FESTA PRÉ-NACIONAL
Tudo parecia tão estranho, todas as garotas do time estavam tensas, o ar do ambiente não era um dos melhores, o vestiário por mais que seja grande com espaço suficiente para todos, parecia que aquele lugar era minúsculo apertado.
Maya sentia o ar de seus pulmões poucos, Toni que estava ao seu lado a ajudava, arrumando a mochila da mais nova que permanecia em silêncio.
Por um momento, a Carson se perguntou-se por acaso tivesse contado a Jackie sobre o plano de Taissa teria evitado o que aconteceu, ou então se ela não fosse tão descuidada com a lesão que tinha, ela treinasse nesse exato dia, evitaria tudo, Allie só foi marcada de frente por Taissa porque Maya não podia jogar.
— Não é culpa sua, você sabe disso, então para de pensar tanto – A voz de Toni era baixa e suave, somente Maya podia escutar a fala da amiga.
— Eu sei...
A atenção das garotas foi para Jackie tomando a frente ali no vestiário, olhares de algumas garotas foram para a capitã, Maya foi uma delas, para dispensar os pensamentos ruins que surgiam em sua mente.
— Eu sei que tá todo mundo preocupado com a Allie. Mas pode não ser tão ruim quanto parece. – Jackie tenta aliviar o clima, mas não adianta muito, em resposta Natalie fica com mais raiva, Taissa mais culpada, e Maya mais perturbada.
— Dava pra ver a porra do osso dela, Jackie. – A voz de Natalie saiu com uma falsa simpatia, a Carson passou os dedos pelo próprio cabelo irritada, ela se sentia culpada, o motivo de se sentir culpada? Nem mesmo ela sabia. — Eu tenho certeza que é tão ruim quanto parece.
— Meu Deus, eu vou vomitar. – Van, a goleira do time fala enquanto se inclina um pouco pra frente,
Se fosse em outras condições, as meninas fariam piadas com Van e seu estomago fraco, que não conseguia ver sangue e nem imaginar em algum animal sendo morto, mas agora, Maya empurra para a ruiva com o pé um balde, que a goleira rapidamente agarra e agradece.
— Ok, eu quero dizer, ainda somos um time. E ainda temos umas às outras. – As meninas escutam aquilo e algumas concordam, Maya apenas revira os olhos enquanto se levanta, a bota em seu pé atrapalha um pouco seus movimentos, mas não ao ponto dela não conseguir sair dali.
— Claro capitã, não podemos esquecer que também colegas que queria desligar umas às outras do jogo. – Jackie olha rapidamente para Maya que já saia do vestiário, para sua infelicidade, seu namorado esperava ela mais a frente.
— E Deus escreve certo por linhas tortas. – Laura Lee tenta aliviar o clima com uma frase de Deus, porém isso só deixa Natalie com mais raiva.
— Bom trabalho Taissa – o olhar de todas vão para a garota que saia com raiva dali.
Já Taissa solta um suspiro culpado, passa as mãos pelo rosto e começa a duvidar das suas escolhas. Ela não tinha feito por querer, porém se ela não tivesse decidido marcar Allie, nada disso teria acontecido.
A Scatorccio apenas saiu para não escutar mais nenhuma besteira, mas ela não esperava ver mais à frente enquanto queria sair dali o mais rápido possível, Maya e o namorado perfeito dela, Louis, discutindo. Aqueles dois eram o casal perfeito, eram o casal que concorria como rei e rainha do baile, e com certeza ganharia, então, por que diabos os dois iriam brigar?
Natalie não ficou para saber, mesmo a curiosidade batendo forte no peito, ela apenas virou as costas e saiu por outro lado. Saindo da escola e entrando no estacionamento, que aliás, era o caminho mais longo até o beco que os alunos usavam para fumar.
— Dia difícil? – A princípio, a loira se assusta com a voz e a pessoa que estava sentada em cima de um carro com um cigarro nos lábios, porém logo reconhece como um dos gêmeos Carson, ela não sabia qual era, mas sabia que era um. — Mikael. – O garoto aponta pra si mesmo com a mão livre. — É fácil diferenciar, olha, Mitchell é o que parece delinquente, com tatuagem e sempre vive com um gorro na cabeça, mas é certinho demais, ele é camisa 23 do time de basquete, eu, Mikael, sou o cara com mais cara de certinho, posso ter essa carinha, mas fumo, bebo, e as vezes, posso usar uma dessas porcarias em festa, uso a camisa 22 no basquete. Além de que Mitchell vive com Maya, que diferente de mim vivo com Nathan, sacou?
— Por que tá me contando isso? Eu tô pouco me fudendo pra você e seu irmão. – Nat rebate grosseiramente, Mikael apenas faz uma careta enquanto dá um trago no cigarro, sem se importar que ainda estava em lugar público e que alguém da direção poderia ver.
— Bom, normalmente eu gosto de saber o nome das pessoas que eu vou oferecer um cigarro e chamar para fumar junto. – O garoto fala e logo tira um cigarro novinho para a loira que apenas encara, Mikael estende o aquele pequeno pedaço de papel enrolado em algumas ervas.
Natalie não perguntou o motivo do garoto estar oferecendo o cigarro para ela, ela só aceitou de bom grado por estar oferecendo, logo Mikael dá espaço para a loira se sentar ao seu lado no capô do carro.
Os dois não falaram nada, apenas ficaram em silêncio enquanto cada um fumou 3 cigarros no total.
O quão pau no cu Maya estava sendo, fumando, dançando, e bebendo em uma festa enquanto sua colega de equipe estava na cama de hospital com a perna quebrada?
Ela não sabia e nem queria saber, sua concentração no momento estava em como o cigarro dela apenas restava a bituca, como seu copo de bebida estava quase no fim, em como suas pernas estavam doendo de dançar, e em como seu irmão apenas estava no energético puro e não tocava nada de álcool em sua boca e nada de cigarro ou drogas.
— Deveria parar de beber, sei que quer descontar sua frustração, mas logo você fica bêbada e sabemos muito bem como papai e mamãe são. – Mitchell tira o copo de bebida da mão de Maya que não reclama, ela apenas leva o cigarro aos lábios e traga. — Louis não vai vim, mandei papai e mamãe não contarem que a gente veio na festa se ele aparecer lá.
— A melhor coisa que ele faz é ficar na casa dele, mofando lá pelo resto da vidinha miserável e podre dele. – O garoto arregalou os olhos de surpresa e espanto, ele não sabia que a raiva da irmã estava nesse nível.
Mais a frente estava Natalie e Sammy, ambos com copo de bebida na mão enquanto a loira olhava a movimentação e o garoto olhava as estrelas com tédio.
— Cara, esse lugar é uma merda. O que eu estou fazendo aqui mesmo? – A Scatorccio riu levemente com a pergunta do amigo.
Sammy era do time de basquete, conhecia metade das pessoas que estavam ali, mas ele era tão antissocial, que o maior questionamento que ficou para Nat era; como Samuel Fernandez entrou para o time de basquete, sendo que ele odeia pessoas e lugares cheios?
— Galera. O meu primo arrumou a parada pra gente! – Kevyn surgiu correndo, chamando a atenção dos amigos.
— Você pegou? – A loira perguntou sem demonstrar sua real animação.
— Eu tenho palavras para você minha cara amiga. Lucy in the Sky with Diamond – O garoto mostra um pacote com um comprimido dentro.
— Isso foi muito idiota de se falar, e olha que você é idiota por si mesmo. – Sammy fala enquanto Natalie pegava rapidamente o pacote. — Oh, amanhã vai ser a viagem para as nacionais, não é melhor se manter limpa se pedir teste de urina?
Natalie para por um momento, o comprimido já no dedo para colocar na língua, seu olhar para em Mikael que estava com o irmão mais velho, o gêmeo estava colocando também um comprimido na boca, parecia diferente do que a loira tinha ali, mas também era droga.
— É... – Logo a Scartorccio decide esquecer tudo, ela apenas coloca o comprimido na boca não se importando com mais nada.
Mikael sorri quando vê Natalie com o comprimido na boca e levanta o copo como um brinde.
— Você deveria não usar essas merdas, sabe muito bem que o treinador pode acabar pedindo o exame antidoping, você pode acabar ficando de fora. – Nathaniel tenta convencer o que o irmão estava fazendo era uma grande burrice, mas já era tarde demais.
— Já era. Ali tá tendo uma discussão e Maya está se metendo? – Nathan revira os olhos, pensando que o irmão estivesse tentando distraí-lo, mas logo arregalou o olhar surpreso ao ver que era verdade.
Maya estava andando em direção onde suas colegas de equipe, estavam mais para Taissa e Shauna, discutiam.
— Admita logo que foi de propósito. – Shauna tinha um copo vermelho na mão e estava claramente bêbada, a Carson puxou devagar a Shipman para trás.
— Como é? – Taissa se vira para Shauna, que ainda estava sendo segurada por Maya que não planejava soltá- la até que a colega a empurrasse para longe ou pedisse para soltar.
— Você me ouviu.
— Você tá chapada. – A Turner fala enquanto encara a colega que tentava avançar, mas a mão de Maya a impedia, deste de quando a Carson era tão forte assim? Ninguém saberia explicar.
— E você é a porra de uma sociopata! – As duas avançam, porém a mão de Maya para Shauna, e Van que estava ali juntamente com Lottie, para Taissa
— As duas, parem agora! Se Jack ver isso ela vai dar um sermão em todo mundo por culpa de vocês duas. – Taissa ainda olha para Maya e pensa em sua afirmação.
Natalie chegava logo ali, enquanto Toni e Laura Lee ficavam ao lado de Maya devagar.
— Não. Escuta galera. Não precisamos nos preocupar com o lance da Allie mais, porque Taissa resolveu pra gente. – Toni puxa Shauna para trás devagar enquanto Maya soltava a garota e agora passava o braço em volta da amiga Laura Lee para se apoiar.
— Do que ela tá falando? – Laura Lee pergunta, fazendo Maya suspirar e Natalie responder.
— Ela tá falando do plano de Taissa.
— Ah, por favor. Desde quando você se importa mesmo? – Taissa direciona sua frustração para Natalie que a encara de volta.
— Taissa...– Maya chama como aviso, ela não conhecia Natalie, nunca sequer tinha falado com ela além dos treinos, mas a Carson tinha admiração em como a loira falava e agia sem se importar com as pessoas, Maya tinha o sonho de conseguir ser ela mesma.
— Você não tem um baseado pra fumar, um pau pra chupar? – Foi tudo rápido, Shauan avança, mas Van para ela, Lottie puxa Taissa para trás achando que ela ou Natalie ia bater uma na outra, Laura Lee tem que dá uns passos pra trás com Maya para Shauan não levar a amiga pro chão.
— Não fala assim com ela. – A atenção de Taissa que tinha ido pra Lottie que não havia permitido ela avançar mais em Natalie, agora ia para Shauna que defendia Natalie.
— Vai seu foder, Shauna – Maya suspira irritada enquanto escuta Nat falar, Lottie observa a colega de time atentamente, vendo como Laura Lee não estava conseguindo mantê-la de pé muito bem. — Até onde eu sei, você estava concordando com o plano dela.
— Sério, do que vocês estão falando? – Quando Laura Lee pergunta, Maya ia falar que explicaria direito para ela depois, porém as vozes das garotas se sobressai.
— Cala a boca, Laura Lee!
Toni se prepara para arrumar briga com cada uma ali, mas para assim que sente a garota segurar suavemente seu pulso.
Laura Lee encara Maya, um pedido silencioso para poder acalmar Toni, sabendo que a garota ia avançar em qualquer palavras da colega.
Quando a Carson concordou, a garota saiu, a morena tem uma certa dificuldade de ficar em pé, mas sem falar nada Lottie se aproximou, levando o cigarro que tinha entre os dedos para os lábios e dando um trago.
Maya apenas observou, olhou atentamente para Lottie que a encarou e balançou o ombro levemente.
A Matthews era maior que Maya, mas isso não era um problema, a Carson apenas aproveitou a oportunidade e se apoiou na colega de time que logo ofereceu o cigarro que tinha, a garota não pensou muito, apenas aceitou.
Enquanto Natalie, Shauna, e Taissa quase se matavam querendo brigar, Maya e Lottie observavam em silêncio dividindo um cigarro.
— Alguém precisa levar essa bêbada para casa. – Maya sai de sua mente com a voz de Taissa.
— Repete isso, puta. – Shauna avança, Van coloca a mão no meio não querendo uma briga ali.
— Quer que eu repita agora. – Shauna continua avançando em Taissa, não gostando das palavras da garota.
— Oh, oh, oh, para, para. – Maya fala rápido quando se afasta de Lottie, o pé poderia doer, mas escutar uma bronca de Jackie não estava na dor de cabeça dela hoje.
— Por que você não vai cuidar da porra do seu namoro Carson? Aliás, cadê seu namorado mesmo? Não estou vendo ele aqui. – Sem pensar duas vezes, mesmo com o pé doendo de uma maneira surreal, Maya avança rapidamente em Natalie.
— Repete o que você disse Scartorccio. – Maya e Natalie ficam cara a cara, as duas se encaram seriamente.
— Você que deu a ideia para Taissa, não se faça de santa. – A loira avança, Lottie puxa Maya para trás, agora se formava um bolo naquela discussão.
O povo vendo a briga que se desenrolava, começam a gritar briga, Mikael corre na direção a irmã, mas não foi para impedir a briga, foi apenas para dá um soco em Louis, que tinha aparecido e estava para tentar resolver a briga que teve mais cedo.
— Qual é a porra do seu problema Mitchell? – Louis perguntou enquanto levava a mão para o queixo, o nariz sangrando enquanto o gêmeo olhava pra ele com raiva.
Aquele soco não tinha chamado a atenção das meninas, mas fizeram o povo que olhava em volta ficar mais animado. Os meninos do time de basquete foram logo separar aquela briga, mas no final apenas ficou uma briga maior.
As vozes uma das outras se sobressaiam, elas não deixava nenhuma falar, Lottie tentava afastar Natalie e Maya, que avançava uma na outra, Van, Laura Lee, e Toni tentava afastar Taissa e Shauna, que estavam quase metendo um tapa na cara da outra.
— Chega! Parem! – Nathaniel e Jackie gritam ao mesmo tempo, Maya claramente só tinha parado por causa da voz do irmão, ela estava com o pé latejando.
Sem saber como, Natalie estava logo atrás de Lottie, essa que tinha um braço envolta da cintura de Maya.
— Yellowjackets, comigo!
— Todos vocês, seus merdinhas, comigo para o outro lado!
Os dois capitães gritam, cada um seguindo um lado, Maya fica ainda na mesma posição com Lottie e Natalie, ofegante e pensando em como daria um soco na cara lavada da sua colega de time.
Louis tinha a atenção agora na namorada, não gostando da mão de Lottie na cintura da SUA namorada. O garoto já ia avançar para retirar, mas Nathaniel é mais rápido, ele simplesmente puxa o garoto em direção ao outro lado da floresta.
— Agora! – O agora de Jackie fez Maya se afastar e acompanhar a capitã
Maya não tinha visto que Louis tinha levado um soco, mas para ser sincera, se ela tivesse visto ela não se importaria nem um pouco.
Natalie encara Maya saindo mancando, seu olhar para em Lottie que faz uma careta e limpa a bebida que tinha derramado da perna dela.
— Inferno! – A loira tingida fala antes de seguir para a floresta.
— Eu não sei o que foi tudo isso, mas eu sei que agora acabou. – As meninas tinham feito um meio círculo, Maya tentou ficar o mais longe possível de Natalie enquanto Toni tinha deixado a amiga se apoiar nela. —, Nós vamos para o campeonato nacional. E com base no que eu estou vendo agora, a gente nem precisa se incomodar de entrar naquele avião. – As meninas ficam em silêncio, Laura Lee entrega um copo para Maya que aceita de bom grado, ela não queria saber de onde tinha saído e nem o motivo da amiga tá com um copo de bebida alcoólica na mão, a única coisa que ela sabia era que ela queria beber. — Beleza, todas em linha. – Jackie percebendo que ninguém iria fazer o que ela tinha mandado, sua paciêcia acaba. — É serio, porra. Em linha. Vamos!
Dessa vez todas entram em linha, para a infelicidade de Maya, ela ficou logo do lado de Natalie, Toni continuou ao lado da amiga para ser o apoio, mas ela realmente não tinha gostado de ter ficado longe de Laura Lee.
— Nós vamos fazer o seguinte. Eu quero que cada uma fala uma coisa boa sobre as outras meninas do time. – Rapidamente as meninas não gostam da sugestão, fazendo alguns suspirar.
— Isso por acaso é um time de escoteiros? – Taissa fala fazendo Van rir, não que não era fácil fazer a ruiva rir.
— Quem vai primeiro? – A capitã olha para as colegas de time animada e esperançosa.
— Eu vou, Jackie. – Claramente a primeira voluntária foi Laura Lee, fazendo Jackie sorrir feliz e Toni sorrir orgulhosa.
Maya não aguentou e deu uma cutucada de leve na cintura da amiga a provocando.
— Taissa, você é linda aos olhos do nosso Senhor. – A garota dá um sorriso rápido pelo "elogio". — Van, você é linda...
— Ai, meu Deus. – Lottie interrompe fazendo Maya rir e Toni empurrar levemente a amiga.
— Certo, Laura Lee, volta pra lá. – Jackie respira fundo. — Merda. Tá bom, eu vou primeiro. — A capitã vai e para na frente de Taissa, as meninas encarava e Maya deitada a cabeça no ombro da melhor amiga. — Taissa Turner. Você é mais forte do que qualquer um que eu já conheci. eu me inspiro na sua determinação. – Jackie passa logo para frente de Van, mas deixando uma Taissa meio com vegonha. — Vanessa Palmer, – Van faz uma cara se achando, fazendo Jackie rir, — o seu sorriso me deixa feliz sempre que eu vejo ele. — Van sorrir feliz, logo a Taylor passa para a frente de Laura Lee que já sorria feliz. — Laura Lee, eu admiro muito a sua fé. – Maya acaba abrindo um sorriso mesmo com os olhos fechados, talvez o coração dela ficasse quente quando via ou ouvia as pessoas tratando a amiga bem. — Nat, eu adoro que você não liga para o que as pessoas pensam. E é completamente você mesma.
— Ela também é mortal no "beer pong" – Van fal fazendo os olhos da Carson se abrem, percebendo que logo seria sua vez.
— Maya Carson, primeiro de tudo, adoro seu jogo de pernas, segundo, adoro como você sempre tem um pensamento rápido e planos incríveis, fazendo você uma jogadora completa além um uma pessoa, aliás você fez falta no treino. — As bochechas de Maya ficam vermelhas, fazendo ela forçar uma tosse — Vamos, continuem.
Maya já ia se virar para Toni, mas a Shalifoe já tinha saído de perto da amiga, deixando ela com Lottie e Natalie enquanto ia até Laura Lee.
— Cadela. – Lottie riu da fala da colega que agora estava em pé se apoiando em apenas uma perna e um copo na mão.
— Lottie, você nunca xinga a não ser que alguém realmente mereça. E tambem... E eu adorei o seu chapeu. – O sorriso que Lottie no sorriso se transformava em um sorriso confuso, Maya poderia ainda estar querendo meter um soco em Natalie, porém ela estava bêbada demais pra pensar, então ela somente rir.
— Ok, ok, pare de rir, você também tem que falar algo legal da gente, vamos. – Lottie incentiva, Maya força mais um tosse e olha para as duas.
— Camisa 5...
— Você não lembra o nosso nome não é? – Lottie pergunta recebendo um sim em resposta.
— Voltando, Lottie Mathews, – a garota já estava pronta para interromper novamente, mas Maya já falava rápido, — adoro seu senso de roupa, já pensei em te contratar para ver se muda o estilo horrível de Nathan e Ruby, além que seus dribles não incriveis, adora tambem em como você consegue falar a verdade na cara das pessoas sem pensar duas, e você é muito bonita alias. – Quando a garota terminou de falar, Lottie não sabe onde enfiar a cara de tanta vergonha que estava sentindo. — Natalie, camisa 7, você é irritante, entrona, insuportável, cheira a cigarro e bebida, não gosto de você e não te suporto
— Pensei que era pra falar coisas boas de mim e...
— Cala a boca que eu ainda não terminei, mas acho que esse seu jeito de não ligar para o que os outros falam incrível, além que você corre pra caralho, além de que você querendo ou não sempre protege seu companheiro de equipe, isso é incrível da sua parte... e você é bonitinha...
A loira abre a boca e começa a provocar Maya, que não deu muito certo, já que a Carson já queria ir pra cima de Natalie... de novo.
— Maya, vamos. – Nathaniel grita do próprio quarto enquanto arruma as próprias malas, o humor do garoto não estava bom, ontem era para ser uma festa relaxante pra ele, mas foi pelo contrário, ele se irritou ao máximo e quase bateu no próprio irmão.
Mas ao contrário de Nathaniel que estava ótimo e somente de mau humor, os irmãos deles, todos aliás, até mesmo Ruby, a ''santa'' da família, estava de ressaca horrível.
Mikael tinha um nariz com curativo, alguns comprimidos para dor, dois comprimidos para ele enlouquecer, e uma compressa para colocar gelo e colocar no nariz, a cabeça do garoto latejava, mas ele decidiu apenas ignorar a dor.
Mitchell não estava apenas com dor de cabeça, ele também estava com alergia, não sabia como, mas o garoto teve a proeza de tocar em planta venenosa.
Ruby além de ressaca, estava com uma raiva do tamanho do mundo, não era para ela ir pra nacional, mas ali estava ela, indo para a nacional apenas pra registrar tudo com a câmera dela pro jornal da escola, tirando o pobre do Kevyn, que foi obrigado a ir para escrever tudo.
Maya era a única mais ''normal'' ali, já que ela estava chapada de remédio por conta dos remédios que tomou para seu pé dolorido.
A matriarca da família Carson se certificou que eles tinham tudo para o caso de resfriado, além de entregar muletas para Maya que não conseguiu reclamar por estar chapada demais dos remédios.
Pelo menos a garota conseguiria jogar na fase de grupos.
— Cuidem bem das irmãs de vocês, não bebam, não usem drogas, e não transem, a não ser que tenha camisinha, estamos entendido? – A mais velha pergunta enquanto encarava os filhos na frente do avião.
— A senhora manda, a gente obedece. – Mikael fala com um sorriso, claramente apenas obedecendo a regra da camisinha da mãe. Só em sua bolsa ele tinha 5 saquinhos com ervas, aproveitando que um tal de Matthews tinha pagado um avião particular para o time de futebol feminino e o time de basquete masculino.
— Maya, tome cuidado, e se afaste de Louis, não gosto mais dele. – O homem da família fala sério, porém a Carson mais nova apenas concorda, não que ela conseguisse fazer mais alguma que isso.
Com um beijo em cada um dos filhos, lágrimas rolando, e vários eu te amo saindo da boca, a matriarca deixa os filhos entrar no avião, Maya é quase carregada pelos irmãos. As meninas já vinham logo atrás, o treinador Ben do time das meninas andava na frente, observando tudo surpreso.
— Aqui, deixe eu ajudar vocês. – Ben pede enquanto vai mais pra frente, vendo Kevyn e outro garoto do jornal com dificuldade para guardar as malas com as câmeras e tudo para gravações.
As meninas e os meninos olham admirados. Alguns garotos do time masculino falam animados alto demais, Nathan revira os olhos com aqueles gritos animados dele, achando a falta de educação em um nível grande demais.
— Puta merda! – Natalie fala quando entra mais a fundo, olhos admirando o ambiente onde nunca esteve.
Van rir super animada, pulando como uma criança enquanto se vira e encara Lottie, alguns já se arrumava em seus lugares, para infelicidade de Maya, ela se sentou ao lado de Natalie, mas a garota estava tão entupida de remédio que ela nem se lembrava do próprio nome.
— Eu não acredito que o seu pai pagou um avião particular. – A goleira fala para Lottie que apenas olha ao redor.
— É o que ele entende por paternidade.– Lottie fala enquanto seus olhos parando brevemente em Maya que estava sentada ao lado da Scartorccio, algo na garota borbulha e para ela simplesmente não soltar um palavrão ali mesmo, a garota se concentra em terminar de responder Van. – Acho que vou aceitar.
— Bom, obrigada senhor Matthews!
— Senhor Matthews! – Laura Lee acompanha a brincadeira de Van.
— Devagar, meninas. – Ben manda quando ver as meninas entrando correndo, elas nem ao menos tentam ouvir ele.
Travis não deixa Javi sentar com ele, Javi vai até Ruby.
Ruby já estava sentada em seu próprio lugar enquanto pegava tampões de ouvido para não escutar aquele barulho todo, mas sua atenção foi chamada para um garoto, o mais jovem ali entre todos.
— Oi... posso me sentar aqui? – Logo Ruby reconheceu aquele garoto como filho do treinador de Maya, Javi.
— Senta aí. – A garota tira a mochila do banco e Javi se senta ao lado dela com um sorriso envergonhado.
— Beleza, vamos lá. Vai ser um voo longo. – O treinador Martinez fala.
O treinador do time de basquete encara os meninos que bagunçam sem se importar, com o apito no pescoço, o homem sopra chamando atenção de todos.
— Se sentem em seus lugares seus merdinhas. – O velho homem que tinha a aparência de ter aproximadamente 47 a 50 anos fala com os garotos que escutam. — A aeromoça e o capitão vão explicar tudo, então calem a boca.
Com a última fala do treinador do time masculino de basquete, os garotos ficam em silêncio enquanto podem ouvir a fala do capitão.
— Aqui é o seu capitão. O nosso plano de voo para Seattle nos leva um pouco mais ao norte do que o esperado. Nós vamos tentar evitar uma tempestade que estará próxima... – Duas aeromoças se posiciona com alguns equipamentos, uma mais no fundo do avião enquanto outra fica na frente. — A seguir, vamos ensinar a vocês o que fazer em caso de emergência, provavelmente não vai precisar, mas se eu não passar as instruções, eu sou demitido. – Acontece uma pausa dramática, logo o capitão começa a explicar tudo. — Se você decidir sair, não será permitido a você retornar a bordo e o paraquedas não está incluso. – Os meninos seguram risada enquanto escutam. — Aqui nós queremos que vocês, jovens, se mantenham informados com as últimas tendências de moda. Para caso de nesse voo vir a se tornar cruzeiro, todos vocês, pessoas de sorte, terão um lindo-maravilhoso biquini amarelo. — As aeromoças mostram o colete salva vidas amarelos, Jackie solta um riso de deboche que faz Shauna negar com um sorriso.
Maya já estava dormindo, não conseguindo ficar acordada por conta daqueles malditos remédios, Lottie que estava sentada nas poltronas do lado olha para a Carson, por incrível que pareça, Natalie também já olhava para ela, não bastando aquelas duas, Louis que estava uma poltrona atrás de Lottie, já observava a namorada com o maxilar trincado, o olho roxo resultado da briga.
O Dickson não gostava da maneira que aquelas duas encaravam a garota dele, inseguro? Ainda tem dúvidas?
— Infelizmente o lindo-maravilhoso não tem bolinhas vermelhas. Quando você estiver fora da aeronave puxe para baixo com força a aba vermelha que está na frente. E para aqueles de vocês que adora tornar a vida mais difícil ou você pode assoprar aquele tubo vermelho perto do seu ombro para inflar. Esse lindo biquíni vem equipado com uma luz que se ativa em contato com a água, como diabos isso funciona? Pois eu te respondo, eu não tenho a mínima ideia, então se você conseguir descobrir, por favor me digam como.
As garotas riem, Nathan revira os olhos enquanto se deixa ficar mais confortável ao lado de um garoto que ele nem lembrava o nome, talvez seja Samuel.
— E se por algum motivo o seu não inflar, agarre o seu vizinho e se segure como se sua vida dependesse disso. Em caso de uma perda de pressão na cabine quatro máscaras de oxigênio irão cair do compartimento sobre a sua cabeça ignore eles e agarre a atendente de voo mais perto de vocês para fazer boca a boca. – A aeromoça negou rindo enquanto tinha a máscara para fazer a demonstração, as risadas dentro do avião era maravilhoso para distrair. — Brincadeirinha... Eu me sinto tão sozinho – O capitão faz um som de soro, mas logo funga como se estivesse se recompondo. — Após parar de gritar coloque a máscara sobre o seu nariz e a sua boca. Para ajustar o elástico dos dois lados apenas puxe. Certifique-se de ajustar sua própria máscara antes de ajudar o seu melhor amigo, outro passageiro que certamente está gritando mais alto do que você. Não é permitido fumar dentro da aeronave a não ser como eu, você seja gostoso. — Aquela brincadeira do capitão fez as meninas relaxarem, os meninos ficarem mais animados, e aqueles que estavam com medo, ficarem meio tranquilo. — Muito obrigado por sua atenção, relaxem e aproveitem o voo para Seattle. E para vocês que não prestaram atenção... BOA SORTE.
O avião logo começa a decolar, a animação estava incrível ali, a ansiedade tomando conta de todos, os dois treinadores mais velhos conversando tranquilamente um com outro.
Na cabina de controle o capitão estava tranquilo, até ele fazer uma careta.
— Estamos passando em uma ilha do canadá, está um pouco complicado passar por aqui, não sei explicar. – O capitão falava no rádio, quando o avião deu um leve balanço. — Parece que iremos passar por uma turbulência. – Ele continuava a comunicar a torre de comando, até o momento que os olhos dele parou no sinalizador de combustível. — Tem algum lugar próximo para pousar, teremos que reabastecer.
Sem resposta, a única coisa que teve foi falha de rádio e o silêncio de palavras humanas.
— Devemos parar, talvez se formos mais para frente a gente ache algo, não existe sequer um lugar desconhecido no Canadá. – O copiloto faz, mas rapidamente o comandante nega.
— Devemos ter sinal verde, e apenas podemos fazer pousos de emergência se o avião estiver caindo. – O homem mais velho e experiente explica.
Devagar, o avião começa a perder altitude, a turbulência começa a ficar mais forte fazendo o capitão xingar.
— Não sei o que está acontecendo, mas o avião está perdendo altitude, turbulência muito forte, irei fazer um pouso de emergência. – O capitão falava pelo rádio, mais rápido que antes, o avião caindo, começando a cair.
As meninas gritavam desesperadas, e aos gritos, Maya acorda, seus olhos arregalados e desesperados enquanto não entendia nada, a garota olha pela janela e arregala os olhos quando vê árvores passando pela lateral do avião, a máscara de oxigênio na frente dela balançando.
A Carson olha para o lado e vê a colega de time loira tingida de olhos arregalados e travados, a morena rapidamente se inclina vendo o cinto preso na cintura e coloca a máscara no rosto de Natalie, Maya apenas coloca a própria máscara depois.
O avião balançava forte, uma garota que não estava sentada no próprio lugar estava batendo no teto e no chão do avião, gritos de desespero e medo, pessoas orando, fazendo promessas, outras em pânico e puro medo.
Quando a porta do avião de alguma maneira abriu e aeromoça voou porta a fora, o estômago de Maya embrulho em apenas imaginar a dor, porém ela não teve tempo de pensar na dor dos outros, a poltrona que estava em sua frente não tinha ninguém, e quando finalmente o avião estava quase no chão um galho de árvore entrou pela janela, conseguindo empurrar a poltrona pra trás e prender contra a perna de Maya que apenas solta um grito de dor.
Gritos de dor poderia ser ouvido por todo o local que o avião havia caído, o cheiro de sangue por todo o lugar, Maya tentava ficar consciente enquanto seu corpo é arrastado, sua cabeça estava confusa, ela não escutava e nem via muito.
(...)
Nathaniel, o irmão mais velho dos Carson estava ofegante, lágrimas escorrendo por seu rosto, ainda dava para escutar gritos de algumas meninas que estavam presas no avião. Não só das meninas, mas também dos meninos do time de basquete, os que saíram tentava ao máximo ajudar os que ainda estavam presos.
— Vamos lá maninha, reage. — Nathaniel implora quando coloca a irmã deitada contra uma árvore, o mais velho leva as mãos para o rosto da mais nova que abria os olhos devagar.
O garoto de cabelo tingido suspira aliviado quando vê os olhos da irmã, piscando algumas vezes, Maya vai voltando a consciência devagar, as sobrancelhas da garota se juntam, e logo um gemido de dor escapou por seus lábios.
Nathaniel olha atentamente o corpo da irmã procurando algum tipo de ferida grave, e logo ele encontra, um pouco acima da cintura da irmã tinha um corte fundo, fundo demais para o gosto do garoto, além da sua perna que estava mais inchada do que quando ela machucou.
Com pressa, o ruivo tingido pressiona a ferida, para evitar sangrar mais do que sangrava.
— Mitchell, Mikael, Ruby, onde estão todos? — Maya ainda consegue perguntar baixo, sua visão focando no semblante preocupado do irmão, que se concentrava mais na ferida da mais nova do que ao seu redor.
— Como encontrei Ruby primeiro, ela foi a primeira, trombei com Mikael quando eu te encontrei, ele agora tá procurando por Mitchell, a Ruby está bem, não se preocupa. — Um alívio temporário passa por seu corpo, saber que sua irmã e um dos gêmeos está bem é um alívio, porém ela não consegue não sentir uma preocupação ao ouvir que ainda não tinha encontrado Mitchell.
Onde estava o gêmeo? Onde estava Mitchell?
— Minha mala, tem kit de primeiros socorros, sempre preparada para qualquer acidente no futebol. — Os lábios da garota se formam em uma fina linha de dor, sua consciência tentando fugir, mas ela ainda fica ali, olhando para o rosto do irmão que começa a ficar embaçado.
— Volto logo, não se preocupe.
Nathaniel deixa um beijo rápido na testa da mais nova que não consegue responder, sua voz sumindo juntamente com a consciência. Logo Maya não sente mais a pressão em cima da sua cintura.
Tudo começa a girar, girar, girar, parecendo uma roda gigante, só muda que girava mais rápido. Maya sente uma vontade imensa de vomitar, mas se segura.
Logo tudo fica escuro, a última coisa que ela escuta é o barulho de gritos, explosões, e seu irmão mais velho falando em seu ouvido.
TÔ SURTANDO PRA TER POSTADO MAIS DE 5K DE PALAVRAS!!!!!
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