Montem nas vassouras... quando eu apitar... três, dois, um...
Pude observar todos os jogadores darem impulso e decolarem, enquanto eu também prestava atenção aos comentários de Lee Jordan, que eu achava tão divertido.
“Foi dado início à partida, e a grande novidade é a Firebolt que Harry Potter está montando pelo time da Gryffindor. Segundo a Qual vassoura, a Firebolt será a montaria escolhida pelos times nacionais para o Campeonato Mundial deste ano...”
— Jordan, você se importa de nos dizer o que está acontecendo no campo? — Interrompeu-o a voz da Professora McGonagall
— Certo, professora, eu só estava situando os ouvintes...
“A Firebolt, aliás, tem um freio automático e...”
— Jordan!
“OK, OK, Gryffindor tem a posse da goles, Katie Bell da Gryffindor está voando em direção à baliza...”
Soltei uma leve risada, não tinha como não rir com o Lee narrando os jogos, ele conseguia ser tão divertido. Mirei minha atenção em Harry que passou veloz por Katie, à procura de um reflexo dourado, e reparei que Cho Chang o seguia muito de perto. Não havia dúvida de que a garota era um excelente piloto – não parava de cortar sua frente, forçando-o a mudar de direção.
Pude perceber Fred berrar algo para Harry ao passar disparado em perseguição de um balaço que seguia na direção de Alícia. Harry estugou a Firebolt quando contornaram as balizas da Ravenclaw, e Cho ficou para trás. E então Katie conseguiu marcar o primeiro gol da partida e o lado do campo da Gryffindor enlouquecia de entusiasmo.
— VAI HARRY! — Gritei animada quase pulando da cadeira
— Esse jogo já tá no papo, pobre Ravenclaw, ninguém é páreo para uma Firebolt. — Disse Amélia, teatralmente nos fazendo rir
Observei quando Harry mergulhou, ele tinha avistado o pomo, Cho percebeu o seu movimento e disparou atrás dele. O garoto foi aumentando a velocidade, tomado de excitação; os mergulhos eram sua especialidade, estava a três metros... Então um balaço, arremessado por um dos batedores da Ravenclaw, saiu a toda, Harry mudou de rumo, evitando o petardo por um dedo, e, naqueles segundos cruciais, o pomo sumiu. Houve um grande “ooooooh” de desapontamento da torcida da Gryffindor, mas muitos aplausos da Ravenclaw para o seu batedor.
George deu razão ao que sentia lançando um segundo balaço diretamente contra o autor do arremesso, que, por sua vez, foi forçado a dar uma cambalhota em pleno ar para evitar a colisão.
— O George é perfeito não é? — Lia falou com uma voz melosa, nos fazendo olhar pra ela — Digo, VAI GRYFFINDOR UHUU.
— Meu Deus, Lia. Sério, primeiramente eu não faço a mínima ideia de como você diferencia um do outro e segundo, a quem você quer enganar? Você gosta dele, todo mundo já notou. — Pati falou em um tom risonho, mas a essa altura minha atenção já tinha voltado pro jogo, quando as duas começaram a discutir enquanto Lia explicava pra Pati como diferenciava meus irmãos e alegava que não gostava do George
“Gryffindor lidera por oitenta pontos a zero, e olhe só o desempenho daquela Firebolt! Potter agora está realmente mostrando o que ela é capaz de fazer, vejam como muda de direção – a Comet de Chang simplesmente não é páreo para ela, o balanceamento preciso da Firebolt é visível nesses longos...”
— JORDAN! VOCÊ ESTÁ GANHANDO PARA ANUNCIAR FIREBOLTS? VOLTE A IRRADIAR O JOGO!
Não me segurei e soltei uma gargalhada, Jordan era mesmo hilário, não tinha como negar. Além de ser bem bonito... pera, o quê?
Ravenclaw começou a jogar na retranca; já tinha marcado três gols, o que deixava Gryffindor apenas cinquenta pontos à frente – se Cho apanhasse o pomo antes de Harry, Ravenclaw ganharia a partida. Harry reduziu a altitude, evitando por um triz um artilheiro da Ravenclaw, e esquadrinhou nervosamente o campo – um lampejo de ouro, um adejar de asinhas – o pomo estava circulando a baliza da Gryffindor... Harry acelerou, os olhos fixos no pontinho dourado à frente – mas nesse instante, Cho apareceu de repente, bloqueando sua visão...
— HARRY, ISSO NÃO É HORA PARA CAVALHEIRISMOS! — Pude ouvir Oliver berrar quando o garoto deu uma guinada para evitar a colisão — SE FOR PRECISO, DERRUBE-A DA VASSOURA!
— Confesso que o Oliver me assusta as vezes. — Sussurrei para as meninas
Mas com tudo isso, o pomo sumira outra vez. Harry apontou a vassoura para o alto e logo chegou a sessenta metros sobre o campo. Cho estava o seguindo. Ela resolvera marcá-lo em vez de procurar o pomo sozinha. Harry mergulhou outra vez, e Cho, pensando que ele avistara o pomo, tentou acompanhá-lo; ele desfez o mergulho abruptamente; Cho continuou a descida veloz; ele subiu mais uma vez, como uma bala, e então viu-o, pela terceira vez – o pomo cintilava muito acima do campo, do lado da Ravenclaw.
Harry acelerou; a muitos metros abaixo Cho fez o mesmo. Ele foi reduzindo a distância, se aproximando mais do pomo a cada segundo... e então estendeu a mão e conseguiu fechar os dedos sobre o pequeno pomo que se debatia.
— Ele pegou? — Eu e Rony perguntamos ao mesmo tempo nos olhando — ELE PEGOU!
Soou o apito de Madame Hooch. Harry se virou no ar e seis borrões vermelhos voaram em sua direção; no momento seguinte, o time o abraçava com tanta força que imagino que ele quase foi arrancado da vassoura. Aqui embaixo se ouvia claramente os brados da torcida da Gryffindor em meio aos espectadores.
Eu e Rony nos abraçamos contentes e as meninas também gritavam. Em completa desordem, o time conseguiu voltar ao campo, nesse meio tempo já tínhamos corrido para o parabenizar. Assim que Harry desmontou a vassoura, e levantou a cabeça se deparou com nós, um bando torcedores saltando para dentro do campo, Rony e eu logo à frente. Antes que desse por si, Harry fora engolfado pela turma que gritava aplaudindo-o.
— Sim! — Gritava Rony, puxando com força o braço de Harry e erguendo-o no ar — Sim! Sim!
— Isso foi incrível! — Exclamei — Incrível, totalmente incrível!
— Grande partida, Harry! — Disse Percy, feliz — Dez galeões para mim! Preciso procurar Penelope, com licença...
— Parabéns, Harry! — Bradou Seamus
— Mandou bem, hem Harry! — Gritou Lia antes de correr para falar com George
— Brilhante! — Berrou Hagrid por cima das cabeças dos alunos da Gryffindor
— Vamos, Harry! — Disse George procurando se aproximar, com uma Amélia no pé dele — Festa! Sala comunal da Gryffindor, agora!
— Certo. — Respondeu Harry, parecendo bastante entusiasmado
Ele e o restante do time abriram caminho, ainda de vestes vermelhas, para fora do estádio e de volta ao castelo. Fomos logo depois deles.
A sensação era de que já tínhamos ganhado a Taça de Quadribol; a festa durou o dia inteiro e se prolongou até tarde da noite. Fred e George desapareceram algumas horas e voltaram com braçadas de garrafinhas de cerveja amanteigada, abóbora espumante e vários sacos de doces da Dedosdemel.
— Como foi que você fez isso?! — Gritou Angelina quando George começou a atirar sapos de menta nos colegas
Mas os gêmeos apenas deram uma piscadinha, eu sabia bem que eles tinham usado a passagem secreta para a Dedosdemel, bom, eu estava certa quando disse que eles já a sabiam de cor.
— Eu não digo que esse menino é incrível. — Suspirou Lia do meu lado que não tirava os olhos de George
— Meu Merlim. — Soltei uma risadinha enquanto pegava uma garrafinha de cerveja amanteigada da mão do meu irmão e tornava a me jogar na poltrona
Mas logo notei que somente uma pessoa não participava da comemoração. Hermione, por incrível que pareça, estava sentada a um canto, tentando ler um enorme livro intitulado Vida doméstica e hábitos sociais dos trouxas britânicos. Me levantei se afastando da mesa em que Fred e George haviam começado a fazer malabarismos com as garrafinhas de cerveja amanteigada e fui até ela.
— Oi. — Comprimentei sem jeito — Você ao menos foi ao jogo?
— Claro que eu fui. — Respondeu Hermione numa voz estranhamente aguda, sem nem ao menos levantar a cabeça — E estou muito contente que a gente tenha ganhado, e acho que o Harry jogou realmente bem, mas tenho que ler isso aqui até segunda-feira.
— Vamos, Mione, venha comer alguma coisa. — Convidei, enquanto olhava para Rony e me perguntava se ele teria suficiente bom humor para guardar a machadinha de guerra.
— Não posso, Rox. Ainda tenho quatrocentas e vinte e duas páginas para ler! — Respondeu, agora num tom ligeiramente histérico — De qualquer modo... — A garota olhou para Rony, também — Ele não quer a minha companhia.
Quanto a isso, não havia o que discutir, porque Rony escolheu aquele momento para dizer em voz alta:
— Se Perebas não tivesse sido devorado, ele poderia ter comido uma mosca de chocolate. Ele gostava tanto...
Hermione caiu no choro. Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ela meteu o enorme livro embaixo do braço e, ainda soluçando, correu para a escada do dormitório das meninas e desapareceu de vista.
— Pelas barbas de Merlim! — Meti a mão no meu rosto impaciente me aproximando do meu irmão
— O que foi? — Perguntou ele como se nada tivesse acontecido
— Rony, não viu que ela está mau? Ela não tem culpa do que o Bichento fez, gatos caçam ratos, isso é normal!
— Não acredito que você tá defendendo ela. Você é minha irmã! O Perebas era como da família!
— Eu sei, Rony! Ou você acha que eu também não gostava daquele rato? Só estou tentando dizer que será que você não podia dar a ela um tempo?
— Não. — Respondeu o garoto com firmeza — Se ela ao menos mostrasse que lamenta, mas jamais vai admitir que errou, a Hermione. Continua a agir como se Perebas tivesse tirado férias ou qualquer coisa do gênero.
A festa da Gryffindor só terminou quando a Professora Minerva apareceu vestida com o seu robe de tecido escocês e os cabelos presos numa rede, à uma hora da manhã, para insistir que todos fossem se deitar. Eu, Lav, Pati e Lia subimos as escadas para o dormitório, ainda discutindo a partida, ou os meninos. Por fim, exausta, eu me enfiei na cama, ajeitei o cortinado dela para esconder um raio de luar, me deitei de costas e senti que adormecia quase instantaneamente. Tive um sonho maravilhoso, eu era uma jogadora profissional, da Chudley Cannons, uma excelente artilheira, a melhor, marcava todos os gols e sempre gritavam meu nome ao fim da partida, era tão bom e...
— AAAAAAAAAAAAAARRRRRRRRRRR! NNNÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOO!
Acordei subitamente como se alguém tivesse me esbofeteado. Desorientada na escuridão total agarrei as cortinas – ouvi movimentos a minha volta e a voz de Parvati do outro lado do quarto:
— Que é que está acontecendo?
Finalmente, encontrei a abertura das cortinas, puxei-as para um lado com violência e, na mesma hora, Lavender acendeu o abajur.
— Vocês ouviram isso?
— Claro que ouvimos, todo mundo ouviu. — Rebateu Amélia
— De onde será que veio? — Perguntei aturdida
— Do dormitório dos meninos. — Exclamou Hermione parecendo igualmente assustada
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