chapter three: the prank against sirius
03. ( a pegadinha
contra sirius )
Íris estava sentada na enorme mesa de madeira coberta por uma toalha verde do deslumbrante salão de refeições de Hogwarts, ela encarava as peças de xadrez trouxa enquanto pensava em sua próxima jogada de sucesso. Estava sozinha, pois seus amigos e colegas de sua tão amada casa estavam estudando para testes e provas que fariam em alguns dias. Ela já havia estudado, porém sua mente estava cheia de pensamentos intrusivos e com informações estudadas por ela mais cedo, estava tentando ter um momento de relaxamento antes de sua próxima aula, mas sua mente não parava.
A pressão colocada por si era enorme e ela não conseguia não pensar em seus materiais de estudos, suas próximas provas e garantir uma ótima nota, se não sua mãe, Isabelle, mandaria uma carta a ela e a jovem odiaria isso se acontecesse.
O relacionamento das duas não era tão bom como as pessoas imaginavam, Íris se sentia uma boneca nas mãos de sua mãe. Sempre controlada, seus passos contados e suas vestimentas sempre escolhidas pela matriarca da família. O único local que ela não se sentia como um pássaro enjaulado era na escola de magia e bruxaria, porém seus dias estavam contados com o fim de seus estudos em Hogwarts e ela teria que voltar para casa, onde conviveria todos os dias com sua família e isso era sua assombração.
Seu futuro próximo já estava sendo escrito e planejado pelos seus pais e ela odiava não poder dizer que não queria e que queria ser livre. Íris era covarde, e ela se negava a admitir isso, mas era o que as vozes dentro de sua cabeça lhe sussurravam toda a noite.
A jovem Rosier bufou, por onde seus pensamentos estarem indo, deixando a peça escolhida na base do jogo e desistindo. Ela guardou-as, o colocou embaixo de seu braço esquerdo, se levantando e indo em direção a seu dormitório onde o guardaria. Enquanto caminhava para o dormitório feminino da Sonserina, ela ignorava os comentários das pessoas e os olhares das mesmas. Sempre foi assim, desde o começo dos ataques de seguidores do Lorde das Trevas, e do mesmo, e os rumores sobre sua família estar o ajudando a se tornar mais forte.
Não que não seja mentira, entretanto ninguém tinha provas de seu envolvimento, então era apenas rumores, falácias, mas mesmo assim, Íris atraía olhares e comentários, que ela ignorava e não fazia questão de desmentir ou mentir para o bem de sua reputação, de sua família e de sua saúde mental.
- Esses boatos não mudam nada em minha vida ou na de minha família, só nos deixam mais populares. - Ela respondeu, dando de ombros, uma vez, à Daniel Pucey e Emeline Vance, seus dois melhores amigos, quando questionada sobre o porquê de nunca desmentir.
Quando estava quase perto de chegar ao seu dormitório, Íris parou no meio do corredor ao notar que tinha uma pessoa a esperando. Ela revirou os olhos ao ver a pose desleixada, como se pertencesse ao lugar, de Remus John Lupin.
- O que faz aqui? - perguntou ela, chegando mais perto do mesmo e o examinando. - E onde estão seu grupo de seguidores fiéis? Os marotos?
O Lupin sorriu, como se já esperasse aquela pergunta. - Já está com saudades de Sirius, Íris? - questionou.
A Rosier revirou os olhos, se lembrando da insistência exagerada do Black mais velho nos últimos dias com ela por ele estar tentando conseguir alguma mínima chance com sua melhor amiga, Emeline. - Dele eu só quero distância. O que quer, realmente?
- Não posso simplesmente querer conversar com minha querida amiga e companheira de projeto?
Íris arqueou as sobrancelhas, ainda o encarando e esperando que ele falasse o que quisesse. - Está com febre por acaso? Ou doente? - Remus revirou os olhos e então se ajeitou, cruzando seus braços.
- Certo! Você me pegou, Sirius está apaixonado, então como não conseguiu uma ajuda sua, ele me pediu uma.... - pensou nas palavras. - uma ajudinha com você e aqui estou eu.
- E o que faz vocês acharem que vindo você ou ele, mudará minha opinião? - dessa vez quem cruzou seus braços foi a Rosier, claro que não antes de deixar o tabuleiro de xadrez que carregava no chão e se aproximar ainda mais do Lupin. Os rostos de ambos a poucos centímetros de distância um do outro.
- O que muda? - olhou para os olhos azuis oceanos da jovem a sua frente, o qual nutria sentimentos fortes de o que ele chamava de ódio. E então desceu seu olhar para a boca rosada da mesma. - Somos aminimigos, Íris Rosier.
A garota não conseguiu evitar rir. - Aminimigos? Está é nova, nunca tinha ouvido falar dessa classificação de nós.
- Inimigos não se olham do jeito que estamos nos olhando agora. - disse Remus mordendo seus lábios inferiores. - E amigos não me tiram tão do sério como você me tira. Você me faz ser a minha pior versão.
- Eu não tenho culpa de nada, Lupino. O que você sente ou não sente, é apenas culpa sua, não é meu problema. Nunca foi. - ela se afastou dele. - E eu não vou ajudar seu amiguinho, por que não acredito que Sirius está apaixonado e não é um dos joguinhos dele para acumular mais uma vítima para o fã-clube dele. Emeline não merece ele. - pegou seu tabuleiro de xadrez e foi em direção à porta do salão comunal da Sonserina onde falou a senha.
Ela ia entrando, quando Remus lhe perguntou:
- E o amor ela merece?
Íris o encarou, não pensando muito antes de respondê-lo. - Sim, mas não o dele.
E então a porta fechou e o frio do salão, junto a sensação de casa, a fizeram respirar fundo e seus sentidos e pensamentos voltarem ao normal. Era estranho, mas depois que ela e o Lupin começaram a se aproximar mais e se "conhecerem" no clube de integração de casas, o projeto que eles foram obrigado, seu corpo apresentava sinais estranhos, calafrios e seu coração palpitava, acelerava perto do mesmo.
- Devo estar doente. É isso. - ela sempre dizia a si mesmo, mas nos últimos dias aquilo soava amargo em sua boca e não fazia mais sentido.
Deixou o tabuleiro de xadrez na mesa de centro, deixando ali para qualquer um pegar para jogar, e foi para seu quarto onde fechou a porta ao notar que só tinha ela ali e deitou em sua cama, fechando seus olho e respirando fundo, tentando acalmar seu corpo e a sua mente, que estava lotada de pensamentos intrusivos e comentários ruins sobre si mesma. Íris só abriu seus olhos, alguns segundos depois, quando sentiu sua gata de estimação, Fallon, passar sua cabeça peluda no braço da mesma, o que a fez sorrir, começando a fazer carinho na mesma. A gata de cor branca, com um dos olhos verdes e o outro azul, era um presente de sua avó Althea Rosier, a única de sua família que ela tinha um ótimo relacionamento e se sentia bem ao lado da idosa. Fallon havia sido um presente da mesma de aniversário e também um jeito da mais velha dizer a neta que ela nunca estará sozinha, pois ela a tinha. A jovem de olhos azul oceano sabia disso, e amava sua vó por saber o que ela precisava.
Uma hora depois, a Rosier saia de sua aula junto a seu grupo de amigos e Regulus, conversando animadamente, quando Sirius Black, irmão de Reg, apareceu repentinamente à frente deles. Os olhares se cruzaram, e uma tensão palpável tomou conta do ambiente. Sirius, com sua postura desafiadora, quebrou o silêncio:
- Rosier, tenho algumas coisas a dizer.
Os amigos de Rosier trocaram olhares curiosos e apreensivos, enquanto Regulus observava o irmão com uma mistura de surpresa e irritação. Rosier ergueu uma sobrancelha, visivelmente intrigada, mas manteve a compostura.
- O que você quer? - ela questionou, cruzando seus braços.
Sirius deu um passo à frente, ignorando os olhares atentos dos demais e focando-se apenas em Rosier.
- Precisamos falar sobre a sua ajuda
A expressão de Rosier endureceu, e ela lançou um olhar rápido para Regulus, que parecia prestes a intervir. Mas antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, Rosier respirou fundo e assentiu lentamente.
- Tudo bem, Sirius. Vamos conversar. Mas não aqui - disse ela, olhando em volta para os colegas. - Encontre-me ao dormitório da Sonserina em meia hora. Sem atrasos.
Sirius concordou com um aceno de cabeça e se afastou, deixando o grupo em um burburinho de especulações. Rosier suspirou e se virou para seus amigos.
- Vamos, pessoal. Temos que resolver isso - disse ela, começando a andar em direção ao Salão Principal, com Regulus e os outros seguindo logo atrás.
- O que meu irmão quer com você?
Íris respirou fundo, procurando Remus Lupin que se encarava já a encarando enquanto seu amigo James Potter lhe falava alguma coisa que ele não prestava atenção. O jovem piscou em sua direção, o que a fez revirar os olhos e mandar um dedo do meio para ele de volta. - Ele quer minha ajuda para conquistar Emeline. - A Rosier voltou sua atenção para Regulus e seus amigos.
- E nós vamos ajudá-lo? - Daniel lhe perguntou, incrédulo.
Íris sorriu, mas não qualquer sorriso e sim um que a denunciava de sua real intenção. - Não, ele quer brincar com os sentimentos de nossa amiga então nós vamos brincar com os dele.
Meia hora depois, as pontas de seus cabelos loiros ficaram um pouco mais claras enquanto ela esperava pelo o Black mais velho em frente ao salão comunal de sua amada casa. O clima, como sempre estava frio e gelado ali no porão, mas as roupas escolhidas pela jovem eram quentes o bastante para não deixar aquilo lhe incomodar.
Contou mentalmente cinco minutos, e logo sorriu ao terminar e ouvir um grito vindo do enorme corredor. Ela caminhou até a direção do som, se deparando com um Sirius Black todo encharcado de corantes coloridos florescentes e ele com uma feição nada agradável em seu rosto.
- Uau! Você está muito bonito, Sirius. - exclamou, batendo palma e atraindo a atenção para si. - Até melhor do que antes. Está quase parecendo um palhaço de circo. - ela e seus amigos riram
- Por que você está fazendo isso comigo, Rosier? - gritou enfurecido. - Eu não fiz nada!
- Eu conheço seu tipo e seu objetivo. E eu não vou deixar minha amiga cair em sua laia, não mesmo! - Íris respondeu, sua voz firme. - Você pensou que poderia me enganar, Sirius? Acha que sou tão ingênua assim?
Sirius limpou o corante dos olhos, tentando recuperar algum semblante de dignidade.
- Você está errada sobre mim, Rosier. Eu realmente gosto de Emeline.
Íris deu um passo à frente, seus olhos estreitando.
- Não, Sirius. Você gosta de um desafio. E Emeline é um desafio para você, nada mais. - Ela se virou para seus amigos. - Vamos deixá-lo refletir um pouco sobre suas intenções.
Enquanto se afastavam, Sirius ficou parado, tentando processar o que acabara de acontecer. Ele sabia que conquistar Emeline não seria fácil, mas não esperava que Íris Rosier estivesse tão disposta a protegê-la, mas isso não o fez desanimar pois ele estava determinado a provar suas intenções.
- Você não perde por esperar, Rosier.
Enquanto Íris se afastava de Sirius, um sentimento de triunfo pairava no ar. A jovem Rosier sentia-se aliviada por ter protegido sua amiga de uma possível armadilha emocional, mas, no fundo, não conseguia afastar a sensação de que algo mais estava à espreita, algo que ela não podia controlar.
Poucos minutos depois, já de volta ao salão comunal, Íris se sentou em uma poltrona próxima à lareira. O calor das chamas contrastava com o frio que sentia por dentro. Ela olhou para o fogo, perdida em pensamentos, até que uma voz familiar a tirou de seu devaneio.
- Defendendo os indefesos novamente? - Remus Lupin apareceu à sua frente, encostado na parede de pedra, com um meio sorriso que parecia misturar ironia e admiração.
- O que faz aqui, Remus? Veio me irritar mais uma vez? - Íris respondeu, sem desviar o olhar das chamas, tentando manter a calma. Não se perguntando como ele havia entrado ali, pois sabia que ele não responderia.
Remus deu alguns passos na direção dela, parando ao lado da poltrona, de modo que a sombra dele se projetava sobre ela.
- Não vim irritar. Na verdade, eu... - Ele hesitou por um segundo, como se escolhesse cuidadosamente as palavras. - Eu vim porque estava pensando no que você disse mais cedo. Sobre Sirius, sobre amor. Me deixou curioso, Rosier.
Íris finalmente ergueu os olhos, encontrando os dele. Não esperava aquilo, mas havia algo diferente no modo como Remus a olhava, algo mais intenso, mais sério.
- E o que tem isso? - ela perguntou, tentando manter o tom indiferente, mas sentindo o coração acelerar novamente.
Remus deu de ombros, mas havia uma tensão perceptível em seus ombros e mandíbula. Ele parecia estar em conflito consigo mesmo.
- Apenas fiquei me perguntando... se você realmente acredita que ninguém merece uma chance de amar. Nem mesmo você.
Íris franziu o cenho, surpresa com a direção da conversa. Ela abriu a boca para responder, mas as palavras pareceram fugir. Havia algo na maneira como Remus a encarava, algo que fazia suas defesas habituais tremerem. Ele estava mais próximo agora, perto o suficiente para que ela pudesse sentir o calor de sua presença, o que fazia o ar entre eles parecer eletrizado.
- Remus... - começou Íris, sua voz mais suave do que pretendia. - Eu nunca disse que não acredito no amor. Só acho que ele não é para todos. E que as pessoas confundem o sentimento com desejo. Algumas pessoas... - Ela parou, incapaz de completar a frase, pois sabia que as palavras carregavam uma verdade dolorosa sobre si mesma. - Algumas pessoas são melhores sozinha. - disse por fim, após alguns minutos.
Remus se inclinou um pouco mais, seus olhos castanhos cravados nos dela.
- Talvez o amor seja exatamente para aqueles que acham que não o merecem, Íris. - A voz dele era baixa, quase um sussurro, mas a intensidade de suas palavras atingiu-a como uma onda.
Por um momento, o mundo ao redor pareceu desaparecer. Íris sentiu-se presa no olhar de Remus, sentiu as paredes que havia erguido ao redor de si mesma começarem a rachar. Ela se viu dividida entre o desejo de afastar o que estava sentindo e a vontade de ceder a algo que há muito tentava ignorar.
Ela se levantou abruptamente, quebrando o contato visual e tentando recuperar o controle sobre si mesma.
- Isso é ridículo, Remus. Eu... eu preciso ir. - Sem esperar por uma resposta, ela se virou e saiu apressada do salão comunal, deixando Remus parado, observando-a partir com uma mistura de frustração e algo mais profundo, algo que ele começava a reconhecer dentro de si.
Enquanto Íris caminhava pelos corredores de Hogwarts, seu coração batia descompassado. Ela não sabia exatamente o que havia acontecido naquele momento com Remus, mas uma coisa era certa: ele a fazia sentir algo que ela nunca havia sentido antes. Algo que ela não estava pronta para enfrentar. E isso a assustava mais do que qualquer boato sobre sua família ou prova difícil que pudesse vir a enfrentar.
O Lupin era seu inimigo, repetiu, desde o primeiro ano, ela se lembrou quase como um mantra. Não era algumas semanas juntos e sendo "amigáveis" que a fariam sentir diferente. Suas palavras, sempre afiadas como lâminas, ainda ecoavam em sua mente, lembrando-a das incontáveis vezes que haviam se enfrentado jogando xadrez, trocando farpas, competições, a troca de olhares cheios de desprezo. Era isso que eles eram: adversários, rivais por natureza, mas, ultimamente, algo parecia estar mudando.
E a Rosie sabia o que precisava ser feito sobre isso. E ela faria por que com fim de seus dias como estudante ela não poderia deixar nada atrapalhá-la de seguir os passos ordenados por seus pais. Afinal, ela era a filha deles dois e ela os obedeceria pois foi ensinada a ser e agir daquele jeito. Como um animal enjaulado, que só poderá sair quando seus donos a permitissem.
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