XLIII - ADEUS, VELHO INIMIGO
❝𝗡𝗶𝘀𝘁𝗼 𝗲𝗿𝗿𝗮𝗺𝗼𝘀: 𝗲𝗺 𝘃𝗲𝗿 𝗮 𝗺𝗼𝗿𝘁𝗲 𝗮̀ 𝗻𝗼𝘀𝘀𝗮 𝗳𝗿𝗲𝗻𝘁𝗲, 𝗰𝗼𝗺𝗼 𝘂𝗺 𝗮𝗰𝗼𝗻𝘁𝗲𝗰𝗶𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗳𝘂𝘁𝘂𝗿𝗼, 𝗲𝗻𝗾𝘂𝗮𝗻𝘁𝗼 𝗴𝗿𝗮𝗻𝗱𝗲 𝗽𝗮𝗿𝘁𝗲 𝗱𝗲𝗹𝗮 𝗷𝗮́ 𝗳𝗶𝗰𝗼𝘂 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝘁𝗿𝗮́𝘀. 𝗖𝗮𝗱𝗮 𝗵𝗼𝗿𝗮 𝗱𝗼 𝗻𝗼𝘀𝘀𝗼 𝗽𝗮𝘀𝘀𝗮𝗱𝗼 𝗽𝗲𝗿𝘁𝗲𝗻𝗰𝗲 𝗮̀ 𝗺𝗼𝗿𝘁𝗲.❞
- Sêneca
JISUNG CONTINUA CALADO E SEM muitas reações, a notícia com certeza o pegou desprevenido. Eu também fui surpreendida, tanto que não sei muito como reagir. Pai e filho nunca foram próximos, mas ele ainda deve se sentir mal com isso, principalmente devido ao seu último encontro.
Diminuo a distância entre nós, seguro a sua mão.
- Como você está se sentindo? - eu pergunto, apreensiva de não ter escolhido a melhor abordagem.
- Surpreso. - é o único sentimento que ele consegue descrever.
- Você vai encontrar o seu avô agora? - questiono, pronta para pular da cama e ir com ele. - Ele está em casa ou em um hospital?
- Eu não sei. - Jisung diz meio apático. - Não estou com cabeça para isso agora. Eu preciso descansar, vamos voltar a dormir.
Eu prefiro não o contradizer e respeitar o seu tempo e espaço, mas a verdade é que nenhum de nós dois consegue dormir de verdade, tudo o que tiramos são alguns cochilos.
A noite parece demorar mais que o dia para passar. Quando fica claro, Han ainda demora para se levantar, fica sentado na cama olhando para Mingi deitadinho na sua caminha. Eu o abraço e descanso minha cabeça no seu ombro. Ficamos assim por um bom tempo, no silêncio.
Os minutos vão passando e a minha barriga ronca de fome, mas Jisung nem mesmo ri do barulho. Olhando para ele agora, não consigo descrever se ele está triste, com raiva, cansado ou com com remorso. Ele simplesmente não reage.
- Eu vou tomar um banho, já volto. - anuncio a minha saída.
Deixo o meu namorado sozinho por alguns instantes, apenas para ir no banheiro tomar um banho e escovar os dentes. Quando volto, não o encontro no mesmo lugar, ele ainda está no quarto, mas de frente ao seu guarda-roupas, escolhendo algo. Ele ainda não fala, apenas entra no banheiro.
Mais uma vez tentando deixá-lo na sua privacidade, resolvo não o incomodar e vou para a cozinha.
Minha barriga ronca faminta, preciso ocupá-la. Agradeço por estar na casa do Han, sua geladeira e armários estão sempre cheios. Eu coloco um pouco de iogurte num copo, faço um sanduíche queijo-quente e é tudo o que eu como no café da manhã. Mesmo com tantas opções, eu opto pelo mais simples. Não estou com coragem nem para fazer café.
Termino de comer. Levo a louça suja até a pia e limpo tudinho. Enquanto seco as mãos no pano de prato, vejo Jisung tentando escapar pela porta principal.
- Ei, ei, ei. Volta aqui. - eu peço.
Han retorna. Está arrumado como sempre, também carregando a sua maleta com os pertences do trabalho. Ele parece... normal.
- Para onde você está indo? - pergunto.
- Para a empresa. - ele responde. - Já está quase na hora. Você vem comigo?
- Hoje? - eu faço uma pergunta boba. - Você não prefere ir ficar com o seu avô? Eu sei que é um momento difícil, mas se refugiar no trabalho não é a melhor solução, Ji.
- Eu não estou me refugiando no trabalho. - ele diz, mas não é o que parece. - Eu fiquei surpreso, mas já passou. Eu nunca tive um pai, não tem 'pra que eu agir diferente agora.
- Eu só não quero que você reprima os seus sentimentos. - digo, aproximando-me dele e segurando seus ombros. - A dor faz parte e é importante na vida, você pode falar comigo sobre ela, se quiser.
- Eu já senti dor de mais, ele já me causou muita dor. - ele está magoado, mas não parece ser por perdê-lo. - Aquele homem nunca me tratou como sua família, eu não preciso fingir que éramos uma.
- Se é o que você diz... - eu não posso ir contra os seus sentimentos. - Eu só vou colocar uma roupa mais apropriada, tá? Me espera.
Vou ao quarto e troco o meu vestidinho de ficar em casa por um dos meus terninhos, o preto hoje, em respeito à parte da família de Jisung que o trata como merece.
Após pegar minha bolsa, a última coisa que faço é encher o pote de ração e o outro com água de Mingi, na varanda. Ele não vai ficar sozinho por muito tempo, daqui a pouco Soyoung deve vir busca-lo para passear, ela com certeza já deve estar sabendo do que aconteceu.
Acompanho Jisung até o carro, ele liga a nossa playlist no modo aleatório, mas nem uma música inteira é tocada, ele logo desliga.
Da entrada do prédio até a parada que fazemos no meu andar, cada funcionário que passa por nós, deseja-o condolências. Jisung apenas acena com a cabeça, isso parece o incomodar. Mais do que isso, ele parece bravo.
Eu entro na sala do meu departamento e me abasteço com uma boa xícara de café, começar o dia com iogurte não foi a melhor escolha. Sento-me na minha mesa e checo os e-mails, há algumas coisas para resolver hoje, mas antes que eu tenha a chance de fazer alguma coisa, todos os meus colegas de equipe e Felix formam um círculo ao redor da minha mesa.
- Oi, amiga... a gente soube o que aconteceu. - Chaeryeong diz. - Como ele está? - ela pergunta do meu namorado.
Eu repouso o café sobre a mesa, respiro fundo e penso a respeito. Jisung está estranho, mas eu não acho que deva comentar sobre o assunto com os meus colegas, então respondo superficialmente.
- Ele está lidando bem com tudo isso.
- Sentimos muito pelo que aconteceu. - Shin Ryujin é quem fala. - Você sabe como exatamente aconteceu? Nós ficamos sabendo da notícia. Ficamos todos muito preocupados.
- Não, eu não perguntei. - respondo, nem tive a chance. - Está sendo um momento muito difícil para toda família, eu pensei ser melhor dar um pouco de espaço para eles.
- Você fez bem. - minha sênior, Sunmi, aprova meu comportamento. - É isso que nós devemos fazer também. Vamos pessoal, vamos voltar ao trabalho e deixar a Jiwoo ficar em paz também.
Eles não me incomodam, nunca. Mas eu aceito ficar um tempo sozinha também.
Os funcionários deste departamento voltam a trabalhar, mas como Felix não é daqui, ele pega uma xícara de café e se senta em um dos nossos puffs gigantes, enquanto checa algumas mensagens no celular.
Não consigo me concentrar muito, fico pensando sobre a maneira como Jisung está se comportando e me perguntando se está tudo bem deixá-lo sozinho ou se este não é um pedido silencioso de ajuda. Por isso, saio da minha mesa e me jogo no sofá, ao lado do meu amigo parte australiano.
- Por que eu sinto que você quer conversar comigo sobre algo? - o moreno me pergunta.
Ele tem razão, eu preciso conversar com ele mesmo. Não expondo muito o meu namorado, mas tirando algumas dúvidas sobre essa situação, sem dar muitos detalhes. Além disso, confio em Felix, sei que o que conversamos não sairia daqui. Já dividimos um segredo antes.
- Lix, você tem lembranças de quando algum familiar seu faleceu? - eu pergunto, talvez sendo direta de mais.
- Sim. A minha tia, mãe da Chaeryeong faleceu alguns anos atrás. - ele me conta. - Quando isso aconteceu, Chaeyeon teve que tomar de conta de tudo, o meu tio trabalhava fora e mal ficava em casa, foi um período difícil. - ele diz. - Você ainda não conhece a minha prima mais velha, não é? Você vai adorar ela.
- Eu a conheci no início do ano. - informo. - Você era muito próximo da sua tia?
- Para caramba. - ele afirma. - Ela que cuidou de mim a vida inteira, já que os meus pais nunca foram muito... pais, comigo. Eu morei com elas desde a minha adolescência, Chaeyeon, Chaeryeong, Chaemin e eu fomos criados como irmãos, por isso a implicância com a do meio. A mais velha e eu nos entendemos melhor, já a mais nova se da bem com todos nós, mas ela é uma mulher de fases.
- Como você se sentiu quando ela deixou este mundo? - eu questiono, mas me sinto culpada por fazer isso de uma maneira tão rápida e um pouco insensível. - Não precisa me contar, se for muito doloroso.
- Foi a pior perca da minha vida, mas eu já estou bem para falar sobre isso. - Felix não se incomoda. - Eu senti que tinha perdido a única pessoa no mundo que me amava de verdade, que estava ali por mim. Mas aí eu percebi que Chaeyeon e a cobra que a minha tia deixou no mundo sempre estarão aqui por mim, a mini cobra também. Nós mantemos a memória dela viva. - ele diz. - Por que a pergunta?
- Eu precisava ouvir a experiência de mais alguém. - eu digo. - Quando perdemos alguém ficamos tristes, é natural, mas... é estranho quando alguém não exibe nenhum tipo de sentimento.
Felix fica um tempo em silêncio, não demora muito para ele entender que eu estava falando de Jisung. Eu deveria tomar mais cuidado com as minhas palavras, mas não é como se Yongbok fosse sair espalhando para o mundo inteiro as coisas que eu o conto.
- Todo mundo tem a sua maneira de lidar com o luto, o processo dele deve ser diferente.
- Acho que tudo nesse caso é diferente. - eu penso mais a respeito. - As nossas experiências são de perder pessoas que amamos, mas os dois se odiavam. - eu digo tranquila em não o expor, porque Han já havia os contado que os dois não se davam bem.
- Se odiavam mesmo? - ele deixa o questionamento. - Os dois tinham os seus desentendimentos, mas ainda eram família, todo mundo se gosta sem que seja um pouco.
- É mais complicado do que parece. - é a minha conclusão. - O que você acha que eu devo fazer a respeito?
- Amiga, não tem muito a se pensar. Tudo o que você pode fazer por ele é estar ao lado dele e o ouvir. - ele diz. Às vezes, a resposta mais óbvia é a mais eficaz. - Você conhece ele melhor do que eu. Será que ele não sente nada mesmo? Conversa com ele, mas dá um tempinho antes. - ele sugere. - Agora eu preciso ir manter o meu emprego, tá? Te vejo depois.
- Até mais tarde, Lix.
Ao me deixar sozinha, Yongbok me deu algumas coisas para pensar.
Ele tem razão quando diz que o processo de luto funciona de várias formas, para diferentes pessoas e diferentes relações, mas o primeiro estágio é sempre o mesmo: a negação. Eu não sei o que está passando na cabeça de Jisung agora, mas talvez o choque tenha sido tanto que ele ainda esteja preso à essa fase.
Ontem pela tarde, quando estávamos na casa da sua família e os dois brigaram, Jisung desejou que Han Yesung não existisse. Por uma ironia do destino, agora ele realmente não existe mais. As palavras que dizemos tem poder, responsabilidade e carregam consigo um peso enorme. Coisas desse tipo são sempre duras de ouvir e de se falar, imagine quando se tornam realidade.
Eu paro para pensar um pouco mais sobre isso, sobre como me sentiria se brigasse com o meu pai, dissesse que ele deveria não existir e horas depois recebesse a notícia de que ele faleceu.
Francamente, é difícil até de se imaginar. Todavia, o meu pai e eu somos muito próximos, com os Han nunca foi assim. Eles se odiavam, mas será que nunca se amaram antes? Há uma linha invisível que separa o amor do ódio, tudo pode ir da água para o vinho, às vezes é difícil até de distinguir.
Seja lá como ele esteja se sentindo agora, eu só quero fazer parte da sua vida e estar com ele. Se está bem, quero permanecer ao seu lado e ser feliz; se está triste e deprimido, quero ser a pessoa que cuidará dele, o consolará e fará tudo parecer melhor.
Algum tempo depois já é nossa hora do almoço. Eu não estive reparando muito no tempo, mas a sensação que fica é de que tudo demora. Os meus colegas vão juntos para o refeitório, mas eu vou encontrar o meu namorado em sua sala, porque ele não desceu à cantina.
Entro na sua sala e ele está no sofá, sentado de pernas cruzadas e olhando para o seu celular. Eu me aproximo e selo brevemente meus lábios aos seus. Um sorriso fraco surge no canto esquerdo dos seus lábios.
- O meu avô ligou. - ele diz. - Queria falar sobre o velório. Você acha que eu devo ir?
Sento-me ao seu lado, tão perto que estou quase em seu colo.
- Você quer ir? - que pergunta idiota. Quem quer ir para um velório? - Deixa eu reformular a minha frase. Você sente que precisa estar lá?
- Eu não tenho certeza. Aquele homem era tipo, o mal encarnado, mas eu me sinto meio esquisito pelo nosso último encontro. - ele admite finalmente algum tipo de sentimento. - As sensações sobre fingir não ter um pai e realmente não ter um são completamente diferentes.
- Eu entendo como deve estar sendo difícil e estranho para você, passar por tudo isso. - eu o abraço de lado. - Eu nunca perdi alguém assim antes, com esses tipos de sentimentos sobre ele, então nunca vou saber exatamente como você se sente ou o que se passa pela sua cabeça, mas eu vou estar do seu lado para tudo o que precisar. Se você achar que não deve ir, então não precisa se forçar a comparecer.
- Está bem. - ele diz baixinho. Durante alguns segundos ele se cala, ponderando sobre a ideia, mas logo retorna a falar: - Sabe qual o principal problema de ir nesse velório? - ele pergunta, mas logo ele mesmo é quem me responde. - É que todo mundo vai agir como ele fosse outra pessoa.
- Como assim? - pergunto, não entendendo bem onde ele quer chegar.
- A gente vive num mundo onde parece que se alguém morreu, automaticamente ela vira santa. - ele responde. - Esquece-se de tudo de ruim que essa pessoa fez e passa-se a tratar ela como uma coitada. Aquele homem era um mostro, mas porquê morreu muita gente vai esquecer disso e o olhar com pena. - ele explica o seu ponto. - Não estou dizendo que devam faltar com respeito ao falecido e a quem se importava com ele: o meu avô. Mas pessoas ruins continuam sendo pessoas ruins, mesmo quando morrem.
- Entendo o que você quer dizer.
- Eu só não quero ter um monte de gente ao meu redor fingindo choro, me desejando pêsames e agindo como se tivéssemos perdido o papa. - ele fala, começando a se irritar. Mas tão rápido quanto a raiva surge, ela desaparece. - Só que depois de pensar em tudo isso, eu penso no meu avô. Ele perdeu um filho, que por mais que não merecesse, era amado por ele. Ele deve estar sofrendo, eu deveria estar com ele.
- Se você não quer ir, você não precisa ir. Fica em casa e descansa, eu ligo para Changbin e peço para ele ficar com você. - sugiro.
- Você vai ao velório? - ele me questiona, perdido e confuso.
- A maioria dos funcionários meio que vão, ele era o nosso antigo chefe e todo mundo achou que seria respeitoso comparecer. - eu informo. - Eu fico com o seu avô, você não precisa se prestar a algo que não quer. Eu cuido dele, você pode ficar em casa e cuidar de si mesmo.
- Não, eu vou. - ele se decide. - Eu não gostava nem um pouco do meu pai, mas eu amo o meu avô e sei que deve estar sendo difícil para ele. Ele precisa de mim.
- Se é o que você quer, eu não vou te impedir. - beijo sua bochecha. - Não se preocupa, vou ficar do seu lado o tempo inteiro.
E nós realmente fomos juntos ao velório.
A experiência nunca é algo agradável, é um velório, o clima em si já é muito pesado. O vovô Han estava em péssimo estado, cansado, com olheiras, dor de cabeça forte, sem querer comer e mal parando em pé. Ele realmente amava muito e se importava com o filho. Que bom que fomos ficar ao seu lado e o dar apoio neste momento que eu nem consigo imaginar o quão horrível é para ele.
As pessoas que passavam por Han desejavam seus pesares e aquilo o incomodava profundamente, principalmente quando tocavam no seu ombro ou choravam na sua frente. Ele pensava se não deveria apenas ir embora, antes de começar a gritar com todo mundo e expor o quão horrível era aquela pessoa por quem a maioria fingia choro. A única pessoa que não fez nenhuma das três alternativas foi Han Seungyeon.
A morena é prima de Jisung, creio que a única com quem ele se dá bem na família. Além de muito bonita, ela é muito dedicada. Seungyeon é CFO da empresa, mas eu ainda não tinha a conhecido oficialmente. Ela é diferente do outro Han no que se refere à personalidade. Enquanto um é extrovertido e fala para caramba, a outra é mais calma e na dela, mas não chega a ser uma pessoa tímida.
Aquela tarde inteira se passou demoradamente, a noite foi ainda mais sufocante. Quando voltamos para casa, Jisung só quis saber de tomar um banho e dormir, ele dormiu praticamente assim que deitou. Eu demorei um pouco mais. Fiquei o observando por um tempo, fazendo carinho com a ponta dos dedos na lateral do seu rosto enquanto ele pegava no sono.
Foi um dia longo e repleto de sentimentos difíceis de se interpretar. A dor é assim mesmo. Mesmo não estando tão abalado, Jisung se mostrou estar triste em alguns momentos também. As coisas estão diferentes. Porque antes o seu pai não queria ser um bom pai, agora ele não pode ser um. É sempre triste quando perdemos algo, principalmente a possibilidade de possuir algo que nunca tivemos, mas desejamos por toda nossa vida, eu sei bem disso.
Nós chegamos de volta à sua casa após outro dia de trabalho. Han vai para a sala, eu sou a última a passar pela porta, então a tranco antes de ir até ele. Quando me sento ao seu lado, vejo algo novo. Sobre a mesa de centro, está uma caixinha de papelão lacrada, parece vir dos correios.
- O que é aquilo? - eu pergunto curiosa, apontando para o objeto no meio da sala.
- É um pacote no meu nome, mas que por alguma razão foi entregue na empresa. Hyunjin mandou deixarem aqui ontem. - ele responde.
- Você não vai abrir? - eu pergunto.
Han parece cansado, mas se vê disposto a matar a minha curiosidade. Ele resolve abrir o pacote. Antes de mais nada, lê o remetente e procura saber o local de onde isso vem. Seu cenho franze, confuso.
- Brasil? - ele lê o local do remetente. - Que estranho. - ele diz, olhando mais para o pacote. - Quem é Cecília Kang? Não conheço ninguém com esse nome.
Cheio de dúvidas, ele abre o pacote. Dentro dele, Jisung tira primeiramente um envelope branco. Curioso, ele o abre. É uma carta. Han começa a ler.
Enquanto observo o seu rosto, tento desvendar o que ele pensa. Há um momento em que ele vasculha a caixa e tira de dentro dela um medalhão misterioso. Ele fica receoso de abrir, mas o faz. No pingente prateado, está a foto de um bebê de um lado e no outro a mesma criança acompanhada de uma mulher.
- Jisung, o que é isso? - questiono, com medo. Essa é uma situação bem bizarra.
- Jiwoo... é uma carta da minha mãe.
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