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   Você não relaxa até que esteja atrás de sua porta. Não, não... mentira. Ainda está muito tensa, uma vez que seu corpo inteiro ainda treme com adrenalina pura correndo em suas veias, e escorada na porta, assim que seu telefone toca de repente você dá um pulo. 

— Porra, qual celular é?

   Estala a língua em algo como uma reclamação, possui dois destes para usar um com a Black Dragons, só que dessa vez é o seu número pessoal que está tocando e na tela mostra que o chamador é o seu melhor amigo, Kazutora. Você fecha as pálpebras por um segundo, enviando um breve agradecimento ao universo por tê-lo por perto.

— Oi, Kaz.

— Então você ainda está viva?

   Sente-se a pior amiga da história, prometeu lhe que assim que chegasse em casa iria ligar para ele, porém acabou esquecendo de avisá-lo. Você toca em seu colar, um gesto de nervosismo que precisa parar caso não queira levantar suspeitas quando estiver na presença de Hajime, quando pediu ajuda ao seu amigo para derrubar Kokonoi e desmantelar a Black Dragons, ele não hesitou por um instante sequer e Hanemiya até pediu para um de seus contatos para esconder um microfone neste colar para que então coletasse qualquer tipo de evidência contra Kokonoi.

— Ainda viva. — Esfregou a testa, soltando uma rajada de ar, algo entre um suspiro e uma risada, meio desconcertada e meio aliviada por ter sobrevivido à primeira parte do plano. A única pessoa que sabe que pode confiar, é Kazutora. Enfim, tem a plena certeza que sua própria casa está segura e que seus telefones não estão grampeados, mas ainda... — Vamos nos encontrar e conversar pessoalmente.

— Que tal no lugar de sempre?

   Você retornou a Las Vegas depois da formação em direito, e o garoto veio junto, tiveram que rapidamente encontrar o lugar perfeito para encontros e conversas à vontade. Além disso, graças a quantidade de pessoas, já que o lugar é frequentemente cheio, ninguém irá ouvir a conversa de vocês mesmo que sentem perto. E também... você perceberia caso alguém tentasse o fazer.

— Combinado. Te vejo lá.

[...]

   Assim que entra no local, senta em uma mesa onde pode ver o de cabeleira bicolor chegar e ao abrir a porta, ele adentra no estabelecimento, olhando por cima dos ombros. Ele varre o lugar com os olhos e assim que te acha, checa os ombros mais uma vez e se apressa até você.

— Você está realmente bem? — Seu amigo é tão ansioso e sabe que é justificado pela sua preocupação com você. Ele está a ajudando, mas não pode evitar desgostar do risco que você está assumindo.

— Você me conhece, eu sou à prova de balas! — Hanemiya a fita por vários segundos, logo depois revirando os olhos e ignorando sua brincadeira.

— Você não é, ninguém é.

— Estou bem. Fique calmo.

— Eu estive surtando a conversa inteira! — Ele, com os cotovelos apoiados sobre a mesa, abaixou a cabeça e esfregou os cabelos, como se fosse de fato perder a sanidade.

— Não aconteceu nada que eu não pude lidar. Há um torcicolo em seu pescoço de tanto olhar para trás? — O jovem sorri, mesmo que não alcance os olhos e parece voltar a si.

— Fiquei preocupado pra cacete.

— Eu passei pela iniciação, não passei? Estou dentro.

   Você nunca foi do tipo de afirmar coisas aos outros que fossem mentiras. Nunca apreciou o fato de dar falsas esperanças a alguém pois você nunca gostou de recebê-las, na verdade, odiava isso. Recorda-se de seus pais lhe dizerem coisas durante sua infância, que não eram verdade, por muitas vezes eles a maquiaram como se não fosse algo doloroso, e além de tudo eles haviam alimentado sentimentos de ilusão em você. Claro que sempre os amou, mas no lugar da esperança, ficou o descontentamento, o vazio, o ressentimento e principalmente o ódio pela mentira. Uma hora a verdade sempre vem à tona, então porque adiar esse momento? Era uma menina em sua plena pré-adolescência, não era infantil, claro que não possuía experiências com o mundo como possui atualmente, mas também era considerada madura para tão pouca idade, tinha suas suspeitas afinal de tudo.

   E quando completou seus 15 anos, entendeu. Entendeu que nenhum deles voltaria para dizer a verdade.

   Por isso, não quis mentir para o Hanemiya. Talvez sim, mas para si mesma. Afinal todo ser humano é egoísta e covarde o suficiente para mentir a si mesmo, mas não para ele, não para Kazutora. Poderia sim ter dito uma mentira, mas fez o possível para assegurá-lo, do que você tinha certeza, claro. Embora estivesse claro que a tensão nos ombros dele não se esvairiam até que todo esse episódio acabasse. Este foi apenas o primeiro passo, enfim. A pior parte estava prestes a iniciar.

— Sério, muito obrigada pela ajuda. Eu sei que é um jogo perigoso. — Hanemiya de repente parece enfurecido com a sua escolha de palavras.

— Não é um jogo. Ouvir pelo seu colar não é nada comparado aos riscos que você está passando. É a sua vida. Se eles te descobrirem...

— Esse é um risco que estou disposta a assumir. — Interrompeu-o.

   Kazutora engole qualquer contradição que ele tinha a dizer. Diferente de seu irmão, o seu colega de estudos e "parceiro" de trabalho, o de olhos dourados sentado a sua frente, apoia você mesmo que esteja relutante, já seu irmão sente que, como um policial, ele é o único que deveria estar fazendo o trabalho delicado e perigoso para derrubar Hajime.

— O que você achou de Koko? — Você pondera tudo por um segundo, considerando a maneira a qual ele a introduziu na família com tamanha cortesia para uma boas-vindas qualquer como entrar para uma empresa normal. Eu esperava um monstro, mas o que encontrei foi... Deixa escapar um suspiro entrecortado, incerta do que dizer — Bem? O que achou?

— Ele tem esse jeito fácil de falar e te deixar pensando sobre ele como um parasita. É mais que carisma e charme, ele é o oposto de sua reputação e deve ser por isso que ele é capaz de enganar todo mundo. — Kazutora a encara intensamente, e com certeza não é por isso que há um arrepio percorrendo sua coluna ao mencionar sobre o todo poderoso.

— Por isso você é a única capaz de derrubá-lo. Você o vê como quem ele verdadeiramente é, e você não está com medo. — Concluiu o de cabelos bicolores, como se completasse a sua frase.

— Não me entenda mal! Eu estou com medo sim. É só que... ele não pode continuar fazendo isso. — Concluiu melancólica.

— Mas não precisava ser você, outro alguém poderia ter feito. Você não precisa estar na linha de frente.

— É minha culpa que ele continua sendo um homem livre!

   Hanemiya conhece toda a história, mas vendo seu simpático sorriso, está certa que ele vai tentar consolá-la. Não importa o quê ele diga, sabe que estava perto de enviá-lo para atrás das grades pelos meios adequados. Como advogada, era, e é seu trabalho de vida construir o caso contra Hajime e a Black Dragons. Entretanto, uma por uma, cada testemunha sua se retratou ou desapareceu e apesar de toda evidência física que juntou como peças de quebra-cabeça... Na ausência de testemunhas, e julgando o caso superficial, a continuação do processo investigativo fora cancelada. Ainda que o caso fosse como uma rocha sólida. Dinheiro é o que torna a justiça inoperante.

— Não se culpe, você não pode carregar um fardo que não é seu.

— É óbvio que é minha culpa! Isso não é apenas sobre as leis. — É verdade. Importa-se com a justiça, mas isso tudo é algo pessoal.

— Você não pode se culpar pelo o quê aconteceu no julgamento!

— É mais do que isso, no entanto. Você sabe o que aconteceu. Meus pais eram inocentes, e esse bandido corrupto os matou. Além disso, ninguém está tentando derrubar Kokonoi, então precisa ser eu.

— Se fosse eu, eu não sei o que faria... Você é tão brava, forte e corajosa. Um pouco inconsequente, também. — Você ergue seu copo para ele, lançando uma piscadela.

— Uma inconsequente que obtém resultados.

— Eu soube, assim que eu te conheci no ensino médio, soube que você era encrenca. Mas eu nunca achei que era do tipo de problema "tentar desmantelar, sozinha e disfarçada, a maior máfia em Vegas"!

— Não é minha culpa que você me subestima! — Apesar de seu sorriso e um breve tilintar de copos, após levar o líquido adocicado aos lábios e bebericar um gole, sua mente dá voltas ao redor deste mesmo problema. Hanemiya e você simplesmente não compartilham da mesma motivação, já que seus pais ainda estariam vivos se a máfia não estivesse no poder — Mas eu não me importo com o carisma de Kokonoi, ele vai cair. E eu vou garantir que serei eu a derrubá-lo e que ele nunca saia da cadeia.

   O jovem de cabelos excêntricos bate os dentes em um estalo, franzindo a sobrancelha, cerrando os punhos e se aproximando.

— Pode estar cheio aqui, mas nós estamos em um lugar público. Você sabe que as paredes tem ouvidos. — Kazutora pega sua mão amigavelmente e acaricia o polegar sobre os nós de seus dedos — Mas eu prometo dar o meu melhor para te ajudar nessa.

— Você é o melhor amigo que jamais poderia sequer sonhar em pedir para ter.

— Sabe... — Seu amigo desviou o olhar, sorrindo singelamente e parecendo reflexivo — Parando pra pensar, eu acobertava bastante você na nossa época de Oxford e tinha que estar de olho em você toda hora!

— Eu me lembro que era eu quem costumava te salvar, como naquela festa que eu impedi que ligasse para sua ex.

— Eii!!

— E eu te salvar da cilada com aquela louca da sua ex deixa claro que estamos quites com essa pequena aventura.

   Toda a faceta risonha do Kazutora se desmancha em uma fração de segundo e basta apenas mais um milissegundo para ele estar franzindo as sobrancelhas novamente, parecendo sério subitamente. De novo, ele ignora a piada.

— Eu não estou fazendo isso porque te devo. Estou fazendo porque é a coisa certa a se fazer. Você sabe disso, certo?

— Estou brincando, claro que sei. Mas, sério, você é incrível. Não acho que mais alguém tenha ficado ao meu lado além de você. Ainda mais depois do fiasco na antiga empresa com o julgamento.

   Seu ex chefe a demitiu por "estragar a investigação do século".

— Bem, só que ainda não estou insano sobre esse seu plano. Essas coisas só funcionam em filmes e livros.

— Eu sei.

— Mas prefiro te dar apoio a que te fazer pensar que precisa fazer tudo sozinha.

— Eu só preciso de algumas provas. Algo concreto, talvez armamento pesado ou de fogo que tenha ligação a crimes, uma evidência certeira e infalível que convença a polícia a tomar providências.

— Ele não tem ideia do inimigo formidável que há em você!

   Deixa escapar entre os lábios um suspiro longo, grata mais uma vez por ter o jovem Hanemiya ao seu lado. Tendo isso em mente, tenta se permitir deixar levar todas as emoções e o medo.

— Então.. — Você brinca com o pingente de sua corrente — Esse microfone está funcionando corretamente?

— Tenho tudo sob controle — Ele ergueu as mãos, sorrindo — Está seguro e criptografado no meu computador de trabalho. A Toman Bank tem um bom sistema de segurança.

— É mesmo confiável?

— Manjiro Sano é um prodígio de negócios, ele se importa bastante com a segurança cibernética e usa os melhores equipamentos de Nevada. Indiferentemente do que aconteça, acredito que o banco de dados está sã e salvo e não há chances de cair em mãos erradas enquanto estiver naquele edifício. — Hanemiya esfrega a testa antes de inspirar fundo e dar um gole em sua bebida. De fato, sabe que a Toman Bank é uma verdadeira multinacional em disparada no mercado da indústria — Eu sei que tenho minhas dúvidas, e eu continuo preocupadíssimo com você e sua segurança, mas... esse seu plano pode funcionar. Desde que absolutamente nada dê errado.

— Não vai.

— Então precisa de algo o mais rápido possível.

— Eu sei, estou trabalhando nisso. — Nesse momento questiona a si mesma se deveria ter pego a bala que Kokonoi a ofereceu durante a cerimônia... poderia ser usada como evidência.

— Cada segundo na máfia te põe em maus lençóis, e a qualquer hora pode ser descoberta, a situação exige que aja rapidamente. — Você observa o tráfego pela janela de vidro transparente, cuja refrata para dentro do estabelecimento o azul vivo do céu, as nuvens com diferentes formatos que mais parecem algodão, os prédios altos e todas as cores vibrantes e divertidas que nenhuma cidade no mundo conseguiu ter como Las Vegas. Acaba se perdendo em pensamentos, respirando em um ritmo regular, concentrada demais para se dar conta que agora já estava fundo demais, e não havia como voltar atrás — Todo esse caso conta com você.

— Nada de me pressionar ou algo assim, por favor.

— Nós não teremos outra chance, não depois de Kokonoi ter escapado da primeira.

   Literalmente, as coisas irem por baixo d'água agora não implica somente no fato do fim do caso, pode custar muito mais que isso. Vai custar sua vida.

[...]

   São exatas duas horas da manhã. A noite está clara, o céu em um tom quase azul marinho, em algumas partes chegando a ser até meio avermelhado e arroxeado. Você pegou um táxi da zona de Green Valley até o subúrbio, para coletar o espólio e está genuinamente feliz que tenha um microfone em seu colar. É um lugar... decadente, para dizer ao menos. Após algum tempo de espera um rapaz jovem e alto se aproxima de você seguido por alguém que parece muito mais experiente.

— Oi. Sou Takuya, Takuya Yamamoto. Vamos trabalhar juntos.

   O jovem de cabelos louros dourados e longos com tatuagens evidentes em seu torso e braços parece bacana, apesar de claramente à beira. O outro homem é mais sério e abrupto, o típico homem de pôr a mão nos "negócios". Alto, bonito, um físico magro mas um homem certamente insano, as tatuagem na cabeça revelando isso.

— Shion Madarame. Vamos logo. — Você olha para Takuya, como para dizer "o que há?". O loiro apenas dá de ombros como se respondesse para seguir o fluxo — Temos muito trabalho a fazer essa noite.

   Você morde seus lábios para esconder seu desgosto. Isso não é trabalho, ao menos na sua concepção ideal de trabalho não se inclui esse tipo de coisa suja e corrupta a qual está prestes a fazer e se arrepia somente com o pensamento de ter que fazê-lo. É sujeira. A sujeira que significa "trabalho" para os Black Dragons é basicamente cometer crimes os quais você esteve lutando contra desde que se conhece por gente.

   Shion guia você e Yamamoto até um veículo simples que com certeza não se destaca na cidade. Enquanto ele dirige, você e o jovem, tatuado e simpático demais para trabalhar com a máfia, sentam no banco de trás. Madarame não é do tipo que fala muito, mas pelo menos o Takuya é tagarela, já você não se diria uma pessoa quieta e muito menos falante, e sim mais para uma intermediária dos dois. Pessoas falantes na máfia são raras, estão essa é uma oportunidade de ouro para reunir informações!

   Inclina-se no banco, singelamente a fim de não ganhar a atenção do outro loiro de cabeça raspada no meio pelo retrovisor, e também, ter certeza que seu microfone capte tudo que ele disser.

— Então, você é nova? Eu nunca te vi por perto.

— Uhum, fui apresentada ontem.

— Você já conheceu Kokonoi?

   Embora surpresa, mantém uma feição neutra. A voz trêmula do jovem e sua indignação ao mencionar o nome do todo-poderoso nessa família tão atroz como se o mesmo pudesse ouvir e Takuya fosse ser morto apenas por isso, a fez perceber que a reputação de Koko era de fato, imponente e afrontosa, visto que o loiro parecia apreensivo. Hajime fez sua cerimônia de entrada por ele mesmo, mas algo grita para você que nem com todos funciona dessa forma.

— Nós nos conhecemos na minha introdução.

   Takuya fica tenso, ele desvia o olhar e, observadora como é, nota ele encarar Shion, quem estava com o cotovelo na janela, fingindo muito bem estar desconectado da conversa, entretanto, sabia que o mesmo estava alerta. Uma mulher nova na máfia conversando sobre o chefão com um moleque, e afinal de contas, ele não era um táxi.

— Esse homem é tão frio e calculista. — É quase como se o rapaz traduzisse os seus pensamentos, tirando as palavras de sua boca — Para ele, só seus objetivos importam, sempre.

— Sim... ele parece ser bem focado. Ele sequer tem uma vida no lado de fora?

— O quê você quer dizer? Uma família de sangue?! Não que eu saiba.

— Nem uma namorada ou namorado? — Você precisa absorver mais informações, nada nunca foi vazado sobre esse assunto em específico.

— Oh, ele é um sedutor de primeira. Isso eu sei, já conheci muitos dele. — Seu coração parece errar uma batida.

— Então ninguém especial?

— A Black Dragons é seu verdadeiro amor. Todas as pessoas duram por apenas uma noite ou duas.

— E você costuma vê-lo com frequência, Takuya?

— A família oferece refeições para ocasiões especiais, ou todos jogam cartas juntos, então mais ou menos. — Em seu rosto se desenha uma feição questionadora. Diferente de todos que conheceu, Yamamoto não parece natural de Nevada ou sequer do Japão. Família, de fato, é unilateral.

— Qual sua história? Como você acabou na Black Dragons?

— Eu não nasci nesse mundo. Mas fui influenciado por alguns amigos e me meti em um problema financeiro, agora... eles estão tomando conta de mim. Quero dizer, eu tenho uma dívida a pagar. — Imaginou que ele não estivesse na máfia por conta própria, mas não imaginou esse tipo de situação. Antes que possa perguntar qualquer coisa, Shion os encara bravamente pelo retrovisor.

— Vocês são membros da Black Dragons, não um grupo de fofoca. Ajam como tais.

— Estamos apenas conversando.

— Silêncio é bom e todo mundo gosta.

— Mas não é obrigatório. — O Yamamoto pisca para você ao dizer.

— Você pode falar mais quando for algo interessante e que valha a pena. Por enquanto, não se gabe enquanto não subir na classificação.

— Subir de categoria para um capitão baixo como você? O que fez na máfia para ser o único a ser responsável aqui, hein?

— Eu não devo satisfações para subordinados.

    Você encolhe os ombros, apoiando o queixo sobre a palma da mão enquanto observa a paisagem através da janela, deixando o subúrbio para trás para chegar quase próximo ao Green Valley, novamente. Por fim, Madarame para em um restaurante italiano, são duas e vinte da manhã, e obviamente não é hora para um espaguetti! De qualquer modo, não está entre as suas opções retrucar, então o loiro entra no local seguido por você e Yamamoto.

— Bienvenuto, amico mio.

   Ele não pode nem estar soando sério, vieram para apanhá-lo e ele deveria quase beijar seus pés para isso. O homem com uma barriga visível em sua camisa, provavelmente aos cinquenta anos e com o cabelo ralo, abre os braços.

— Ei, Giuseppe! Estes são os novos, Takuya e [Nome]. Takuya e [Nome]. Esse é Giuseppe, o dono deste restaurante.

— Ah muito prazer em conhecê-los! E que timing perfeito. Preciso testar minha nova receita! — Shion recua um passo. Claramente, o único perigo aqui é o quê esse homem coloca como ingrediente especial em sua pizza — Ah eu sou tão agradecido pela proteção que vocês dão ao meu humilde restaurante. Sentem-se! Sentem-se!

   Madarame e Giuseppe somem na cozinha enquanto você e o loiro tomam um assento. Alguns minutos depois, Shion aparece mastigando uma fatia pequena de pepperoni e Giuseppe traz uma pizza inteira até vocês.

— Essa é minha mais nova invenção. Eu preparei um molho de ricota com fatias de pera e granulado de nozes! Um pouco de doce misturado com pancetta salgada.

— Oh, como uma pizza havaina. — Takuya comenta e Giuseppe estreita os olhos em desgosto, ao que ele põe sobre a mesa a bandeja entre ambos.

— Que tipo de idiotice você está falando?! Que tal lilikoi também?! — O homem revirou os olhos — Pessoas são loucas.

   Takuya pesca um pedaço, mas você precisa encontrar um jeito de redirecionar essa conversa para o que realmente importa, e rápido!! Qual estratégia adotar... Deveria perguntá-lo sobre Kokonoi ou deveria se manter profissional e perguntar sobre suas conexões na máfia?

— Você é tão gentil!

— Você precisa saber como agir para ir bem na indústria.

   Embora esteja apavorada de acabar com toda a farsa, Giuseppe lhe dá uma oportunidade que não pode deixar passar. Ele simplesmente acabou de dar a trégua perfeita para entender sua relação com a máfia.

— Ir bem é ótimo... mas falir é péssimo! Os nossos serviços devem ser caros. — Tentou "jogar verde" como dizem as expressões populares.

— Bem, estou com fome!

   Ok, Giuseppe paga a Hajime por sua psseudossegurança, mas quanto? Há alguma fatura falsa? Ou um contrato que prove em papel? Isso seria bem conveniente para reforçar quaisquer provas que venha a coletar.

— Desculpe-me. — Riu sem graça — Eu só sou prática e curiosa. Como você cuida de tudo?

— Não se preocupe, temos que treinar bem as pessoas jovens! Quanto ao dinheiro, Shion cuida do meu caixa de registros muito bem.

   Ah, era isso que precisava! Mas como pode sugar isso dele para pegar em seu microfone?

   Antes que você possa conseguir mais informações, a porta atrás de si é aberta abruptamente cessando toda a conversa e cinco pessoas adentram no restaurante, todas armadas com facas afiadas.

— Ai, não! — Takuya exclamou — Deviam estar esperando por nós.

— Quem são eles?

— É a Valhalla. Esses caras não brincam, cuidado!

   Giuseppe recua até a cozinha enquanto você se apoia na mesa, levantando e virando a cabeça tão rápido que fez com que seus cabelos voassem. Madarame avança um passo adiante com os punhos erguidos. Cinco contra três... estão em menor número. Não há dúvidas, é preciso lutar. Graças às quaisquer entidades supremas do universo que você treina artes maciais.

   Você usa das suas habilidades de karatê para derrubar um dos cinco oponentes. Analisa o caos ao seu redor e percebe Shion, já deitado no chão frio, nocauteado. Próximo a ele, está o cara quem o atacou, também inconsciente e caído e é rápida em pegar a faca do chão da pessoa que você derrubou. Sua respiração é ofegante e adrenalina pulsa em suas veias ao que inspira profundamente antes de canalizar sua experiência em artes maciais quando um bandido vem até você, os olhos quase atirando lâminas afiadas se fosse possível, além da própria materializada em mãos, e logo atrás um de seus parceiros, então você gira a faca na sua mão, segurando o objeto cortante para trás com um pulso firme para por fim bater em um deles com o cabo.

   Pode ser que tenha entrado na Black Dragons, mas é diferente deles. Não é uma assassina.

   Soca a cara do indivíduo com a bunda do cabo da faca, bem no meio de sua testa, o quê o faz cambalear e cair para trás. Gira ligeiramente, nocauteando também o segundo homem com um chute, quem se aproximou demais para deixar algum espaço de conforto e tempo para estratégia. Você se curva para recuperar o fôlego ao que o último dos atacantes abandona a cena correndo. Enquanto isso, Yamamoto se acovarda no canto do restaurante.

— Como você fez isso?! Você é tipo a mulher maravilha ou algo do tipo? Você derrubou dois homens de uma só vez!!

   Uou, uou, uou, calma lá. Não pode deixá-lo sabendo o quão bem treinada é. A Black Dragons pensaria que é uma policial e seu disfarce iria por água abaixo!

— O instinto de sobrevivência tomou conta, eu acho. Estou surpresa comigo mesma. — O loiro está com os lábios levemente entreabertos em surpresa e curiosidade, ele parece completamente perdido o coitado! Apesar de se enfurecer suavemente pelo fato do rapaz não ter se mexido um centímetro! — Está tudo bem.

— Graças a você. — Takuya pensa que está falando com ele, mas ele está enganado. Estava afirmando em voz alta e deixando Kazutora saber que estava bem. Ele ainda está ouvindo via microfone no seu colar, e gostaria de evitar que ele se preocupe à toa — Shion! Você está bem?

   Seu supervisor se levanta, sentando no chão após ser chacoalhado por seu colega, esfregando o couro cabeludo onde foi acertado, ele jogos os cabelos para o lado, grunhindo em dor e você pôde perceber que a tatuagem em seu rosto segue para a cabeça. Ele rapidamente processa a situação: quatro criminosos armados no chão. O Madarame saca seu revólver e o aponta para o homem ao seu lado, ao que recobra a consciência em súbito. Com a outra mão, ele puxa o seu celular e tecla alguns números de telefone, assim que a pessoa do outro lado atende, Shion atropela as palavras, levantando-se agoniado.

— Inupi vai lidar com a situação, por enquanto, ajudem-me a contê-los. — De dentro do bolso, ele puxa braçadeiras pretas resistentes. Você se adianta em acenar para Madarame.

— Eu faço isso.

   Atrás de si, ouve um suspiro de alívio de Takuya, claramente, ele não tem nenhum desejo de provar a si mesmo no momento. Seu supervisor joga as braçadeiras para você, e se põe atrás de um dos bandidos, enquanto isso Yamamoto parece se reter, há pânico em seus olhos dourados.

— Inupi é o braço direito de Kokonoi. Se ele vier... — O loiro encara os seus reféns como se eles fossem fantasmas ou estivessem mortos-vivos. Mas então ele se volta para você, e vê o mesmo medo refletido nas orbes do rapaz. Concluindo, Takuya está apavorado não pelo o quê vai se suceder aos caras em seus pés, derrubados com golpes patéticos, parecendo o lixo que se deixa para trás e sim com o que estará acontecendo com vocês — Koko não vai gostar disso.

   Parecendo de fato assustado com a ideia de um Kokonoi furioso pela bagunça em um restaurante urbano central, Takuya desvia o olhar. Você o ignora, habilmente contendo os criminosos no chão, apertando as braçadeiras fortemente. Logo em seguida, depois de conferir cada um dos homens, vai até seu colega, chocada que ele seja assim imaturo.

— Inupi não pode vir aqui.

— Vai dar tudo certo.

— Essa é sua primeira missão! — Seu coração acelera. Ele está certo, não é um bom sinal que sua primeira missão tenha escapado pelas beiradas, especialmente tão cedo! Portanto, alguns de seus temores a infetam.

— Acredite em mim, você não viu nada ainda. Inupi odeia confusões como essa, principalmente quando deixamos um deles escapar! Estamos tão ferrados!

— Ele não parece um homem inepto. Ele deve saber que isso não foi previsível, bem, previsível talvez, mas não nossa culpa.

— Eles vão achar nossos corpos no fundo de uma ravina, ou vão nos dar de comida aos porcos... ou até nos jogar no rio! — Yamamoto murmura para si mesmo, perdido em seus próprios pensamentos paranoicos e absurdos, com toda certeza esse rapaz possui alguns traumas que o perseguem como uma maldição.

— Nós somos uma família, Takuya. — Isso parece acordar o loiro de suas convicções sombrias. Surpreendendo até você, já que seus lábios pronunciaram tais palavras com tamanha naturalidade, com um tom tão suave e neutro, como se fosse de fato da família. Soando como se fosse acostumada a dizer isso à irmãos assustados como ratinhos que fogem de gatos agressivos, ou até como se não odiasse tudo que a máfia e Kokonoi significam e esses mercenários com mãos sujas de sangue e dinheiro podre, os gatilhos de armas espalhadas manchadas pelas digitais cujas arrancaram almas desta terra. Assim como as vidas de seus pais. Tirados de jogo como peças de tabuleiro sem valor — Você está exaltado. Nós fizemos bem! Defendemos esse lugar, exatamente o porquê Giuseppe nos paga para o fazer. Não temos a culpa aqui.

   Então, Yamamoto parece satisfeito com suas palavras "reconfortantes", entretanto, agora sua mente está a milhão, barulhenta com todas as coisas que passam diante dela como um flash. Não acha que serão mortos por isso, mas não é ideal conquistar a atenção do braço direito do todo poderoso da máfia Veguense em sua primeira noite de trabalho depois de deixar de ser somente uma associada.

   Minutos passados, um guincho de pneus os alertam da chegada de Inupi. Você toca seu colar, em uma mania de nervosismo e também o ajusta, sutilmente o checando. Pelo menos, se o pior vier a acontecer, Hanemiya terá sua evidência.

   A sineta pendurada na porta avisa a entrada da figura masculina — extremamente atraente a qual você viu em menos de vinte e quatro horas — no restaurante de Giuseppe. Há homens deitados no chão, com os braços presos para trás, Shion com sua arma içada e Takuya fazendo o possível para se manter calmo. Contudo, os olhos azuis vão diretamente a você. E não quebra o contato visual, ciente da ousadia em sua postura, o loiro arqueia uma sobrancelha para isso, mas não diz nada. O correligionário de Hajime se vira para Giuseppe enquanto o mesmo sai da cozinha.

— O quê aconteceu?

— Esses homens atacaram do nada!! Obrigado, obrigado por sua proteção. O quê eu faria sem essa família me assistindo?

   Inupi então volteia sua atenção a Madarame.

— Sinto muito. Um deles apenas saltou em mim.

   Não é preciso muita explicação para que Inupi franza o cenho ao supervisor. Shion soa melancólico, como se estivesse envergonhado de si mesmo mas relutante em dizer a verdade. O loiro relaxa suas feições em uma fração de segundo.

— Mas você está bem?

   Ele está genuinamente preocupado?

   O Inupi parece sincero em relação a sua preocupação com Shion, é tocante — e surpreendente — descobrir esse lado dele.

— Eu vou ficar bem. — Eles trocam mais algumas palavras, mas você está muito longe para ouvir. Então ele se vira para Takuya e você, e lá está de volta, o mortal e gélido olhar em suas orbes.

— Qual de vocês desestabilizou os outros?

— Foi tudo a [Nome]! Ela foi uma fera! Nunca vi algo parecido. — Yamamoto é efusivo em seu louvor, mas Inupi fica cada vez mais tenso enquanto seu colega fala e seus olhos azuis frios a fitam com uma precisão de laser.

— Tal destreza em lutas é... preocupante para mim.

— Eu apenas defendi a mim mesma.

— Onde você aprendeu essas habilidades?

— Eu perguntei isso também! Ela disse que foi a adrenalina! E que dose hein...

   O loiro encara Takuya com um olhar afiado que o mesmo treme os dentes e sai dali, deixando-a a sós com Inupi. Se fosse um cara, talvez não estivessem tão surpresos com sua aptidão física! Cuidadosamente, ajeita seu rosto para não parecer preocupada com o desenrolar da conversa.

— Quem te treinou?

— Eu só agi no instinto. O medo se apoderou de mim.

— Eu duvido. Pois precisão requer prática. Treino profissional. — Você pode até ver as engrenagens de sua mente trabalhando, avaliando-a e a julgando. Como se qualquer deslize que cometesse fosse a expor — Você não é uma policial, não é?

   As melhores mentiras têm um pingo de verdade nelas, mas será que pode se dar ao luxo de deixar um grama de sua identidade real ser exposta?

— Sou viciada em esportes de combate. Não tenho treinamento formal, mas é uma escapatória pra minha raiva. Vou bastante à academia, boxing, karatê, aulas tipo isso. — Inupi visivelmente relaxa com sua resposta, isso significa que contornou bem a situação, independente do que ele vá dizer, sua linguagem corporal abrange algumas respostas prévias.

— Ah, eu entendo. Eu faço o mesmo. — O loiro sorri, mas o sorriso fino logo se desmancha — Enfim, preciso que venha comigo.

— Eu não fiz nada de errado. Achei que estava ajudando!

— Estou só me adiantando. Koko vai exigir falar com você. Em privado.

   Putamerda, Takuya estava certo, embora não soubesse o quão certo estivesse.

   Seu primeiro dia como associada e o "todo-poderoso" da máfia de Las Vegas quer falar com você particularmente. Isso é ruim!

[...]

   Você tem nós no estômago enquanto cruza o saguão e segue até o escritório de Hajime. Ajeita os ombros e mantém a postura, não pode aparentar ser fraca. Kokonoi se vira para você assim que cruza a porta de sua sala e em um instante sua determinação derrete. Em súbito, todas as lamentações de Yamamoto tomam sua mente e a induzem ao medo, no entanto, sua única saída é não fingir alguém que não é e só pode ter esperanças que seja ilegível.

   O platinado está impenetrável assim como você, ambos escondendo suas emoções muito bem. É quase como um jogo de gigantes. E em toda a cerimônia de boas-vindas, ele foi caloroso e receptivo. Agora, então? Percebe que ele é um verdadeiro mafioso de primeira, cujo carrega todos os sentidos do título plenamente. Sua reputação não é em vão, ele a carrega por um único motivo. Ser o maior mercenário de todos os tempos. Age em prol do seu bel-prazer, da sua conta bancária e principalmente, ser o Deus do submundo, literalmente o todo-poderoso. E sentado em seu trono de seu cassino chamativo e cafona, ele lucra milhares de dólares per noite, senão per hora. Sua organização bem estabelecida e conhecida, onde não há evidências claras para a polícia o capturar, ou seja, tudo é escondido muito bem, afinal não há ocorrências em seu nome ou no do Cassino Bonten, que o ligue às ocultas afiliações da Black Dragons.

   E não há nada em seus olhos além de gelo, um traço calculista.

— Obrigado por vir tão rápido. — Como se eu tivesse opção! — Eu sabia que você me surpreenderia desde o primeiro dia, mas eu não previ como. — Ele quase parecia chateado? Somente por não esperar algo de você? Ele está satisfeito, bravo ou irritado? — Precisamos conversar, de um a um.

   Existe alguma espécime de nódulo em suas cordas vocais, talvez medo materializado, então assente. Você pensa então, em como ele fixou a atenção em você de uma forma diferente, quase bestial, assim que jurou lealdade à Black Dragons, e principalmente a ele. E esse escritório tem como objetivo recordar-lhe que é ele quem está no poder. Tudo que ocorre nessa sala, fica nela.

— Saiba disso, [Nome]. Eu irei apenas ouvir a verdade. Se mentir, acabou.

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