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037 - Absolutamente tudo sobre você

O OMBRO DE FELIX CONSEGUE SER estranhamente aconchegante. Digo, ombros são apenas ossos cobertos por uma camada de pele, não existe muita carne neles, então como podem ser tão gostosos para se tirar um cochilo?

       Não sei, talvez tenha sido o sono, ou talvez apenas a carência. Seja o que for, aquele foi o melhor cochilo que eu tirei. E eu me aproveitei daquilo, fingi que estava dormindo e caindo só para que ele me segurasse pela cintura. Eu não me arrependo de nada, faria tudo outra vez.

       É, estou sempre me contradizendo.

       Lembro como se fosse ontem o dia em que Felix me beijou pela primeira vez, na estufa, de como eu disse que nunca mais aconteceria e a minha lembrança seguinte é justamente de nós dois dando amassos antes da minha aula. Ou a vez em que eu disse que tinha o superado e logo depois estava chorando e bebendo sozinha na banheira. Teve também a vez mais recente, na qual eu digo que vou dar espaço a ele e depois estou fingindo cair de sono para que ele me agarre ao seu corpo.

       Pergunto-me se estou ficando louca, se sou hipócrita, dominada pelos meus sentimentos impulsivos, ou se tenho transtorno bipolar.

       Acredito que a terceira opção faz mais sentido, realmente sou controlada pelos meus impulsos. Se eu fico chateada, me fecho; se me estresso, posso ter um surto; se meu coração acelera, fico completamente idiota, apaixonada.

       E por falar em paixão...

       — Cara, você está ferrado. — rio do meu amigo.

       — O pior é que eu sei. — Yeosang se lamenta, sabendo que não há escapatória. — Mas o que eu posso fazer? Eu estou apaixonado, que merda!

       — É amigo... — eu toco seu ombro. Eu me pergunto a mesma coisa, todos os dias. O que eu posso fazer? Não tenho como tirar Lix da minha cabeça. — Você se meteu em um beco sem saída. Mas me diz, quando eu vou poder conhecer ela?

       — Ainda é cedo, só vai rolar uma apresentação formal quando a coisa realmente ficar seria. — ele dá uma desculpa para não falar detalhes do seu novo amor. — Você é tipo, como uma irmã para mim, então apresentar alguém para você é como apresentar à minha família.

       — Eu não sei se você está apenas sendo a pessoa mais adorável do mundo, ou se está me enrolando. — digo, confusa de suas intenções.

       — Você me acha adorável? — ele pisca os olhos repetidas vezes, mas nem ele aguenta a cena e cai na gargalhada. — É muita pressão, você sabe que a sua opinião me importa muito.

       — Por que? — questiono. — Eu sou apenas uma amiga curiosa, não sou águem importante.

       — Tá de brincadeira? Você consegue ler as pessoas como ninguém. — ele argumenta. — É sério, não teve uma namorada minha que você não gostou e tenha dado certo. Sempre que uma pessoa nova se aproxima e você diz que não vai funcionar, a gente quebra a cara com essa pessoa. Tenho até medo de me apaixonar mais e te ouvir dizer que não vai dar certo.

       — Não coloque tantas expectativas em mim, lembra que eu gostava da Bomi e vocês dois não deram certo?

       — Sim, mas o problema foi somente a distância. Ela é uma pessoa incrível, ainda nos falamos de vez em quando. O que importa é que você julga caráter muito bem.

       — Fica tranquilo. Se a sua namorada nova não for uma boa pessoa, aí eu não te conto. Não vou acabar com o seu relacionamento.

       — O que? Claro que não. Eu quero saber!

       — Está bem. Então eu prometo que se eu sentir que ela não é a pessoa certa para você, contarei. Com uma condição... — sugiro um acordo. — Quero que me diga o nome dela.

       — Como diz Jisung, "eu prefiro ter a experiência". — ele se nega a me contar.

       Eu fico sem a minha resposta.

       Me sinto frustrada, mas me obrigo a deixar isso de lado. Acordei com bastante energia hoje, praticamente capotei no início da noite, então eu estou livre de sono e de estresse. Se deixarmos a parte em que Yeosang não conta para mim, a sua melhor amiga, o nome da namorada apenas para me deixar curiosa, me  sinto perfeitamente bem e feliz com a vida.

       Quando Mina chama manhosa pelo outro Kang e ele sai para ajudar, eu fico sozinha. Eu retiro o celular do bolso, não tem internet, mas há coisa melhor, uma câmera. Provavelmente gastarei todos os meus gigabytes de memória, mas tirarei fotos de tudo de belo que encontrar. Faço fotos do sol, das árvores, das montanhas, a fogueira quase apagada, Mina sujando Yeosang com a pasta de pimenta e ele a sujando de volta, Hyunjin e Jeongin agarradinhos embaixo da luminária de teto na porta do chalé, há fotos minhas também. Faço uma pose para algumas selfies com a vista das montanhas, até que, em uma delas, Felix surge fazendo um biquinho.

       — Oi, você está aqui! — cumprimento o Lee.

       — Você estava procurando por mim?

       — Não, é que eu ainda não tinha te visto hoje. — digo, para matar o tempo. — Ah, obrigada pelo ombro amigo. Tirei um bom cochilo.

       — Eu não sei como você conseguiu dormir com a cabeça no meu ombro, mas que bom que não foi desconfortável. — ele diz. — O que você está fazendo? — ele pergunta.

       — Apenas tirando algumas fotos, recordação. Quer dar uma olhada? — pergunto. Ele diz que sim com um balançar de cabeça, então passo o celular para ele. — São só algumas fotos que eu tirei agora, não é lá grande coisa, eu só... apertei um botão e pronto.

       — Elas são lindas. — elogia. — Fofos. — ele diz, quando vê a foto que tirei de Hwang e Yang.  — Suas fotos são bonitas. Se não der certo como advogada, quem sabe fotógrafa?

       — Não acho que minhas fotos sejam tudo isso, mas fico feliz que tenha gostado. — eu agradeço. — E espero realmente dar certo na advocacia. — completo. — Mas mudando de assunto, você vai fazer alguma coisa agora?

       — Agora não. — ele responde, depois de pensar um pouco. — Por que a pergunta?

       — É que eu estou pensando em dar uma volta pelo lugar. — comento com ele. — Jeongin contou que tem uma cachoeira aqui por perto, pensei em ir e tirar mais algumas fotos. Você estaria afim de ir comigo?

       — Como ele descobriu essa cachoeira se nós chegamos aqui ontem à noite? — Felix duvida.

       — Hyunjin foi quem reservou o chalé, ele deve ter descoberto com o proprietário. — crio uma teoria. — Mas, você quer vir comigo?

       — Claro, vamos. — ele concorda. Antes de sairmos, avisamos aos demais sobre dar uma volta para então seguir o caminho em direção a onde o casal me disse estar a cachoeira.

       O caminho é calmo e tranquilo, com algumas pequenas flores colorindo a grama. O inverno está começando e o clima varia muito durante o ano inteiro, mas o horário agora, depois das dez da manhã, é sempre mais quente. As flores ainda estão aqui, colorindo tudo. Mas logo não estarão mais e a cachoeira pode congelar, dependendo do quão frio este inverno seja, então irei aproveitar para tirar fotos dela enquanto posso.

       A paisagem é linda, cheia de azul, lilás, rosa, vermelho, amarelo e outras belíssimas cores. Eu fico empolgada, querendo muito poder encontrar logo a cachoeira, o lago e tirar muitas fotos de lá. Ando saltitante, feliz, até que, de repente, tropeço nos meus próprios pés e entre os galhos no chão. Quando noto, já estou caída de joelhos no chão, com a roupa cheia de terra.

       — Você está bem? — o moreno pergunta depois que dou um grito, abaixando-se para ficar da minha altura.

       Não dói muito, está machucado sim, mas não ao ponto de ter quebrado ou torcido o tornozelo. Porém, mesmo assim, eu quero me beneficiar da situação, assim como fiz na noite passada e usar isso ao meu favor.

       — Está doendo. — faço drama.

       Ele tenta tocar o meu tornozelo, mas antes que encoste, dou outro gritinho de dor, fazendo ele se afastar antes mesmo de encostar em mim. Acho que pode ter percebido que estou mentindo agora.

       — É melhor nós irmos embora, acho que você precisa ir ao hospital. — ele diz, apenas querendo acabar com meu barato, ele já percebeu que finjo.

       — Não, não vamos. Eu quero ver o laguinho.  — imploro. — Vou ficar bem se tiver repouso, não é caso de hospital.

       — Tem certeza? Talvez você tenha que voltar do passeio mais cedo, talvez até mesmo ir para casa. — ele brinca, mas brincadeira tem hora.

       — Sim, tenho. — eu informo. — Quando a gente voltar eu peço a Minho para me examinar.

       — Yumin, ele está se formando oftalmo.

       — Se ele tem "medicina" escrito na bio do Instagram, ele tem que me provar que sabe alguma coisa! — argumento.

       Felix ri, me ajudando a ficar de pé.

       Sacudo a terra da minha calça moletom lilás, mas não sai totalmente. O dia hoje está bem mais quente que ontem, mas eu ainda sinto um pouco de frio, deve ser por causa da latitude, então vesti uma roupa quentinha hoje, mas não tão grossa como a de antes. Eu dou mais uma limpada nos meus trajes de clima bom; nem frio, nem calor.

       Confesso que fico surpresa ao ver Yongbok se ajoelhar no chão, me pedindo para subir em suas costas e ele me carregar. Mas ignoro a confusão e assim faço, subo nas costas dele e me agarro ao seu pescoço. Eu me surpreendo, mas não recuso, não sou tão boba. Enquanto ele me carrega, deito a cabeça em suas costas por alguns segundos. Ele está usando um colete de tricô azul que coça meu rosto, então não consigo evitar de coçar a minha bochecha no agasalho mesmo. No momento em que o meu rosto ergue-se enquanto se esfrega no colete, o cheiro embriagante de Felix invade as minhas vias nasais.

       Não percebi isso ontem — como poderia se eu estava quase caindo de sono? —, mas é diferente, o seu cheiro está diferente. O aroma de baunilha e rosas brancas de antes agora não existe mais, o seu corpo atualmente tem um cheiro, ainda bom, de uma mistura entre morango, leite e mel, que combina perfeitamente com o cheirinho do seu shampoo com cheiro de bebê.

       Quando percebo, estou apertando o colete entre os dedos da mão direita e a minha cabeça continua deitada nele, com a gola da camisa que o moreno usa por baixo do tricô roçando à ponta do meu nariz.

       — Você mudou de perfume? — pergunto.

       — Por que você está me cheirando? — ele responde com uma pergunta, parando de andar.

       — Eu não estava te cheirando, é que estamos tão perto que dá para sentir daqui. — minto.

       Ele parece se convencer da resposta, já que volta a andar e sorrir, sem carregar a expressão de dúvida e talvez, arrisco dizer, susto. Entendo como parece meio estranho alguém te cheirar do nada e perguntar se mudou de perfume. Sem perceber, entrego que já conhecia o antigo de cor.

       — Não é o perfume, ele continua o mesmo desde sempre, é um hidratante corporal.

       — Sério? — pergunto duvidosa.

       Encosto nele outra vez, mas só consigo sentir o cheio do hidratante, então me inclino um pouco mais, até alcançar seu pescoço e o cheirar. Eu não encontro o cheio característico do seu perfume de antes e ainda quase quebro o nariz quando Felix para violentamente de andar e colidimos.

       — O que você está fazendo? — ele questiona, um pouco assustado.

       — Testando. — respondo a pergunta.

       — Me testando? — Lee questiona, rindo de nervoso.

       — Não, o seu cheiro. — o corrijo. — Eu não estou sentindo mais o cheirinho de baunilha e rosas brancas. E antes de mais nada, não me julgue, eu lembro porque éramos grudados.

       — Tá legal. — ele ri, voltando a caminhar. — Eu não passei o perfume, Yumin. Ainda é manhã, quem faz isso?

       — E existe hora para passar perfume?

       — Não. — ele responde, se contradizendo. — É só que... eu sei lá, apenas acho estranho passar perfume logo de manhã.

       — E qual é a diferença de passar hidratante?

       — A diferença é que a minha pele tende a ficar mais seca no clima frio. — ele me responde. Eu não sabia disso, talvez por nunca ter passado um inverno ao seu lado antes. Se bem que não é inverno ainda, dá tempo de ele sumir. — Por que nós estamos falando sobre isso mesmo?

— Eu sei lá. — voto a deitar a cabeça nas suas costas, na região próxima do pescoço e ombro. — A gente sempre começa a conversar, emenda em uns assuntos nada a ver e não para nunca.

— É verdade. — ele concorda. — Desde que nos conhecemos, se ficamos calados por muito tempo, você vem com algum assunto aleatório.

— Eu faço isso? — pergunto, curiosa. — Bem, eu acho que gosto de tagarelar com você.

— Sim, eu também gosto. Era bom desde o começo, porque eu ficava nervoso perto de você, nunca sabia muito bem o que dizer porquê ficava com medo de você não gostar de mim. — ele me confessa. — Mas acho que algumas coisas que eu fazia e dizia não ajudava muito também não.

— Você era meio convencido e egocêntrico. — provoco. — Mas eu te aturava mesmo assim. Seu irmão me pagava bem. — brinco com ele.

— Meu...? Ah, Chris. — ele não entende, é aí que me dou conta de que os dois não são mais "irmãos". Sinto que sou insensível. — Eu sei que isso não é verdade. Mas está tudo bem, também gostava de você, da sua loucura. Mesmo que você seja louca de pedra.

— Ya! — eu brigo. — Você adorava ter uma pessoa espontânea igual a mim ao seu lado. Mas me fala aí, o que mais você gostava em mim, senhor "eu sou incrível e todos mentem"? — cito uma frase sua antiga.

— Nós chegamos. — ele diz.

Felix Lee me coloca no chão. Eu arrumo o cós da calça, que acabou por descer um pouco, fico ao seu lado, arrumo o cabelo e contemplo a vista.

Wow. Os meus amigos tinham razão quando disseram que é lindo. É perfeito, ainda melhor do que como descreveram. Tem verde aqui, eu achei que com esse clima, pudesse já estar pintado de branco, mas ainda é nem de longe clima de neve. O tom verde da grama deixa uma sensação de liberdade, a cachoeira que cai entre as pedras e quebra da água me dá a almejada paz.

Rapidamente eu tiro o celular de bolso e o abasteço com fotos, preciso registrar o momento, a paisagem natural divina. Até mesmo o Lee se deixa contaminar pelo clima agradável e me pede para tirar algumas fotos dele, uma coisa que eu já não vejo acontecer faz muito tempo, desde o dia em que Park Minju colocou um monte de merda na cabeça dele.

Poder observá-lo assim, com calma e naturalidade pela tela do meu celular, enquanto fotografo, é bom, eu não parecerei uma estranha por ficar babando por ele enquanto tiro as fotos. Ele é como esta paisagem, um tesouro escondido.

Depois de contemplar a vista, nós nos sentamos na ponte sobre um córrego que se despeja no lago.

— Você ainda não me respondeu, Felix.

— O quê? — ele se faz de bobo.

Ele sorri meio bobo também, enquanto molha a mão no rio, balançando-a devagar na água, formando algumas pequenas ondulações.

— O que mais você gostava em mim naquela época? — refaço a pergunta. — Estou realmente curiosa para saber do que você mais gostava.

Ele fica em total silêncio, parando até de brincar com a água. Felix conserta a postura e olha para cima, deixando os fracos raios solares atingirem o seu rosto.

— Não acho que eu consiga responder a pergunta. — ele quebra minhas expectativas.

— Por que? Não tinha nada para gostar em mim? — inconscientemente, abaixo a cabeça.

Ele parece surpreso com a minha reação. Sua mão vai direto ao meu queixo, levanta meu rosto. Imediatamente desfaço a expressão tristonha, eu não quero que ele me veja assim.

— Pelo contrário, não tinha nada que fizesse alguém não gostar de você. — ele diz, olhando nos meus olhos. — Eu gostava de tudo em você, absolutamente tudo. Eu só não consigo escolher apenas uma coisa.

— Você está me deixando envergonhada! — exclamo, desviando o olhar pra o lado.

— Foi você quem me perguntou, ué.

— Eu sei, mas ainda fico estranha falando sobre essas coisas, achei que você ficasse assim também. Mas você não sou eu.

— Eu sinto que posso falar com você sobre as coisas, independente do que sejam. Isso é bom.

Novamente, abaixo minha cabeça, mas agora, para esconder o sorriso satisfeito em meus lábios. Felix outra vez levanta meu rosto, descobrindo o sorriso que eu tento esconder. Nas suas mãos, percebo que ele carrega uma florzinha amarela, flor a qual ele se encarrega de colocar atrás da minha orelha direita.

— Eu gosto de você, de como a conversa flui bem e vai de coisas engraçadas à coisas sérias em um piscar de olhos. — ele retoma, eu imagino muitas coisas. — Gosto de como você fica com essa cara de idiota sempre que alguém diz algo legal sobre você.

Ele tem que estragar o momento fofo me irritando, típico. Eu o respondo com uma careta, o mostrando também a língua. Você sabe o que dizem sobre esse gesto. Reage, Felix.

— Eu te odeio, cara. — implico com ele.

Eu odeio como você parece ser perfeito. Não existem pessoas perfeitas, então por que faz eu me iludir com essa mentira? Você é, mesmo que não faça ideia disso, cruel.

— Ah, mas também todo mundo me odeia agora. — ele usa tudo o que aprendeu no seu curso de teatro, faz drama. — E eu nem sou o Chris.

— Quanto drama, Felix, sinceramente. — nego com a cabeça.

Felix sorri, voltando a brincar com a agua. Eu tiro mais algumas fotos. O dia está bonito, o lugar é lindo e Yongbok nem se fala, uma obra de arte.

Estarmos juntos agora me faz lembrar do nosso piquenique em Busan. É certo que aqui não é mar, não estamos na areia e nem mesmo temos comida, mas o que me recorda é o que envolve a sensação. Estou feliz, em paz, bem. O vento gelado sopra o meu rosto, mas não incomoda, me deixa esperançosa de que dias melhores estão por vir.

— A minha mãe teria adorado conhecer este lugar. — Lix comenta. — Eu sinto falta dela.

Diante das suas palavras, não sei como agir. A situação é complicada, eu nunca passei por algo assim antes, não sei o que gostaria de ouvir, ou se gostaria mesmo de ouvir algo. Ainda que soubesse, isso não quer dizer que com Felix seria igual. Somos pessoas diferentes.

Por não saber o que dizer nessa hora, não falo nada, opto por apenas deslizar até ele e deitar a cabeça no seu ombro, agarro o seu braço.

— Você quer falar sobre isso? — questiono.

— Eu acho que não. — Lee suspira. — Eu apenas pensei nela por um momento, sinto saudade, mas não quero relembrar o que houve.

— Está bem, você sabe o que é melhor para você. De repente se algum dia você quiser falar sobre, conversar ou desabafar, eu estou aqui 'pra você. Tá bom? — deixo claro que serei seu ombro amigo também, assim como ele foi o meu. — Eu só estou te dando a opção, mas você não precisa.

— Obrigado. — ele dá um sorriso pequeno. — Eu falo não somente por isso, mas por existir.

— Você está exagerando.

— Não é exagero algum da minha parte. Você é uma pessoa extraordinária, Yumin. Só nós dois sabemos de todas as vezes em que desabafei com você, de como você cuidou de mim, o quão boa e generosa você é, do quanto faz e se doa por quem você ama. Não é exagero quando agradeço por ti, por você existir, porque ter você na minha vida é um presente. Eu sou feliz porquê você é você.

Mais uma vez perco a capacidade de formular uma frase à altura. Me deixa tão feliz que o êxtase corta minhas habilidades de reagir e agradecer. O segundo seguinte me faz sentir estranha, mudo a situação para não enrubescer as bochechas.

— O dia está lindo. — eu elogio, tento mudar o fico. — Não acha que é melhor voltarmos logo? A minha barriga já está roncando de fome.

— Ufa, que bom! — ele diz, soltando um suspiro aliviado. — Eu já estava pensando que era algum animal selvagem querendo nos atacar.

— Muito engraçadinho, Lee. — eu brigo com ele, me levanto e sacudo a roupa. — Vem, me carrega. — peço para ele, estendendo os braços.

Felix se nega, ainda estava bravinho por eu ter fingido machucar o pé. Ele diz que não me levará, como punição, mas assim que começa a andar, eu corro até ele e pulo nas suas costas, onde fico um tempo, mas resolvo descer, pois não quero que ele fique com dor nas costas depois.

Nós vamos o caminho inteiro tirando fotos. Não são fotos sérias, eu apenas aperto o botão loucamente enquanto ele corre, faz várias poses engraçadas e até caretas. Apenas representações fotográficas de sua espontaneidade.

Assim que voltamos, nós nos reunimos com os outros, estes que parecem estar apenas nos esperando para podermos comer juntos. A carne assando tem um cheiro magnífico. Nós estamos famintos, então parece ainda melhor.

Assim que fica pronta, pego um pedaço da carne assada e enrolo numa folha de alface com alguns acompanhamentos, em seguida, sirvo direto na boca do australiano. Ele fecha os olhinhos e prolonga um "hmm", insinuando o quão gostoso está.

— Prova o kimchi (김치), está uma delícia. — ele também me serve direto na boca. Realmente, está uma delícia.

— Que lindos, parecem até recém-casados. — Jisung brinca.

Sem saber direito como reagir a brincadeira, resolvemos ignorar. Continuamos comendo e conversando com os outros o resto do dia.

Se fosse verão, teríamos voltado ao lago, feito guerrinha de água, briga de galo, um piquenique e pegado um bronze. Mas como estamos a poucos dias do inverno, nós fizemos chocolate quente e comemos o restante dos marshmallows no chalé. Yeosang também trouxe um baralho, então passamos a tarde inteira jogando. No fim dela, descobrimos como ligar a máquina de karaokê que tinha na sala e fizemos outra rodada de canções. Mina e eu cantamos 'Eyes, Nose, Lips' do Taeyang. Ao mesmo tempo em que é bom, para nós, também é um pouco engraçado. Não preciso dizer que não cantamos sério.

Kang Yeosang canta 'Me After You' do Paul Kim. Às vezes, eu até me esqueço do quão bem Yeosang canta. Penso que todos nós deveríamos o elogiar mais vezes, a sua voz angelical jamais deve ser esquecida. Jeongin e Hyunjin também fazem um duo, cantando 'If It Is You' do Jung Seunghwan. A vibe do grupo está bem para músicas mais lentas e sentimentais hoje, exceto por Felix, Minho e Jisung, que resolvem cantar 'Fancy' do Twice. Depois disso o humor do grupo muda completamente e passamos a cantar uma coletânea de músicas animadas.

O resto da noite se passou conosco comendo como se o mundo fosse acabar e, finalmente, montando um acampamento de verdade sob as estrelas. Só iremos embora na manhãzinha da segunda, então ainda nos resta um pouco de tempo.

Não é possível ver as estrelas assim na cidade, como já constatei quando Lee e eu íamos juntos à colina. Mas se me perguntarem quais foram as luzes mais brilhantes da noite, de fato são as constelações no rosto de Yongbok. Sua pele reluz ao anoitecer, com a resplandecência da lua na sua face perfeita. Ele sorri tão belo sempre que ouve alguma piada boba e, muitas vezes, que não possui nenhuma graça. Lee Felix é adorável de todas as maneiras, aspectos, ângulos e formas possíveis.

Eu estou ferrada, mas mais do que isso, estou completamente apaixonada e perdida pelos seus encantos outra vez, se é que alguma vez eu deixei mesmo de estar.

Não sei o que dizer ou o que fazer sobre isso — os sentimentos — ainda. Como disse para Minho, eu não pretendo investir nisso agora, o próprio Yongbok quem me contou que precisa de tempo e espaço, mas eu também não quero reprimir esses sentimentos. Um dos meus grandes problemas sempre foi esperar demais, guardar demais, acumular muito sentimento, até que uma hora eles simplesmente explodem. Desta vez, eu só espero que quando eles explodirem, não destruam tudo o que eu tanto demorei a construir. Quero poder conseguir me abrir com ele sobre o que estou sentindo outra vez, mas devo esperar o momento certo para isso. E o momento ainda não chegou.

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