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12. A Extrema Autodefesa

Bucareste, Romênia; 10h

B U C K Y

Pensar demais ainda me mataria, e eu tinha plena consciência disso, mas não podia mais controlar. Eu estava perdendo tempo aqui, nesse lugar. Estava criando laços que seriam difíceis de desfazer quando tivesse que ir embora. Precisava lembrar quem eu era, quem eu já fui, para poder voltar ao meu lugar. A ele… Steve…

Saudade.

Era a primeira palavra, e se encaixava bem nos meus pensamentos. Era o que eu sentia agora, mesmo sem lembrar exatamente do que sentia saudade, mas sabia que sentia. Era a minha constante. O peso de ser um homem dos anos 40 vivendo, sem memória, em dois mil e dezesseis.

Enferrujado.

Era a segunda palavra, e eu definitivamente estava. Se me esforçasse bem, poderia até ouvir as engrenagens do meu cérebro rangendo. Eu estava no limite, principalmente com a parte da Hidra que ainda morava em mim, mesmo que eu me forçasse a também esquecê-la.

Dezessete.

Daquele eu lembrava, mas só por ter lido as antigas fichas, e estas me trouxeram memórias. Eram os últimos dígitos do meu ano de nascimento, e, talvez por coincidência, o meu número na Hidra. Experimento 17, James Buchanan Barnes. Um homem morto. Agora, uma máquina de matar controlada.

Amanhecer.

De todas as palavras, aquelas é a que menos me parecia fazer sentido. A única explicação era intensa. Profunda, e eu não gostava de pensar nela. Minha cabeça doía se o fizesse. Então… Apenas apreciava o amanhecer diante dos meus olhos, o céu azulado e limpo. Uma extrema paz contrastando com o que estava dentro de mim.

— Vamos lá, Bucky. Lembre.

Forno.

Mas que porra aquela palavra significava? É. Definitivamente era a mais sem sentido. Mas… Ligeiramente me fez lembrar dele. Ossos Cruzados. E sua péssima mania de chamar meu processo de lavagem cerebral como “fritar o cérebro”. Poderia se referir a isso? Talvez.

Nove.

Nove cabeças. A Hidra de Lerna. Aquele inferno de organização nazista filha da puta. O pesadelo que eu revivia todas as noites. Eu posso ser um assassino altamente treinado, mas pensar na Hidra ainda faz meu corpo arrepiar.

Benigno.

Eu não era. Eu, Soldado Invernal, não era. Talvez o Bucky Barnes adormecido dentro de mim e que estava despertando lentamente. Talvez o Steve Rogers a quem eu tinha que retornar. Talvez o Isaac Miyaki que tentava de todas as formas me mostrar que a vida ainda podia ser boa, com suas previsões de futuro estranhamente certas. Ou talvez ela. A mais insuportável surpresa que a Romênia me trouxe. Alice Nikolaev.

— Não pense nela, pense em você. Se concentre.

Retorno.

E então a imagem foi feita na minha mente. Eu, Rogers e muitos outros homens caminhando por uma estrada lamacenta, o céu azul como o daqui agora estava, após uma noite de chuva. Nós, voltando para a base do exército após ficarmos presos na base da Hidra. Uma pequena e miserável parcela de esperança antes de todo inferno acontecer novamente, e pior.

Um.

Eu. O primeiro soldado a qual a Hidra obteve completo sucesso. É claro, isso até eu começar a recobrar minha memória e eles terem que começar a me fritar para me fazer esquecer.

Vagão de Carga.

Esse eu já sabia. Sempre me lembrava da mesma cena. Despencar daquela altura, daquele vagão, direto para o rio que me deixou congelado, a mercê, entregue, para posteriormente ser resgatado, mas não por quem eu queria. Ainda podia lembrar do olhar desesperado de Steve, seu grito agonizante. O meu grito agonizante, e conseguia sentir como o meu coração havia acelerado naquele momento.

— Não se force. É demais.

Havia lembrado de mais coisas hoje, e aquilo era bom. Era um passo a mais que eu dava. Sempre vinha para a cobertura porque me fazia pensar melhor. Encarar a cidade por cima, mesmo que o prédio não fosse tão alto assim, era bom. Me fazia ver tudo por uma perspectiva diferente.

Suspirei, recolhendo a garrafa de água e o caderno, e abri a porta da saída de emergência, indo para as escadas. Ainda tentava entender o motivo de aquelas palavras fazerem efeito em mim quando alguém as dizia para mim, mas não fazer quando eu mesmo dizia, ou pensava. Queria saber para poder me desfazer daquilo. Desativar, se fosse possível, aquele monstro dentro de mim. Dentro da minha mente.

Mas todos os meus pensamentos se foram, como vapor. Simplesmente sumiram quando desci o primeiro lance de escadas e passei em frente ao apartamento de Alice. A porta estava semiaberta, presa apenas pela correntinha de segurança que, convenhamos, não era nada segura. Alpine estava ali, sentado do lado de fora, me encarando fixamente como fez quando estive lá dentro ontem.

Eu poderia ignorar. Eu deveria ignorar. Aquilo não era problema meu. Ela com certeza deve ter chegado tarde, bêbada, sequer deve ter prestado atenção quando entrou e fechou a porta desse jeito. Mas deixar a porta assim era um risco e tanto, qualquer pessoa pode entrar. E o gato pode fugir… Droga.

— Oi, garoto. Cadê a sua mãe, hm? Aquela desnaturada, te deixou largado, não é? — Converso com ele, me sentindo estranho por fazer isso. E ainda mais estranho quando ele mia de volta. — Vamos resolver isso.

Tiro a luva do braço biônico, puxo a corrente, abrindo a porta, e ponho a luva de volta. Encaro o apartamento, vendo-o perfeitamente organizado, mas com os saltos jogados no chão do corredor. Sigo o caminho até o quarto e empurro a porta, rezando a qualquer deus existente para que ela estivesse vestida. E estava.

Ponho o gato na cama, e ele caminha até a cabeça de Alice, miando para ela. A chamando. Ela dormia tranquila, largada entre as cobertas e travesseiros. A roupa amassada ainda lhe caía perfeitamente ao corpo, e o cabelo bagunçado me fez rir. Ela estava adorável.

Parei de sorrir assim que ela deu sinais de que estava acordando. O gato também parou de miar. Era como se nós dois estivéssemos tensos por sua reação.

— Oi, Pinpin. Está com fome? Mamãe vai pôr ração pra você. — Ela diz, acariciando a cabeça do gato.

Como se quisesse avisá-la, Alpine mia e me olha, e repete o ato outras vezes. Alice não parece entender, e gira o corpo, se sentando na cama. Ainda não havia me visto pela falta de claridade, mas assim que levantou e caminhou até o interruptor, olhou diretamente nos meus olhos, como se um sexto sentido a dissesse que eu estava exatamente ali.

Seu ato seguinte? Um grito, agudo, de puro susto, muito alto. E depois um soco bem no meu nariz. Ela tinha a mão pesada, e era muito mais forte do que eu imaginava. Muito mais. O impulso para trás na minha cabeça não me permitia mentir. O sangue que escorria de mim agora provava isso bem.

— Ah meu deus, o quê… O que porra você está fazendo aqui?

— Você deixou sua porta aberta, maluca! Ai! O gato estava do lado de fora, e em vez de ser eu, poderia ser um assaltante!

— Um ladrão ou um psicopata louco, maluco, doidinho de pedra, que escolha difícil! — Ela zomba, massageando os ossos das mãos. — Porra, Barnes, seu rosto é feito de metal?

— Bem que poderia ser. — Massageio o nariz, sentindo a pele arder, e solto um leve grunhido quando forço a cartilagem do nariz para voltar para o lugar.

— Te machuquei? — Ela pergunta após acender a luz para a mais forte e me ver tentando estancar o sangramento.

— O que você acha?

— Seu nariz está escorrendo. Senta aqui, deixa eu te ajudar. — Diz, com a voz mais calma.

— Depois de um soco desse, é o mínimo.

— Deixa de ser arrogante ou eu dou outro. Senta a bunda nessa cama, agora. — Ordena, e eu obedeço.

Me sento e a vejo ir ao banheiro, se agachando para pegar algo e voltando. Ela apoia a maleta de primeiros socorros na cama e abre, procurando o que queria dentro. Alice põe duas bolinhas de algodão no meu nariz e segura minha cabeça.

— Não tomba, o sangue pode voltar. Fica assim e deixa escorrer no algodão. Vou pegar gelo.

— Não precisa disso tudo.

— Cala a sua boca.

Encolho os ombros e mal tenho tempo de retrucar. Ela sai do quarto, me deixando sozinho, e eu, curioso, olho ao redor. Era um quarto simples. Algumas roupas largadas, possivelmente as que ela ficou em dúvida sobre qual usar ontem, sapatos, muitos papéis na mesa de cabeceira… Tudo extremamente simples. Do jeito dela.

— Aqui. — Diz, forçando o gelo contra o meu nariz. — Acha que cortou muito?

— Não. Machucou internamente, só precisa estancar o sangue. — Digo, começando a sentir um leve gosto de sangue no fundo da garganta.

— Fica de aviso. Nunca mais entre aqui assim. Nem fique plantado no meu quarto como um louco obsessivo.

— Tranque sua porta. Ou ao menos feche.

— Ao menos agora você sabe que consigo me defender. — Ela diz, soltando o cabelo para prender novamente, agora num coque arrumado. Rolo os olhos e sorrio.

— Ainda está chateada com isso? Já pedi desculpas.

— Eu sou rancorosa. — Explica, tirando o gelo quando percebe que o sangue parou de descer.

Alice avalia meu rosto e põe o gelo de volta por mais um tempo, segurando-o ali, enquanto eu mantinha minhas mãos sobre as pernas, esperando, observando. Sua não esquerda apoiava a parte de trás da minha cabeça, suas unhas curtas acariciavam meu couro cabeludo e os dedos passeavam por meus fios. Seu decote estava na altura do meu rosto, e eu me forçava a não desviar o olhar dos seus olhos. Parecia que ela estava me testando, mesmo que eu soubesse que não era nada disso.

— Vou passar uma pomada, espera. — Pede.

Ela pega o tubo e tira um pouco do creme, passando sobre onde possivelmente estava cortado, e em seguida põe uma fita para ferimentos pequenos. Quando termina, Alice aproxima o rosto do meu e dá um rápido beijo no meu nariz. Arqueio as sobrancelhas, encarando a morena enquanto ela age naturalmente, guardando os materiais na maleta.

— O quê? É um beijinho, pra sarar. Ninguém nunca fez com você?

— Não que eu lembre.

— Agora vai lembrar. Espero que melhore logo. — Deseja, e volta a me olhar.

Merda. Eu sabia que estava corado. Eu podia sentir. Seu sorriso convencido só evidenciou ainda mais isso. Droga.

— Vai lavar as mãos. — Pede, indo em direção ao próprio guarda-roupas após apontar o banheiro para mim.

Eu sigo para o banheiro e tiro as luvas, lavando ambas e as secando na toalha do canto após retirar todo o sangue. Encaro o curativo no espelho e torno a pensar no contato recente. Porque ela-

— Barnes, você tem algum remédio para dor em casa? Acho que vai preci-

Ela para de falar assim que vê a mão biônica. O metal opaco mas ainda refletindo a luz da lâmpada permanece nos seus olhos, e depois ela intercala o olhar entre a mão e meus olhos. Ela estava surpresa, mas só isso. Não julgava, não olhava de forma estranha. Era só.. Surpresa.

E eu queria que fosse mais. Queria que ela me expulsasse dali, que tivesse medo de mim. Assim eu poderia me afastar dela sem peso na consciência. Mas ela não teve.

— Uau! Que diferente. — Ela diz, mantendo distância, talvez respeitando o meu espaço. — É o braço todo?

— É sim. — Digo, vestindo as luvas novamente.

— Agora entendi as luvas… Eu achei bonito. — Elogia, e eu sorrio levemente. — Bom, você tem?

— O quê?

— Os remédios. Para dor.

— Oh.. S-Sim, tenho. — Minto. Sabia que não precisaria. Já conseguia sentir o soro fazendo efeito no ferimento.

O que me intrigava agora era saber porque ela não havia ficado em tanto choque com o braço. Porque havia mudado de assunto como se aquilo não fosse nada. E porque diabos aquilo me incomodava. Acho que inconscientemente eu já esperava o julgamento. Já estava tão acostumado com isso que qualquer reação diferente era estranha. Alice não cansa de me surpreender.

— Tudo bem. Espero que melhore logo. E aprenda a lição, mocinho. — Ela diz, caminhando para fora do quarto. Eu a sigo.

— Eu espero que sim. Obrigado, Nikolaev.

— Só Alice, por favor. — Pede. — Obrigada também, Barnes. Pelo Alpine.

— Bucky. — A corrijo.

Não sei de onde vem a vontade, mas algo em mim insiste para lhe dizer. Talvez a vontade em saber se tudo aquilo que eu pensava dela era verdade. Mas para saber precisaria me aproximar.

— Pode me chamar de Bucky.

— Oh, ok. — Ela diz, e parece pensativa. — Jim Barnes... De onde vem o “Bucky”?

— Na verdade é James B. Barnes. — Digo, avaliando sua reação conforme conto. Nada fora do normal. — Um antigo amigo me chamava de Bucky.

— Legal. Não sei de onde o velho Isaac tirou Jim, mas James é bem melhor. — Ela diz, sorrindo.

— É. Vou te deixar fazer seu café. Nos vemos depois.

— Okay! Bom dia, Bucky!

— Bom dia, Alice.

※ ══ • ⊰ Ⓐ ⊱ • ══ ※

A internet quase não me deixa postar, mas aqui.

Deixei um easter egg sobre um personagem aí, hein? Se liguem...

Nos vemos sábado com mais um! 🤍

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