𝔦. 𝔬 𝔰𝔢𝔤𝔲𝔫𝔡𝔬 𝔭𝔢𝔡𝔦𝔡𝔬 𝔡𝔢 𝔞𝔧𝔲𝔡𝔞

Após mais um dia cansativo, enfim posso respirar tranquila sem todas aquelas papeladas para assinar. Mexo os ombros para conseguir tirar aquele incômodo por ficar sentada por horas na mesma posição, este que em segundos some. Já é noite e a movimentação no calçadão ainda é a mesma, caminho calmamente sem pressa para chegar em meu apartamento. Pondero a ideia de ir com o carro para a empresa, mas logo passa quando minha consciência me repreende dizendo serão só alguns minutos de caminhada e seria menos emissão de diversos poluentes ao meio ambiente.

Nos últimos dias vinha me sentindo mais cansada, apesar de não ser fisicamente — já que é meio impossível em minhas condições —, mas sim mentalmente. A empresa vem crescendo cada vez mais rápido e é difícil coordenar tantas filiais multinacionais. Hoje em dia é difícil encontrar pessoas de confiança para deixar um papel de tamanha importância sem a devida supervisão, ainda mais quando se é uma louca desconfiada de tudo e de todos, até da própria sombra. É, a minha vida não é fácil.

Minha empresa é muito importante para mim, tem um legado muito especial. Meus pais — Elizabeth e Jonathan White — foram os criadores de uma pequena organização antes conhecida como "Supernatural Initiative", mas com a morte deles, eu assumi o cargo de líder, expandi a organização e criei as empresas "SPN". Sim, eu sei que o nome é tosco, mas no momento eu estava sem criatividade e hoje em dia me arrependo disso, mas eu até que gosto um pouco, só um pouco mesmo. O pior foi quando me perguntaram qual o nome por trás da sigla, eu fiquei tão nervosa que disse que era a junção dos nomes dos meus falecidos avós e da minha tia em uma bela homenagem, e eu também não esperava que eles perguntassem sobre qual era o nome deles. Susan, Phillip e Nathaly foi o que eu respondi. Até hoje não entendo tamanha curiosidade das pessoas em saber coisas pessoais das outras, eu nem sei o nome dos meus avós! Bom... Agora é Susan e Phillip.

O toque do meu celular me tira dos meus pensamentos do passado e agradeço por isso, nos primeiros anos foi tanta vergonha alheia.

— Como posso ajudar? — atendo ser ver quem é, pois, quando iria fazer isso, um homem esbarrou em mim e meu celular quase foi ao chão. Sem paciência, somente atendi sem ver.

— Soraya... — uma voz ofegante me chama e tenho a impressão de que me é familiar, barulhos altos faz com que eu tire o celular do ouvido para ver quem é. Peter.

Era só o que me faltava.

— Que merda você fez agora, homem? — questiono impaciente e bufo quando mais barulhos são ouvidos. Espero pacientemente ele me responder enquanto escuto sua respiração descompassada junto a passos, o que me faz crer que ele esteja correndo.

— Só... Cala a boca e escuta! — ele pede com a respiração ainda mais acelerada e eu faço uma careta esperando ele pedir a minha ajuda, novamente. Avisto o prédio em que moro e aumento meus passos para chegar o mais rápido possível já que preciso de um banho.

— Que déjà vu de merda. — resmungo revirando os olhos me lembrando de quando ele pediu a minha ajuda pela primeira vez com o Deucalion.

 — Lembra quando disse que se eu o encontrasse, era para te ligar? — sua pergunta me faz paralisar no meio do caminho, porém sou tirada desse torpor quando escuto buzinas e xingamentos para que eu saísse do meio da rua. Murmuro um "merda" conseguindo mexer as minhas pernas para não ser atropelada por esses trogloditas idiotas.

— Você o encontrou? — pergunto ansiosa para saber a resposta, entro no prédio e assinto para o porteiro indo em direção ao elevador, rapidamente clico no botão do último andar, a cobertura. Há anos venho procurando ele, o caçador que matou os meus pais.

— Bom... Tecnicamente sim... — mais alguns barulhos. — Merda!

Escuto tudo atentamente enquanto saio do elevador, indo para a única porta da cobertura, destranco-a entrando logo em seguida ainda ouvido barulhos de luta do outro lado da ligação. Fecho a porta com os pés e jogo as chaves na pequena mesa ao lado, arranco os saltos dos pés com a ajuda dos mesmo e me jogo no sofá esperando Peter terminar sua luta, que acredito eu que esteja perdendo feio.

— Peter? — chamo-o hesitante franzindo as sobrancelhas.

— Es- — sua fala é cortada por um soco, ou talvez um chute no rosto, não sei ainda. Infelizmente, é difícil distinguir apenas por sons. — Espera aí!

— Ah... Ok. — dou de ombros e relaxo no sofá despreocupada. Encaro o teto pensativa ignorando os barulhos vindo do celular. Se Peter tiver mesmo o achado, não vou hesitar ir até onde ele esteja, espero esse momento por anos.

— Vou te mandar a localização por men- — mais barulhos são ouvidos, faço uma careta imaginado o quanto essa surra está feia. — Mensagem.

A ligação cai e eu fico encarando o celular pensando se eu realmente conseguiria pegar a pessoa responsável por um dos meus maiores traumas. Sou cortada dos meus pensamentos com a campainha tocando e eu franzo o cenho confusa pelo porteiro não ter interfonado. Sento-me no sofá para em seguida levantar, quando estou próxima da porta, levo meu rosto em direção ao olho mágico para ver de quem se trata. Meu queixo cai vendo a figura masculina parada, com um sorriso irritante no rosto e acenando para o olho mágico.

— Orion, seu merdinha!

◌𓂂∘˚●．Capítulo novo em comemoração aos 1k!! Obrigada gente, amo vocês!!

◌𓂂∘˚●．Até agora os capítulos foram bem parecidos, mas logo as coisas começam a ficar boas.

◌𓂂∘˚●．Como eu disse nos avisos, os flashback's vão se passar na 3A, então vai ser um capítulo flashback e um no tempo real, nos de flashback sempre estará avisado.

◌𓂂∘˚●．O que acharam? Apesar de não ter nada demais, teve bastante informações sobre a vida da So.