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039 - Filho de pais separados

       LOGO APÓS O CLIMA NATALINO, Seoul se anima com a chegada do réveillon e a expectativa de um novo ano. Já é dia trinta de dezembro, logo mais será véspera de ano-novo. Meu coração se enche de felicidade e esperança com a chegada de tal época do ano .

       Eu estou feliz, não tenho como não estar. Fiz boas amizades, reencontrei duas pessoas muito especiais, estou gostando das aulas da faculdade, moro com a minha melhor amiga e tenho um emprego. Tudo está se saindo bem e eu pretendo continuar trabalhando duro para que continue assim. Outro ponto bom que tenho que destacar é a minha habilidade de comunicação que progrediu muito nos últimos anos.

       Superando as expectativas que coloquei em mim, consegui rapidamente fazer amizade com meus vizinhos, Seo Changbin e Kim Seungmin. Os amigos me convidaram para tomar um café. Seungmin mencionou ontem como é estranho que já somos vizinhos faz algum tempo e ainda não nos conhecíamos, tendo em vista que eles moram no andar acima do meu e seria fácil esbarrar nos elevadores. Mas eu mal estive em casa durante a semana, sempre fora, seja para fins de trabalho ou para me organizar na casa. Minha cabeça anda um pouco perdida também.

       Mina não está em casa desde a noite passada, a sua avó paterna adoeceu e ela teve que ir até lá fazer uma visita de última hora. Como a casa fica perto da dos meus pais, a morena nos encontrará amanhã. Eu a mandei mensagens perguntando se está tudo bem, ela disse que sim e pediu para eu não me preocupar. Pensando nisso, me dediquei a arrumar minhas malas, pois o voo para Busan partirá amanhã.

       Sinto falta da minha amiga aqui, de ter ela compartilhando comigo a sua frustração com o assunto sobre Yeji, e eu, compartilho com ela a minha frustração com o Lee.

       Ele não sai da minha cabeça. Penso nele vinte e quatro horas por dia. Porque quando não estou pensando nele, estou sonhando com ele. É uma droga. Gosto dele, tanto que sei que não devo o contar isso ainda, principalmente depois do papo que tive com Mina no natal. Ela me contou sobre o tempo que tirou para si depois do lance com a Hwang e como ele foi essencial para ela. Manter-me calada é o melhor a fazer agora. Felix acabou de sair de um relacionamento longo e bem desgastante, ele precisa de espaço e tempo para se concentrar em si mesmo.

       Talvez no passado eu não me importasse muito com isso e tentasse com mais veracidade falar para ele o que sinto. Mas como alguém que entende agora, penso diferente, penso que para se abrir a um novo amor é preciso se resolver consigo mesmo primeiro. Porque quando a gente cresce, passa a ver as coisas de maneira um pouco diferente, a gente percebe que Romeu e Julieta não é lá uma história de amor tão linda assim, e que o melhor amor, sem dúvidas, é o próprio.

       Consigo imaginar como o seu relacionamento passado o afetou psicologicamente, como todas as coisas cruéis que ela o contou ficaram em sua mente por tanto tempo. Entendo que ele precisa do tempo dele para cuidar dos seus ferimentos mais profundos. Eu só não esperava que ele fosse bater tão cedo na minha porta.

       — Oh, eu não sabia que você vinha. — digo, um pouco tímida, tentando cobrir mais as minhas pernas com o moletom grande que uso.

       Tomo um susto ao vê-lo na minha porta. Eu disse ao porteiro na noite de natal que poderia liberar a subida dele e esqueci que agora ele tem passe livre para vir aqui quando quiser, sem ser interfonado.

       — Vim em uma hora ruim? — ele pergunta, com um pé atrás. — Eu trouxe comida. — Felix levanta as sacolas. — Você já jantou?

       — Não, ainda não. Pode entrar. — me afasto, dando passagem para ele adentrar a casa.

       Felix entra e se senta no meu sofá, deixando as sacolas com comida na mesinha de centro e passando as mãos pelos cabelos bagunçados. Eu vou até ele de mansinho, me sento com cuidado ao seu lado, esticando o moletom branco até os joelhos e escondendo as mãos nos bolsos do meu agasalho.

       — Que bom que você trouxe o jantar, eu só teria lamén para te oferecer. — digo, mas só percebo que soa estranho depois de feito.

       — Você está dando em cima de mim? — ele pergunta, com um braço no encosto do sofá, deixando a sua postura relaxada.

       Seu braço invade um pouco o meu espaço pessoal, mas não me sinto incomodada. O calor que o seu corpo emana consegue chegar até mim. Me sinto quente, não sei se é a roupa que visto, ou o efeito Lee Felix no ar.

       — Talvez... — estico as pernas, ficando um pouco mais relaxada também. Eu estou em casa, por que estou tensa? — Vai depender do que você trouxe. — concluo.

       — É apenas Cheese Tteokbokki (치즈 떡볶이), acho que não vale a cantada então. — lamenta.

       — Fala sério. Você não faz ideia de quanto tempo faz que eu comi isso! — comento animada e faminta. — Desde que meu pai resolveu mudar a alimentação de todo mundo em casa 'pra tentar nos deixar mais saudáveis, eu nem senti mais o cheiro de tteokbokki. Eu senti tanta falta.

       — De mim? — ele questiona, com uma mão sobre o peito esquerdo.

       — Não. De comer comida de rua. — respondo, quebrando as suas expectativas.

       — Já chega, eu vou embora. — ele resmunga, fazendo menção de levantar.

       — Para de bobeira. — eu o empurro de volta para o sofá, impedindo que ele se levantasse.

       Yongbok ri um pouco, antes de me passar uma das embalagens com a nossa refeição. Meu rosto se mostra satisfeito ao sentir o cheirinho delicioso de queijo e tteok. Eu costumava comer tteokbokki sempre que voltava tarde da escola, depois de passar o meu dia inteiro estudando, comia para desestressar. Nós dois já comemos isso juntos antes também, em uma das vezes em que ele me levou até o cursinho. Eu me lembro.

       Hoje, comemos juntos outra vez, com o som ambiente da televisão ligada na nossa frente. Eu estou faminta, então acabo comendo rápido, mas não rápido de mais. Quando acabamos, jogo as embalagens descartáveis no lixo e me junto a ele no sofá novamente, deitando a cabeça no apoio do braço e os pés no seu colo. Fico confortável.

       O Lee não reclama de como sou folgada, ele está concentrado na tela do celular, ela parece até mais interessante do que eu. Felix está, imagino eu, trocando mensagens com alguém, pela forma como ouço o som do que penso ser um teclado. Quero saber o que chama tanto a sua atenção, mas fico hesitante em perguntar. Todavia, no fim das contas, pergunto.

       — O que você está fazendo aí de tão interessante?

       — Ah, não é nada demais. São só algumas mensagens da senhora Park, a mãe de Minju. — ele explica, me deixando apenas mais confusa. — Ela só quis avisar que eles estão fora do país, parece que Minju está em uma clínica nos EUA.

       — Que bom que pelo menos ela está sendo tratada. — eu digo. — Não sabia que você ainda mantem contato.

       — Não mantenho, eu não tive notícias dela desde que terminamos. Acho que a mãe dela só quis me avisar porque fui eu quem a alertou da situação.

       — Entendi.

       Que bom que ela não está mais aqui e não será um problema. É só uma pena que, antes de sair de vez, ela tenha me deixado mais um. Kim Suhye. Honestamente, eu nem estava pensando mais nela, mas voltar a falar de Minju me fez lembrar do dia no parque de diversões e as coisas que ela me disse.

       Até onde será que ela soube? O meu passado tem histórias que me deixam mal só de recordar, mas eu me lembro como se fosse hoje.

Eu conheci a Kim no oitavo ano, ela era muito bonita, alta, magra e com a pele impecável para uma pré-adolescente, parecia uma modelo. Suhye era tão bela quanto amedrontadora e sabia disso. No primeiro dia de aula, eu me sentei na cadeira à sua frente, foi apenas isso que eu fiz para a chatear. Como os lugares que sentamos no primeiro dia são os mesmos do resto do ano, eu passei o meu oitavo ano inteiro sendo atacada por bolinhas de papel na cabeça. Isso quando não eram borrachas, canetas e até mesmo um corretivo líquido.

Desde que nos conhecemos ela nunca me chamou pelo meu nome, me chamava de Nabi, que significa borboleta. Ela odiava borboletas, sempre me dizia como eram insignificantes, assim como eu. Ela dizia que um dia faria comigo a mesma coisa que fazia com elas, me esmagar.

Quando o oitavo ano acabou e nós ficamos de férias, achei que seria tempo suficiente para ela me esquecer, até mudei o meu corte de cabelo, para tentar fazer ela apagar aquela imagem que tinha de mim. A suportei no oitavo ano inteiro em silêncio, no nono ano eu achei que seria diferente, e foi, mas para foi pior.

Teve um dia no refeitório, ela estava indo em direção à sua mesa de sempre. O som que o chão fazia quando ela passava era como os de filme de terror, eu estava me preparando para tomar um susto. E então, enquanto ela passava, de repente, ela parou na minha frente. Eu lembro das coisas horríveis que ela me diase, da maneira como ela me provocava. E para completar, Suhye jogou o seu naengmyeon no meu cabelo, tive sorte de ser apenas macarrão gelado. Outra vez, na época final do ano letivo, a Kim inventou um boato meu e espalhou para toda a escola, ela disse que eu tinha um caso com um professor do colégio.

Aquilo quase chegou nos ouvidos dos pais dos alunos. Todas as vezes Mina tentava contar algo para um adulto, um supervisor do colégio, mas eu não deixava, então minha amiga revidava os ataques da valentona, mas ela não atacava a Mina, ela me atacava, duas vezes pior. Quando o boato saiu, Mina foi correndo contar a diretora, porque eu não teria coragem, e disse que não estava nem aí se eu achasse ruim, era o certo. Ela pensou que pudesse resolver, todavia, como já estávamos no final do ano, Kim Suhye não sofreu nenhuma punição e ainda conseguiu se formar. Mas pelo que soubemos, ela sofreu pior nas mãos dos pais.

Eu não sou de desejar mal a ninguém, mas espero que ela tenha tido uma experiência tão ruim quanto a que me fez passar. Não houve um dia que Suhye não tenha me feito chorar. Foi daí que Mina passou a me chamar de Yuyu (a escrita em hangul faz parecer com uma carinha de choro), porque eu vivia chorando, e também, porquê combina com o meu nome.

Depois do fim do nono ano eu nunca mais tive contato com ela. Eu me refugiei nos estudos até não conseguir mais ficar de pé, passava a maior parte dos meus dias lendo e tentando manter a mente ocupada para não pensar no mal que ela me causou. Passei noites em claro, sem conseguir dormir, porque todas as vezes que eu fechava os meus olhos, eu a via me aterrorizando. Foram anos tentando superar esse trauma, por isso consigo ter uma noção do que Felix sente também. É obvio que não é igual, mas sei o que um trauma significa na vida de alguém.

Eu me arrependo de nunca ter a denunciado. Afinal, são coisas desse tipo que levam alguém ao suicídio. Quando souberam, as pessoas sempre me perguntavam: "Por que você nunca contou a ninguém?". Acho que eles não entendem como é difícil para a vítima falar sobre isso, como o medo faz a sua boca se calar em todos os momentos em que você só queria gritar. Elas não fazem ideia de que como uma denúncia pode acabar piorando as coisas, se eu fizesse isso, aí sim Suhye me mataria, como com as borboletas. Minha sorte foi ter Mina para me apoiar e me ajudar em todo o processo. Eu a amo demais.

Achei que essa história já tinha acabado, mas lá estava Park Minju, pronta para desenterrar um fantasma do meu passado. Eu pensei que tinha superado isso também, mas a ideia de encontrar a Kim no presente ainda me assusta.

— Como você está depois de tudo isso? — pergunto ao Lee, tentando me afastar dos meus próprios problemas.

— Bem. Muito bem, na verdade. Eu te falei que comecei a fazer seções com uma psicóloga. Você tinha razão, me fez muito bem.

— Eu te disse que iria ser bom.

Talvez eu também deva voltar. Digo, não é como se eu ainda tivesse pesadelos com isso e ainda me sentisse amedrontada com a garota. Talvez o tempo tenha feito melhoras em nós duas. Mas acho que conversar com um profissional nunca é de mais, é bom desabafar.

Felix e eu voltamos a assistir ao programa de televisão aleatório, mas depois de algum tempo, eu passo a passar o meu pé pelo seu rosto, só para irritá-lo. Ele ameaça fazer cócegas em mim, enquanto eu rio da sua feição irritada.

— Cadê o meu bebê? — ele me pergunta, prendendo os meus pés.

— Está na casa dos meus pais, ele só fica aqui nos finais de semana, ou quando meus pais vem me visitar. — eu explico a rotina do pet.

— Entendi. Guarda compartilhada.

Eu não consigo evitar de rir, Felix trata o cachorrinho como se fosse um bebê. Tudo bem, eu também faço isso às vezes, mas Felix trata Thor como se fosse humano. No dia em que o levei para passear e ele estava junto, o filhote aprontou e Felix simplesmente disse: "Para com isso, cachorro! Toma jeito de gente".

— Eu também tenho direito a passar alguns dias com o meu bebê, afinal, eu sou o pai dessa criança. — ele argumenta.

— Você tem que parar de falar que é pai dele. Se você contar as pessoas que "nós temos um filho"... — eu faço aspas com os dedos. — Elas vão fazer perguntas e você vai ter que dizer que ele é um cachorro.

— E quem disse que é "nosso filho"? — ele repete as aspas que fiz.

— Mas é óbvio que eu sou a mãe dele.

— Você acabou de dizer que ele não é humano. — ele contra-argumenta.

— Para de me usar contra mim. — digo. Ele não pode me refutar me usando como argumento não, eu reclamo mesmo. — E de todo modo, eu não deixaria você levá-lo para o seu dormitório.

— Eu tenho os meus direitos como pai. — ele protesta. — Você conhece a lei, a guarda dele é minha por direito. Mas eu já sei como resolver isso para nós dois. — ele diz, convencido de que vem uma boa ideia aí, mas eu duvido muito. — Eu venho morar com você. Resolvido.

E é exatamente aqui que eu quase morro engasgada com o bom e velho oxigênio. Este que consumo é o que não consegue chegar ao cérebro dele? Falar algo assim na situação em que eu me encontro, no que se refere aos meus sentimentos, é maldade.

— Nunca. — nego. — Aqui só tem dois quartos, um meu e o outro de Mina. Então, a não ser que você queira dormir sempre no sofá...

— Saiba que eu sou um ótimo colega de quarto! — ele fala, bravo. — Mas eu não estou falando sério, só quero passar tempo com meu filho.

— Então vai morar com os meus pais, eu estou certa de que eles vão adorar a ideia. Eles dois te amam. — e não são só eles. — Ou sei lá, Yongbok, adota um cachorro!

— Eu não quero outro cachorro, eu quero ele.— impõe como uma criança chata.

— Fica quietinho e assiste ao programa.

Ele fica calado, como eu sugeri. Ótimo.

Sem ter muito mais a dizer, ou vontade de assistir ao programa que passa, eu pulo os canais de televisão até achar algum entretenimento que me agrade. Eu procuro por algo, até que paro em um episódio de 'Casamento às Cegas', programa ao qual Felix concordou em assistirmos juntos.

Pegamos um episódio da parte mas inicial, onde os casais se conhecem, mas sem se ver, e conversam sobre as suas vidas e gostos. Vai um pouquinho mais de enrolação e conversas, até que há um par formado e, consequentemente, um pedido de casamento.

— Isso é loucura! — Felix volta com outro pitaco sobre o programa. — Eles nem se conhecem, como podem casar? O cara está literalmente ajoelhado para uma parede.

— A maioria dos casamentos eram assim no passado, os noivos não se conheciam até a hora do altar. — eu recordo. — Você lembra, te disse uma vez, é por isso que existe a superstição que o noivo não pode ver a noiva antes do casamento.

— Eu me lembro. É uma superstição bem idiota, a ideia do casamento também não é lá essas coisas.

— O casamento no passado realmente era uma ideia horrível, apenas um acordo comercial, pais vendendo suas filhas. — reconheço. — Mas as coisas são diferentes hoje em dia, as pessoas realmente se casam por amor e são felizes.

— Não sei não. — ele suspira. — Você pretende se casar um dia? — Lix pergunta.

— Sim, mas não é algo que eu queira para agora. Eu sei que estou na casa dos vinte e que todos esperam que eu comece a pensar sobre isso, mas eu só quero viver o momento. Depois eu penso melhor sobre casamento.

— Eu entendo, acho que pensamos igual quanto a isso. — ele fala, o que quer dizer que ele pretende se casar um dia. — Talvez um dia eu me case. Para a minha mãe ter casado tantas vezes, alguma coisa boa deve ter nisso. Mas só vou me casar com alguém que eu ame muito, sem dúvidas.

— E a pessoa de sorte já existe? — interrogo.

— Existe sim. — ele faz suspense. — Lee Felix.

— Sério, Yongbok. Eu não sei se tenho inveja do tamanho da sua autoestima, ou se fico feliz por saber que ela ainda existe e maior que antes.

— Você pode fazer os dois.

Felix volta a fazer silêncio e nós dois continuamos a assistir o programa. O casal finalmente vai para a parte que se encontram cara a cara, uma das moças corre pela passarela vermelha, pula nos braços do cara e o beija. No episódio seguinte descobrimos que ela está apaixonada, mas ele não parece gostar mais dela tanto assim.

— Yumin... — Felix me chama outra vez, impedindo que eu assista o drama que se forma quando todos os casais vão passar alguns dias descansando no hotel resort no México e casais diferentes começam a flertar entre si. — Você quer ter filhos?

— Por que tantas perguntas? Você vai querer casar às cegas comigo também? — pergunto. Ele não cala a boca nunca. — Nós já nos conhecemos, acho que não funcionaria como na tevê.

— Eu só fiz uma pergunta.

— Eu não sei, Felix. — respondo. — Diferente da minha irmã, eu nunca tive o grande desejo de ser mãe, pelo menos não de gerar uma criança. Eu acredito que talvez prefira a adoção. Existem muitas crianças no mundo precisando de um lar. Você não acha?

— Acho. Quero ter os meus também. Talvez um, dois... quem sabe até o meu próprio time de futebol.

— Eu tenho pena de quem casar com você. — pirraço. — A pessoa vai ter que criar doze crianças.

— Um time de futebol só tem onze.

— Eu sei.

Felix fica calado um tempo, pensativo na minha resposta. Sua feição está concentrada, deve estar fazendo cálculos e mais cálculos mentalmente para tentar entender o que eu disse.

Eu tiro a cabeça do encosto de braço e me sento no sofá, a apoio nas costas do móvel.

— Ei! Eu entendi agora e não gostei. — ele reclama, ao entender que a décima segunda criança para cuidar seria ele mesmo.

— Você é bem lerdinho, mas eu até que gosto.  — falo rindo. Eu não deveria ter feito isso.

Felix faz o mesmo que eu, apoia sua cabeça nas costas do sofá e vira seu rosto na direção do meu. Sendo assim, conversamos olhando um para o outro, com os rostos nada longe.

— E do que mais você gosta? — ele pergunta, com um sorrisinho nos lábios.

— Hmm... — paro para pensar no que dizer, tem muita coisa, mas não quero entregar tudo assim de bandeja. — Eu gosto das suas sardas... — eu deixo o polegar tocar sobre as pintinhas ruivas, enquanto os outros dedos sustentam o seu rosto.

— Isso você já me disse. — ele responde, fechando os olhos com o toque dos meus dedos na sua bochecha.

— Gosto do seu cabelo... — eu acaricio as madeixas pretas, Lee quase dorme com o cafuné que o faço. — Do seu sorriso...

Eu paro de tocá-lo, porque encostar nos seus lábios me deixaria ainda mais tentada a os beijar.

Chego a me sentir boba pela maneira como vou perdendo um pouco da voz a cada detalhe seu que ressalto. Felix também não colabora, porque eu sinto seu rosto se aproximar de uma maneira sútil, mas ainda assim perceptível.

— Me fala, o que mais você gosta em mim? — sua voz grave me faz tremer. Oh céus, acho que estou perdendo a cabeça.

— E-eu... — eu gaguejo, perco tudo. Nada que eu diga adiantará, pois esse pequeno sinal é o suficiente para ele saber como me abala.

— Também tem muitas coisas que eu gosto em você, Yumin. Eu nem consigo numerá-las. — sua bochecha toca a minha, conforme ele fala rente ao meu ouvido.

Felix fica cada vez mais perto, à medida em que sinto o meu coração acelerar.

Quando os seus lábios ficam prestes a tocar os meus, o meu corpo reage de uma maneira confusa. Afasto o rosto e coloco a mão livre em seu peito, impedindo que ele chegue mais perto. Eu não entendo o motivo da minha própria reação e acho que ele também não.

Talvez tenha sido por eu tentar reprimir esses sentimentos por tanto tempo, por tentar evitá-los sempre que chego perto dele. Mas eu não preciso mais fazer isso agora, ele realmente quer isso. Nós somos jovens, livres, podemos fazer nossas escolhas. Mesmo que nem sempre elas sejam as corretas.

— Acho que está na hora de eu ir embora. — Felix anuncia, com o seu tom de voz baixo e constrangido, afastando-se de mim.

Me sinto idiota, não é isso que eu quero, eu quero ele.

Felix fica de pé, ainda envergonhado. Ele olha para os lados, constrangido, tenta sair, se afastar, mas eu não permito, não desta vez. Mesmo que eu me arrependa no futuro, mesmo que eu me machuque, mesmo que seja a escolha errada, eu a faço, porque não aguento mais fingir que eu não quero, que eu não o desejo, que não sinto nada.

       O impeço de ir embora.

— Espera. — eu agarro a manga da sua camisa. — Não vai agora.

Felix olha para minha mão apertando sua roupa, sem entender direito. Em seguida, seus olhos vão em direção aos meus, o brilho que ilumina o seu olhar é cada vez mais forte. Nos olhamos por um tempo, loucos um pelo outro, até ele voltar ao lugar em que estava.

A tensão entre nós chega a ser palpável, a energia que emanamos está em perfeita sintonia e preenche todo o local. Seus olhos capturam os meus como em uma conexão de almas. Seu olhar vai descendo em direção aos meus lábios e o meu também vai aos seus em uma resposta imediata. Nós dois queremos isso mais que qualquer outra coida, não é errado duas pessoas se quererem tanto assim, mas causa medo no fim das contas.

Yongbok pega a minha mão da sua camisa e a retira. Por um segundo, eu penso que ele vai me afastar de vez e ir embora. Mas pelo contrário, ele usa isso para me puxar para mais perto, agarrar-me pela nuca e selar seus lábios aos meus.

Meu coração quase sai pela boca, eu nunca estive tão nervosa e ele percebe isso, porquê depois daquele selar de lábios, ele fica apenas roçando seu nariz no meu, como uma forma doce de me provocar. Sem aguentar mais isso, é a minha vez de fazer algo. Eu me afasto dele apenas para passar as pernas em volta do seu corpo e sentar-me em seu colo, não de uma maneira atrevida, nada além de como foi no passado.

O mesmo sorriso sorrateiro volta ao seus lábios outra vez. Eu tenho um deja vu.

Felix envolve suas mãos em minha cintura por debaixo do moletom e eu deslizo uma das minhas mãos pelo seu corpo, fazendo uma trilha do seu peitoral até ir de encontro à nuca, o trazendo para mim enquanto a mão livre agarra no seu ombro. Eu uno meus lábios aos dele outra vez de forma suave, sentindo meu coração bater mais rápido. Felix cede ao nosso beijo como quem só o momento importa, é o mesmo para mim. Nada mais na face da terra importa agora que não seja o beijar. Nada importa, somos ele e eu, nós dois e nada mais.

Seu beijo parece diferente, melhor, com mais paixão e desejo. Sentimentos claros e intensos. Eu poderia beijá-lo por horas sem cansar e realmente quero isso. Não quero me afastar dele nunca mais. Não quero me afastar dos seus toques que me fazem suspirar entre os seus beijos quentes.

Eu o amo, o que mais posso fazer?

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