" MANOBRA DE WRONSKI "
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A Snape respirou fundo, fechou os olhos e soltou todo o ar do estômago pela boca, pois pareceu ser a coisa mais sensata a se fazer naquele momento, o contrário de ir para um jogo que a garota não havia certeza se conseguiria dar conta de que todos apostavam em si para ganhar o torneio de Quadribol. Com as mãos tremendo, prendeu os cabelos em um rabo de cavalo com duas tranças laterais de enfeite que fez para ganhar tempo longe do salão principal. No entanto, havia de enfrentar os próprios problemas e sair do salão comunal da sonserina de estômago vazio, sem beliscar o que Alice Tolipan havia trazido.

Ao subir todas as escadas, avistou as garotas junto ao grupo do Malfoy - Crabbe, Goyle e Pansy - apenas aguardando a chegada da garota prodígio. Todos que a viam queriam a cumprimentar ou gritar em seu ouvido. Se já não bastasse a própria feição mau humorada, tinha ficado mais ainda de cara fechada, sentando e cruzando os braços.

- Estavam me esperando? - Ellen tentou disfarçar o tom de voz pouco confiante. - Não consigo acreditar que precisavam tanto da minha ilustre presença. ‐ olhou feio em sequencia para alguém que queria falar com ela.

- Parem de ficar enchendo o saco dela! - disse Tolipan a defendendo. - Não está vendo que ela está tentando se concentrar para o jogo? - Ellen fez uma careta e a garota parou de berrar.

- Não precisávamos. - Draco rebateu posteriormente e Prince revirou os olhos sorrindo de canto de rosto. - Pronta para ganhar?

- Sempre. - respondeu, mas novamente, nada confiante.

Astória percebeu esse sentimento da outra, a olhando de cima a baixo para depois ignorar revirando os olhos. Já a outra Greengrass estava ocupada, como sempre, terminando de ler "Quadribol Através Dos Séculos" e Tolipan agora escutava tudo que contava ao ler - ou não entenderia o que estaria acontecendo no jogo.

- Quadribol é muito famoso aqui em Hogwarts. Cada um tem seu time que disputam a Taça do Quadribol todos os anos. - contou Daphne - Cada time tem sete jogadores e um capitão, que cria as estratégias para os jogos. Entendeu?

- Não muito bem. - respondeu Alice.

- Por Merlin! Preste mais atenção. - indignada a puxou para ambas saírem conforme o fluxo de pessoas começou a andar para a área externa; o jogo estava se aproximando.

O estômago da Ellen revirou e como se já não bastasse a própria inquietação, notou que não recebeu nenhuma carta de seu pai que desejasse um bom jogo - tentou não ficar emotiva, pois não precisava dele.

Ao chegarem na área externa após uma longa caminahda, todos os alunos avistaram o campo onde o jogo ocorre. Tendo o formato oval -com cento e cinquenta metros de comprimento, por cinquenta e cinco de largura e uma área circular de aproximadamente sessenta centímetros de diâmetro ao centro, de onde as bolas seriam lançados
O campo ainda possui, de cada lado, duas "pequenas áreas", se encontrando três balizas ou aros - esse lugar, pertence ao goleiro que defende os goles lançados pelos artilheiros do time adversário.

- Uau, que enorme aqui! - Tolipan saiu correndo na frente.

- Ai Tolipan! - exclamou Daphne ao ser puxada ‐ Vai devagar, devagar!

Ellen sorriu vendo a cena, mas assim que sentiu a mão do Draco no próprio ombro, todo aquele sentimento se esvaiu.

- Você precisa derrotar o Potter.

- É o que todos estão dizendo, não acha que eu já não sei disso? - a Snape se afastou do Malfoy - Agora se me dá licença, tenho que ir. O capitão do time está me esperando e ele odeia atrasos.

- O Marcus Flint? - com um sorriso debochado, Pansy retrucou - Ele é um trasgo de tanta falta de inteligência que tem. Duvido que esteja dizendo a verdade.

- Se você soubesse de alguma coisa, poderia estar no meu lugar - a Prince rebateu, dando as costas para o grupo e indo em direção oposta aos dos estudantes.

Subiu algumas escadas e se encontrou na cabine onde tinha o restante dos jogadores da sonserina, reunidos debatendo uns com os outros. Flint por outro lado, assim que viu a mais nova do time, cruzou os braços a anunciando:

- Olha só quem realmente apareceu, a garota prodígio da sonserina: Ellen Prince.

Marcus era de longe para Ellen a pessoa mais feia de todo o time, apesar de ser alto e relativamente musculoso, ele aidna tinha dentes grandes, olhos cinzentos desajeitados e cabelo preto grosso.

- Sim, eu mesma.

- A essa altura do campeonato, eu achei que não viria mais. ‐ não sabia que existiria outra voz feminina no time, mas Milo Bletchely é uma garota - Já estávamos contando tanto com sua desistência, que colocamos alguém no seu lugar.

- Não vai ser necessário.

- Como podemos ter tanta certeza? - rebateu a mesma, segurando o cabo da vassoura. - Nem está com a sua vassoura e muito menos te vimos fazer alguma manobra. Você pode ser péssima, ao contrário que todos dizem. - Ellen sentiu medo com suas palavras, pois a mesma havia total razão.

- Eu não sou péssima.

- Não está parecendo dizer a verdade.

- Eu não sou péssima! - Prince disse pausadamente em um grito.

- Ótimo, porque se o time perder pelas suas faltas e competência, então tudo será culpa sua da mesma forma que estão depositando a vitória em uma criança de onze anos que mau chegou no time. - assim que a garota terminou de ouvir, engoliu seco.

- Mas a gente tem uma estratégia? - perguntou Flint, mas ninguém o respondeu e continuaram a discussão.

Ellen Prince notou que ele parecia ter sangue de trasgo. No entanto, a sonserina o nomeou capitão por ser conhecido como rude nos jogos e ninguém seria culpabilizado pelos seus atos - se mantendo nos jogos.

- Garota. - Milo gritou para Ellen, chamando sua atenção - Te enviaram isso aqui, você não vai jogar com essa porcaria que chamam de vassoura nas aulas da Madame Hooch. - com uma expressão séria, entregou uma nimbus dois mil.

- Quem me deu isso?! - exclamou Ellen, mas tudo que Milo fez foi apontar para o cartão em volta do cabo. - Tia Cissa... - respondeu a própria pergunta, com um pequeno sorriso no rosto.

Na folha amarelada pequena estava escrito: "Orgulhosa pela sua entrada no time de quadribol, com amor Tia Cissa" e com esse incentivo toda a pressão psicológica foi embora em um instante pelo incentivo.

• • • •

Os sete jogadores começam o campeonato após o apito da Madame Hooch. O time adversário seria a Grifinória e todos já estavam em eufória quando Ellen continuava parada encarando seu rival: Harry Potter, que igualmente não se movia sem a aparição do pomo de ouro.

O jogo todo transcorreu de forma repetitiva, a sonserina deixava os outros competidores serem atingidos pelos balaços antes de fazerem mais pontos - tal estratégia partia de Marcus Flint contra o goleiro Oliver Wood, que não estava mais em sua posição e se encontrava desmaiado.

Quando a Grifinória fez mais pontos, Ellen se desesperou. Precisava fazer com que revertesse o jogo e sem o pomo, não havia o que podia fazer. Então, usou isso ao seu favor. Havia lido nos tempos livres uma manobra chamada: A finta de Wronski, um movimento mais perigoso e, consequentemente, um dos mais famosos do quadribol. Prince sabia como seguir instruções então as fez, pois consistia em voar o mais alto e mergulhar para atrair a atenção do outro apanhador, para que assim acreditasse ter visto o pomo de ouro e a seguir. Harry sem saber disso, o fez sem pensar duas vezes e a apanhadora desviou antes de colidir com o chão, o contrário do Potter que acabou se machucando feio - a manobra não era contra as regras do jogo e podia se passar facilmente por um acidente.

A Grifinória ficou desapontada e o jogo se seguiu com repetições de ambos os times, mas Milo percebeu a manobra que Ellen havia feito e quando passou a parabenizou ao acentir com a cabeça. Logo depois, o pomo apareceu e Prince conseguiu o pegar após ter feito várias voltas atrás do objeto. A gritaria da sonserina sendo campeã foi a mais alta e o jogo se encerrou com uma vitória para a casa das cobras.

Ellen não viu seu pai na plateia no meio da comemoração.

• • • •

- Meus parabéns Ellen, você foi muito bem! - anunciou Astória, beijando a bochecha da amiga enquanto Daphne a sacudia de maneira elétrica.

- Eu fiquei com tanto medo por você. Achei que quando subiu iria acabar se machucando. Harry Potter está todo machucado na enfermaria, me contaram que até podia ter morrido. - murmurou Alice de fundo.

- E quem se importa com o Potter, sua trouxa? - Draco retrucou ríspido, afastando todos para parar de frente a Ellen - Vencemos e aqueles perdedores vão ter que aguentar. Tudo graças a Ellen!

- A Ellen! - todos do salão comunal da sonserina gritaram o nome da garota em uma única sintonia.

Milo Bletchely depois disso tudo, ajudou a garota a guardar os próprios pertences e disse que deveria participar mais dos treinos que haviam começado em novembro e eles já estavam em dezembro. A menina concordou e superou um pouco de seu medo.

• • • •

O natal estava se aproximando e com isso as férias que geram uma pausa das atividades e provas que já estavam acontecendo - a snape tirava sempre O; de ótimo e após o início das atividades com Tolipan o grupo inteiro tirava boas notas.

‐ Já sabem o que vão fazer nas férias? - perguntou Daphne, que terminava de ajudar a irmã mais nova com a mala.

- Eu vou ver meus pais, estou morrendo de saudade deles - sorriu Tolipan, fazendo carinho no gato Miu. - Eu mal posso esperar para contato sobre Hogwarts, eles vão ficar tão felizes!

- E você Ellen? Vai ver seus pais? - indagou Astória.

- Não, eu vou passar o natal com a Tia Cissa.

- Narcissa Malfoy? - disse a Greengrass mais velha confusa - A mãe do Draco Malfoy?

- Sim, minha família conhece a dele e somos próximos.

- Isso explica muita coisa - murmurou Tolipan.

Ellen Prince sorriu, terminando de colocar as mochilas nas costas e se despedir das amigas com um breve abraço - haviam tido um bom final de ano juntas, e qualquer que fosse o motivo que se reuniram, quis aproveitar o clima natalino naquele instante.

- Até mais! - a garota prodígio se despediu, descendo as escadas e indo em direção ao Draco. Pansy não parecia nada satisfeita. - Vamos?

- Mamãe já estará nos esperando no Hogwarts Express. Não quero me atrasar, então vamos logo.

- Tá bom porco espinho - Ellen revirou os olhos, com um pequeno sorriso no rosto, porque independente se não fosse passar o natal com o pai, estaria no paraíso com a tia.