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23. De caso com a máfia

Any POV

Como obrigar minha mente a racionalizar a situação? Como acalmar meu coração e dizer que estava tudo sob controle?

Não... não estava nada sob controle. Meu marido permanecia há quatro dias em coma no hospital e eu já não sabia mais como suportar sua ausência.

Era doloroso demais olhar seu corpo imóvel naquela cama, os olhos fechados para mim. Eu não tinha sono, não tinha fome, não tinha sede. Apenas o desejo incontrolável de tê-lo bem, novamente ao meu lado.

Toquei sua mão, apertando-a ligeiramente.

- Eu te amo tanto, noah. Por que foi fazer isso comigo? Eu não vou suportar perder você.

- Any, ele está bem. Como te disse, é um coma induzido. Apenas medicação que estamos administrando nele para que seu estado não fique comprometido. Ele está reagindo muito bem e em breve iremos começar a diminuir a quantidade de medicamentos.

- É normal isso, Billy? Ele... nem se mover? Se é como estivesse dormindo... sedado, ele não deveria se mexer?

- Any, tenha a certeza que ele ouve tudo o que se passa ao seu redor. Reforço que ele está bem.

Eu não acreditava. Está certo que o médico sabe muito mais que eu. Mas se Noah me ouvia, por que não se manifestava de alguma forma? Ele me ouvia dizer que o amava... e nada.

Nem um dedo se mexia. Eu não acreditava que ele estivesse me ouvindo. Pra mim, sua mente estava muito longe daqui... e eu tinha medo que ela não regressasse nunca mais.

- Você precisa ir agora, Any. Descanse... pense nos bebês. Quando noah voltar ele não ficará satisfeito em saber que não se cuidou.

- Se ele voltar, Billy...

Saí antes que ele dissesse mais alguma coisa. Estava perdendo as esperanças. Praticamente me arrastei até em casa. Fui recebida por Joalin e Bailey.

- Any... estava ficando preocupada. Por que não me chamou?

- Queria ficar sozinha com ele, Jojo.

- Eu entendo.

- Any...

Bailey que quase nunca falava comigo aproximou-se, segurando minhas mãos.

- Sabe como noah é forte. Tente reagir pelo bem dos bebês... e pelo nosso também.

Não pude deixar de rir. Realmente noah ficaria uma fera e se voltasse... seus homens seriam os primeiros a sofrerem as consequências da sua ira.

- Vou me cuidar, Bailey. Eu prometo. A propósito... onde está o Josh?

- Está conversando com os seguranças... tentando encontrar uma forma de...

Uma raiva tão grande me subiu, impedindo-me de ouvir o que Bailey dizia. Bando de incompetentes que nem se prestaram a proteger meu marido.

Em um instante me decidi sobre o que iria fazer. Iria colocar as coisas para funcionarem do meu jeito.

- Diga ao josh para vir ao escritório. Agora.

Bailey me encarou, os olhos arregalados, mas nada disse.

Em menos de cinco minutos josh entrou no escritório, encontrando-me sentada na cadeira de noah.

- Any? Queria falar comigo?

-Sim. Eu preciso da planta dessa casa.

Ele franziu o cenho e cruzou os braços.

- E eu posso perguntar o por quê? O que está planejando? Any, estou resolvendo assuntos import...

- Dane-se. Quero a planta. Sabe onde fica?

- No cofre.

Merda. Eu iria precisar da senha. Esperava sinceramente que josh soubesse.

- Sabe a senha... suponho.

- Bem, noah muda constantemente. Tentaremos descobrir. Geralmente só usa datas especiais para ele.

Josh tentou a última que noah colocou. Não deu certo.

- Merda. Ele modificou e não teve tempo de me avisar.

Tentou a data de aniversário da Joalin, da Wendy... nada.

- Qual a sua data de nascimento? Dia e mês?

- Acha que ele...

- Vamos tentar.

Também não deu certo. Josh começou a ficar nervoso.

- Que merda. O que foi que noah usou dessa vez? Ele sempre dizia a mesma coisa quando eu perguntava o porquê das senhas: Só uso datas especiais pa...

Josh parou de supetão e me encarou.

- Lembra-se exatamente da data em que se conheceram?

Bufei.

- Como eu poderia esquecer?

Informei a data e vi josh abrir-se em sorriso quando a porta do cofre se abriu.

- Datas especiais, Any.

Senti meus olhos molhados pelas lágrimas que eu não permiti que caíssem. Noah era surpreendente.

Josh me entregou a planta e sentou-se à minha frente.

- O que pretende fazer?

- Verificar todos os pontos estratégicos dessa casa... e distribuir esse bando de desocupados cada qual em sua posição. Pelo que vi Noah não fez nada disso.

- Ele convocou o maior número de seguranças que conseguiu, Any.

Ergui minha sobrancelha em claro sinal de deboche.

- Quantidade não quer dizer qualidade, Josh. Comprovamos isso.

Pedi também a relação com o nome de todos os seguranças que noah contratou. Não acreditava naquilo.

- Trinta e dois seguranças, Josh? E Noah ainda foi ferido?

- Any… Noah estava louco de preocupação com você. Apenas colocou os homens aí sem se preocupar muito com esses detalhes que você está olhando.

Balancei minha cabeça, inconformada.

- Fico admirada por ele ter agido assim. Ele acha o que? Que é a prova de balas?

- A única preocupação dele é que você estivesse bem, Any.

Entendia perfeitamente o que josh queria dizer. Um bolo se formou em minha garganta e eu quase chorava ao olhar para ele.

- Como posso ficar bem sem ele comigo, Josh?

- Você o ama mesmo, não é?

Não respondi. Apenas engoli minhas lágrimas e continuei a escrever na planta. Passei a tarde quase toda analisando, com josh em silêncio à minha frente.

- josh... agora reúna todos os seguranças aqui.

- Aqui? Mas... por quê?

- Quero que cada um saiba seu lugar nessa casa a partir de agora.

Josh me obedeceu sem pestanejar. Quinze minutos depois o escritório estava lotado de homens e algumas mulheres. Eles me olhavam com curiosidade, alguns até meio debochados. Passei meu olhar em cada um deles.

- Bom... não irei mais culpá-los pelo acontecido. Pelo menos, não completamente. Afinal, meu marido não os colocou em seus devidos lugares.

Alguns deles se entreolharam.

- Pois bem... eu fiz uma espécie de mapa, onde mostra as posições estratégicas e outras nem tanto dessa residência. E a posição exata em que cada um de vocês ficará. E já vou avisando: eu não irei aceitar erros. Todos os dias eu passarei e verificarei se estão de acordo com o que coloquei.

Peguei algumas normas que redigi e passei a cada um deles.

- Aí estão seus direitos e deveres. Quero seus deveres cumpridos à risca. Assim como terão seus direitos cumpridos da forma que está especificado.

Olhei-os. Ninguém se manifestava.

- Se alguém não concorda com o que está aí... a hora de se retirar é agora.

Mais uma vez, silêncio.

- Acho que posso concluir que concordam com o que está aí. Pois então... podem ocupar seus lugares a partir de agora. E lembrem-se: eu não irei perdoar erros dessa vez.

Um a um eles se retiraram. Assim que a porta se fechou josh bateu palmas.

- Acho que eles vão implorar pela volta do Noah.

- Claro... Noah deixava todos eles na mamata. Agora... tenho outra coisa a resolver.

- Ai meu Deus… Any... por favor, não comece a se intrometer demais senão...

- Cala a boca, josh. E eu sei que hoje à noite chega um carregamento.

Olhei para ele de forma enigmática.

- Eu estarei presente.

- DE JEITO NENHUM... FICOU MALUCA?

- E você não fique retrucando senão tiro você também. Agora me dê licença.

Josh suspirou, mas não desobedeceu.

- Sim senhora... chefa.

Eu ri e peguei o telefone. Antes procurei o número na agenda. Ao terceiro toque ela atendeu.

- Sabina? É a Any.

- Any? Algum problema com Noah?

- Não. Mas eu preciso vê-la ainda hoje.

Ela nem pestanejou.

- Estarei aí.

Recostei-me na cadeira, girando-a. Se Mike estava com Dom Matteo... Sabina saberia como fazer para eu ficar cara a cara com ele.

E então ele pagaria. Pagaria muito caro por ter se atrevido a machucar o homem da minha vida. Eu, sua própria irmã, acabaria com a sua vida. Lenta e dolorosamente.

[...]

Sabina saboreava seu vinho tranquilamente, as pernas cruzadas revelando as coxas bem torneadas. As unhas bem pintadas batucavam no braço da poltrona.

Já tínhamos tudo combinado. Tenho certeza que não seria problema. Sabina revelou-se uma mulher muito astuta.

- Any, por favor, prometa-me que irá me proteger da ira de Noah. Quando ele souber que ajudei você...

Ela estremeceu.

- Deus do céu... confesso que mesmo naquela cama de hospital esse homem me mete medo.

- Deixa de ser boba. Noah nem é tão carrasco assim.

- Não é o que dizem os comparsas de Dom Matteo.

-Bom, mas isso não interessa. Você tem certeza que Mike aceitará?

- Seu irmão é ganancioso e invejoso, Any. Eu sei que ele me deseja. E além do mais... eu acho que ele está meio perturbado. Não vai pestanejar em aceitar minha proposta.

-Ótimo. Eu tenho pressa. Tem que ser amanhã sem falta. Quero que ele esteja bem acabado quando Noah estiver de volta.

Ela sorriu, maliciosa.

- Quer mostrar para o maridão que é tão poderosa quanto ele?

- Eu não me julgaria tão alto, Sabina. No quesito poder, noah é imbatível.

-Sei… mas Any... estará segura mesmo? Pense nos bebês.

- Estamos bem, Sabina. E estarei protegida, fique tranquila.

-Então deixe-me ir agora. Vou colocar nosso plano em ação. E que Deus me ajude.

-Não confia no seu taco, Sabina?

Ela me olhou, sorrindo, totalmente segura de si.

- Em relação ao seu irmãozinho? Confio plenamente.

- Em relação ao Mike, Sabina. Eu não tenho mais irmão.

Ela deu de ombros e saiu me deixando só. Entretanto não fiquei muito tempo sozinha. Poucos minutos depois josh e Bailey entraram no escritório e sentaram-se à minha frente.

- Any… o que você e aquela maluca estão aprontando?

-Como assim, josh? Não podemos mais conversar? Ela queria saber como estão os bebês.

- Você não me engana, Any. Fale logo o que estão planejando.

- Deixem de ser desconfiados… os dois.

Bailey curvou-se sobre a mesa.

-Any… além de não querermos que você se machuque, queremos salvar nossa pele também. Pelo amor de Deus não cometa nenhuma loucura.

- Deixem de pensar bobagens. Já está na hora do carregamento chegar não é?

Passava um pouco das dez da noite. Geralmente noah saía antes desse horário. Mas os rapazes ainda não tinham saído, então imaginei que tivessem adiado o horário.

- Você não irá conosco, Any.

-Rá… quero ver quem irá me impedir.

- Any...

-Levante esse traseiro, josh. Estou com pressa e sem paciência nenhuma.

Ele e Bailey entreolharam-se e se levantaram, saindo da sala. Segui atrás deles e encontrei Joalin, torcendo as mãos de nervosismo.

- Any, por favor, não faça isso.

- Você também, Joalin?

- Então irei também.

- Nada disso. Você fica. E nem mais um pio ou devolvo você para Marco.

- PUTA QUE PARIU, ANY. ESTÁ DEZ VEZES PIOR QUE NOAH.

- Não estou mesmo, Joalin. Eu nem te bati ainda.

Virei-me e saí deixando-a boquiaberta. Bailey e Josh entreolhavam-se o tempo todo. Quando saímos para os jardins eu ainda dei uma olhada ao redor verificando se os seguranças estavam em seus postos.

- Que seguranças irão levar?

Bailey e josh sorriram, debochados.

- Nós nunca levamos seguranças, Any. Só nossos homens fortemente armados.

- Um bando de atirador de elite sem treinamento algum. De jeito nenhum… vamos levar alguns seguranças.

- Mas, Any...

- Ela está certa, josh.

Era Krystian quem se aproximava, me encarando.

- Depois do que aconteceu a noah estaremos com certeza, mais visados. A presença de Noah de certa forma, intimidava.

Enchi-me de orgulho pelo meu marido. Ele era, em palavras chulas, muito foda.

- Então leve Lamar. Ele é bastante forte.

- Muito músculo na maioria das vezes indica falta de cérebro.

- Está me chamando de burro, Any.

- Não, Josh. Você é exceção.

Escolhi quatro homens e partimos em direção ao porto. Iam todos em silêncio e eu duvidava muito que eram assim sempre. Obviamente estavam acanhados com minha presença.

O carro, blindado, praticamente voava pelas ruas da cidade em direção ao porto. Chegando lá caminhamos até a parte mal iluminada do porto. Apertei meu casaco de couro de encontro ao corpo tentando me proteger do vento frio.

Era estranho. Se noah tinha negócios escusos… por que não havia policiais, FBI, Interpol… sei lá… qualquer um deles a postos para inibi-los?

Krystian pareceu entender minhas dúvidas.

- noah sempre lança pistas falsas, Any. Muitos de nós sempre estão em outros lugares, totalmente diferentes de onde o carregamento irá chegar.

- Ah...

Era óbvio… tão burra.

Bailey passou o braço sobre meus ombros.

- Venha, Any Está na hora de conhecer o seu “bebê”.

- Meu bebê? Como assim?

Os três homens entreolharam-se e começaram a rir. Olhei para o mar estreitando meus olhos, tentando me acostumar à escuridão. Percebi que uma embarcação se aproximava, provavelmente um iate ou uma lancha.

Assim que o motor foi desligado josh segurou-me delicadamente nas costas caminhando em direção à embarcação. Quando estávamos próximos as luzes se acenderam e eu arfei com a visão.

Um belíssimo iate azul, preto e branco estava parado à nossa frente. Mas não foi o luxo e a beleza que me fizeram ficar boquiaberta.

Um nó se formou em minha garganta e tive que inspirar profundamente para não chorar na frente dos rapazes. Bem à sua frente estava gravado o nome do iate: Any.

Deus do céu... o que eu faria com Noah? Como pode ser tão durão e ao mesmo tempo tão sensível?

A voz de josh me tirou dos devaneios.

- Vamos lá conferir tudo.

Comecei a andar com eles e josh parou, me olhando feio. Devolvi o olhar, erguendo meu queixo.

- Eu já vim até aqui. Agora irei até o fim.

Ele bufou, mas não me impediu.

Embora eu tivesse a noção que aquilo tudo era ilegal, e pra ser sincera, eu não concordava com essas atitudes, eu fiquei encantada com aquilo. Encantada com a forma como eles agiam, tudo perfeitamente calculado sem deixar rastros.

Trabalhavam rapidamente e às vezes com um simples olhar eles se comunicavam. Em questão de segundos eu peguei o jeito da coisa e até dava ordens, como se isso fosse novidade. À certa altura eu ultrapassei os homens na verificação de tudo.

- Porra...

- Cuidado com o palavreado, Krystian.

- Não se preocupe, josh. Eu ouço isso do Noah o tempo todo.

-Sim, mas...

Eu interrompi o  josh.

- Por que disse isso, Krystian?

- Você… caramba. Parece que tem anos de prática. Definitivamente você nasceu para essa vida, Any. Literalmente… de caso com a máfia. 1

Eu sorri, completamente satisfeita. Nasci para essa vida. Nasci para ser esposa de Noah.

[...]

Cheguei em casa às quatro e meia da manhã, completamente exausta. Tá… admito que fui meio irresponsável. Mas a minha felicidade por ter entrado um pouco mais no mundo de Noah era quase absurda.

Eu, Any Gabrielly Soares Urrea... uma mafiosa. Eu ri com esse pensamento, completamente esparramada na banheira de hidromassagem. Agora me restava apenas pegar o verme do meu irmão.

Quando voltei para o quarto encontrei Joalin me olhando com reprovação, mas com uma bandeja repleta de comida.

- Vê se joga alguma coisa nessa merda de estômago e sustente meus sobrinhos.

- Ui… falou como o poderoso chefão agora.

- E você? Gostou de brincar de gangster?

- Amei, Joalin. É… incrível… fascinante.

- Caramba… nasceu mesmo para o crime organizado. Sabe que tem uns seguranças cochichando entre si?

- É mesmo? E o que falaram?

Perguntei virando um copo de suco e em seguida pegando uma maçã.

- Disseram que anseiam pela volta do Noah.

Eu ri alto, jogando minha cabeça para trás. Bando de frouxos, isso sim.

Só fui dormir às seis da manhã.

E acordei assustada com um som estranho. Custei a perceber que era meu celular que tocava. Esfreguei meus olhos e olhei as horas: onze e trinta da manhã. Dormi muito pouco para os meus padrões. Mas logo me esqueci desse detalhe ao ver quem me ligava: Sabina

- Sabina?

- Any?

Ela falava muito baixo.

- Sim.

- O pato já está a caminho da lagoa.

- Excelente, Sabina. Estou indo agora.

Levantei-me apressada, joguei uma água no rosto e me troquei. Desci até a cozinha e peguei uma fruta, suco e iogurte para ir comendo no caminho. Encontrei um bilhete da Joalin me informando que tinha saído com Bailey.

Fui procurar alguns dos seguranças e recrutei Lamar, Dan e Harry para irem comigo. Acompanharam-me sem perguntar qualquer coisa.

Estava a caminho do apartamento de Sabina. Sabendo só seu interesse por ela, Sabina convenceu Mike a se encontrarem escondido no apartamento dela. Será que ele não percebia que Sabina era mulher demais pra ele? Isso eu tinha que admitir.

Fiz todo o percurso em silêncio, saboreando meu lanche. Somente quando estávamos na porta do prédio de Sabina eu instrui meus seguranças.

- Iremos entrar em um apartamento de uma amiga. Vocês... peguem o cara… vivo. Pelo menos por enquanto.

- Sim, senhora.

- Excelente. Sigam-me.

O prédio obviamente era de propriedade de Noah e assim sendo, o porteiro me conhecia como a esposa do chefão. Apenas um aceno de cabeça e entramos. Fomos direto ao sétimo andar e paramos à porta.

Fiz sinal de silêncio e peguei a chave reserva que Sabina havia me dado. Era chegada a hora de meu querido irmãozinho começar a sofrer.

[...]

Entrei sem fazer barulho algum e segui até o quarto. Os seguranças ficaram na sala.

Parei à porta e ouvi... apenas gemidos.

Empurrei a porta e vi Sabina deitada na cama, apenas de lingerie. A cara de nojo era evidente. Mike estava sobre ela descendo beijos pelo seu corpo. Não ia me demorar… Sabina já sofreu demais.

Pigarreei.

-Espero não estar incomodando.

Mike pulou na cama, olhando-me horrorizado. Mas em seguida abriu um largo sorriso, abrindo os braços pra mim.

-Any… minha flor. Que saudades. Estava louco para vê-la.

Meu estômago revirou-se.

-Oi, Mike.

-Ah… Any. Venha cá… soube do seu marido. Deve estar sofrendo tanto.

A imagem de Noah ferido em meus braços surgiu em minha mente com uma clareza impressionante. Aproximei-me e parei à sua frente.

-Vou cuidar de você enquanto ele… se recupera.

O ódio me cegou. Qualquer mulher mais classuda, teria dado um bofetão em seu rosto. Mas eu só pensava em noah. Afastei meu braço, um pouco dobrado e reunindo toda raiva e medo de perder noah, fechei minha mão e acertei-lhe um soco no rosto. Sua cabeça girou e ao me olhar seu nariz sangrava.

-Any...

Sabina levantou-se.

-Quieta aí, Sabina. Agora escute aqui seu desgraçado...

Peguei-o pelo pescoço. Eu sentia os seguranças atrás de mim, por isso Mike não reagia.

-Comece a rezar... mas não rezar pela sua vida. Essa você já perdeu. Reze para Noah sair dessa... porque se ele não sair, Mike... sua morte será mil vezes pior do que imaginei.

-Any, você...

-CALA A PORRA DA BOCA! Não faz idéia do que estou sofrendo, Mike. Mas se conseguir imaginar… multiplique por mil… e terá a noção da sua própria dor.

Olhei para os seguranças.

-Façam o que combinamos.

Mike olhou-me em total desespero. Eu não me importei. Meu sangue fervia e eu só pensava em aniquilar de vez aquele abutre.

Somente quando os seguranças o arrastaram porta afora, eu me sentei na cama, tremendo.

Sabina ajoelhou-se à minha.

-Está tudo bem?

-Sim… comigo e com os bebês.
Só então eu chorei. Porque no fundo eu sabia que essa vingança era pouco pra mim. Não me traria paz. As únicas coisas que me dariam paz eram meus filhos… e meu marido.

Parece que a Moany nasceu pra isso em. Agora chegou a hora do Mike sofrer!!

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