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𝟢𝟢𝟩. 𝘒𝘯𝘰𝘸𝘭𝘦𝘥𝘨𝘦, 𝘐𝘥𝘦𝘯𝘵𝘪𝘵𝘺 𝘢𝘯𝘥 𝘐𝘯𝘪𝘵𝘪𝘢𝘵𝘪𝘷𝘦



Rumlow a conduziu pelos corredores da base da Hydra, ainda resmungando sobre a Kuznetsov estar sendo dramática. Theressa mantinha a expressão de dor, mas por dentro se sentia aliviada por ter conseguido pegar o crachá sem ser percebida.

Chegando à enfermaria, Rumlow a deixou com um olhar de desdém.

- Vai logo, vê se não faz drama. Preciso de você em forma para o próximo treino. - Ele deu meia-volta e saiu, deixando Theressa sozinha.

Ela esperou até que ele estivesse fora de vista antes de se dirigir ao banheiro.

Lá dentro, olhou ao redor para se certificar de que estava sozinha e que não haviam câmeras de segurança ali. Respirou fundo e se preparou para o que precisava fazer.

Com um movimento rápido e brusco, ela torceu o próprio pé, sentindo a dor aguda irradiar pelo tornozelo e subir pela perna. Gemeu baixinho, segurando-se na pia para não cair. O álibi precisava ser convincente.

O incomodo era latente, pisar no chão doía e agora ela ia mancar de verdade. Mas acostumada com uma vida inteira de balé, um tornozelo torcido não era grande coisa. Saindo do banheiro com uma expressão de dor ainda mais realista, Theressa mancou até a enfermeira.

- Eu... acho que machuquei meu pé no treino. - disse ela, tentando manter a voz firme.

A enfermeira, uma mulher de meia-idade com expressão cansada, olhou para Theressa e suspirou.

- Sente-se ali. Vou dar uma olhada.

Theressa fez como mandado, sentando-se na maca enquanto a enfermeira examinava seu pé. A dor era real, mas ela sabia que era necessária para seu plano.

- Você torceu feio. - disse a enfermeira, franzindo a testa. - Vou enfaixar isso e te dar algo para a dor. Evite colocar peso nele por um tempo.

Theressa assentiu, agradecida, enquanto a enfermeira cuidava do pé machucado. Assim que estava enfaixada e com uma prescrição, Theressa foi liberada da enfermaria.

Se aquele lugar funcionasse de forma semelhante com a Sala Vermelha, aquilo não significaria que ela estava fora dos treinos ou de qualquer outra atividade que tinham reservado para ela, mas ela ainda estava confiante.

Mancando pelos corredores, ela fez o caminho de volta até a sala da qual viu o homem saindo na noite anterior.

Cada passo doía, mas a determinação a mantinha em movimento. Finalmente, chegou à porta da sala. Olhou ao redor para garantir que ninguém a estava observando.

Com cuidado, pegou o crachá digital que roubara de Rumlow e deslizou pelo leitor. O dispositivo piscou em verde, e Theressa ouviu o clique suave da fechadura liberando.

Ela comemorou silenciosamente e abriu a porta rapidamente, entrando na sala escura cheia de monitores e arquivos. Fechou a porta atrás de si, com o coração batendo acelerado.

A sala estava imersa em uma penumbra, iluminada apenas pelas luzes dos monitores antigos e a iluminação suave de emergência. A tecnologia parecia obsoleta, uma discrepância estranha em comparação com a base ultramoderna da Sala Vermelha.

Ela franziu a testa, intrigada. Aproximou-se dos monitores, esperando encontrar arquivos digitais, mas a maioria deles exibia apenas estática ou códigos de acesso.

Ao seu redor, fileiras de armários de arquivo ocupavam o espaço, seus rótulos meticulosamente organizados. Aparentemente, os arquivos eram todos físicos e impressos. Isso a surpreendeu, mas não a deteve.

Ela começou a procurar pela seção relevante, seus olhos percorrendo os rótulos até encontrar um que chamasse sua atenção: "Projeto Soldado Invernal."

Kuznetsov puxou a gaveta com esforço, os trilhos metálicos rangendo em protesto. Dentro, dezenas de pastas estavam dispostas de maneira organizada, papeis amarelados e envelhecidos pelo tempo.

Theressa começou a vasculhar os documentos, passando rapidamente os olhos por informações que detalhavam o programa, as missões e os métodos usados para controlar os soldados.

A sala era abafada, com o cheiro de papel envelhecido misturado ao de eletrônicos antigos, não faziam dali a melhor atmosfera.

Em uma das pastas, ela encontrou artigos de jornais sobre a morte de Howard e Maria Stark, classificados como um acidente de carro. Embora a informação fosse intrigante o suficiente para chamar a atenção dela por um momento, Theressa ignorou-os por enquanto. Nao sabia quem eram aquelas pessoas.

Theressa sentiu um nó se formar em seu estômago enquanto lia. Ela não entendia tudo, muito menos quando lia com tanta pressa, mas dava para notar a crueldade dos métodos era chocante, e ela mal conseguia imaginar a dor e o sofrimento pelos quais as pessoas que passaram pelo projeto tinham enfrentado.

As mãos de Theressa começaram a tremer enquanto ela folheava os documentos, mas não podia se deter. Cada segundo ali era precioso, e ela sabia que poderia ser descoberta a qualquer momento. Continuou a vasculhar a gaveta, encontrando mais e mais informações perturbadoras sobre o Projeto Soldado Invernal.

De repente, uma pasta diferente chamou sua atenção. Estava marcada com um simples nome e data: "James Buchanan Barnes - 10 de março de 1917."

O nome era desconhecido para ela, e a data parecia muito antiga para ser relevante para um soldado ativo. Com curiosidade, ela abriu a pasta e encontrou uma coleção de fotos e documentos que a fizeram parar.

As imagens mostravam um homem jovem, de rosto bonito, com o cabelo curto e envergando um uniforme militar impecável. Seus olhos tinham uma expressão vibrante, muito diferente do olhar vazio e frio do Soldado Invernal. O contraste era chocante. Ela virou a foto e leu a inscrição no verso: "Sargento James Buchanan Barnes, nascido em 10 de março de 1917."

Theressa sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Este era o nome verdadeiro do Soldado Invernal. Ele não era apenas uma máquina assassina sem identidade; ele era James Buchanan Barnes, um soldado, um homem que existira muito antes da Hydra transformá-lo em uma arma. E ele nem sequer era russo.

Continuando a vasculhar a pasta, ela encontrou mais fotos dele.

Em uma delas, ele estava rindo com amigos, todos em uniformes militares da Segunda Guerra Mundial. Em outra, ele estava com um braço ao redor de um homem loiro, ambos sorrindo amplamente.

Enquanto continuava a explorar a pasta, um som metálico repentino chamou sua atenção. Algo havia caído no chão. Ela olhou ao redor rapidamente e viu uma dog tag metálica, ligeiramente escondida entre os papéis. Pegou o pequeno pedaço de metal e leu as gravações:

"James B Barnes 107th Infantry Regiment Serial No. 32557038"

Ela examinou a dog tag por um momento, sentindo o peso simbólico do objeto em suas mãos, sem pensar muito colocou o objeto no bolso e voltou a ler os papéis. Theressa encontrou algo que a fez parar de respirar por um instante: uma folha solta com uma sequência de palavras escritas em russo.

РжавыйВосемьдесят семьРассветПечьДевятьДобросердечныйВозвращение на

Antes que pudesse terminar de ler a lista completa, ouviu passos no corredor, aproximando-se rapidamente.

Ela guardou rapidamente os papéis de volta na pasta, fechou-a e colocou tudo de volta na gaveta.

Com o coração batendo acelerado, ela procurou um lugar para se esconder.

Notou um conjunto de cortinas pesadas e empoeiradas no canto da sala, com cuidado para não fazer barulho, ela se escondeu atrás das cortinas, apertando-se contra a parede.

Respirava superficialmente, tentando fazer o mínimo de movimento possível enquanto os passos se aproximavam. A porta rangeu ao ser aberta, e alguém entrou na sala.

Theressa prendeu a respiração, escutando atentamente enquanto a pessoa movia-se pelo espaço. Ela podia ouvir o som de papéis sendo mexidos, e uma voz masculina resmungando algo inaudível. O tempo parecia se arrastar enquanto ela esperava, cada segundo uma eternidade.

Finalmente, depois do que pareceu uma eternidade, os passos começaram a se afastar. A pessoa saiu da sala, e a porta se fechou com um clique suave. Theressa esperou alguns momentos para garantir que estava realmente sozinha antes de sair de seu esconderijo.

Ela sabia que não podia ficar mais ali. Com cuidado, saiu da sala, fechando a porta silenciosamente atrás de si. A dor em seu tornozelo latejava a cada passo, ela continuou andando em direção a cela dela, jogando disfarçadamente o crachá de Rumlow pelo caminho, como se ele mesmo tivesse derrubado.

O coração dela ainda batia mais rápido do que deveria devido toda a adrenalina e o alivio de não ter sido pega.

Theressa caminhava rapidamente, mas com cautela, sentindo cada pulsar doloroso em seu tornozelo machucado. Ela estava quase chegando à sua cela quando, de repente, virou uma esquina e deu de cara com Rumlow. Ele a olhou com uma mistura de suspeita e irritação.

- Kuznetsov, eu estava te procurando, onde você pensa que vai? - Ele rosnou.

Theressa imediatamente entrou no papel, fazendo uma careta de dor enquanto mostrava o pé enfaixado.

- Fui liberada da enfermaria agora.

- Vamos, vou te levar de volta à cela. Não queremos que você se machuque ainda mais antes do próximo treino.

Ela agradeceu baixinho, mancando ao lado de Rumlow enquanto ele a conduzia de volta. Ele a empurrou para dentro da cela com um gesto impaciente.

- Fique aí e se recupere. Não quero ouvir mais desculpas da próxima vez. - Ele disse simplesmente trancando a porta e se afastando, ele estava de mau humor e precisava achar o maldito crachá dele.

A porta da cela se fechou com um estrondo, e Theressa ouviu o som da chave girando na fechadura. Ela esperou até que os passos de Rumlow se afastassem antes de relaxar um pouco. Ainda tremia levemente, mas sabia que tinha conseguido ganhar um tempo precioso.

O tempo passou devagar, cada minuto parecendo uma hora. Theressa manteve-se atenta, esperando o movimento nos corredores diminuir.

Finalmente, quando o silêncio predominava, ela se aproximou do Soldado Invernal, que estava sentado na cela, agora, com algumas luzes vindo do corredor, dava para ver um vislumbre do rosto dele, sua expressão impassível como sempre. Ela sussurrou, a voz mal audível:

- Agora eu sei seu nome.

Os olhos do Soldado Invernal se estreitaram ligeiramente, um vislumbre de ansiedade e curiosidade passando por sua expressão normalmente fria.

- Meu nome? - ele repetiu, a voz rouca. Embora sentisse a curiosidade invadindo ele, ele não sabia se realmente queria saber, se tinha permissão para saber. Mas talvez fosse um blefe dela. Ele deu ombros, como se fosse uma informação aleatória e sem significado e disse. - me diga, então.

Theressa se aproximou mais, e sussurrou, sua voz denunciando que ela estava orgulhosa de sua descoberta.

- James Buchanan Barnes. Você nasceu em 10 de março de 1917

James respirou fundo, suas mãos apertando-se nos punhos. O nome ecoou em sua mente, uma lembrança distante e quase esquecida. Ele não acreditaria tão facilmente naquela informação, mas ao mesmo tempo, havia algo estranhamente familiar e reconfortante nisso.

O nome parecia ecoar em sua mente. Havia uma hesitação, quase como se ele tivesse medo de aceitar essa identidade. A ideia parecia distante, como uma memória que não conseguia alcançar.

- James... - ele repetiu, quase para si mesmo.

Ele olhou para Theressa, um misto de gratidão e medo em seus olhos. Medo do que essas memórias poderiam trazer, mas também uma esperança tênue de recuperar uma parte de si que ele achava ter perdido para sempre. E medo do que poderiam fazer com ele, se descobrissem que ele sabia mais sobre si próprio do que a HYDRA determinou que ele deveria saber.

Ele não estava ali para ser James Buchanan Barnes. Ele estava ali para ser um fantasma obediente.

Theressa observou a luta interna do Soldado Invernal, seu olhar perdido em emoções conflitantes. Então ela lembrou da dog tag que havia encontrado entre os documentos.

Com cuidado, ela tirou a corrente do bolso e a segurou para que ele pudesse ver.

- E isso é seu também, sargento. - disse ela suavemente, estendendo a mão através da luz fraca.

Ele olhou para a dog tag com um misto de curiosidade e desconfiança. A mão metálica dele se moveu hesitante, pegando o objeto com cuidado. Ele leu o nome gravado ali: ""James B Barnes 107th Infantry Regiment Serial No. 32557038"

Ele pegou a dog tag hesitante, seus dedos trêmulos ao tocar o metal. Examinou-a em silêncio, os olhos passando lentamente pelo nome e o número de série. Havia algo profundamente perturbador e, ao mesmo tempo, reconfortante naquele pequeno pedaço de metal. Embora ele não estivesse associado a nenhuma memória da qual ele tivesse acesso.

Ele não queria dizer que não acreditava nela, mas também não queria dizer que talvez acreditasse. James esperou um minuto e então disse:

- Se eu colocar isso no pescoço, eles vão ver quando fizerem manutenção no meu braço - ele disse, a voz endurecendo com a realidade da situação. - É melhor você ficar com isso.

Theressa hesitou por um momento, mas depois concordou, pegando de volta a dog tag e colocando-a cuidadosamente em seu bolso.

- Vou guardá-la, então. Ela estará segura comigo. - Prometeu ela, sentindo o peso simbólico do objeto. Talvez dando mais valor aquilo do que o próprio homem.

O Soldado Invernal, ou James, como ela agora preferia pensar nele, assentiu, aliviado por não ter que carregar aquela memória visível em seu corpo. Ele se recostou na parede da cela, fechando os olhos por um momento.

- Obrigado. - Murmurou em um tom quase inaudível.

- Olha só, você tem boas maneiras afinal. - Ela provoca se sentando no chão, ainda com o pé doendo, e com a mão brincando com a corrente de metal dentro do bolso. - Inclusive, você se está bem conservado para quem nasceu em 1917. Quer dizer, você tem 94 anos? - Ela ri sozinha.

Theressa havia perdido completamente a noção do tempo.

Ela não sabia quanto tempo fazia desde que estava na HYDRA. Só sabia que as coisas mudavam constantemente.

Tiraram-na da cela compartilhada com o Soldado Invernal; agora dormia em um pequeno quarto no último andar. Não que isso significasse liberdade ou confiança por parte deles - o cômodo ainda não tinha janelas e era trancado por fora todas as noites.

As paredes cinza chumbo eram altas, e o quarto, apertado. De certa forma, lembrava seu quarto na Sala Vermelha, o que frequentemente a fazia acordar no meio da noite com pesadelos.

Felizmente, seu pequeno "deslize" nunca foi descoberto. Ninguém soube que ela havia invadido uma sala e vasculhado informações sobre o Soldado Invernal, ou que sabia o nome dele.

Mas ela também não teve outras oportunidades de repetir o feito. Sentia-se presa por uma coleira invisível que ficava cada vez mais curta.

Theressa não tivera muitas chances de encontrar o Soldado Invernal a sós. Agora que estava alojada em outro cômodo, os dois só se viam nos treinos supervisionados, onde ela ao poucos, ela passava a absorver os padrões de luta dele.

Mas ele ainda era forte o suficiente para deixá-la dolorida.

A garota também estava aprendendo algumas coisas sobre a HYDRA. Para ela, qualquer informação era útil, embora soubesse que ela só sabia aquilo que eles queriam que ela soubesse. E ela também não tinha garantia alguma que aquelas informações eram verdadeiras e legítimas ou apenas mentiras criadas para ela acreditar.

Ela já conhecia aquele sistema, era familiar com o da Sala Vermelha: enchiam-na de mentiras e a faziam se acostumar com aquele tipo de vida, fazendo parecer que era o único tipo de vida que existia. Às vezes, Thessa realmente se pegava acreditando nisso, por mais que tentasse evitar.

Mesmo que às vezes fingissem o contrário, ela sabia que era apenas um ativo para eles. Uma ferramenta sendo preparada e aprimorada nas mãos de uma organização que ela não conseguia entender, nem mesmo com todo seu esforço.

Naquela manhã, estava frio como sempre. Na verdade, talvez um pouco mais do que o usual. Theressa ouviu a porta do quarto ser destrancada, então se levantou e caminhou até lá, com as botas de couro fazendo barulho conforme ela pisava.

Ela vestia uma calça de couro, uma das diversas malhas finas pretas de manga longa e gola alta, com o brasão da HYDRA bordado nos ombros, e um casaco preto por cima.

Seus cabelos castanhos estavam presos em diversas tranças, enquanto a franja permanecia no lugar.

No momento em que a porta foi aberta, ela engoliu seco. Normalmente eram Rostova ou Rumlow que vinham recebê-la, mas naquela manhã, em específico, era Alexander Pierce.

Theressa não o via há algum tempo, mas sabia que era porque a maioria das pessoas ali eram espiões infiltrados na SHIELD, outra organização, rival da HYDRA, com bases espalhadas pelo mundo e sede em Washington, D.C. Onde Pierce ficava, infiltrado em uma posição de alto escalão.

A SHIELD foi fundada por Howard Stark, Coronel Chester Phillips e Peggy Carter entre 1948 e 1950, após a Segunda Guerra Mundial e em resposta às descobertas e operações da HYDRA.

A verdade era que Thessa sabia mais sobre a SHIELD do que sobre a própria HYDRA, já que a fizeram estudar um milhão de panfletos sobre aquela organização.

- Bom dia, senhorita Kuznetsov, dormiu bem? - perguntou o homem, contendo um sorriso, vendo Thessa suspirar frustrada.

- Sim. - respondeu ela firmemente, embora fosse uma mentira. Mal dormira naquela noite, tomada pelo frio da madrugada, a ansiedade e os pavores noturnos.

- Eu venho até aqui para te atualizar e você não me dá um sorriso? - disse o homem com um certo deboche na voz. - Muito bem, agora, vamos tomar café da manhã. Preciso conversar com você.

Theressa seguiu o homem que odiava, afinal não tinha outra opção. Alexander Pierce, com sua postura imponente e olhar calculista, caminhava pelos corredores da base da HYDRA, e ela se arrastava atrás dele, cada passo ecoando nos corredores frios e metálicos.

Pierce a levou para um escritório desconhecido. Ao entrar, Thessa percebeu que o ambiente era surpreendentemente aconchegante em comparação com o resto da base. As paredes eram revestidas de madeira escura e havia uma lareira ao fundo, embora estivesse apagada. O chão era coberto por um tapete persa luxuoso, e as janelas eram adornadas com cortinas pesadas de veludo vermelho. No centro do escritório, havia uma mesa de carvalho maciço, ladeada por cadeiras de couro marrom.

Só os dois estavam no comodo e a ideia de ficar sozinha com ele a deixava enjoada.

Sobre a mesa, para sua surpresa, estava disposto um café da manhã que parecia saído de um hotel cinco estrelas. O aroma do café fresco pairava no ar, misturado ao cheiro de pães recém-assados. Havia uma variedade de frutas frescas: morangos, mirtilos, uvas, fatias de melão e abacaxi. Bandejas de queijos finos e embutidos estavam arrumadas com perfeição, ao lado de croissants dourados e muffins que pareciam ter saído do forno minutos antes. Uma jarra de suco de laranja espremido na hora completava a cena.

Pierce gesticulou para que ela se sentasse em uma das cadeiras.

- Por favor, sente-se e coma. Temos muito a discutir e quero que esteja confortável.

Theressa hesitou por um momento, mas a fome e a visão da comida foram mais fortes. Sentou-se devagar, ainda desconfiada. Pegou um croissant e o mordeu, sentindo a massa amanteigada derreter na boca. Era uma sensação quase surreal, considerando o que estava acostumada a comer: as massas insípidas, cereais sem gosto e os detestáveis sucos verdes que serviam diariamente.

Aquela comida toda lhe causava um conforto estranho, ela sentia que não deveria aceitar, mas ao mesmo tempo, poderia ser repreendida se negasse. De qualquer forma, por mais que ela pensasse sobre o assunto, ela nunca realmente negava comida.

Enquanto comia, Pierce se sentou na cadeira oposta, observando-a com um olhar que misturava interesse e frieza. Ele se serviu de uma xícara de café, tomando um gole antes de começar a falar.

- Recentemente, a S.H.I.E.L.D. montou uma nova equipe, chamada Iniciativa Vingadores. Nova York foi atacada por Loki, e esses Vingadores conseguiram derrotá-lo. Como consequência, a S.H.I.E.L.D. se tornou pública, e ao contrário da HYDRA, tem o apoio do governo.

Theressa franziu o cenho, processando a informação e deixou o homem continuar, o ouvindo em silêncio e aproveitando para comer e disfarçadamente colocar algumas frutas no bolso do casaco.

- Quem são esses Vingadores? - Ela perguntou, a voz carregada de curiosidade e desconfiança.

Pierce deu de ombros, desdenhoso.

- Uns idiotas com fantasia. Depois te explico sobre eles. - Ele disse com um tom de desdém, como se aquilo fosse irrelevante por enquanto.

Theressa não insistiu, mas sua mente estava fervilhando de perguntas. Tentando não demonstrar sua ansiedade, ela fez outra pergunta.

- O que é um Loki?

Pierce suspirou, como se a explicação fosse uma perda de tempo.

- Loki é... Um deus asgardiano.

Theressa piscou, incrédula. Asgardiano? Isso estava ficando cada vez mais estranho.

- Quer que eu acredite que um alienígena invadiu a Terra? E tentou destruir Nova York? E então um grupo de fantasiados o parou?

Pierce sorriu, um sorriso frio e irônico.

- Sim, parece uma loucura, não é? Mas é a verdade. A SHIELD conseguiu transformar um grupo de desajustados em heróis. E agora eles têm o apoio do governo e da opinião pública. - Ele se aproximou dela, suas palavras ganhando um tom mais grave. - Isso significa que nossas operações ficaram muito mais complicadas. Precisamos de pessoas capazes, Theressa. Pessoas que possam fazer a diferença.

Ela permaneceu em silêncio, digerindo a informação. Sabia que havia muito mais por trás das palavras de Pierce, e que ele tinha planos específicos para ela.

- E onde eu entro? Por qual razão me trouxe aqui para falar isso? - perguntou finalmente, sua voz firme.

Pierce deu um passo para trás, avaliando-a com olhos astutos.

- Você é especial, Theressa. Sua formação na Sala Vermelha, sua inteligência, sua capacidade de adaptação. Precisamos de alguém assim para uma missão crítica. Alguém que possa se infiltrar, obter informações e, se necessário, eliminar ameaças.

- Qual é a missão? - perguntou, tentando esconder o nervosismo.

Pierce sorriu novamente, satisfeito com a pergunta.

- Vamos discutir os detalhes mais tarde. Por enquanto, aproveite o café da manhã. - E de qualquer forma, antes da missão que estou me referindo, vou precisar que você faça uma missão mais rápida para mim.

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