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46.

EMILY SAINZ
📍Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos
"Apenas um susto"

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Silêncio. Era tudo o que me cercava. Minhas mãos estavam frias, meu coração acelerado, e o nó na minha garganta parecia ficar ainda mais apertado a cada segundo que passava sem uma resposta.

O telão repetia o acidente, e cada vez que via o impacto, um arrepio subia pela minha espinha. Ao meu redor, a equipe inteira estava apreensiva. Mesmo que fosse uma garagem rival, todos ali sabiam que, antes de qualquer coisa, ele era um piloto. E quando um piloto sofria um acidente assim, a rivalidade desaparecia e a preocupação tomava conta.

A voz de Carlos soou no rádio, carregada de tensão:

— Ele respondeu? Lando está bem?

O engenheiro da Ferrari demorou um segundo para responder, e esse segundo pareceu uma eternidade.

— Ainda sem respostas, mas os médicos estão a caminho. Volte para o box, Carlos.

Minha respiração ficou ainda mais curta. A falta de resposta me assustava. Isso não era normal.

— Emily… — Rosalina me chamou baixinho, mas eu mal ouvi. —

Meu peito doía, a ansiedade crescia. O pior pensamento possível tentava invadir minha mente, mas eu me recusava a aceitá-lo.

— Eu preciso ver ele — sussurrei, a voz falhando. —

Rosalina envolveu meus ombros em um abraço apertado, tentando me trazer algum conforto.

— Ele vai ficar bem — disse, mas eu não conseguia acreditar até ouvir a voz dele. —

Minutos depois, Carlos trouxe o carro de volta pra garagem. Seu olhar varreu o ambiente até me encontrar, e sem hesitar, ele veio até mim, envolvendo-me em um abraço forte.

— Vai ficar tudo bem — murmurou contra meus cabelos. —

Meus olhos estavam marejados, meu corpo tremia.

— Eu preciso ver ele, Carlos — pedi, sentindo a urgência na minha própria voz. —

Carlos respirou fundo, ainda me segurando.

— Eu sei. Vamos dar um jeito.

— Carlos, eu levo ela pro hospital pra ver ele. A corrida vai voltar e você precisa estar aqui, vou cuidar dela, fique tranquilo — Rosalina garantiu. —

Carlos hesitou por um instante, mas sabia que não tinha escolha. Ele precisava correr, mas também queria estar lá por mim.

— Tudo bem… Me avise assim que souberem de qualquer coisa — ele disse, olhando nos meus olhos antes de me puxar para mais um abraço apertado. —

— Eu aviso — Rosalina respondeu por mim, já segurando meu braço para me guiar para fora dali. —

Mas eu não conseguia sair do lugar. Minhas pernas pareciam presas, minha mente se recusava a aceitar que isso estava acontecendo. As imagens do acidente ainda passavam no telão, e a ausência de qualquer notícia sobre Lando só fazia meu desespero crescer.

— Eu… Eu preciso ver ele, Rosalina — minha voz saiu trêmula, e meu peito doía como se estivesse sendo comprimido. —

— Você vai, mas primeiro precisamos chegar lá. Vamos, Emily — ela insistiu, puxando-me com mais firmeza. —

Meu corpo cedeu, mas meu coração continuava apertado. As lágrimas escorriam pelo meu rosto sem que eu conseguisse controlar.

Carlos me olhou uma última vez antes de voltar sua atenção para a equipe, claramente lutando contra a vontade de vir comigo.

— Ele vai ficar bem — ele disse, como se tentasse convencer a si mesmo também. —

Assenti fracamente antes de Rosalina me guiar para o carro que nos levaria ao hospital.

O caminho foi um tormento. O silêncio só tornava tudo mais sufocante.

— E se for sério, Rosalina? — minha voz saiu embargada, e minha respiração estava acelerada. — E se ele…?

— Ei, não pensa assim — ela interrompeu, segurando minha mão com firmeza. — Ele vai ficar bem, Emily.

Mas nada do que ela dizia me acalmava. O medo era esmagador, sufocante.

— Eu só preciso ver ele… Eu só preciso ver ele, ouvir a voz dele — sussurrei, tentando limpar as lágrimas sem sucesso. —

Rosalina apertou minha mão, tentando me passar alguma segurança.

— A gente já tá indo, logo você vai vê-lo. Só respira, tá?

Assenti, mas respirar parecia impossível quando o medo era tão grande.

O caminho até o hospital parecia interminável. Cada segundo arrastava-se como uma eternidade, e tudo o que eu queria era ter alguma resposta.

Rosalina manteve uma das mãos firmes na minha, apertando de tempos em tempos, como se quisesse me lembrar de que eu não estava sozinha. Mas nada parecia aliviar o peso no meu peito. Minha respiração estava errática, meu coração martelava tão forte que eu podia ouvi-lo nos ouvidos.

A cidade passava borrada pela janela do carro, mas eu não via nada. Só conseguia pensar na imagem do acidente, no carro destruído, no silêncio aterrorizante pelo rádio.

— Ele vai ficar bem, Emily — Rosalina disse, sua voz tentando soar firme, mas eu percebia a preocupação escondida ali. — Lando já passou por tantas coisas, não vai ser agora que ele vai desistir.

Eu balancei a cabeça, apertando os olhos com força.

— Mas e se for diferente dessa vez? — minha voz saiu pequena, quebrada. — E se ele não acordar?

Rosalina suspirou, procurando as palavras certas.

— Eu não vou mentir pra você. Eu também tô assustada. Mas a gente tem que acreditar, tá? Ele vai lutar. Ele sempre luta.

Mas e se dessa vez ele perdesse?

As lágrimas voltaram a escorrer pelo meu rosto, e eu mordi o lábio, tentando segurar os soluços. Rosalina, sem hesitar, puxou-me para perto, abraçando-me como se quisesse me manter inteira enquanto eu sentia que estava desmoronando.

— Só mais um pouco… — ela sussurrou. — Logo você vai vê-lo.

Fechei os olhos, tentando encontrar conforto naquelas palavras. Mas enquanto o carro avançava pelas ruas, tudo o que eu sentia era o medo apertando minha garganta.

O carro finalmente parou em frente ao hospital, mas minhas pernas hesitaram ao sair. Meu corpo queria correr para dentro, mas minha mente temia o que eu poderia encontrar. Rosalina desceu primeiro, segurando minha mão para me puxar junto.

O hospital estava em um frenesi de movimentação, médicos e enfermeiros passando apressados pelos corredores. Cada passo que eu dava parecia mais pesado que o anterior. Meu peito subia e descia em um ritmo irregular, e a sensação de sufocamento só aumentava.

Então, meus olhos encontraram um rosto familiar.

Cisca estava sentada em um dos bancos da sala de espera, as mãos juntas no colo, o olhar fixo no chão. Ao lado dela, Adam Norris mantinha os braços cruzados, a mandíbula travada, como se estivesse segurando o próprio desespero. Quando ela me viu, seus olhos, já vermelhos pelo choro, se encheram de lágrimas novamente.

— Emily… — a voz dela falhou ao me chamar. —

Assim que cheguei perto, Cisca levantou o olhar para mim, e eu vi o quanto ela estava abalada. Sem pensar duas vezes, me sentei ao lado dela, sentindo meu coração bater forte contra o peito.

Olhei para ela e depois para Adam, que mantinha os braços cruzados e a expressão fechada. O silêncio no hospital era ensurdecedor, cada segundo de espera pesando sobre nós.

— Como ele tá? — perguntei baixinho, temendo a resposta. —

Adam respirou fundo antes de falar, sua voz tensa:

— Ainda não sabemos. Os médicos estão com ele. Disseram que vão nos atualizar assim que puderem.

Fechei os olhos por um momento, tentando afastar o pânico que ameaçava tomar conta de mim. Eu queria acreditar que ele ficaria bem. Precisava acreditar nisso.

Cisca, segurou minha mão, apertando com força, e foi impossível conter as lágrimas que começaram a escorrer pelo meu rosto.

— Ele vai ficar bem — sussurrei, como se repetir isso tornasse a realidade mais fácil de suportar. —

Mas o medo continuava lá, me sufocando a cada segundo que passava.

O tempo parecia ter parado ali naquela sala fria do hospital. O silêncio era cortado apenas pelo som distante dos passos apressados dos médicos e pelo sutil murmúrio das máquinas ao redor.

Cisca ainda segurava minha mão com força, como se aquele simples contato pudesse trazer algum conforto em meio ao caos. Adam, ao nosso lado, mantinha a postura rígida, mas eu conseguia ver em seus olhos a mesma preocupação que nos dominava.

— Ele vai ficar bem… — repeti, a voz fraca, quase como uma súplica. —

Cisca assentiu lentamente, mas não disse nada. Não havia nada que pudéssemos dizer que mudaria aquela realidade.

Minhas mãos estavam geladas, meu peito apertado. Cada minuto de espera era uma tortura, e minha mente não parava de reviver a cena do acidente. O impacto, o carro rodando, o silêncio do rádio…

Rosalina se aproximou, trazendo dois copos de café, mas eu mal conseguia olhar para aquilo. Com certeza, nem conseguiria beber.

— Aqui, tenta tomar um pouco. Vai te ajudar. — Sua voz era gentil, mas firme. —

Balancei a cabeça, recusando. Meu estômago estava embrulhado, e a única coisa que eu queria era uma resposta.

— Eu só preciso vê-lo. — Minha voz falhou, e mais lágrimas ameaçaram cair. —

Rosalina suspirou, sentando-se ao meu lado.

— Eu sei… Mas ele está recebendo os cuidados que precisa agora. Logo os médicos vão nos dar notícias.

Queria acreditar nisso, mas a espera estava me destruindo. Eu só queria que alguém saísse daquela sala e dissesse que ele estava bem. Que ele estava consciente. Que ele voltaria para casa.

Mas, por enquanto, tudo o que eu tinha era o medo me consumindo por dentro.

As horas pareciam se arrastar como uma eternidade. Cada segundo sem notícias era mais uma punhalada de angústia. Eu não conseguia parar de encarar a porta, esperando que alguém a abrisse e trouxesse alguma resposta.

Então, finalmente, ela se abriu. O médico entrou, seu rosto sério, mas não carregando uma expressão de desespero. Meu coração bateu forte no peito, e eu me levantei num impulso, sentindo minhas pernas quase fraquejarem.

— Como ele está? — Minha voz saiu aflita, quase sufocada pelo medo. —

O médico soltou um suspiro antes de responder.

— Ele acordou.

O ar finalmente voltou aos meus pulmões, e minhas pernas cederam, me fazendo cair de volta na cadeira. Rosalina rapidamente segurou meu ombro, me dando apoio.

— Ele ainda está fraco, um pouco desorientado, o que é esperado após o impacto que sofreu. Mas, no geral, ele está respondendo bem. Vamos continuar monitorando a evolução dele, especialmente os sintomas relacionados à pancada na cabeça, mas até agora, não há indícios de algo mais grave.

Meus olhos se encheram de lágrimas de alívio, e eu cobri o rosto com as mãos por um instante, tentando controlar o turbilhão de emoções dentro de mim.

— Podemos vê-lo? — Cisca perguntou ao lado do pai, que mantinha uma expressão rígida, mas com o olhar claramente preocupado. —

— Sim, mas apenas um por vez, e por pouco tempo. Ele precisa descansar.

Meu coração disparou. Eu queria ser a primeira a vê-lo, mas ao mesmo tempo sentia que sua família deveria estar com ele primeiro.

O pai de Lando assentiu e, com um último olhar para mim e Cisca, e foi em direção ao quarto.

Fiquei ali, sentada, sentindo meu peito subir e descer em respirações trêmulas. Ele acordou. Ele estava bem. Pelo menos, tão bem quanto poderia estar depois do que aconteceu.

Rosalina apertou minha mão, sorrindo suavemente.

— Ele tá bem, Lily. Ele tá bem.

Assenti, limpando rapidamente as lágrimas que teimavam em cair.

Agora, tudo o que eu queria era vê-lo.

O tempo parecia passar arrastado. Cada vez que a porta do quarto se abria, meu peito se apertava, mas ainda não era minha vez. O pai de Lando saiu primeiro, seguido por sua mãe. Os rostos deles traziam um alívio discreto, mas ainda havia preocupação.

Cisca entrou em seguida, e eu permaneci sentada, inquieta. Rosalina mantinha uma mão em meu ombro, um lembrete silencioso de que eu não estava sozinha, mas nada parecia capaz de acalmar o furacão dentro de mim.

Meu olhar estava fixo no chão quando ouvi passos se aproximando.

— Você pode entrar agora.

Levantei os olhos e encontrei Cisca parada à minha frente. Seu rosto estava cansado, mas havia um pequeno sorriso ali.

— Ele perguntou por você.

Meu coração falhou uma batida.

Meus pés se moveram antes que minha mente pudesse processar. Caminhei em direção à porta, sentindo a respiração pesada, os dedos tremendo levemente. Empurrei a porta devagar, o coração martelando no peito.

E então o vi.

Lando estava deitado na cama, a cabeça apoiada no travesseiro, o rosto ainda marcado pelo acidente. Um curativo envolvia parte de sua testa, e seu braço esquerdo estava imobilizado pelo gesso. Ele parecia exausto, mas, quando nossos olhares se encontraram, um pequeno sorriso puxou o canto de seus lábios.

Meu peito apertou, e um soluço escapou antes que eu pudesse conter.

— Ei… — Sua voz saiu rouca, fraca. —

Eu me aproximei lentamente, sentindo as lágrimas voltarem a encher meus olhos.

— Você me assustou, idiota — murmurei, tentando soar firme, mas minha voz falhou. —

Lando riu baixinho, mas logo fez uma careta, como se sentisse dor.

— Acredite… Não foi minha intenção.

Balancei a cabeça, fungando, e me sentei na cadeira ao lado da cama. Minha mão tremia quando a estendi para segurar a dele, a única livre. Para minha surpresa, ele apertou meus dedos suavemente.

— Você ficou com medo? — ele perguntou, a voz carregada de cansaço. —

Soltei um suspiro trêmulo.

— Eu achei que ia te perder.

Ele fechou os olhos por um instante, como se absorvesse minhas palavras. Quando os abriu novamente, seu olhar estava fixo em mim, mais suave do que eu me lembrava.

— Desculpa.

Eu queria dizer que estava tudo bem. Que o importante era que ele estava ali, respirando, falando comigo. Mas as palavras não saíram.

Respirei fundo, tentando controlar a emoção que ainda apertava meu peito.

— Não precisa se desculpar — murmurei, minha voz ainda trêmula. — Só… só não me dá mais um susto como esse, Lando.

Ele soltou uma risada fraca, mas logo fez uma careta, sentindo a dor da batida.

— Vou tentar… — seus olhos encontraram os meus, carregados de cansaço e algo mais suave. — Mas não posso prometer nada, Emily.

Revirei os olhos, mas meu aperto em sua mão se manteve firme, como se eu ainda precisasse daquilo para acreditar que ele estava ali, comigo.

— Você sempre tem que ser teimoso, né?

Ele abriu um pequeno sorriso.

— Sempre. Faz parte do charme.

Soltei um suspiro, deixando meu polegar deslizar levemente sobre a pele dele.

— Você me assustou de verdade.

Lando ficou em silêncio por um momento, observando meu rosto com um olhar mais sério.

— Eu sei. Mas estou aqui agora.

Assenti, mordendo o lábio para segurar mais um soluço. Ele estava aqui. Vivo. E, por agora, isso era tudo o que importava.

O silêncio entre nós não era desconfortável, mas carregava o peso de tudo o que havia acontecido. Meu olhar permanecia fixo no rosto dele, tentando encontrar qualquer sinal de dor além do óbvio, qualquer coisa que me fizesse entender o que se passava dentro dele.

Lando suspirou, desviando o olhar por um instante, como se estivesse processando tudo.

— Foi pior do que eu pensei, né? — sua voz saiu mais baixa. —

Engoli em seco, sentindo meu coração apertar novamente.

— Foi. Você não respondeu na hora… eu achei que… — minha voz falhou, e eu precisei respirar fundo para continuar. — Eu achei que poderia ser muito pior.

Ele apertou minha mão de leve, como se tentasse me lembrar de que estava ali.

— Ei… mas não foi. Eu tô aqui.

Assenti, mesmo que ainda sentisse um medo irracional de soltá-lo.

— Eu sei. Mas ver aquilo… saber que você estava ali, desacordado… Lando, eu nunca me senti tão impotente na minha vida.

Ele piscou devagar, absorvendo minhas palavras.

— Eu sinto muito por ter te feito passar por isso.

— Só não faça de novo.

Ele soltou uma risada fraca.

— Eu já disse que não posso prometer nada.

Revirei os olhos, mas um pequeno sorriso apareceu no canto dos meus lábios.

— Você continua um idiota.

— E você continua se importando comigo.

Eu não respondi, apenas baixei o olhar para nossas mãos unidas. Sim, eu me importava. Talvez mais do que deveria. E essa era a parte que me assustava mais do que qualquer batida em alta velocidade.

¤¤ 🇪🇸 ¤¤


Encarei-o dormindo, tão genuinamente, com a expressão serena. Cada detalhe nele me prendia, como se minha atenção não pudesse estar em mais nada além disso. Quem diria que, em menos de vinte e quatro horas, ele me daria tantos sustos?

Mas estar ao lado dele, simplesmente por estar, era algo que, de alguma forma, me acalmava. Ao mesmo tempo, me deixava ainda mais confusa.

Suspirei baixinho, apoiando o rosto na mão enquanto o observava. Seu peito subia e descia em um ritmo tranquilo, como se estivesse longe de qualquer preocupação. Um contraste gritante com o caos que ele causava em mim.

Um movimento leve me fez perceber que ele começava a despertar. Seus olhos piscaram devagar antes de se abrirem por completo, encontrando os meus.

— Você me vigiou a noite toda? — ele perguntou, a voz ainda rouca de sono. —

Desviei o olhar por um segundo, sem saber exatamente o que responder.

— Alguém precisava ter certeza de que você não ia arranjar mais problemas dormindo.

Lando sorriu de canto, aquele sorriso preguiçoso que fazia meu coração falhar uma batida.

— Eu gosto da ideia de você cuidando de mim.

Revirei os olhos, cruzando os braços.

— Não se acostume.

Ele riu baixinho, mas seus olhos continuavam presos aos meus, como se quisessem dizer algo que ele ainda não tinha coragem de admitir.

— Tava com saudades de ver você assim… Toda preocupada comigo, dando atenção só pra mim.

Bufei, tentando disfarçar o aperto no peito que as palavras dele causaram.

— Você realmente bateu a cabeça forte, hein? — retruquei, arqueando uma sobrancelha. —

Ele riu de leve, mas seu olhar continuava fixo em mim, mais sério do que eu esperava.

— Tô falando a verdade. Senti muita saudade de você.

Minha garganta se fechou por um instante, mas antes que eu pudesse responder, ele mudou de assunto:

— Mas me conta… Como foram esses meses em Nova York?

Soltei um suspiro, inclinando-me levemente na cadeira ao lado da cama.

— Foram… Intensos. Diferentes. No começo, achei que fosse me acostumar rápido, mas algumas coisas simplesmente não mudam, né?

Ele sorriu de canto.

— Tipo o quê?

Dei de ombros, brincando com a barra da manga do meu moletom.

— Tipo o fato de que, por mais que eu estivesse lá, uma parte de mim ainda sentia falta daqui.

Lando me observou por alguns segundos e, pela primeira vez naquela conversa, ele não fez piada.

— E sentia falta de mim também?

Soltei um suspiro, desviando o olhar.

— Lando, não confunda as coisas…

— Eu sei, Lily. Eu sei que errei feio com você, mas… — Ele hesitou, apertando levemente minha mão. — Você sabe que podem passar mil anos, e meu coração ainda vai ser seu. Me desculpa, mas é a verdade.

Engoli em seco, sentindo o peso das palavras dele. Parte de mim queria acreditar, queria me deixar levar, mas outra parte ainda se protegia, ainda sentia as feridas do passado.

— Você acha que ainda temos alguma chance? — Sua voz saiu baixa, quase um sussurro. —

Fechei os olhos por um instante antes de responder.

— Lando… Vamos com calma. Não faz nem vinte e quatro horas que nos reencontramos.

Ele assentiu devagar, mas não soltou minha mão.

— Eu sei. Não tô pedindo nada agora. Só queria que você soubesse o que eu sinto.

O silêncio se instalou entre nós, mas, dessa vez, não era desconfortável. Era carregado de tudo o que não precisávamos dizer em voz alta.

Depois de um tempo, Lando soltou um suspiro e abriu um pequeno sorriso cansado.

— Você ainda tá aqui, isso já significa alguma coisa, né?

Balancei a cabeça, soltando um riso fraco.

— Talvez.

Antes que pudéssemos dizer qualquer coisa, a porta do quarto se abriu de repente, e Charles e Carlos entraram como uma tempestade, do jeito exagerado deles.

Soltei rapidamente a mão de Lando, afastando-me um pouco, como se nada tivesse acontecido. A última coisa que eu queria era dar motivo para aqueles dois começarem a perturbar ainda mais.

— E aí, nosso campeão, tá melhor? — Carlos perguntou, encostando-se à parede com os braços cruzados. —

— Tô, só com um pouco de dor no braço, mas continuo firme e forte — Lando respondeu, dando de ombros. —

Charles soltou um assobio baixo.

— Você e essa mania de sempre querer se mostrar durão. Sabemos que tá morrendo de dor aí.

Lando riu de leve.

— Não posso dar esse gostinho pra vocês.

Carlos revirou os olhos, mas o sorriso em seu rosto mostrava o alívio por ver o amigo bem.

— Você deu um baita susto em todo mundo — ele comentou, o tom mais sério por um instante. —

Lando assentiu, olhando para os dois.

— Eu sei… Foi pior do que imaginei.

O silêncio pairou brevemente no quarto. Charles pigarreou, quebrando a tensão.

— Mas, pelo menos, você teve uma enfermeira particular enquanto estávamos esperando notícias — ele disse, lançando um olhar divertido na minha direção. —

Senti meu rosto esquentar imediatamente.

— Não começa, Leclerc.

Carlos riu, balançando a cabeça.

— Pelo visto, nossa presença atrapalhou alguma coisa.

Lando apenas sorriu, sem negar nada.

— Nada que eu não possa continuar depois que vocês saírem.

Bufei, cruzando os braços.

— Vocês são insuportáveis.

— Que nada, é apenas a verdade — Charles respondeu com um sorriso travesso. —

Estreitei os olhos para ele, cruzando os braços.

— A verdade você vai ver quando eu bater na sua cara, Leclerc. Primeiro, você usou a P de cupido e ela nos contou tudo. Não nega, porque eu sei! Agora vem com essas gracinhas? Você tá pedindo pra apanhar!

Carlos gargalhou ao meu lado, já prevendo o caos.

— É hoje que o Leclerc sai com um roxo no olho.

— Ei, calma lá! — Charles levantou as mãos em rendição, tentando conter o riso. — Eu só queria ajudar… E, convenhamos, ajudou, não?

Lando apenas observava a cena com um sorrisinho satisfeito no rosto, claramente se divertindo com a situação.

— Eu vou te ajudar a correr de óculos escuros no seu casamento se continuar enchendo, isso sim! — ameacei, avançando um passo na direção dele. —

— Tá bom, tá bom! Vou parar! — Charles levantou as mãos, ainda rindo, mas o brilho travesso nos olhos deixava claro que ele ainda não tinha terminado. —

Carlos balançou a cabeça, se divertindo.

— É, Leclerc, acho que dessa vez você foi longe demais.

Lando, por outro lado, continuava relaxado, com um sorriso satisfeito no rosto.

— Bom, eu não vou reclamar. Tô gostando desse novo lado da Lily.

Revirei os olhos, cruzando os braços.

— Vocês todos são um bando de idiotas.

— Mas você nos ama — Charles rebateu, piscando. —

— Não testem minha paciência — avisei, apontando o dedo para os dois. —

Carlos riu, jogando um braço ao redor dos ombros de Charles.

— Melhor a gente dar uma volta antes que ela cumpra a ameaça, hein, Leclerc?

— Acho uma ótima ideia — ele concordou rapidamente, dando um passo para trás. —

Esperei os dois saírem antes de soltar um suspiro cansado e me virar para Lando, que ainda me olhava com um ar divertido.

— Você atrai confusão, sabia?

Ele riu baixinho, ajeitando-se melhor na cama.

— E você adora se meter nela, não adianta negar.

— Pode passar o tempo que for, mas você não muda, né, Norris? — retruquei, cruzando os braços. —

Ele sorriu de lado, aquele sorriso despreocupado que sempre me irritou e, ao mesmo tempo, me desarmou.

— Não. Assim como meus sentimentos por você, Arabella.

Meu peito apertou. A forma como ele disse aquelas palavras, sem hesitação, sem rodeios, fez meu coração acelerar de um jeito irritante.

— Lando…

— Não precisa dizer nada — ele me interrompeu suavemente. — Só queria que você soubesse.

E, naquele momento, percebi que ele ainda era o mesmo Lando por quem me apaixonei.

001. Voltei!!! Autora está com alguns problemas por isso do sumiço, mas agora que meu foco é só aqui, peço que batam a meta para mim voltar o quanto antes amores.

002. Desculpa qualquer erro ortográfico. Espero que estejam da Fanfic.

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