{15} O Jogo Vivo
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15. O Jogo Vivo
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Querem deter o Snape ou não? Vocês sabem o que fazer!
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Harry tomou fôlego, cobriu o rosto com os braços e atravessou a câmara correndo. Ele, assim como a gente, achava que os passarinhos avançariam nele o atacando a qualquer minuto com aqueles bicos afiados, mas incrivelmente nada aconteceu. Ele alcançou a porta incólume. Baixou a maçaneta, mas a porta estava trancada. Nós três logo o seguimos e fizemos força para abrir a porta, mas ela nem sequer se mexeu, nem mesmo quando Hermione usou o feitiço Alohomora.
- E agora? - Ron perguntou
- Esses pássaros... Não podem estar aqui só para enfeitar. - Observei, não tinha sentido algum
Ambos olhamos atentamente os pássaros voando no alto, brilhando - brilhando?
- Eles não são pássaros! - Hermione exclamou de repente - São chaves! Chaves aladas, olhe com atenção. Então isso deve querer dizer... - E olhou à volta da câmara enquanto os meninos
apertavam os olhos para enxergar o bando de chaves no alto - É, olhe! Vassouras! Temos que apanhar a chave da porta.
O único problema é que eram centenas delas e não tínhamos muito tempo. Rony começou a examinar a fechadura.
- Estamos procurando uma chave bem grande e antiga, provavelmente de prata, como a maçaneta.
Apanhamos cada um uma vassoura e demos impulso no ar. Tentávamos agarrá-las, mas as chaves encantadas fugiam e mergulhavam tão rápido que era quase impossível apanhar uma.
Mas não era à toa que Harry era o mais jovem apanhador do século. Tinha um jeito para localizar coisas que nós não tínhamos. Depois de um minuto trançando pelo redemoinho de penas, ele parecia ter achado a chave.
- Aquela ali! - Gritou para a gente - Aquela grandona ali. Com as asas azul forte. As penas estão todas amassadas de um lado.
Rony precipitou-se na direção que Harry apontava, bateu no teto e quase caiu da vassoura. Observei que era uma chave grande de prata que tinha uma asa dobrada, como se já tivesse sido apanhada e enfiada de qualquer jeito na fechadura.
- Temos que cercá-la! - Harry gritou, sem tirar os olhos da chave - Rony, você cerca por cima. Hermione, fica embaixo e não deixa ela descer, Rox, eu vou de um lado e você do outro, vou tentar pegá-la. Certo, AGORA!
Ron mergulhou, Hermione disparou para o alto, a chave desviou-se dos dois, já eu fui para o lado que Harry tinha falado, mas ela também fugiu de mim, Harry logo partiu atrás dela; a chave correu para a parede, ele se curvou para a frente e, com uma pancada feia, prendeu-a contra a pedra com a mão. Nossos vivas ecoaram pela câmara.
Pousamos em seguida e Harry correu para a porta, com a chave a se debater em sua mão. Enfiou-a na fechadura e virou-a, deu certo. No instante em que ouvimos o barulho da lingueta
se abrindo, a chave tornou a alçar voo, parecendo agora muito maltratada depois de ter sido apanhada duas vezes.
- Prontos? - Harry perguntou, com a mão na maçaneta da porta
Fizemos um sinal afirmativo com a cabeça e ele escancarou a porta. A câmara seguinte era tão escura que não dava para ver absolutamente nada. Mas, ao entrarmos nela, a luz rapidamente inundou o aposento, revelando uma cena surpreendente e na minha opinião, incrível.
Estávamos parados na borda de um enorme tabuleiro de xadrez atrás das peças pretas, que eram todas mais altas do que nós e talhadas em um material que parecia pedra. De frente para a gente do outro lado da câmara, estavam as peças brancas.
- E agora o que fazemos? -Harry sussurrou
- É óbvio, não é? - Meu irmão logo respondeu
- Temos que jogar para chegar ao outro lado da câmara. - Completei e eles logo viram outra porta bem atrás das peças brancas
- Como? - Hermione parecia nervosa
- Acho que vamos ter que virar peças.
Ron se dirigiu a um cavalo preto e esticou a mão para tocar seu cavaleiro. No mesmo instante, a pedra ganhou vida. O cavalo pateou o tabuleiro e seu cavaleiro virou a cabeça protegida por um elmo para olhar Rony.
- Temos que nos unir a vocês para chegar ao outro lado?
O cavaleiro preto confirmou com a cabeça. Ron logo virou-se para nós.
- Isto exige reflexão. - Comentou
- Temos que tomar o lugar de quatro peças pretas. - Completei
Harry e Hermione ficaram quietos nos observando.
- Espero que não se ofendam, mas nenhum dos dois é tão bom assim em xadrez... - Falei
- Não estamos ofendidos... - Interrompeu Harry depressa - Podem dizer o que vamos fazer.
Eu e Ron rapidamente nos olhamos e demos um sorriso. Xadrez era nosso lance de gêmeos.
- Eu acharia melhor se o Harry ficasse no lugar daquele bispo, não acha? - Perguntei olhando para Ron e apontando para o bispo
- Sim. - Ele concordou - E Hermione fica ao lado dele como a torre.
- E vocês?
- Vamos ser os cavaleiros. - Ron respondeu - Ou você acha melhor ser outra peça, Rox?
- Não, você tem razão. Os cavaleiros são melhor. Mas seria divertido ser a rainha. - Brinquei
As peças pareciam estar escutando, porque ao ouvirem isso, dois cavaleiros, um bispo e uma torre deram as costas às peças brancas e saíram do tabuleiro, deixando quatro casas vazias, que
fizemos questão de ocupar. Eu e Ron subimos nos cavalos e mesmo de longe nos olhamos nervosos.
- No xadrez as brancas sempre jogam primeiro. - Expliquei, observando o tabuleiro - Olhem...
Um peão branco avançara duas casas. Eu e Ron começamos a contornar enquanto comandavamos as peças pretas. Elas se mexiam em silêncio indo aonde eram mandadas. Meus joelhos tremiam, e se perdessemos o jogo?
- É melhor mandar o Harry agora, o que você acha? - Ron me perguntou
- Sim. - Concordei - Ele tem que andar quatro casas para a direita em diagonal, vai conseguir comer o peão.
- Formamos uma ótima equipe. - Ron comentou sorrindo
O primeiro choque de verdade que levamos foi quando o outro bispo foi comido. A rainha esmagou-o no chão e arrastou-o para fora do tabuleiro, onde ele ficou deitado imóvel, de cara no chão.
Me virei nervosa e abalada para meu irmão, que respirou fundo.
- O que fazemos agora!?
- A Hermione. Ela tá livre pra comer o bispo. Vamos, Granger, ande.
Todas as vezes que perdíamos uma peça, as peças brancas não mostravam piedade. Não demorou muito e havia uma coleção de peças pretas inermes encostadas à parede.
Duas vezes, reparei, em cima do lance, que Harry e Hermione estavam em perigo. Rony próprio disparou pelo tabuleiro, e não demorou muito para que eu fosse tambem, comendo quase tantas peças brancas quanto as pretas que haviamos perdido.
- Estamos quase chegando - Ron murmurou de repente - Me deixem pensar... Me deixem pensar...
A rainha branca virou o rosto vazio para nós.
- Ron, não tem jeito. - Falei nervosa
- Rox, não. Melhor trocarmos de lugar.
- Você tá louco? Eu vou!
- Rox, eu sou mais velho que você.
- Por míseros cinco minutos, Ronald!
- O que aconteceu? - Hermione falou um pouco alto interrompendo nossa discussão
- Acontece que não tem jeito, eu preciso dar um passo a frente, assim a rainha me come e isso deixa o Harry com o passe livre para dar o xeque-mate no rei.
- NÃO! - Harry e Hermione gritaram ao mesmo tempo
- É o que estou dizendo a ela, isso é loucura. - Ron retrucou
- Isso é xadrez, Rony. Exige sacrifícios, você sabe!
- Rox?
- Querem deter o Snape ou não? - Me virei olhando pra eles já decidida - Vocês sabem o que fazer!
Antes que pudessem responder alguma coisa, eu avancei à frente e a rainha branca me atacou. Só pude sentir o golpe forte na cabeça com o braço de pedra e caí com estrondo no chão. Ouvi Ronald gritar, mas continuou parado em sua casa. A rainha branca me arrastou para um lado. Por mais que eu estivesse sentindo uma dor insuportável, não estava desacordada e pude ouvir que Harry se deslocou e ganharam o jogo.
Mais que depressa Rony correu até mim.
- Eu vou ficar aqui com ela, vão. Peguem a pedra.
- Tá certo. - Hermione gritou - Voltamos em breve. Leve ela pra Madame Pomfrey e avise Dumbledore.
Apenas ouvi os passos deles se afastando e olhei para meu irmão e abri um sorriso vago, não tinha me machucado gravemente, mas a dor era exageradamente insuportável. Ele segurou minha cabeça me levantando um pouco e me abraçou, seus olhos quase lacrimejavam.
- Nunca mais faça isso sua louca. Você é doida? Se tivesse te acontecido algo pior, eu não me perdoaria nunca. - Ele falava enquanto me abraçava - Por Merlim, Roxanne.
- Eu estou bem, seu bobo. - Falei como um sussurro e um sorriso
Ele se afastou de mim me olhando.
- Melhor irmos logo pra enfermaria, vem.
Ele me ajudou a ficar em pé e passou meu braço por seu ombro. Eu podia ficar em pé, sem problemas, a rainha branca só tinha batido na minha cabeça. Mas, deixei que Ron me ajudasse, podíamos brigar direto, mas estávamos sempre lá quando o outro precisava. Nossa conexão de gêmeos sempre foi algo incrível. Eu amava aquele mané.
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