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𝟢𝟢𝟨. 𝘕𝘪𝘨𝘩𝘵𝘮𝘢𝘳𝘦 𝘰𝘳 𝘙𝘦𝘢𝘭𝘪𝘵𝘺

QUATRO ANOS ATRÁS
Sala Vermelha, Localização Desconhecida

Theressa estava em pé em meio à fila de garotas, todas com a postura impecável, vestindo um short azul e uma camiseta de manga longa branca.

Os pés da garota doíam por conta do treino de balé de mais cedo; ela mal conseguia suportar colocar a planta do pé inteira no chão.

Corah, a atual instrutora de balé, também estava ali presente, mas do outro lado do pátio, ao lado da Madame Aurora, a atual ''Tutora'' do grupo do qual Theressa fazia parte.

Aurora era ruiva, assustadoramente magra, alta e enrugada; ela sempre andava com dois guardas a sua cola. Ela deu um passo à frente, limpou a garganta e começou a falar em seu tom arrogante de sempre.

— Minhas queridas, muitas de vocês já estão beirando os dezesseis ou dezessete anos. Aqui na Rússia, vocês já passaram da maioridade penal. Então acredito que é hora de promover algumas de vocês.

Theressa engoliu seco. Ela sabia que na Sala Vermelha havia ''Fases'', e por estar ali desde sempre, havia passado por todas desde então.

O berçário era a fase em que as crianças ficavam até os quatro anos de idade, onde aprendiam a falar, ler e escrever em russo, inglês, alemão e outros idiomas.

Até onde Thessa sabia, o berçário era sempre escasso de garotas. Pelo bem ou pelo mal, poucas eram vendidas ou entregues em tão pouca idade. Também era de preferência da Sala Vermelha receber garotas que pudessem ir diretamente para a fase dois, a qual era chamada de treinamento de formação.

O treinamento de formação acontecia dos cinco aos doze anos. As garotas começavam no balé, sendo levadas eventualmente aos fins de semana para se apresentarem na companhia Bolshoi. Durante o restante do tempo, aprendiam a manusear armas brancas e de fogo, tinham aulas de artes marciais e de ginástica, e também continuavam o estudo de idiomas e matemática.

Era uma rotina apertada, mas elas tinham boas horas de sono naquela fase. Querendo ou não, para evitar barulhos, choro ou qualquer outro empecilho, todas as noites as garotas eram algemadas nas grades de suas camas e dopadas para caírem no sono.

Todas as fases possuíam uma prova para a "promoção". Thessa se lembrava bem disso. Para ir do berçário para o Treinamento de Formação, ela precisou responder um teste com cinquenta perguntas em cinco idiomas diferentes.

A terceira fase, que começava aos treze anos, era conhecida como "Aperfeiçoamento". Era a fase em que Thessa se encontrava agora. Para chegar ali, ela precisou dançar balé por seis horas seguidas; o tanto que seus pés sangraram nesse dia ainda era claro em sua memória.

Nessa etapa, além de continuarem com os treinos físicos e acadêmicos, as garotas eram submetidas a missões simuladas, espionagem e operações táticas. A pressão aumentava exponencialmente, e a margem para erros diminuía drasticamente, assim como as punições e castigos físicos e psicológicos aumentavam.

Theressa lembrava-se das palavras de uma instrutora mais antiga, que um dia sussurrou para ela enquanto passava instruções: "Aperfeiçoamento não é apenas para fortalecer suas habilidades, mas para testar sua lealdade e resiliência. Aqui, você se tornará uma verdadeira Viúva Negra, ou será descartada como uma falha."

A Sala Vermelha não permitia falhas; eles só queriam garotas perfeitas, espiãs e soldadas perfeitas. Mas não as recompensavam por isso.

Thessa nunca soube o que acontecia com as meninas que eram "descartadas como falhas". Alguns boatos diziam que eram enviadas para casas de prostituição; outros, que eram mortas. O fato é que Thessa nunca mais viu alguém que não passou no teste para subir para o próximo nível. E, se dependesse dela, ela não queria pagar para ver qual dos dois boatos era verdadeiro.

Madame Aurora continuou seu discurso, observando cada rosto com seus olhos frios e calculistas. E Kuznetsov continuou observando a ruiva falar, mesmo não estando nada curiosa para saber qual seria a prova dessa vez.

— Hoje, algumas de vocês darão um passo adiante e se tornarão agentes plenas. Este não é um privilégio concedido a qualquer uma. Somente as que provarem sua excelência e valor irão passar por esta transição; as demais serão eliminadas.

Theressa olhou para as garotas ao seu lado. Elas eram um grupo de dez meninas, todas entre quinze e dezessete anos, de diferentes tamanhos e etnias, mas todas tentando conter a expressão de medo em seus olhares.

Thessa olhou para Anya Ramazanov, a garota loira, poucos centímetros mais alta que ela.

Anya era um ano mais velha que Thessa; foi ela quem lhe deu esse apelido. Ramazanov foi vendida pelo próprio pai para a Sala Vermelha quando ela tinha sete anos. No começo, a loira apanhou muito para aceitar seu novo estilo de vida e começar a se adaptar à Sala Vermelha.

Ela nunca falou sobre suas punições, mas Thessa via que, sempre que ela tinha uma crise de choro ou algo parecido, Anya era levada e voltava depois de horas coberta de machucados.

Mas aos poucos, Anya aceitou que aquele, querendo ou não, agora era seu lugar. E ela se tornou tão boa quanto Theressa. Além disso, as duas se tornaram amigas, do tipo que faziam curativos uma na outra quando os pés estavam machucados ou inventavam apelidos para os guardas emburrados quando ninguém estava olhando.

Agora, Anya estava imóvel, com a postura perfeita que Corah sempre exigia delas e os olhos verdes sem expressão, apenas prestando atenção nas palavras da Madame Aurora, que explicava como funcionaria o teste.

— Vocês irão lutar entre si; as duplas serão sorteadas. E cada uma de vocês irá lutar duas vezes. — A ruiva disse, com sua voz arrogante e quase monótona, enquanto caminhava na frente da fila de garotas, medindo cada uma delas de cima a baixo como se procurasse um erro, qualquer erro, nem que fosse um fio de cabelo fora do lugar. — Cada luta terá uma hora e meia de duração. Se você desistir antes do fim da luta, está eliminada. Se você desmaiar, está eliminada. E bem, se você morrer... Está eliminada.

— Então, se quisermos passar, só precisamos fazer nossa adversária desmaiar, desistir ou... Morrer? — Myra, uma garota alta e corpulenta, que era muito boa em combate corpo a corpo, disse, e como resposta, Madame Aurora deu um tapa em seu rosto.

— Eu não te dei permissão para falar. — Aurora disse. Corah segurou uma risada enquanto a ruiva recuperava a postura e finalizava o discurso. — Mas você não está completamente errada, senhorita. No entanto, se nenhuma da dupla desistir, desmaiar ou morrer, as duas serão aprovadas.

As garotas balançaram a cabeça em sincronia, como soldados que entenderam a missão que estavam prestes a cumprir, embora fosse claro e evidente que nenhuma delas estava animada para dar início à prova.

— Ótimo, vamos ao sorteio da primeira rodada. — Aurora fez um sinal para Corah se aproximar e auxiliar. Corah se aproximou com um cesto pequeno com papéis dentro e começou a tirar os papéis e a ler os nomes das duplas sorteadas.

— Myra e Anne. Natalia e Tatiana. Maria e Yulia. Anastasia e Alexandra. Theressa e Anya.

Thessa engoliu seco; pela próxima uma hora e meia ela teria que lutar com a sua amiga mais próxima, que por sinal era uma ótima lutadora. Mas, sem saída, ela assentiu com a cabeça, assim como todas as demais garotas.

Madame Aurora deu o sinal, então todas as duplas se posicionaram em meio ao pátio de chão de pedra e começaram a lutar entre si, todas com a técnica perfeita, mas meio inseguras.

Anya e Theressa estavam se segurando um pouco, até ouvirem de sorrateiro a Madame Aurora eliminar Maria e Yulia, sem peso na consciência ou sem pensar duas vezes, já que, segundo ela, as garotas não estavam lutando de verdade.

As duas garotas trocaram um olhar breve e silencioso, um acordo não verbal de que teriam que lutar de verdade se quisessem sobreviver e avançar. Com um suspiro profundo, Theressa ajustou sua postura e se preparou para o combate.

Anya assentiu levemente, e ambas começaram a se mover em círculos, estudando os movimentos uma da outra. O som no pátio era estressante, preenchido por murmúrios de dor e sons de tapas e socos. Madame Aurora andava por entre as duplas, observando as garotas de perto, enquanto Corah, segurava uma prancheta para anotar as eliminadas.

Theressa fez o primeiro movimento, lançando um soco em direção ao rosto de Anya, que desviou habilmente e contra-atacou com um chute baixo. Theressa bloqueou o chute e aproveitou a abertura para tentar um gancho de direita. Anya se abaixou no último segundo, mas perdeu o equilíbrio, dando a Theressa a oportunidade de agarrar seu braço e puxá-la para o chão.

Anya girou no chão, derrubando Theressa com um chute na perna. Ambas ficaram de pé rapidamente, prontas para continuar.

Enquanto lutavam, o mundo ao redor delas desapareceu. Não havia mais pátio, não havia mais outras garotas lutando, não havia mais Madame Aurora observando com seus olhos calculistas. Havia apenas elas duas, testando suas habilidades e determinação.

Cada golpe, cada bloqueio, cada movimento era um lembrete do que estava em jogo. Elas sabiam que não podiam se dar ao luxo de hesitar ou mostrar misericórdia. A Sala Vermelha não permitia fraquezas, e uma falha poderia significar o fim.

O tempo passou rapidamente. As respirações ficaram mais pesadas, os movimentos mais lentos. Ambas estavam exaustas, mas nenhuma delas estava disposta a desistir. Theressa sabia que estava chegando ao seu limite, mas também sabia que Anya estava no mesmo estado.

Num momento de distração de Anya, Theressa viu sua oportunidade. Com um último esforço, ela lançou um golpe preciso na lateral da cabeça de Anya, que caiu no chão, atordoada. Theressa caiu de joelhos ao lado dela, também exausta, mas mantendo-se alerta.

Anya se preparou para reagir, mas então Madame Aurora deu sinal para um de seus guardas que usou um apito para indicar que o tempo havia acabado.

Theressa sentiu um alívio profundo, mas também uma tristeza ao ver a amiga caída. Estendeu a mão para ajudar Anya a se levantar, e Anya, apesar da dor, aceitou.

— Bom trabalho, Thessa — murmurou Anya, com um sorriso fraco.

— Você também, Anya — respondeu Theressa, ajudando a amiga a se equilibrar.

Thessa olhou em volta, analisando a situação. O chão tinha marcas de sangue, assim com a blusa branca das garotas. Muitas delas estavam com machucados no rosto.

Maria e Yulia, que haviam sido eliminadas, estavam sentadas lado a lado com os olhos vermelhos, segurando o choro de medo sobre o que estava reservado para o futuro delas.

Anne estava desmaiada no chão com o nariz quebrado, e muito sangue por todo o rosto, Theressa estreitou os olhos tentando ver de longe se a garota estava respirando, mas não teve certeza.

Tatiana também estava desacordada, mas abriu os olhos de repente e se levantou pronta para voltar a lutar, mesmo que ainda abatida pela vertigem e dor no corpo, no entanto, já era tarde para ela. Ela já havia sido eliminada.

A garganta de Theressa estava seca, ela só podia desejar um copo de água mas ela sabia que ainda havia a segunda fase, teria que lutar mesmo com cede e seu tempo de descanso era o tempo das novas duplas serem sorteadas. No entanto, a garota já podia imaginar que esse round duraria muito menos tempo, afinal, nenhuma das viúvas estava em seu melhor estado.

Corah tirou o nome das garotas eliminadas e começou a refazer o sorteio, logo anunciando as duplas da segunda fase.

— Myra e Anya. Natália e Alexandra. Theressa e Anastasia.

Quando foi dado início a próxima disputa, Thessa se aproximou de Anastasia, a garota era a mais nova do grupo, e também a mais baixinha, ela estava com um corte recém adquirido na testa e um pouco tonta depois do primeiro round.

Theressa olhou nos olhos de Anastasia, vendo o medo e a exaustão refletidos neles. Ela sabia que a menina mais nova estava lutando contra seus próprios limites. Theressa não queria ser implacável, mas sabia que não tinha escolha. Ambas precisavam dar tudo de si para sobreviver, mas ela duvidava que a garota a sua frente duraria uma hora e meia.

— Vamos, Anastasia — disse Theressa, com uma voz firme mas encorajadora. — Mostre do que você é capaz.

Anastasia deu um pequeno aceno de cabeça, tentando se recompor. Theressa podia ver o esforço que a garota fazia para manter-se em pé, lutando contra a dor e o cansaço. Elas se posicionaram novamente, prontas para começar o segundo round.

A luta começou com Theressa tomando a iniciativa, movendo-se rapidamente e tentando desferir um chute alto. Anastasia conseguiu bloquear, mas o impacto a fez cambalear para trás. Aproveitando a abertura, Theressa avançou, lançando uma série de socos e chutes, forçando Anastasia a recuar.

A cada golpe, Theressa sentia a culpa crescendo dentro de si. Ela sabia que estava machucando a garota, mas também sabia que não poderia se dar ao luxo de mostrar misericórdia. A Sala Vermelha exigia perfeição, e qualquer sinal de fraqueza poderia ser fatal.

Anastasia tentou contra-atacar, lançando um soco na direção de Theressa, mas sua força estava esgotada. Theressa desviou facilmente e aproveitou para agarrar o braço de Anastasia, torcendo-o e imobilizando-a no chão.

Anastasia olhou para Theressa com lágrimas nos olhos, o rosto contorcido de dor. Por um momento, pareceu que ela iria ceder, mas então, com um último surto de determinação, ela tentou se libertar. Theressa aumentou a pressão, mesmo se sentindo incrivelmente mal por estar fazendo aquilo, era como se estivesse doendo mais do que quando a luta era de igual para igual.

Thessa soltou um suspiro enquanto a Madame Aurora se aproximava para declarar que ela seria promovida e Anastasia estava eliminada.

Madame Aurora afastou Thessa de Anastasia, e pediu que ela aguardasse até que as demais lutas chegassem ao fim. Ela obedeceu e se posicionou no local indicado, ainda tentando ignorar o quanto sua garganta pedia por agua, a dor no corpo e a culpa de ter machucado Anastasia e feito ela ser eliminada.

Theressa mal teve tempo de processar o que havia acabado de acontecer com Anastasia quando ouviu um grito vindo da área onde Myra e Anya estavam lutando. O som fez seu coração disparar e, instintivamente, ela virou-se para ver o que estava acontecendo.

Anya estava no chão, seu corpo caído de forma estranha e imóvel. Myra estava de pé ao lado dela, ofegante e com os punhos cerrados, seus olhos fixos no corpo da loira. Theressa sentiu um calafrio subir por sua espinha ao ver a expressão no rosto de Myra: uma mistura de triunfo e indiferença.

Madame Aurora se aproximou, seus olhos avaliando a situação com uma calma perturbadora. Ela se agachou ao lado de Anya e colocou dois dedos no pescoço da garota, procurando por um pulso. A tensão no ar era palpável, e todas as outras garotas pararam de lutar, fixando seus olhares na cena com expressões de horror e descrença.

Madame Aurora levantou, limpando as mãos na saia de seu vestido e olhou para Myra com um sorriso satisfeito.

— Parabéns, Myra. Você provou sua superioridade — disse Aurora, sua voz fria e calculista. — Anya está eliminada.

Theressa não podia acreditar no que estava ouvindo, Anya não estava só eliminada, ela estava morta. Ela sentiu a raiva e o desespero borbulhando dentro de si, uma mistura perigosa de emoções que ameaçava transbordar.

— Anya... — sussurrou Theressa, sua voz fraca e trêmula.

Madame Aurora virou-se para as garotas restantes, ignorando o sofrimento evidente nos olhos delas.

— Continuem, garotas. Não se deixem abalar. —Com um aceno de mão, ela indicou que a luta deveria continuar.

Theressa sentiu um nó na garganta, mas sabia que não podia se dar ao luxo de hesitar. Ela fechou os olhos por um momento, tentando reunir forças, e então se voltou para a próxima adversária, tentando bloquear a imagem de Anya de sua mente.

O pátio voltou a ser preenchido com os sons de lutas, mas para Theressa, nada parecia mais o mesmo, mas para Thessa, ela só sentia como se tudo à sua volta estivesse embasado e seu estômago quisesse colocar tudo para fora.

ATUALMENTE
Sibéria, Base da HYDRA

Theressa dormia profundamente na cela fria da HYDRA. O ambiente gelado e úmido parecia absorver todo o calor de seu corpo, mas ela já estava acostumada com o desconforto.

— Anya... — Theressa murmurava, a dor na voz escapando pelos lábios entreabertos enquanto seu corpo se contorcia em um esforço inútil para fugir daquele pesadelo.

Do outro lado da cela, o Soldado Invernal estava acordado. A insônia era uma velha conhecida sua, e os barulhos que Theressa fazia enquanto sonhava o impediram de sequer tentar dormir. Ele observava a garota com rosto sem expressão, mas algo na maneira como ela murmurava aquele nome repetidamente despertou uma faísca de curiosidade nele.

Levantando-se com movimentos silenciosos e precisos, Bucky caminhou até a cela de Theressa. Ele aproximou-se dela, que estava deitada no chão, observando-a contorcer-se e gemer em seu sono atormentado.

— Anya... — Theressa sussurrou de novo, as lágrimas escorrendo pelo rosto pálido. O homem franziu a testa, não surpreso por ela estar tendo um pesadelo. Sem nenhum traço de gentileza, ele estendeu a mão metálica e sacudiu o ombro dela com firmeza.

— Acorde, Kuznetsov — disse ele, sua voz grave e desprovida de qualquer emoção calorosa. — Está sonhando.

Theressa despertou abruptamente, seus olhos se arregalando enquanto tentava focar no rosto do Soldado Invernal. Levou alguns segundos para ela perceber onde estava e quem estava à sua frente. Respirava pesadamente, o coração ainda disparado pela lembrança vívida de seu pesadelo.

— O que...? — começou ela, confusa e ainda meio perdida entre o sonho e a realidade.

— Você estava sonhando — repetiu o moreno, soltando seu ombro e recuando alguns passos. — E fazendo muito barulho.

Theressa passou a mão pelo rosto, tentando apagar os vestígios de lágrimas e reorganizar seus pensamentos. A cela fria da HYDRA não era nem de perto um lugar acolhedor, mas naquele momento, não parecia tão ruim.

— Desculpe... — murmurou ela, a voz ainda rouca.

— Não precisa se desculpar. — Ele se virou para voltar ao local onde estava sentado antes.

Theressa assentiu, embora soubesse que o sono seria difícil de alcançar novamente. Mesmo assim, ela deitou-se de novo, tentando se preparar mentalmente para enfrentar a noite.

O Soldado suspirou no escuro. Ele não sabia exatamente o que Theressa tinha vivido, mas pela maneira como ela murmurava aquele nome, ele podia presumir que ela tinha perdido alguém para aqueles lugares onde a humanidade era descartável. 

No dia seguinte, Theressa não foi convidada para um café da manhã, nada como o jantar da noite anterior; na verdade, nem ofereceram comida alguma para ela. Só a levaram junto com o Soldado Invernal para um ringue.

A luz fria das lâmpadas fluorescentes iluminava a sala de treinamento, refletindo-se nas superfícies metálicas dos equipamentos e nas armas de prática. Theressa e o Soldado Invernal estavam no centro do espaço, trocando golpes rápidos e precisos. Cada movimento era uma repetição exaustiva. Thessa era boa em bloquear os golpes do moreno, no entanto, ele ainda era um super soldado e tinha um braço de metal, então sempre acabava derrubando ela.

Theressa bloqueou um soco, gemendo ao sentir o metal da mão esquerda dele socar sua palma. Depois disso, ela bloqueou outro soco da mão de carne do homem, dessa vez usando a inércia para girar e lançar um chute alto. Ele desviou com agilidade sobre-humana, respondendo com um gancho de esquerda que ela mal teve tempo de evitar. Ela foi derrubada de barriga no chão, mas Theressa sabia que o soldado estava se segurando, controlando sua força para não machucá-la.

Nas sombras da sala, homens da Hydra observavam atentamente. Um deles, Daniel Whitehall, usando um jaleco branco, anotava detalhes em uma prancheta, enquanto Alexander Pierce e Brock Rumlow avaliavam a performance dos dois lutadores com olhos críticos.

— Kuznetsova está se saindo bem — comentou Whitehall, sem desviar os olhos do combate. — Ela apanha, mas consegue aguentar o Soldado Invernal.

— É, mas ainda falta muito para ela chegar ao nível que queremos — respondeu Pierce, cruzando os braços. — Continuem monitorando seu progresso. Precisamos dela em condições ótimas para a próxima fase.

Com o fim da luta anunciado, o Soldado Invernal ajudou a garota a se levantar. Theressa respirou fundo e viu o soldado se afastar, batendo as botas e saindo da sala de treinamento com Pierce, Whitehall e outros guardas. Ela não sabia para onde ele estava indo.

Rumlow ficou para trás; ele estava sendo responsável por Theressa por enquanto. A garota passou a mão pelos cabelos, tentando ajeitar os fios, e olhou para o homem, aproximando-se enquanto fingia estar mancando.

— Pode me ajudar? — ela perguntou, fingindo uma expressão de dor. — Acho que ele machucou minha perna.

— Para de ser mole. — Rumlow respondeu, revirando os olhos.

Theressa suspirou e assentiu com a cabeça, continuando a andar atrás dele em velocidade reduzida, ainda fingindo estar mancando e murmurando de dor. O homem suspirou, e se aproximou dela, apoiando-a com um braço.

— Vamos, vou te levar para a enfermaria. Mas é melhor ser algo grave. — Rumlow disse com um tom ameaçador, como se não tivesse paciência para fraquezas.

Enquanto caminhavam, Theressa aproveitou a proximidade para observar Rumlow mais de perto. Durante a luta com o Soldado Invernal, ela tinha visto Rumlow brincar com o crachá digital, o cordão arrebentando e ele colocando o crachá no bolso. Este era o momento que ela precisava.

Com movimentos rápidos e precisos, ela deslizou a mão pelo bolso de Rumlow, fingindo apoiar-se mais nele. Seus dedos encontraram o crachá e, com um puxão suave, ela o retirou sem que ele percebesse.

⋆·˚ ༘ * Oi amores, uma atualização extra na semana para comemorar que batemos 1k ♡  muito obrigada a todos que estão lendo :)

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