xxiv. christmas drinks and family reunion
CAPÍTULO VINTE E QUATRO
christmas drinks and family reunion
Agosto de 1972
- Casa Nobre dos Black
OS BLACK SEMPRE ESTIVERAM EM PÉ DE GUERRA ATÉ MESMO COM SUA PRÓPRIA FAMÍLIA, em segredo, claramente; isso por que para eles tudo o que deviam prezar não era somente o laço sentimental ou até mesmo sanguíneo de uma família; o importante era todos os membros da família seguir fielmente a tradição e jamais manter contatos com "sangue ruins", isso seria uma desonra. Os Black eram uma das famílias mais poderosas e influentes e tinham um legado para carregar, sua hereditariedade pura era excepcional para a Londres bruxa e até mesmo o mundo mágico.
Em um dia comum de mil novecentos e setenta e dois estava bastante frio. O mais jovem da família permanecia parado na frente de seu guarda-roupa, se perguntando quais roupas devia levar na mala no seu primeiro dia de aula. Isso até sentir duas mãos macias cobrir seus olhos. Apenas duas pessoas faziam isso: Sirius ou Andrômeda.
Quando ela se revelou, Regulus sorriu ladino para a prima. Ela colocou as mãos na cintura, observando a mala excepcionalmente arrumada do garoto, colocando seu peso na perna direita, sorriu de volta.
─ Sirius nos pouparia tanto estresse se fosse igual ao Regulus ─ a voz veio da recém chegada no quarto. Regulus e Andrômeda acenaram para Bellatrix, que bocejou e depois sentou-se de pernas cruzadas na cama do menino.
─ Onde passou a noite? ─ Andrômeda questionou sua irmã, baixinho. Bella revirou os olhos.
Regulus ouvia algumas conversas baixinhas de Narcisa e Bellatrix compartilhando seus segredos, sobre como a mais velha saía após o escurecer para se encontrar com alguns rapazes ou garotas, mas principalmente com um Lestrange.
─ Ora, irmãzinha, isso não é da sua conta, é? ─ Bellatrix retrucou com um sorriso repleto de deboche no rosto, então se voltou para seu primo. ─ Pronto para ser o melhor dos homens Black em Hogwarts, Reggie? Ao menos melhor do que a vergonha que é seu irmão.
─ Não diga isso, Bella! ─ Andrômeda ergueu a voz, apenas fazendo sua irmã dar risada. Regulus franziu a testa enquanto fechava a mala, não gostava da maneira que Bella ou a própria mãe desprezaram Sirius, por tanto preferiu ficar calado.
Sentiu Bellatrix passar as mãos sobre seus cabelos antes de sair do quarto, o deixando apenas com Andrômeda mais uma vez.
─ Andy ─ disse ele em voz baixa. ─ Sirius é realmente tão ruim quanto mamãe diz?
Andrômeda olhou uma vez para a porta, em seguida sentou-se na cama, gesticulando para que seu primo sentasse ao lado.
─ Sirius é seu irmão e ele te ama ─ a mulher pegou uma das mãos do garotinho. ─ Ele é uma pessoa muito boa, Regulus, como garanto que você também será.
No último ano, quando Sirius fora primeiro para Hogwarts, Regulus leu e releu a maioria de seus livros, afinal, estava sozinho em uma casa tão grande e não tinha com quem brincar. Agora ele estava tão animado para também ir para Hogwarts, assim poderia ver seu irmão todos os dias... apesar de ter certeza que não seria selecionado para a Grifinória.
No início, para Regulus, era um erro do chapéu ter posto Sirius em qualquer casa que não fosse Sonserina. Um erro do Chapéu Seletor coloca-los em casas diferentes. Ele nunca vira sua mãe tão irritada ao descobrir isto.
Mas tudo estava bem. Ele obviamente seria escolhido para a Sonserina e não receberia um berrador no meio do jantar. Veria seu irmão em todos os intervalos e, quem sabe, faria bons amigos em Hogwarts.
- 24 de Dezembro de 1978
Nikolai Schenker sentia que era um enorme caldeirão melancólico prestes a explodir. E ver Daphne há quatro dias tentando consola-lo devia fazê-lo se sentir melhor, sim? Ela significava tanto para ele, mas por algum motivo, Nikolai simplesmente não conseguia parar de ficar em total estado de desalento nesses últimos dias, principalmente depois de descobrir que era uma espécie de mensageiro da morte e ironicamente não ser capaz de fazer nada para mudar morte nenhuma de ninguém. Estava condenado.
"Vou assistir você morrer e não vou fazer nada." Ele havia dito no dia anterior, absolutamente do nada. Daphne ergueu a cabeça para encará-lo, duvidando que sua sanidade mental pudesse ser tão mórbida. Mais tarde, ele se desculpou várias vezes por dizer essa frase, até chegou a se ajoelhar diante dela.
Nikolai não queria ver sua melhor amiga morrer, preferia ver sua própria morte.
As manchetes do profeta diário não o chocavam mais, uma torre de jornais impressos estava sobre sua mesa. Ele percebeu que Daphne fez o possível para não perguntar o motivo, apesar de no fundo ter todas as respostas. A verdade era que Nikolai ainda desconfiava, todas as noites ele assistia à morte não tão misteriosa de alguém, alguém que ele nunca tinha visto na vida, então no dia seguinte saía a notícia no profeta. Tinha sido assim a semana inteira até o Natal.
Daphne permanecia em silêncio e passava horas no quarto dele, segurando a língua e a voz. E quando ela ia embora Nikolai parava em pé diante de sua janela e tentava passar a noite acordado, imaginando que só assim não veria mais ninguém que morreria dias ou horas depois. Mas ele sempre dormia. Até que, no dia vinte e quatro de dezembro, pediu para que Regulus o fosse visita-lo.
Black havia recebido uma carta dois dias atrás, ficara surpreso ao ver a ortografia já desconhecida por ele. Andrômeda Black ── agora Tonks ── quem o enviara. Walburga surtaria se soubesse que sua sobrinha renegada pela família pura havia contactado seu querido, e agora único, filho. Regulus, de imediato, ficou curioso sobre o motivo de, depois de anos, sua prima que fugiu para se casar com um nascido trouxa(se tornando claramente uma das vergonhas da família) haver escrito para ele. Sirius estava por ai, ainda vivo pelo pouco que Regulus sabia sobre o irmão, para quê escrever justamente para ele?
E quando ele se escondeu no quarto, longe dos olhos de águia de sua mãe, descobriu o que Andrômeda queria. Uma festa de Natal. Era um convite para uma festa. Na carta, Tonks mencionava até mesmo Daphne, pedindo desculpas para Regulus sobre como sua situação familiar havia terminado e que gostaria que ele e sua noiva fossem até sua casa no Natal.
Regulus se tornou um rapaz arrependido no momento em que contou isso para Daphne. A garota faria qualquer coisa para não jantar com seus próprios pais ou seus futuros sogros. Black com certeza deu uma a fora.
Então deixando isso de lado por algum momento, na manhã da véspera de Natal, Regulus bateu na porta da casa dos Schenker. Nikolai abriu a porta tão rápido quanto uma só batida.
─ Cara, o que aconteceu com você? ─ perguntou Regulus quando foi arrastado para o quarto do menino. Nikolai tinha manchas escuras ao redor dos olhos, seu cabelo mais comprido e despenteado também era algo que chamava atenção, além das roupas desleixadas, velhas e feias que ele usava.
─ Você é bom em Poções ─ confessou Nikolai, abrindo a persiana das janelas. Regulus fez uma careta, desconfiado.
─ Daphne sabe que você está chapado?
Nikolai parecia sequer ter ouvido. Olhava para o teto do próprio quarto, depois apontou para Regulus. ─ Sente-se ─ mas ele não esperou Regulus sentar, o empurrou para que ele fizesse imediatamente. ─ Eu estou vivendo a base de... como chama... café!
A última palavra ele gritou, e Black não sabia o porquê.
─ Eu não posso dormir ─ disse ele, calmo. ─ Mas eu sempre acabo dormindo por uma ou duas horas, entende? Mas eu não posso, Regulus ─ não sabendo o que responder, Regulus continuou calado, mas se distanciou sutilmente de Nikolai agindo de maneira bizarra. ─ Você é tão bom em Poções, deve haver algo que você possa me dar para me privar do sono, não deve?
─ O que? ─ confusão e indignação eram expostos na feição de Black. Nunca vira Nikolai tão estranho. ─ O que aconteceu? Você está sendo ameaçado?
Nikolai não respondeu de imediato e um silêncio ensurdecedor preencheu o quarto.
Então ele começou a rir. Regulus estava começando a ficar assustado.
─ Eu sou um mensageiro... eu... vejo pessoas morrendo e depois isso realmente acontece.
Algumas imagens de um ano e meses atrás vieram até a cabeça de Regulus. Havia sim segredos entre Daphne e Nikolai que ele não sabia, era isso?
─ Você é um precursor da morte?
─ Precursor da morte é uma ova! ─ Nikolai acenou com a mão no ar, como se para afugentar o sentimento melancólico apenas com o gesto.
─ Você precisa se acalmar.
De alguma forma isso funcionou, ele também sentou-se, estava tão cansado.
─ Se não vai me ajudar, vá embora.
─ Não posso te ajudar assim ─ respondeu o garoto de cabelos e olhos escuros, ─ você precisa dormir.
Regulus sabia muito pouco sobre essas criaturas curiosas que eram bruxos com poderes de prever o futuro, especialmente mortes futuras. Mas parecia simples de entender, eles viam e depois magicamente acontecia.
─ Nenhuma poção que me faça ficar acordado?
─ Nenhuma ─ respondeu Regulus.
Era véspera de Natal. Nikolai devia está se divertindo, e não preocupado por que não queria dormir.
๑
Mais tarde no mesmo dia, Regulus insistentemente ajustava a gravata enquanto, com Daphne, parou bruscamente na frente do terreno de uma linda casa à beira da praia. Ele não queria dizer, mas a palidez de seu rosto e a ação de correr o olhar para os dois cantos da estrada vazia era suficiente para fazê-la perceber seu nervosismo.
Os Armstrong e os Black haviam realmente acreditado quando seus filhos disseram que passariam o Natal com os Schenker. Não era uma desculpa difícil de engolir e depois de tanta discórdia familiar, nem mesmo Walburga se opôs à isto.
─ Podemos voltar ─ Regulus murmurou, bagunçando mais do que consertando a posição da gravata. ─ Nikolai precisa da gente.
─ Você está usando meu melhor amigo como uma desculpa para voltar, Black? ─ perguntou Daphne, se aproximando e dando um leve tapa nas mãos de Regulus, para ajustar ela mesma a gravata.
Nikolai finalmente aceitou seu conselho e estava dormindo quando Regulus e Daphne partiram. Ele precisava de uma boa noite de sono, não de dois idiotas sentados em sua cama enquanto estavam em silêncio porque não sabiam o que dizer.
O garoto franziu a testa e olhou em volta antes de respirar fundo, sentindo a brisa da praia. Sentindo a mão de Daphne em sua bochecha, ele abriu os olhos.
─ Não se preocupe, vamos agir como pessoas normais em torno de uma família normal hoje.
─ Somos tão bons atores? ─ eles sorriram.
─ Somos bons em tudo que queremos fazer ─ disse Daphne, antes de puxar Regulus pela gravata e beijar seus lábios.
Andrômeda e Ted Tonks se entreolharam na cozinha quando ouviram uma batida em sua porta. A mulher passou as mãos pelos cabelos e assentiu para o marido, caminhando na direção da sala principal.
Andrômeda era uma mulher alta e possuía o charme e a beleza da família, a cor dos olhos igual a dos olhos de Regulus e de metade dos Black. Contudo, seus cabelos eram castanhos claros, provavelmente veio da família materna, os Rosier, já que a maioria dos Black tinham cabelos escuros.
─ Fico feliz que vieram ─ disse Andrômeda no momento em que abriu a porta; usava um vestido verde longo com pequenas pérolas no busto. Ao contrário de Regulus, Daphne abriu um doce sorriso, não podia negar que adoraria conhecer essa parte da família Black.
Entretanto, o sorriso dela desapareceu assim que percebeu para onde o noivo olhava. Era possível ver de uma leve distância Sirius Black chacoalhando um pequeno ursinho de pelúcia enquanto dava risada com uma garotinha de uns prováveis seis anos, que possuía cabelos arroxeados. A menina pulou nos braços dele enquanto riam e seus cabelos magicamente mudaram para a cor preta, o mesmo tom escuro dos fios de Sirius.
Andrômeda, percebendo para onde o primo mais jovem olhava, ofereceu um sorriso admirável e um espaço na porta para que entrassem.
─ Entrem, por favor, Ted vai gostar de conhecê-los.
─ Sua casa é adorável, Sra. Tonks ─ disse Daphne quando já estavam na sala. ─ Muito aconchegante; a vista para o mar então...
Regulus percebeu que Daphne só estava tentando ser gentil, educada e alongar uma conversa antes que tivessem que falar com Sirius. A casa era realmente aconchegante, mas Andrômeda já viveu em lares mais ricos do que esse que pisavam no momento.
Mas devia ter algo relacionado a paixão, afinal, até Regulus sabia que moraria em qualquer lugar desde que estivesse com Daphne.
Certamente Andrômeda e Ted haviam tentado criar um bom clima para o jantar, mas era perceptível de longe a tensão do local quando Sirius e Regulus sentaram um de frente para o outro. O sono havia pego a pequena Dora Tonks antes mesmo do jantar, que se recolheu com a permissão dos pais.
─ Então, como vocês... como vocês estão? ─ Andrômeda perguntou, tentando ao máximo fazer com que seus convidados se sentissem a vontade. Como ninguém respondeu, ela continuou. ─ Lamento por não saber antes sobre o noivado.
─ Está tudo bem... ─ Daphne estava prestes a começar a falar.
─ Sério, do que está falando? ─ murmurou Regulus, remexendo o garfo no que sobrou de seu prato. Então olhou para a prima.
─ Me desculpe, Reggie, eu... ─ mas ele a interrompeu.
─ Você certamente não esqueceu o que nossa família faz. Daphne e eu nos damos bem porque tive sorte, um caso em um milhão. Você não deve falar sobre noivado quando sabe que nossa família nos obriga a casar com quem eles quiserem.
─ Apenas se você continua lá ─ provocou Sirius, do outro lado da mesa, descontente pela maneira que seu irmão falou com Andrômeda.
O ar de inimizade entre os dois irmãos era perceptível de longe, criando uma ruptura sobre o clima natalino. E antes que Andrômeda ou Ted abrissem a boca, Regulus retaliou.
─ Quando você é um covarde filho da puta para fugir, você foge. Eu continuei.
Daphne arregalou os olhos ao olhar para Regulus. Andrômeda também havia deixado os Black, ele não estava ofendendo apenas Sirius agora.
─ Já chega! ─ disse Ted. ─ Não foi para isso que os chamamos aqui.
─ Eu realmente gosto desse lugar, Ted ─ disse Sirius, ─ mas convida-lo foi um erro.
Regulus levantou-se abruptamente, arrastando a cadeira com violência ao fazer isto.
─ Parece que concordamos em uma única coisa.
Então se retirou do cômodo.
─ Me desculpem ─ Daphne também se levantou, pronta para segui-lo.
─ Por favor ─ Andrômeda caminhou até ela, segurando em suas duas mãos e com um sorriso forçado no rosto, ─ fique. Me deixe falar com ele.
Alguma parte de Daphne dizia que isso era uma péssima ideia, mas Andrômeda passou mais tempo com Regulus do que ela, então sabia o que estava pedindo e prestes a fazer. E quando a mulher saiu pelas portas do fundo para seguir Regulus, a garota ruiva sentou-se novamente e não sabia bem o que dizer para Ted ou Sirius.
Andrômeda observava as costas de Regulus quando se aproximava da beira de praia, onde estava o menino, provavelmente esperando por Daphne. Entretanto, ele soube que não era sua noiva que estava ali.
─ Por que fez isso? ─ apesar da voz baixa, Andrômeda conseguiu ouvi-lo ─ Depois de anos você simplesmente envia uma maldita carta e...
─ Lembra-se da última vez que conversamos?
Regulus respirou fundo, passou as mãos pelos cabelos, permitindo que a ventania atingisse seu rosto, bagunçando seu penteado, ao se virar na direção de sua prima.
─ Aonde quer chegar? ─ questionou, querendo parecer desinteressado, apesar de não obter êxito.
─ Eu descobri naquele dia que amava Ted.
Aproveitando a pausa que Andrômeda fez em sua frase, Regulus franziu a testa, respirando fundo e revirando os olhos.
─ O que eu tenho a ver com isso?
Andrômeda deu apenas um passo para a frente, tirando alguns fios teimosos graças ao vendo do rosto.
─ Eu sabia que era a última vez, por isso te falei que Sirius te amava. E quando eu saísse daquela casa, não poderia mais te ver enquanto morasse com Walburga.
Regulus percebeu que ela não usava mais a palavra "tia" ao se referir a Walburga. Depois de tantas maldições, ele não podia julga-la.
─ Sirius sempre foi seu preferido ─ se sentiu como uma criança ciumenta ao dizer isto. Céus, ele desejava nunca ter ido até ali.
─ Não é verdade! ─ disse ela ─ Eu amo vocês dois. Muito. Sirius apenas passou mais tempo comigo porque... bem, você sabe.
Eles ficaram calados durante alguns segundos, ouvindo os rugidos barulhentos do mar e sentindo o vento em seus rostos.
─ Ambos são apaixonados por este mundo ─ completou Regulus.
Ele tentou se lembrar das poucas vezes que havia sorrido na casa dos Black, e sempre eram com Sirius ou Andrômeda... ele sentia falta dela... e de Sirius. Era uma saudades tão grande que parecia capaz de esmagar seu coração.
Mas estavam tão distante agora.
Seu destino já estava definido. E, mesmo que o quisesse mudar, estar perto de Sirius e Andrômeda era pedir para machuca-los. Ele e Daphne deviam ir embora, estavam sendo imaturos ficando naquele lugar. Havia dois traidores do sangue, um nascido trouxa e uma criança.
─ Eu senti sua falta, Regulus ─ Andrômeda tentou se aproximar novamente, mas foi parada ao perceber que o garoto deu um passo para trás, fazendo com que as ondas molhasse seus sapatos. Ela continuou mesmo assim: ─ Saber que você encontrou alguém como eu encontrei Ted me deixa imensamente contente.
─ Nossas circunstâncias são totalmente contrárias. Somos de mundo diferentes ─ Regulus olhou para os próprios sapatos. ─ Senti sua falta, mas Sirius tem razão, foi um erro ter vindo aqui.
๑
A mulher devia ter pouco mais de cinquenta anos, era a única família que sobrou do garoto, que teve ambos os pais assassinados em épocas diferentes. Seu netinho de cinco corria pelo jardim esbranquiçado pela neve. Era véspera de Natal e resolveram sair para jantar em um local diferente.
O menino ainda era novo demais para saber o que sua avó sabia: que seu pai, Rasmund Ford, era um bruxo filho de pais trouxas, e que era certo que fora assassinado por outros bruxos das trevas, assim como sua mãe no passado.
─ Patrick!
Ele ouviu sua avó chama-lo quando pisou e escorreu em uma poça d'água gelada. Mas ele não chorou, então a mulher se sentiu mais aliviada.
─ Vamos entrar ─ ela passou uma mão pelos cabelos do menino, enquanto caminhava na direção da porta.
Patrick Ford já tinha resquícios de bruxaria, mesmo aos cinco anos. No dia do assassinato de seu pai, depois de ver duas figuras desconhecidas encapuzadas desaparecerem de cena, ele conseguiu acender as luzes em todo o bairro apenas com a magia de suas veias. Esteve com tanto medo de que essas pessoas voltassem e não pudesse vê-las.
A avó deu um suspiro surpreso ao abrir a porta da casa e dar de cara com centenas de presentes de baixo da velha árvore de natal.
─ Vovó, isso é para mim? ─ questionou Patrick, inocente.
Ela, que continuava tão surpresa, não notou quando o menino passou por baixo de seus braços e correu na direção de todos aqueles embrulhos de tamanhos diferentes.
─ Patrick, espere...
Mas ele já começara abrir. Um carrinho com controle remoto, luvas e bolas de basquete, raquetes, bonecos e bonecas, jogos de tabuleiro... tantos brinquedos e jogos que Patrick estava rindo, surpreso e feliz, enquanto abria cada caixa.
─ Acha que fui um bom garoto, vovó? Papai Noel deve achar!
Regulus Black havia atrasado ao se encontrar com Daphne mais cedo naquele dia, antes do jantar com os Tonks, algo que ela sequer questionou. Seu motivo era óbvio: a culpa por deixar um garoto órfão. Então apenas queria fazer o mínimo necessário em uma noite de Natal.
este foi o não-tão-feliz-natal de nossos personagens. espero que tenham gostado do capítulo e não esqueçam de seu voto e seu comentário.
um recadinho, para quem ainda não sabe, publiquei uma fanfic do timothée chalamet e uma do nikolai lantsov(grishaverse) no meu perfil. caso gostem do enredo e de seus personagens, agradeceria se dessem uma chance a elas. muito obrigada!!!
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