CAPÍTULO 47
❛      os originais.      ❜

ELENA E EU entramos com cuidado na pensão Salvatore, cientes de que Rebekah poderia aparecer a qualquer momento e inesperadamente nos matar.

Uma música alta ressoava pela enorme pensão. Eu e minha gêmea nos entreolhamos confusas e seguimos de onde vinha. Bom, pelo menos que escolheu a música de bom gosto.

- Oi, e aí? - Rebekah nos comprimenta sorrindente nos oferecendo taças de champanhe. Olho para minha gêmea e dou de ombros aceitando. Elena nega com a cabeça e Rebekah então vira sua taça.

- Você nos chamou pra conversar. - Digo.

- Exato. Estou começando a me arrepender.  - Ela diz dando um sorriso forçado a Elena. E então começa a me rondar.  - De todas, você é a mais parecida com a original. Gosto de você.

- Hum, obrigada? - Sorrio para a loira que sorri de volta.

- Então pessoal, já podem vir. - Rebekah diz e várias garotas compelidas aparecem com diferentes vestidos. - Certo, agora virem-se, por favor.

As garotas desfilam até certo ponto da sala e se viram como se estivessem realmente em uma passarela. Eu observava divertida, enquanto Elena observava com horror em seu rosto.

- Você as hipnotizou apenas pra ter o seu próprio desfile de moda? - Elena questiona incrédula se aproximando da original.

- Isso é demais! - Eu digo, meus olhos poderiam estar explodindo de felicidade agora.

- Não, isso é horrível. - Elena me encara como se não me reconhecesse. - Tirar uma parte do dia dessas garotas para benefício próprio..

- Qual é Elena, somos vampiras. Pelo menos não estamos matando ninguém. - Rebekah diz me analisando enquanto passo pelas garotas observando seus vestidos. - Preciso de um vestido pro baile. Vai Alyssa, escolhe um. Escolha um pra você também.

- Não viemos te ajudar a fazer compras. - Elena diz enquanto eu analisava as garotas. - Viemos aqui pra você nos contar o por que de não querer que acordemos o Mikael.

Rebekah em uma velocidade anormal está atrás de uma garota loira, ameaçando mordê-la.

- Não Rebekah! - Exclamo. A original me olha e então as suas presas somem. - O azul até ficaria bom com você, mas não combinaria tanto quanto o vermelho. Então eu acho que..hm..perfeito! O amarelo ou vermelho te valorizariam bem mais.

- Ótimo. - A vampira me encara sorrindo e então analisa os vestidos. - Amarelo não é muito minha cor, então vermelho serve. Podem ir garotas, esqueçam tudo.

As garotas se viram e em sincronia vão embora nos deixando a sós. Rebekah lentamente pega uma taça de champanhe e vai até Elena que a olhava feio.

- Você não me ameaça. - Diz lentamente, próxima a minha irmã. - Vocês vão saber o que eu quiser que saibam. Está claro?

Assentimos. Rebekah então passa por nós indo para o quarto de Stefan.

- Isso não é divertido? - Ela entra enquanto nós a seguimos.

- Não tanto, acho que você se esqueceu que ele me matou. - Digo.

- E você está aqui, não é? - A encaro feio. - Ah, qual é! Vamos Alyssa, faça sua vingança.

A encarei e hesitei, a verdade é que eu não conseguia nem passar pela porta.

- Nós não devíamos entrar aqui. - Elena diz.

- Claro que deveríamos. Até parece que você não está louca pra bisbilhotar. - Rebekah diz pegando uma cueca box de Stefan. - Cueca Boxer. Mudou muito desde os anos 20.

- Vai passar a noite remexendo as coisas dele ou vai nos contar a sua história? - Elena pergunta desconfortável.

- Ah, vocês não são nada divertidas. - A loira diz suspirando enquanto andava pelo cômodo. - O que querem saber?

- Bom, Elijah disse que seu pai era um dono de terras na Europa. - Começo. - Como vieram parar aqui?

- Meus pais tinham acabado de construir família quando uma praga assolou a terra deles. - Começa Rebekah. - Chegaram a perder um filho. Eles queriam escapar e proteger a família do mesmo destino.

- Então como vieram parar aqui? - Elena pergunta. - Essa parte do mundo nem havia sido descoberta.

- Não por ninguém dos seus livros de história. - A Mikaelson diz rindo. - Mas minha mãe soube pela bruxa Ayana, que soube pelos espíritos de uma terra mística onde todos eram saudáveis. Abençoados pelos dons da velocidade e da força. E isso atraiu minha família e nós vivíamos entre essas pessoas.

- Os lobisomens. - Digo surpresa.

- Para nós, eram só vizinhos. Minha família viveu em paz com eles por mais de vinte anos e nesse tempo minha família teve mais filhos. Inclusive eu. - Rebekah diz se servindo de whisky.

- Você faz parecer tão normal. - Digo me encostando na soleira da porta enquanto a observo.

- E era. - Diz a loira dando uma risada sem humor. - Uma vez por mês, nossa família se retirava para as cavernas em baixo da nossa vila. Os lobos uivavam a noite toda, e pela manhã, nós voltávamos para casa. Numa lua cheia, Klaus e meu irmão caçula, Henrik se esconderam para ver os homens se transformarem em feras. Era proibido. Henrik pagou o preço. E esse foi o começo do fim da nossa paz com os vizinhos. E um dos últimos momentos que minha família teve como humana.

Meus olhos estavam cheios de lágrimas enquanto eu a observava com pena. Não aguentaria perder um dos meus irmãos, imagine dois. Meu celular toca e Rebekah balança a cabeça desnorteada.

- É melhor atender, Damon deve estar querendo saber de você. - Sorrio sem graça e atendo.

- Alô?

- Oi. - A voz de Damon ecoa, parecia um pouco animada.

- Damon? Onde você está? - Questiono.

- Eu não sei, mas com certeza estou arrumado demais. - Ele diz e posso ouvir muitas vozes no fundo. - Ainda estão de pé?

- Sim, tudo bem. - Digo suspirando. - Mas não posso falar agora.

- Vou esperar no bar. - Posso ouvir a voz de Stefan ao fundo e fecho minha feição.

- É o Stefan? - Murmuro mal humorada.

- É, eu meio que mudei as regras. - Damon diz. Ele estava mantendo Stefan em uma cela para tentar fazê-lo ligar a humanidade. - Mas pode deixar, sei o que tô fazendo.

- Como você pode soltar ele Damon? - Pergunto irritada.

- Deixa comigo, Alyssa. Ele não vai te machucar, não mais. Eu prometi, lembra?

- Tudo bem. Se cuida. - Desligo em um suspiro irritado.

Elena me olhava com as sombrancelhas arqueadas em irritação, olhei ao redor e percebi Rebekah deitada lendo um dos diários de Stefan. Entro no quarto e observo a loira enquanto Elena diz:

- Já bisbilhotou o que queria? Podemos continuar?

Rebekah fecha o diário fortemente enquanto se levanta. Minha gêmea e eu nos sentamos em uma mesa que havia ali. Rebekah vai até nós, mas para ao pegar um porta retrato com uma foto de Elena e Stefan na mesa.

- Sinceramente não imagino vocês como um casal. - Diz a loira.

- E nem poderia. Você não sabe como ele é de verdade. - Elena diz.

- É, não sabe..- Murmuro. Rebekah sorri sem humor e joga o porta retrato na mesa.

- Eu sei exatamente como ele é. - Diz se debruçando perigosamente para perto de Elena. - É um vampiro. Somos uma espécie de predadores. Não temos tempo para pensar nos humanos e em suas vidinhas tolas.

- Foi por isso que fez aquele desfile mais cedo? - Questiona Elena. - Porque não se importa com o baile? Quer saber, vamos embora Alyssa.

Elena se levanta, mas eu continuo sentada olhando curiosamente para a Mikaelson.

- Ainda não escutaram nem metade da história.

- E você não vai nos contar. - Digo me levantando. - Você tá entediada, só tá querendo alguém pra passar o tempo.

- Vai encontrar alguém pra brincar. Talvez possa forçar alguém a ser seu amigo. - Elena diz enquanto anda até a soleira da porta.

- O colar não era do Stefan para te dar. - Rebekah diz nos fazendo parar, Elena me encara sorrindo e nos viramos para encará-la. - Pertencia a Bruxa Original.

Me viro curiosamente para a Mikaelson após ouvir esse nome.

- A que colocou a maldição de híbrido no Klaus? - Questiono.

- Não só a maldição do híbrido. Foi ela quem nos transformou em vampiros. - Rebekah diz andando até nós. - Eu tô com sede, querem alguma bebida?

Elena e eu nos encaramos antes de seguir a original.

- Então, vampirismo era uma forma de proteção? - Questiona Elena enquanto descemos as escadas da pensão Salvatore.

- O que mais seria? - Rebekah questiona óbvia.

- Uma maldição. - Sugere Elena.

- Meus pais só viam como uma forma de manter os filhos vivos. - Diz a loira.

- É, mas por que ficar? - Questiono. - Se tinham tanto medo dos lobsomens, por que não ir embora?

- Orgulho. - Diz Rebekah suspirando. - Meu pai não queria mais fugir. Ele queria lutar e ser superior aos lobos. Se eles mordiam, nós morderíamos com mais força. Se eles corriam, nós seríamos mais rápidos. Agilidade, forças, sentidos. A bruxa original não queria fazer o feitiço, então meu pai deixou tudo nas mãos da minha mãe.

- Como ela poderia fazer alguma coisa? - Questiono.

- Minha mãe também era uma bruxa. - Informa Rebekah.

- O quê? - Elena questiona incrédula.

- A bruxa da Família Original. - Diz a Mikaelson. - A Bruxa Original.

Paro pra tentar raciocinar. A bruxa original era a responsável pelo meu vampirismo. Parece que ultimamente os Mikaelson vem sendo responsáveis por tudo de ruim que está acontecendo comigo.

- Onde guardam as melhores safras? - Questiona Rebekah assim que chegamos a grande sala da pensão Salvatore.

- Mas se sua mãe era bruxa, então..

- Eu sou? Não. - Rebekah interrompe Elena. - Uma bruxa é uma serva da natureza. O vampiro é uma abominação da natureza. Você pode ser uma coisa ou outra. Nunca as duas. - Ela diz pegando uma garrafa de vinho. - Minha mãe fez isso por nós. Ela não se transformou.

- E como vocês se transformaram? - Questiono.

- Ela pediu ao sol pela vida e ao antigo carvalho branco pela imortalidade. Naquela noite, meu pai nos ofereceu vinho misturado com sangue. - Rebekah para no meio da sala parecendo imersa em memórias. - Depois enfiou a espada em nossos corações.

- Ele matou vocês. - Murmuro incrédula.

- E não foi muito delicado também. - Rebekah diz se virando para nos encarar, percebo que ela estava com os olhos cheios de lágrimas. Então ela nos surpreende quebrando a parte de cima da garrafa de vinho e jogando na lareira. - Tivemos que beber mais sangue para completar o ritual. Foi eufórico.

"O sentimento de poder era indescritível. Mas a bruxa Ayana estava certa sobre as consequências. Os espíritos se voltaram contra nós e a natureza revidou. Para cada força, haveria uma fraqueza. O sol se tornou nosso inimigo. Nos manteve dentro de casa por semanas. E mesmo minha mãe tendo achado uma solução, havia outros problemas. Os vizinhos que tinham aberto as casas para nós, se mantinham longe. Flores na base do carvalho branco nos queimavam e impedia o controle mental. O feitiço decretou que a árvore que nos deva a vida também poderia tirá-la de nós. Então nós a incendiamos. Mas a pior consequência era uma coisa que meus pais não previram. A fome. O sangue nos fazia renascer e era o sangue que nos atraia acima de todas as coisas. Não conseguíamos controlar. E com isso nasceu uma espécie predadora."

- Por que Mikael começou a caçar o Klaus? - Questiona Elena.

- Quando o Nik matou pela primeira vez, ele ativou o gene de lobisomem nele. Com isso, ele se tornou a maior vergonha do meu pai.

- É, Elijah nos contou essa parte da história. - Digo. - Sua mãe tinha tido um caso com um dos vizinhos lobsomens. Klaus não era filho dele.

- Ela tentou fazer a coisa certa. - Rebekah diz. - Colocou a maldição do híbrido no Nik para esconder o lado lobsomem e depois deu as costas pra ele. Mas a maior fraqueza do Mikael humano era o orgulho. Como vampiro, isso só aumentou. Ele entrou em um surto e matou metade da vila. Depois voltou pra casa, e a matou.

- Mikael matou sua mãe? - Questiono.

- Ele disse que ela partiu o coração dele, e ele faria o mesmo. - Rebekah diz se virando para nos encarar. - Arrancou do peito na frente do Nik. Depois disso, meu pai partiu, furioso. E o resto da minha família se espalhou. Nik ficou pra me ajudar a enterrá-la. Ele sabia que eu precisava me despedir da minha mãe. E então fizemos um juramento de nunca mais nos separarmos..sempre e pra sempre.

- Sempre e pra sempre. - Repito. - Mesmo que ele tenha te trancado em um caixão por noventa anos?

- Somos vampiros. Nossas emoções são intensificadas. Eu sou teimosa, Elijah é moral, e Nik..Nik não tolera que decepciona ele. Mais de mil anos como família, todos cometemos esse erro, pelo menos uma vez. Eu cometi várias.

- Mas você ainda o ama? - Elena questiona.

- Ele é meu irmão. - Rebekah diz pondo sua taça em cima da mesa e se virando para nos encarar. - E eu sou imortal. Acha que é melhor passar a eternidade sozinha? -Ela então desvia o olhar, parecendo afetada com suas próprias palavras. - Vocês já ouviram a história. Hora de irem. Mandei irem embora. Não sei o que mais querem, mas eu não vou colaborar.

- Só estamos procurando um bom motivo para não acordar o Mikael. - Digo.

- E eu já dei mil motivos e vocês vão fazer assim mesmo. - Diz elevando o tom de voz enquanto se aproximava de mim. - Eu sei que você quer que ele ajude vocês a matar o meu irmão. Não sou idiota.

- Não é segredo que eu quero o Klaus morto. - Digo. - Ele tirou o Stefan de nossas vidas, minha tia, meu pai, ele me tirou o direito de ter uma vida humana, drenou a Elena e depois fez o meu melhor amigo me matar na frente da minha irmã.

- Faça o que quiser. Acorde o Mikael por sua conta e risco. Mas não se engane. Se vier atrás do meu irmão, eu vou atrás dos seus. - Ameaça. - E eu herdei o temperamento do meu pai. Agora vão embora.

Saio de lá olhando feio para a original. Klaus me tirou tudo e agora pagaria com a vida e não haveria sequer uma pessoa no mundo que me faria desistir da minha vingança.

[...]

Eu havia voltado para casa enquanto Elena ia para os túneis Lockwood com Alaric e Bonnie. Já que eu não podia entrar não havia motivo para eu ir.

"Rebekah não sabe a verdade.
Klaus matou a bruxa original, não Mikael"

Me levantei rapidamente para me encontrar com Elena na pensão Salvatore.
Entramos juntas e encontramos Rebekah bebendo na sala.

- Achei que tinha mandado vocês irem embora, duas vezes. - A Mikaelson diz.

- Como você sabe que o Mikael matou sua mãe? - Elena pergunta.

Contando a verdade para Rebekah talvez fosse a única forma de fazê-la nos ajudar.

- Nik estava lá. Ele me contou. - Rebekah diz. Suspiro negando com pesar.

- Ele mentiu pra você. - Digo me aproximando da original.

- Como sabem? - Questiona.

- A caverna em que sua família gravou os nomes estava coberta de símbolos. - Diz Elena. - A história da sua família, como seus pais chegaram. - Ela diz pondo fotos e cima da mesa enquanto Rebekah observava curiosamente. - Como estabeleceram a paz. O feitiço que transformou vocês em vampiros. E isso. Esse é o símbolo para o híbrido. A combinação dos símbolos de lobisomem e vampiro. E esse aqui é o da sua mãe.

- O colar dela. - Rebekah murmura.

- E essa é a história da morte dela. - Aponta Elena para uma foto. - O híbrido matou a Bruxa Original. Não Mikael. Klaus.

- Não acredito. - Rebekah nega rapidamente com os olhos cheios de lágrimas. - Não, ele não faria.

- Ela jogou a maldição nele. - Elena continua enquanto eu me mantia calada observando. - Fez com que ele fosse o único da espécie, e depois o rejeitou. Com os genes de lobsomem, vem agressão e violência. Quando ele se transformou tudo foi intensificado. Ele a matou, Rebekah, e depois inventou a mentira sobre o seu pai para não te perder.

- Não quer dizer nada! - A original grita, pegando as fotos e as jogando na lareira. - São desenhos idiotas! Feitos por gente idiota que não sabem de nada sobre a minha família!

- Então por que está tão chateada? - Elena questiona, agora cautelosa.

- Por que você tá fazendo isso comigo? - Grita Rebekah. - Eu não te fiz nada!

- Klaus matou sua mãe. Ele controla você, eu, Alyssa, todos nós. - Elena diz. - Ele já faz isso a mil anos, temos que fazer ele parar.

- Cala boca! Cala boca! Não fala mais! Mais nada! - Rebekah grita pegando Elena pelo pescoço. Corro em uma velocidade anormal a tirando de perto da original e ficando a sua frente para protegê-la. Rebekah me pega pelo braço me jogando contra a parede e se aproximando perigosamente de Elena. Minha gêmea a olhava assustava enquanto veias saltavam de seus olhos e presas de sua boca.

Rebekah então para e começa a chorar no meio da sala, quando parece que ela vai cair no chão, eu vou até ela e abraço. A original demora mas retribui, chorando copiosamente em meu ombro.

- Eu sinto muito. - Susurro enquanto afago seus cabelos.

[...]

Apago a luz de meu quarto assim que saio do banheiro após um longo banho. Me assusto ao encontrar Damon deitado em minha cama me encarando.

- Damon. Sério? - Questiono entediada.

- Achamos o Mikael. - Ele diz levantando as sombrancelhas.

- O quê? Como? - Questiono.

- Não sei. - O Salvatore diz me fazendo encará-lo confusa. - Acho que é coisa da Katherine. O plano está andando. Eu disse que dava conta. - Ele murmura. O encaro séria ao me lembrar de Stefan. - Anda. Chuta, berra, grita, eu sei que está ensaiando o sermão o dia todo.

- Não vou gritar com você. - Suspiro cansada.

- Por que não? - Ele questiona. - Eu fui pela suas costas, libertei o Stefan. E quer saber? Deu errado. Ele está ainda pior do que antes. Só que agora tá do nosso lado.

- Eu não estou brava, estou cansada. Eu só..quero me deitar. Da licença. - Digo tentando puxar as cobertas.

- Acho que a arma do Mikael é uma estaca, por que ele falou de alguma coisa a respeito. - Damon diz olhando para o teto enquanto ignorava minhas tentativas de puxar as cobertas abaixo dele.

- Bom, deve ser feita do carvalho branco antes de ser queimado. - Digo.

- Então eu tinha razão. - Ele me encara com um sorriso ladino. Reviro os olhos irritada antes de puxar as cobertas e me deitar em seu peito, Damon passa o braço por minha cintura me aproximando dele. - No fim de tudo, a parede nos levou ao Mikael.

- Nos levou a mais do que isso. - Digo me lembrando de Rebekah. - Acho que conseguimos trazer Rebekah pro nosso lado.

- Mesmo? O que descobriram dela?

- Que ela é só uma garota. Que perdeu a mãe muito cedo e ama cega e desesperadamente, mesmo que isso a consuma. - Digo e levanto a cabeça para encarar a imensidão azul que me encarou de volta. - Sabe, quando é dito e feito não tem nada mais importante do que o laço famíliar.

- Devia dizer isso ao meu irmão. - Damon diz.

- Não estou brava por você ter soltado ele, Damon. - Digo suspirando. Então me levanto rapidamente apagando o abajur e me deito em seu peito novamente me aconchegando. - Eu acho que você é quem vai salvá-lo dele mesmo. Não vai ser porque ele ama a Elena. Vai ser porque ele ama você. Posso contar o resto amanhã?

- Claro. - Damon diz e então beija minha testa. - Boa noite.

- Boa noite. - Sorrio cansada antes de apagar.

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*Capítulo não revisado