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037 - Nugatório

“A própria essência do romance é a incerteza."

- Oscar Wilde

Nugatório - insignificante, sem valor.

   "Mesmo que eu fosse um outono passageiro para você..."

   Eu estava tendo aquele pesadelo de novo?

   "Atribuir 300"

   Esse foi o sonho em que me desfibrilaram. Foi uma tentativa de fazer um cadáver viver. Foi o mesmo pesadelo em que perdi meus olhos.

   Eu ainda sentia frequentemente os choques elétricos viajando pelo meu sangue e sistema nervoso, pequenos choques se fundindo em um grande e meu corpo convulsionando para cima em uma tentativa de arrebatar meu coração.

   Sons misturados com a cacofonia cáustica do passado.

   É assim que a morte se sente?

   Uma ponte branca sem fim?

   Um caos de som inexistente?

   "Estamos perdendo ele!"

   "Não podemos perdê-lo"

   "...Você será para sempre minha primavera"

   A escuridão rodou e abriu um caminho colorido. Algumas cores eu reconheci, outras não. Minha mente como um caleidoscópio… padrões, formas e matizes alterados. Eu estava sonhando com cores.

   Eu reconheci manchas vermelhas, brancas. Rosa... cinza...

   Meu corpo se sacudiu para frente, um suspiro escapou de mim quando me descobri na escuridão muito familiar. Meus nervos lentamente despertaram de seu sono.

   Percebi que estava sonhando, um reflexo da memória de quando eu estava pendurado entre a vida e a morte.

   — Ele está acordado — ouvi a voz de Archer ecoando pela sala.

   Um suspiro escapou de mim enquanto os eventos anteriores lentamente começaram a se repetir em minha mente.

   Meu corpo estava dormente, eu mal conseguia sentir qualquer coisa, exceto o peso da pequena agulha borboleta nas costas da minha mão. O bipe constante da máquina me fez saber que eu estava em um hospital.

   Ouvi passos rápidos, seguidos pelo som de uma porta se abrindo.

   — Olá, Sr. Estevan — a voz do médico me cumprimentou. — Sou o Dr. Johnson. Como você está se sentindo?

   Eu me senti sendo levantado.

   — Péssimo — eu comentei sarcasticamente.

   — Você pode, por favor, tentar levantar sua mão direita?

   Um suspiro escapou de mim enquanto eu lentamente fazia o que ele instruía. Meu corpo parecia um maldito tijolo de chumbo.

   — Agora sua mão esquerda? Você acha que consegue trabalhar seus dedos?

   Tentei sentir meus dedos e de repente fiquei muito ciente das agulhas entrando em minhas artérias

   — Isso é ótimo — senti minha camisola do hospital sendo levantada e então algo frio sendo pressionado em meu torso.

   — Seu pulso e respiração parecem normais — disse o Dr. Johnson. — Ok, agora tente mover lentamente sua perna direita.

   Respirei fundo, preparando-me para a dor iminente.

   Eu sibilei enquanto tentava mover minha perna ferida só um pouco, aquele bastardo realmente estragou tudo.

   — Ok, parece que você ainda consegue trabalhar sua perna muito bem — exclamou ele. — Você ficou inconsciente o dia todo ontem. Nosso relatório também mostra que seu sistema nervoso está extremamente fraco, o que significa que você teria que ficar sob nosso núcleo por muito tempo.

   Um suspiro escapou de mim.

   — Que dia é hoje?

   — Ah, é 9 de setembro — respondeu o médico.

   O último dia que me lembro foi o dia 7.

   — Você sente alguma náusea, ou talvez dor de cabeça ou dor nas costas?

   — Não consigo identificar exatamente porque meu corpo inteiro dói.

   — Esses são os efeitos posteriores dos anestésicos. Eles vão diminuir. Sr. Archer? — ele se dirigiu ao meu irmão mais novo. — Ele está bem para beber um pouco de água e comida líquida. Também estou dando analgésicos a ele. Ele pode ficar sonolento depois, certifique-se de chamar uma das enfermeiras quando isso acontecer.

   Uma das enfermeiras?
   Sim, certo. Como se Loren deixasse qualquer outra pessoa além dela por perto. Embora eu tenha admitido que achei as palhaçadas dela adoráveis.

   Ouvi mais alguns murmúrios, mas minha mente estava focada em apenas uma pessoa. Blair. Assim que eu desse o fora daqui, eu ia nos dar uma viagem de férias para tirar nossas mentes das coisas. Ela também tinha que ir para a faculdade em dois meses.

   A ideia me deixou desanimado, mas os celulares fiziam maravilhas.

   Passos ecoaram pela sala enquanto eles saíam.

   — É só você na sala?

   — Sim — confirmou Archer.

   — Traga-me um copo de água, por favor.

   Ouvi o som da água batendo no copo. Archer pegou minha mão e colocou o copo nela. O líquido frio tocou minha boca seca enquanto eu engolia o conteúdo de uma só vez, a queimação na minha garganta diminuindo.

   Archer pegou o copo de mim enquanto eu soltava um suspiro.

   — Ele está morto?

   Houve um momento de silêncio.

   — Sim.

   — E Betânia?

   — Ela foi pega tentando escapar.

   — Alex? Britney?

   — Eles se disfarçaram. Aparentemente, o caso de Lô não foi o único que Alex estava forjando. Acontece que ele também fabricou muitos casos ao longo dos anos.

   — Ótimo — um suspiro escapou de mim. — Você pode chamar Loren? Ela está bem?

   Uma longa pausa.

   — Archer? — bufei. — Não ouviu?

   — Ela está bem. Teve alguns ferimentos, mas foi tratada.

   Um suspiro escapou de mim, um que eu não percebi que estava segurando. O alívio tomou conta de mim.

   — Graças a Deus — sussurrei. — Foi sério?

   — Não, apenas alguns pequenos cortes na pele. Ela nem precisou de pontos.

   — Acho que ela vai se recuperar mais cedo do que eu — suspirei. — Ela está internada? Ou está em casa?

   O silêncio permeou o espaço entre nós, eu estava perdendo a paciência conforme os segundos passavam.

   — Archer, porra—

   — Há algo que você precisa saber, irmão — sua voz estava grossa, sombria, crua com emoções enquanto falava.

   De repente, eu estava muito ciente da sala sombria, da atmosfera condensada, do ar condicionado que explodia e dos passos das pessoas do lado de fora. Eu estava ciente da realidade.

   Eu podia sentir meus nervos se afrouxando enquanto sentia os analgésicos fazendo efeito no meu sangue.

   — O que é?

   — Loren não está aqui.

   — O que você quer dizer? — o bipe do monitor Holbert ficou mais rápido enquanto eu sentia meu coração pulsando em pânico.

   — Loren foi embora. Algo aconteceu.

   — O que diabos você quer dizer com “algo aconteceu”? — minha voz era quase um sussurro, minha garganta seca.

   — Betânia tinha um vídeo de vocês dois... se beijando — meu corpo enrijeceu em alarme enquanto meus punhos se cerravam. Isso foi como um efeito borboleta ruim, um evento desencadeando outro e eventualmente se transformando em uma enorme bola de entropia.

   — O quê? — passei uma mão trêmula pelo rosto, meu coração batendo mais rápido.

   Loren... O que aconteceu com ela? A pessoa que receberia uma reação negativa enorme seria ela. E ela também iria para a universidade em breve.

   Milhares de pensamentos correram por mim enquanto meu corpo estava sentado ali, entorpecido. Pesava sobre mim como uma pedra. Eu deveria ter sido mais cuidadoso, eu deveria tê-la protegido.

   — Ares… — a voz de Archer estava em pânico. — Respire. Por favor. Vou explicar tudo — uma mão pressionou meu ombro. — Por favor, você não está bem.

   — Como… — eu ofegava pesadamente, sentindo minha garganta queimar. — Como posso ficar calmo? Como isso aconteceu? Você não falou com os detetives?

   Despedaçado. Foi assim que me senti. Eu me afundei na miséria do meu coração partido, segurei minha alma dilacerada que estava em pedaços e chorei sangue junto com ela.

   Eu me senti desgastando, parado na ponta de uma espada. Algo cruel enraizado dentro de mim, algo tão pessimista e algo tão devorador - que me deixou sentindo em branco.

   — Sim, eu falei — a voz de Archer tremeu enquanto ele falava. — Desta vez foi uma confusão séria. Eles não levam isso de forma leve quando um profissional de saúde aborda sexualmente o cuidado. Tenho certeza de que, o que quer que tenha acontecido, foi com o consentimento de vocês dois, mas a lei vai considerar Loren uma criminosa e você uma vítima.

   — Você tá falando sério? — eu rosnei, meu sangue fervia.

   — Estou tentando o meu melhor, irmão. Eles disseram que vão entrar com uma ação judicial, não sei o que fazer.

   A vulnerabilidade brilhava em sua voz enquanto ele tentava compreender a situação.

   — Pense! — eu resmunguei.

   Um momento de silêncio passou entre nós, a escuridão que me engolia inteiro, de repente perdeu toda a sua cor. Tudo era vago, como uma alucinação.

   — Por favor — o apelo que me escapou foi quase um sussurro. Senti como se tivesse engolido algo espinhoso.

   — Conversei com os detetives, subornei-os — Archer proferiu. — Mesmo que eles retirem as acusações, levará pelo menos alguns meses para esclarecer—

   Sua voz desapareceu na minha escuridão. Minha escuridão que era vazia, sem luz, sem ela.

   — Quando ela—

   — No dia 8, 1h da manhã.

   — Ela deixou alguma mensagem? — minha voz tremeu enquanto eu falava. O primeiro toque de uma lágrima quente na minha carne sensível e distorcida me fez saber que eu estava chorando.

   Eu me banhei em minha agonia, uma agonia que vem de perdê-la.

   — Ela veio aqui, falou com seu eu inconsciente — seus dedos tocaram meu pulso. — Presumo que ela amarrou esta fita em seu pulso.

   — Fita? — eu sussurrei incrédulo enquanto tocava o material macio. Eu não percebi que ela estava aqui todo esse tempo.

   — Sim, é azul — ele murmurou. — Você quer ficar com ela?

   Toquei a fita, uma e outra vez, girei-a com o meu dedo, fascinado. Parecia que eu estava brincando com o cabelo dela, algo que eu fazia frequentemente quando estava com ela.

   Outra gota de lágrima escapou de mim

   — Sim — respondi, com a garganta ardendo.

   — Pedi para ela não entrar em contato com nenhum de nós por enquanto — a voz de Archer era baixa. — A localização dela provavelmente está sendo descoberta.

   — Quando... ela vai voltar?

   — Eu não faço ideia.

   Um momento de silêncio passou entre nós. A escuridão encolheu sobre mim enquanto eu lentamente me sentia desaparecendo.

   Loren foi inesperada, para dizer o mínimo. Ela tropeçou em mim quando eu estava passando por um pesadelo, me atingiu como um desastre de trem, virou minha vida de cabeça para baixo. Ela me desvendou, quebrou minhas paredes e ocupou alegremente minha escuridão, como um pequeno raio de sol cintilante brilhando calorosamente através do universo escuro.

   Ela achou minhas imperfeições perfeitas, minhas cicatrizes lindas, minhas fraquezas como forças. Em algum lugar ao longo do caminho, ela se tornou um encontro. Alguém que era inebriante e viciante, mas também agradável.

   Dói pensar nela.

   Ela era jovem, livre, feliz. Uma mulher ambiciosa e inteligente que eu tinha vindo a admirar.

   Meu coração batia forte de dor enquanto mais lágrimas caíam, elas me devoravam como um torpedo.

   Loren virou minha vida perfeitamente organizada e regulada de cabeça para baixo e agora que a perdi, me senti em branco. Eu tinha perdido meu Sol.

   Um sol que preencheu a frieza do meu universo escuro. Um pedaço de calor.

   E em algum momento ao longo do caminho, com ela achando meu comportamento grotesco bonito, quebrando o muro que eu construí, conversando sobre coisas doces, compartilhando pequenos toques e beijos quando ninguém estava olhando, eu me apaixonei por ela.

   Ele estava desmoronando e eu não podia fazer nada sobre isso. Nada

   Lágrimas silenciosas escorriam por seus olhos enquanto ele, sem saber, brincava com a brilhante fita azul amarrada em seu pulso. Ele parecia distante, vazio, como um amante de coração partido.

   — Ela vai voltar — ele sussurrou. — Não vai, Archer?

   — Ela vai — assegurei-lhe firmemente. — Ela definitivamente vai — ela tinha que fazer isso, ela me prometeu.

   — Mas e se ela encontrar outra pessoa? — ele sussurrou. — Alguém que… a veja. Alguém que seja da idade dela e que possa cuidar dela.

   — Não haverá mais ninguém — articulei. — Ela está saindo temporariamente.

   — Se isso acontecer — sua voz estava completamente desprovida de emoções enquanto ele falava. - Quero que ela siga em frente e esqueça tudo.

   — Pare de ser negativo! — exclamei, jogando minhas mãos. — V-Você! Vocês dois são assim! Putos miseráveis e pessimistas que não conseguem nem admitir seus sentimentos! Cale a boca! Se você não consegue dizer coisas boas, não diga coisas negativas também! Tenha um pouco de fé nela!

   Ele permaneceu em silêncio.

   — Vamos, irmão! — eu soltei um suspiro. — Ela vai voltar. Ela tem que voltar. Se ela não voltar, você pode simplesmente ir lá e encontrá-la. É simples!

    — Eu não—

   — Além disso — interrompi, cortando-o no meio. — Se um dia você quiser que ela seja sua namorada, vocês dois têm minha bênção.

   O choque estampava suas feições enquanto o vermelho adornava seus lóbulos das orelhas.

   — O-O quê?

   Revirei os olhos.

   — Quando descobri seu caso, fiquei... furioso — eu disse, a culpa fervilhando com a lembrança. — Principalmente com Loren. Ela deveria ser uma cuidadora responsável.

   Sua cabeça virou rapidamente em minha direção enquanto seu rosto se contorcia em uma expressão de raiva.

   — Que porra você disse a ela?!

   — Agora se acalme — eu ri nervosamente. — Eu estava sendo idiota. Mas os últimos dois dias foram o suficiente para provar que ela estará ao seu lado, não importa o que aconteça e não deixará você ir. Ela sempre cuidará de você.

   Seguiu-se uma pausa.

   — Você acha isso?

   Ares pareceu vulnerável pela primeira vez em anos. Ele deixou sua fragilidade brilhar, sua voz fraca.

   — Sim, com certeza. Então não se preocupe com isso.

   — Archer? — uma terceira voz veio da porta. Inclinei minha cabeça para ver o chefe, parecendo completamente desgrenhado. Meu sorriso caiu.

   — Cara, preciso discutir algumas coisas, ok?

   Sem lhe dar chance de responder, entrei pela porta.

   — Você tem os resultados? — sussurrei, baixando a voz.

   — Está ruim — médico sussurrou. — Muito ruim.

   Meu coração caiu no estômago e o zumbido em meus ouvidos ficou mais alto a cada segundo.

   — Envenenamento por arsênico e tálio, a tomografia de corpo inteiro mostrou defeitos no fígado com danos nervosos. Corrompeu sua medula óssea e as chances são pequenas, muito pequenas.

   Olhei ao redor, sentindo a exaustão se infiltrar em meu corpo. Lágrimas brotaram em meus olhos enquanto eu tentava piscar para afastá-las, a dor se instalava em mim.

   — Eu queria férias — uma risada escapou de mim. — Mas não queria que fossem férias para encontrar Deus, sabe?

   O chefe não achou minha tentativa de extrair humor dessa situação muito engraçada, no entanto. Seu rosto permaneceu sombrio.

   — Podemos tentar com a medula óssea de Ares — o médico respirou. — Mas isso ainda não lhe dá chances suficientes.

   Olhei em volta, tentando engolir a pílula amarga da realidade. O nó na minha garganta apertou até me sufocar.

   — Algum pró ou contra?

   — Não há muito, mas podemos tentar.

   Eu assenti, sugando o interior das minhas bochechas para evitar as lágrimas. Olhei para o médico, soltando um suspiro.

   — Vou me internar o mais rápido possível. Só não sei como falar com Ares.

   — Apenas diga a ele.

   — Doutor, me ajude com isso, ok? — eu sussurrei — Não diga a Ares que é maligno. Esconda.

   — Mas—

   — Sem mas, por favor — sussurrei. — Ele não pode saber.

   Ele assentiu, sem palavras. Dei-lhe um pequeno sorriso e voltei para meu irmão.

   — O que o médico disse? — sua voz era urgente enquanto ele falava. — Estamos bem?

   Mordi meus lábios, lágrimas escorrendo pelos meus olhos. Eu não podia chorar, não agora. Suprimindo minhas lágrimas silenciosas, reuni o mais feliz que consegui falar e menti.

   — Nós estamos.

   Um pequeno sorriso iluminou seu rosto, me deixando saber que ele acreditou em mim. Lágrimas continuaram a cair enquanto ele sussurrava.

   — Todos nós estamos bem.

   Observei com um sorriso encharcado de lágrimas enquanto ele se acomodava na cama, fechando os olhos e tentando encontrar uma posição confortável.

   Pelo menos até Loren voltar, eu só podia rezar para viver até lá.

   Talvez minha história não fosse um conto de fadas, talvez minha história tivesse que terminar abruptamente.

   Mas o que mais importava era que eu tinha uma história, uma jornada. Mesmo que eu não pudesse tirar férias, ou encontrar o amor da minha vida como meu irmão, eu ainda tinha uma baita história para narrar.

   Um suspiro escapou de mim enquanto eu olhava para fora, o céu estava particularmente claro hoje. As nuvens balançavam como penugens macias, o jardim de flores tinha borboletas dançando ao redor delas.

   O que mais importa é a jornada.

   Olhei de volta para Ares que agora estava dormindo profundamente, um sorriso enfeitou meus lábios enquanto eu observava sua expressão relaxada. Uma brisa passou, fazendo seus cachos soltos balançarem suavemente.


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