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➙ 𝐏𝐑𝐎𝐋𝐎𝐆𝐔𝐄 𝐓𝐖𝐎

⛈︎彡𝐃𝐚𝐥𝐥𝐚𝐬, 1957.

Na manhã ensolarada de Dallas, um vórtex azul rasgou o ar num beco estreito, em meio a um silêncio quebrado apenas pelo zumbido da energia. Com uma explosão de luz intensa, Celeste foi arremessada no chão de concreto, ofegante e atordoada. O impacto esmagou seus dedos doloridos, arrancando-lhe um gemido abafado. Ela tentava se levantar, mas a tontura parecia nublar cada pensamento.

Enquanto recobrava os sentidos, a onda de dor a atingiu de todos os lados — uma pontada nas costelas, o latejar na perna inchada, o calor do sangue que escorria por seu rosto, a agonia em suas costas. E, ainda mais assustador, a sensação de não conseguir mexer os dedos. Ela cambaleou alguns passos, confusa e desorientada, como se o chão estivesse fugindo debaixo dela. O teatro. Lembrava-se do teatro... E depois, o vazio. "O que diabos está acontecendo?", pensou, assustada.

O beco estreito e sujo parecia girar ao seu redor, enquanto ela avistava uma lixeira velha e cheia de lixo jogado ao redor. Arrastou-se até lá, sentindo o músculo da perna protestar a cada movimento, cada fisgada reforçando sua vulnerabilidade. Ela estava, definitivamente, em um estado lastimável.

No meio do lixo, um pedaço de espelho quebrado chamou sua atenção. Aproximou-se cautelosamente, e, ao ver seu reflexo, uma onda de choque percorreu seu corpo. Estava com dez anos. O coração disparou, o desespero se infiltrando em cada pensamento. O que estava acontecendo? Como isso era possível? Sem respostas, ela virou-se e correu do jeito que pôde, indo até a avenida em busca de algum rosto conhecido.

Mas algo estava muito errado. A moda, o ambiente, o jeito das pessoas ao redor — tudo parecia saído de uma época distante. Em um ímpeto, ela correu de volta ao beco, a esperança teimosa ainda pulsando.

— Cinco! Klaus! Allison! Alguém?! — gritou, a voz quase se perdendo no vazio. Mas o vórtex estava fechado. Tudo indicava que estava sozinha.

O coração batia tão rápido que ela não conseguiu segurar o impulso: vomitou ali mesmo, próxima aos pés. Restava-lhe pouco no estômago, além de algumas barrinhas de cereal que havia comido antes de tudo isso.

Celeste olhou ao redor, atordoada, sem saber a quem recorrer. "Talvez alguém possa me ajudar", pensou, os olhos vidrados de medo. Fez menção de correr de novo, mas suas pernas fraquejaram. A adrenalina cedia, e a dor em seu corpo tomava o lugar, latejante. Caminhou devagar pela avenida, o olhar perdido, uma mistura de tensão e pavor nublando sua visão. Tentava se convencer de que aquilo era um pesadelo, que acordaria logo, que veria Cinco ao seu lado, no hospital.

"Isso não pode estar acontecendo. Não, não pode", murmurava para si mesma, o desespero crescendo, empurrando-a a caminhar cada vez mais rápido, na esperança de que algo familiar surgisse. Cada passo era uma tentativa de fugir da estranha realidade que a cercava, um mundo que parecia errar em cada detalhe. Por que, quando finalmente avançavam, precisavam se separar? As lágrimas ameaçavam escapar, e o vento forte fazia com que seus cabelos voassem na direção oposta à que ela corria, compondo um quadro quase dramático.

Seus pensamentos foram bruscamente interrompidos quando uma garotinha, aparentando três anos, apareceu correndo à sua frente. Celeste não teve tempo de reagir, e, antes que pudesse desviar, a pequena caiu na calçada, assustando-se com o tombo. A criança choramingava, os olhos assustados se voltando para a rua e os carros que passavam. Parecia querer fugir dali, embora mal entendesse o que estava acontecendo.

— Ei! Desculpe! — Celeste exclamou, agachando-se ao lado da menina, ainda atordoada e tentando entender o caos ao seu redor.

A garotinha, apesar do susto, se levantou rapidamente, tentando se soltar da mão de Celeste, que a segurava firme. Segundos depois, um caminhão passou em alta velocidade pela rua, justo no lugar em que a garotinha correria se não tivesse sido parada.

Celeste ficou imóvel, o choque evidente. Havia acabado de salvar uma vida. Aquela criança... ela deveria ter morrido? A realidade parecia dobrar-se ao seu redor, e, por um momento, ela afrouxou a mão que segurava a garotinha. Mas, curiosamente, a menina não tentou mais correr para a estrada.

Um homem de meia-idade, visivelmente aflito, apareceu correndo em sua direção. Seus olhos brilharam de alívio ao ver a criança.

— Meu Deus! — exclamou o homem, a voz embargada. Ele se aproximou da menina, quase em prantos. — Me desculpe, me desculpe! Eu estava distraído, conversando com a enfermeira... Tom deveria ter ficado de olho na Samantha, mas... Ah, nessa idade, são tão curiosos… — sua voz tremia, cada palavra pesada com a culpa que o consumia. — Se não fosse por você... Eu não vi ela, e me assustei tanto...

Ele pegou a garotinha nos braços com delicadeza, os olhos ainda cheios de lágrimas de alívio. Quando ergueu o olhar para Celeste, seu rosto se encheu de preocupação ao perceber seu estado. Ele a examinou de cima a baixo, ciente de que algo na aparência dela exigia atenção.

— Mas o que… — Ele murmurou, confuso, seus olhos fixos nela, num misto de preocupação e surpresa. — Pequena, você está bem?

Celeste foi tomada pela lembrança incômoda de que seu corpo não pertencia mais aos dezesseis anos. Sentiu o impulso de sair dali o quanto antes, seus olhos vagando ao redor, como se buscassem uma rota de fuga invisível.

— E-eu estou bem — mentiu, tentando manter a voz firme. Com um movimento discreto, escondeu a mão enfaixada no bolso do casaco, como se aquilo pudesse encobrir seus ferimentos. — Qual é a data de hoje? Exatamente — perguntou, quase atropelando as palavras, ansiosa para evitar que ele fizesse outras perguntas.

— Ah… — Ele franziu o cenho, coçando a nuca e cerrando os olhos, como se tentasse puxar cada detalhe da memória. — 25 de novembro de 1957, segunda-feira… — ele deu uma rápida olhada no relógio de pulso — …10:23 da manhã. Você está bem?

1957?

O choque atravessou Celeste como um raio. Seu coração disparou, e ela sentiu uma náusea profunda, o estômago revirado. Sem forças para reagir, deixou-se levar pelo desmaio — a informação e o cansaço a consumindo por completo.

「· · • • • ⛈︎ • • • · ·」

Quando os olhos de Celeste finalmente abriram, o quarto à sua volta era banhado por uma luz branca e fria. Por um breve segundo, ela acreditou que o pesadelo havia acabado. Mas ao reconhecer a ala hospitalar, as lágrimas brotaram sem aviso. A frustração a tomou — aquilo estava realmente acontecendo.

Ela notou que seus dedos esmagados estavam agora cobertos por ataduras, cuidadosamente remendados, mas seu corpo inteiro latejava, como se tivesse sido atropelado por um caminhão. A dor na cabeça retornou com força, e ela, sem hesitar, drenou a energia de alguns aparelhos próximos, que lhe pareciam dispensáveis. Sentiu um alívio imediato, o corpo relaxando contra o colchão. Sabia que tudo aquilo chamaria atenção, talvez até a polícia. O que poderia dizer? Que tinha a síndrome de Highlander? Parecia absurdo até de pensar.

Perdida em devaneios sobre o que diria, quem seria, como sobreviveria, ela foi interrompida por um jovem bem-vestido que entrou no quarto. Ele segurava a mão da mesma menina de três anos com uma gentileza que contrastava com a tensão visível em seu rosto. Ele também parecia carregar uma culpa intensa, como o homem de antes. Celeste ficou nervosa; precisava decidir o que diria, mas nada lhe vinha à mente.

— Ah, pelo visto você acordou — Ele disse, se encostando ao batente da porta enquanto a pequena menina explorava o quarto. Ele tentou um sorriso amigável, mas a tensão persistia. — Salvou minha irmã de ser atropelada. Com certeza tenho que te agradecer por isso.

— O que aconteceu? — A voz de Celeste mal passou de um sussurro, e seus olhos se encheram de lágrimas novamente. Queria desesperadamente voltar para casa.

— Eu é que deveria perguntar, na verdade. Você é quem chegou aqui com duas costelas quebradas, o fêmur rachado, um "quase" traumatismo craniano e dois dedos esmagados — ele respondeu, a voz carregada de sarcasmo. Ele parecia observar cada detalhe, cada ferida. — Me desculpe — ele murmurou, percebendo a própria grosseria. — Meu nome é Thomas, mas pode me chamar de Tom, se preferir — estendeu a mão para cumprimentá-la, mas ao perceber os ferimentos, hesitou, fazendo uma careta de autoironia. — Esqueci desse detalhe. Foi mal.

Celeste não riu. Poderia ter rido, se não estivesse soterrada por aquela situação sufocante. Em vez disso, desviou o olhar para o teto branco, pensamentos sombrios sobre o que seria sua vida dali em diante. Precisava encontrar sua família. Talvez eles ainda estivessem vivos. Ou talvez, tivessem sucumbido com o tempo.

Thomas permaneceu em silêncio. Observava a garota imersa em seus próprios pensamentos, o olhar distante, enquanto lágrimas discretas deslizavam ocasionalmente pelo seu rosto. Ora ela olhava para ele, os olhos tomados por uma desconfiança sutil; ora oferecia um sorriso tímido para a garotinha ao seu lado.

Logo, o mesmo homem de antes entrou no quarto, recostando-se no batente da porta com as mãos nos bolsos.

— Tudo bem? — ele perguntou, chamando a atenção dos dois. — Meu nome é Anthony. Anthony Blake — apresentou-se, sem o gesto formal de estender a mão como o filho fizera. Seu rosto trazia uma expressão de preocupação genuína, com um toque de humildade.

Celeste desviou o olhar. Conversar era a última coisa que queria naquele momento; o que ela realmente desejava era sair dali, encontrar sua família. Encontrá-lo.

— Não quer falar. Entendi. — Anthony comentou, respeitoso e compreensivo. Observou-a por um instante, notando o quanto parecia cansada, o olhar perdido no espelho ao lado. — Olha, pequena, sei que... talvez você esteja confusa. Desde que chegou, o laudo médico indica desorientação. Podemos te ajudar, se quiser ser ajudada.

Celeste continuou encarando o espelho por alguns segundos. "Foda-se", pensou.

— Meu nome é Celeste — ela respondeu, sem mencionar o sobrenome, receosa de causar qualquer impacto na linha do tempo.

Mais tarde, porém, acabou relevando a questão do sobrenome e se permitiu compartilhar seu nome completo com eles. Nunca mencionou nenhuma mentira sobre a "síndrome de Highlander" — mesmo que, talvez, pudesse ser uma fuga explicativa da sua aparência mais jovem — que pudesse interferir nos estudos médicos sobre a condição.

Nos minutos seguintes, Anthony explicou que havia custeado todas as despesas do hospital e das cirurgias dela. A gratidão era palpável em sua voz — ele não sabia como agradecer o suficiente por ela ter salvado sua filha caçula, Samantha.

Semanas se passaram, e com a recuperação completa de Celeste, ela passou a viver com a família Blake em Dallas. Eles a acolheram de braços abertos em sua casa simples, mas cheia de afeto, proporcionando-lhe comida, um teto e estabilidade sem exigir nada em troca. A presença dela parecia ser suficiente para eles.

Anthony sempre mencionava que ela tinha um brilho especial, algo que o fazia lembrar de sua falecida esposa. Esse encanto silencioso o motivava a protegê-la como se fosse sua própria filha.

Os Blakes insistiram para que ela espalhasse pôsteres pela cidade, procurando sua família, mas ela recusava cada sugestão, dizendo que, ao atingir certa idade, deixaria a casa deles. Mesmo com sua relutância, a família deixava claro que não se importava com sua presença; ela se tornara parte essencial de suas vidas, ajudando-os naturalmente.

Foi apenas após dois anos que Celeste se abriu parcialmente, revelando que sua consciência tinha dezesseis anos. Mentira, é claro. Era bem mais velha que isso, mas sabia que quanto mais verdadeira fosse, mais eles achariam mentira. Estava cansada de ser tratada como uma criança. A revelação deixou a família em choque; Anthony, em especial, inicialmente achou que fosse uma brincadeira. Mas eles reconheceram que havia algo especial em sua maturidade e decidiram não fazer mais perguntas, compreendendo que era melhor aceitar o mistério do que desvendá-lo completamente.

Com o passar dos anos, Samantha cresceu ao lado de Celeste — ou "Celly", como a pequena a chamava. Celeste assumiu quase o papel de uma tutora, ensinando a Samantha novas línguas e, a pedido da menina, algumas técnicas de defesa pessoal.

A família Blake sempre a tratou com carinho e respeito. Thomas tornou-se um amigo leal para Celeste, sendo apenas dois anos mais velho que ela em aparência, enquanto Anthony, carinhosamente conhecido como "Tony", a acolheu como uma filha, garantindo-lhe segurança e conforto com seu trabalho árduo.

Sem perceber, os Blakes construíram memórias profundas com Celeste Hargreeves, memórias que alimentaram sua confiança neles a cada ano que passava. Ela jamais revelou seus poderes, mas Anthony suspeitava de algo fora do comum. E ela sabia disso.

Todas as madrugadas, a garota escapava silenciosamente até um ferro-velho abandonado para treinar seus poderes. Movia-se em silêncio, aperfeiçoando os mesmos golpes que, anos antes, haviam ferido sua própria irmã. A cada noite, seu domínio aumentava, mas algo ainda a surpreendia.

Ela não rejuvenescia mais. Testou seus poderes até o limite, com tudo o que tinha, tentando provar a si mesma que sua teoria estava certa. E estava. Aquela espécie de "trava" que sentira em sua última luta era quase palpável, uma barreira que parecia ter caído, finalmente.

A polícia investigou intensamente o motivo de ela ter chegado a Dallas em tal estado — fisicamente ferida e psicologicamente abalada. Celeste, no entanto, sempre respondia que não se lembrava do ocorrido. E não era uma mentira completa; de fato, tudo após ser arremessada contra o teto do teatro Ícaro era uma mancha em sua memória.

Ela voltou várias vezes ao beco da aterrissagem na esperança de encontrar algum dos irmãos. Foram três anos de tentativas incessantes, visitando o local todos os dias, em horários diferentes. Mas a esperança começou a murchar, e ela eventualmente desistiu, acreditando que jamais os veria novamente.

Contudo, após esses três anos de tentativas frustradas, um a um, os outros Hargreeves começaram a aparecer, caindo do mesmo vórtex, mas sem nenhum padrão definido. Era algo aleatório, que trazia cada um em tempos diferentes — mês após mês, ano após ano. Cada um deles se lançou à nova época e começou a construir sua própria vida, mas sempre havia uma inquietação, um instinto de busca que os fazia procurar uns aos outros.

Prólogo da temporada pronto!
Até a próxima postagem!
Votem e comentem💗

revisão concluída ☑️ 💚


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