➙ 𝐏𝐑𝐎𝐋𝐎𝐆𝐔𝐄 𝐅𝐎𝐔𝐑
Enquanto Allison se aproximava da sua casa, não demorou para pegar a chave abaixo do vaso de plantas, na qual sempre escondia ali em dias que estava fora.
Abriu a porta cautelosamente, subindo as escadarias amadeiradas enquanto o barulho da chuva ruía do lado de fora, confortando-a conforme adentrava o lar.
Ela passou pela sala, pela cozinha, por cada lugar na qual um dia teve uma vida, e não demorou para ir até os quartos. Os relâmpagos causados pela tempestade alumiavam o caminho escuro, devido as luzes apagadas. Tudo o que ela mais queria, era que o plano houvesse dado certo.
Quando entrou no quarto e se apoiou no mastro da porta, encontrou a própria filha dormindo na cama. A luz do abajur acesa a fez sorrir, lembrando que as manias de Claire ainda permaneciam. Ela suspirou medrosa, se aproximando da garota enquanto se sentava na ponta da cama.
— Claire — chamou, colocando a mão sobre a garota coberta.
A garotinha no mesmo instante acordou, se virando com cara de sono para ver quem a chamava. Quando viu que era sua mãe, não evitou sorrir.
— O que foi, mamãe? — ela perguntou. Para ela, Allison jamais havia ido embora. O mundo jamais havia acabado. Seu pai sempre havia sido Reymond Chestnut.
Quando a garota falou com tanta tranquilidade, Allison não evitou cair em lágrimas, abraçando fortemente a garota enquanto sorria em seus braços.
— Nada, amor. Eu só tô muito feliz de estar em casa — ela falou chorando.
— Esse sempre foi o seu lugar — uma voz grave adentrou o ambiente, fazendo Allison estremecer ao reconhecer a voz do marido.
Afastou do abraço e rapidamente olhou para Ray, que sorria ao vê-la tão bem.
— Oi, meu amor — ele sorriu, a fazendo sorrir também.
Tudo estava tão bem para Allison. Havia encontrado quem amar e havia feito o necessário para tê-los de volta. Sua filha e seu marido. Os dois estavam ali, unidos. Como se jamais houvessem sido separados pelas linhas do tempo.
Enquanto isso, o elevador se abria para o jardim canadense. Viktor foi o primeiro a sair do elevador decorado, sendo seguido por Diego, Klaus, Lila, Ben e Cinco. Os outros não estavam ali.
— Legal! — Lila sorriu, explorando o jardim.
O local possuía diversas árvores crescidas a sua volta, e logo no centro, uma estátua em homenagem a Reginald se fazia presente. Ali era iluminado pelos postes, e diversos caminhos se ramificavam a partir da estátua.
Todos estavam confusos. Só lembravam de Allison apertando o botão, e então reapareceram ali.
Cinco foi o primeiro a inspecionar a estátua, enquanto lia o escrito abaixo.
"PARQUE MEMORIAL OBSIDIAN. Gentilmente doado por SIR Reginald Hargreeves"
Todos os irmãos pareciam felizes em estarem vivos. Estavam recuperados de todos ferimentos causados pela máquina anteriormente.
Um apito soou do elevador, dando a imagem de Luther. O loiro não estava tão forte e... peludo, como antes. Estava como deveria ser. Estava natural, como se Reggie jamais tivesse feito experimentos com ele.
— Luther? — Viktor chamou, o olhando de longe enquanto o mesmo se acostumava com o corpo novo. Se apoiou na porta do elevador, mantendo o equilíbrio. — Luther!
— Nossa! — ele falou ofegante, estendendo os braços pra frente enquanto via carne, não só espírito. Estava vivo.
— Meu Deus! — Viktor sorriu, se aproximando do irmão.
— Vocês podem me ver?
— Sim! Sim! — Viktor sorriu animado, pulando para o colo do irmão que o abraçou com força, feliz por ele não estar morto.
— Eu tô vivo! Eu tô vivo!
— O quê? — Cinco murmurou confuso. Onde estava Celly?
— Ai, meu Deus! — Lila sorriu.
— O Luther tá vivo! — Klaus sorriu, batendo palmas com o plano concluído.
— E não é só isso, grandalhão — Viktor o lembrou, mostrando a ele o corpo que agora tinha.
— Ah! — ele suspirou feliz, olhando o corpo novo enquanto sorria com emoção. — Ai, caramba! O meu corpo! Espera aí. Eu tô incrível! — ele falou sorrindo, virando os braços e admirando cada detalhe.
— Tá todo saradão. Olha ele — Klaus murmurou feliz.
Cinco agora olhava para o próprio braço, que antes havia sido cortado fora. Ele estava... ali. Tinha o braço ainda. Estava perfeito.
— Eu tenho que mostrar pra Sloane! — Luther falou feliz, saltitando de felicidade.
— Meu braço voltou — Cinco murmurou confuso.
— Isso é legal demais. Espera, cadê a Sloane? — Luther perguntou.
— Ué, ela tava... bem atrás de mim — Klaus deu de ombros.
— Quando a Allison apertou o botão — Lila falou.
— Ela também sumiu — Diego concluiu.
— Eu não sei quanto a vocês, mas eu não me sinto bem assim há anos — Klaus falou sincero.
— Alguém sabe onde a gente tá? — Ben perguntou.
— No hotel. Ou pelo menos onde ele ficava — Lila respondeu.
— Acho que o velhote conseguiu. Ele reiniciou o universo. Mas... onde está a Celly? — Cinco perguntou aflito.
— Ah! Os seus dedos voltaram — Lila sorriu, pegando na mão de Diego.
— Sloane? Sloane! — Luther a chamava. — Aí! Eu não tô nem aí pros reinícios, tá bom? Eu quero a minha esposa de volta. Cadê ela, Cinco? — Luther perguntou temendo o pior, enquanto agarrava a gola do blazer do irmão.
— Que bom que tá vivo, mas por favor tira a mão de mim.
— Não até você me responder — Luther ameaçou, aproximando o rosto do irmão.
— Seu idiota, não sei se percebeu mas a Celly também não está aqui! Que se dane! — murmurou antes de tentar se teletransportar para longe, na intenção de escapar das mãos de Luther.
Infelizmente, ele se manteve no lugar. Não conseguiu se mover pelo espaço-tempo e sua expressão foi a mais confusa possível.
— Tem alguma coisa errada — ele murmurou.
— Isso. Tem alguma coisa errada — Luther concordou o óbvio. — Vou te dar uma surra!
— Dá, sim — Diego debochou.
— Não, idiota. O meu poder. Eu não consigo saltar.
— É? — ele perguntou aflito.
Diego tentou brincar com a faca, mas ela acabou caindo no chão de forma normal, o deixando com o cenho franzido.
— Isso não é bom — falou.
Viktor tentou invocar os poderes, assim como Ben que tentou usar seus tentáculos, mas apesar da força, nenhum deles conseguia. Klaus movia a mão no ar, tentando conjurar qualquer fantasma, mas seus poderes não vinham.
— Beleza... vamos lá! — Ben pedia.
— Alakazam ghostus — Klaus conjurava. — Isso quer dizer que eu sou mortal de novo? Ah, que merda!
— Espera aí, idiotas. Como a gente faz pra recuperar? — Ben perguntou.
— Eu tenho que achar minha esposa — Luther falou, saindo do local rapidamente.
— Não, Luther! Você não pode ir — Klaus o chamou. — Você tava morto há cinco minutos. Tá frágil. Ah, eu vou ter que ir atrás dele — reclamou, correndo enquanto seguia o loiro.
— Não. Klaus, espera aí! — Diego o chamou.
— Tô fora, babacas — Ben falou por fim, saindo do meio de todos.
— Qual é! A gente tem que ficar junto e resolver isso — Viktor falou.
— O que vamos fazer?! — Diego perguntou.
— Viver as nossas vidas? — Lila deu a ideia, segurando a mão do amado enquanto era puxada pelo mesmo para fora do jardim.
Cinco não queria estar certo na teoria. Os documentos de Hale só comprovavam que Reggie amava a versão real, não a cópia na qual ele era apaixonado. Ele estava suando. Talvez uma crise de ansiedade estava o atingindo. Enquanto Viktor ia embora do jardim revoltado, Cinco se mantinha próximo ao elevador, aguardando que o mesmo se abrisse para Celly assim como havia ocorrido com Luther.
Ficou lá minutos, horas, e quando finalmente percebeu que Celly não existia naquela linha do tempo, engoliu o choro e decidiu ser forte. Retirou a fotografia do casamento de dentro do bolso do blazer, e admirou por alguns segundos enquanto as lágrimas molhavam a foto, antes de guardá-la cuidadosamente, saindo do parque de forma destemida. Traria ela de volta.
Apesar disso tudo, acima do prédio, Reginald Hargreeves dava a mão para sua esposa Abigail, enquanto Celeste Hale sorria por estar com sua família novamente. Reginald havia vencido. Havia concluído o plano na qual havia levado anos para projetar, e finalmente estava feliz ao lado das duas pessoas na qual mais amou. Celeste e Abigail.
Prólogo pronto e agora a fic entra oficialmente em Hiatus até o lançamento da 4° temporada! Votem e comentem!
revisão concluída ☑️💚
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