ESTRID ERIKSDOTTIR

Gratidão. Era isso que eu sentia por Ragnar Lothbrok, gratidão, ele salvou a minha vida, ele não precisava ter feito aquilo, não era sua obrigação, eu não era problema dele e mesmo assim ele não virou as costas para mim, cresci em uma família de homens, minha mãe morreu quando eu tinha alguns meses de vida, e então quando cresci um pouco meus irmãos e meu pai, achavam que tinham o direito de fazer o que quisessem comigo, me fizeram de escrava, mas tenho sorte de nunca ter sido abusada. Sempre fui a mas forte da família aprendi a lutar por conta própria, e ainda bem que aprendi.

Em um dia desastroso, meu pai e meus irmão chegaram bêbados em casa e começaram a me agredir, eu lutei contra eles e fugi, porém eles estavam em maior número e antes que o pior acontecesse Ragnar apareceu e os impediu, eu me lembro muito bem de suas palavras.

—Você os conhece? — ele me pergunto e eu afirmei que sim.

—São minha família, meu pai e meus irmãos — disse com um pouco de dificuldade.

—Vocês deveriam se envergonhar, ela é a coisa mais preciosa que vocês tem, ou melhor tinham, porque ela vai vir comigo — ele disse.

Desde então eu moro em Kattegat, vi os filhos de Ragnar crescer, me tornei uma boa escudeira, tive meus vários momentos de glória lutado ao lado dele.

—Posso saber no que está pensando? — Rollo o crápula irmão de Ragnar pergunta me atormentando.

Ele é uma praga desde que vim para Kattegat nos implicamos muito, mas ele me irrita ao extremo com seu sorriso idiota.

—Não te interessa — digo me afastando dele.

—Fugindo de mim Estrid? — Ele pergunta eu sinto humor em seu tom de voz.

—Fugindo não, evitando — digo.

—Por que isso? Tem medo de não resistir a mim? — Ele pergunta.

—Resistir a o que? A vontade de socar sua cara? — Pergunto e ouço sua risada reverberar por todo meu corpo mas disfarço, como se tudo isso não me afetasse, jamais deixaria esse idiota saber da atração que sinto por ele, até porque não passa disso, de uma atração.

—Sério? Mas o jeito que seu corpo se arrepiou me dizia outra coisa — ele diz bem perto do meu ouvido, merda! Ele percebeu.

—Só estou com um pouco de frio — minto na cara dura, e ele segura meu braço e me vira para ele, fazendo nossos corpos se chocarem assim como as nossas respirações, me senti ofegante.

—Deixa eu te esquentar então — ele diz bem próximo aos meus lábios — deixa se levar pelo seu sentimento, se entrega ao desejo que está sentindo — ele diz se aproximando cada vez mais e quando senti seus lábios roçarem no meu me despertei do transe que eu estava e o empurrei.

—Nunca! — digo — Isso nunca vai acontecer — falo irritada cruzando os braços igual uma criança birrenta.

—E como vai fazer para lidar com o desejo que sente por mim? — ele pergunta com aquele maldito sorriso no rosto, me deixando ainda mais irritada.