
𝐏𝐚𝐮 𝐂𝐮𝐛𝐚𝐫𝐬𝐢 🇪🇸
𝐏𝐄𝐃𝐈𝐃𝐎.: Iara_Loureiro
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𝐒𝐈𝐍𝐎𝐏𝐒𝐄.: Onde Pau faz um comentário mal interpretado por Maya a meio do jantar de família
𝐏𝐄𝐑𝐒𝐎𝐍𝐀𝐆𝐄𝐍𝐒.: Pau Cubarsí ¡×! Maya García
.¸¸.·♩♪♫ • 𝐌aya 𝐆arcía 𝐏oint 𝐨f 𝐕iew • ♫♪♩·.¸¸.
Adorava os jantares na casa da família de Cuba. O ambiente era sempre animado, cheio de conversas e piadas internas que aos poucos eu ja começava a entender. A irmã dele, Irene, especialmente, fazia questão de me incluir em tudo. Mas, hoje em específico, as coisas tomaram um rumo inesperado.
Estávamos todos à mesa, a conversar sobre as últimas semanas corridas de Cubarsí no Barcelona. Ele falava sobre os treinos intensos, as aulas de carro para se preparar para o exame que seria em apenas alguns dias, os jogos difíceis e em como não tinha tempo praticamente para mais nada.
— Sim, mas pelo menos tens a Maya, ela está sempre mais por perto e sem dúvida ajuda-te a descontrair de toda a pressão. — Irene brincou, piscando o seu olho na minha direção.
— Isso quando a Maya não me arrasta para fazer mil coisas diferentes, mesmo quando estou a morrer. Se fosse por ela, nem tempo para descansar eu tinha. — Ele respondeu, rindo.
O tom na sua voz era brincalhão, mas eu senti aquilo de certa forma como uma indireta. Uma pontada atingiu o meu peito, logo me deixando desconfortável.
— Desculpa? — Ergui as sobrancelhas, ainda surpresa pela sua resposta. — Desculpa se gosto de passar tempo contigo.
Cubarsí logo percebeu o estrago que tinha feito, mas já era tarde demais para perceber que aquilo tinha sido dito de uma forma errada.
Eu sabia que em parte ele não queria dizer aquilo daquela forma.
— Amor... sabes que não foi isso que eu quis dizer. - Ele tentou justificar-se, mas eu apenas baixei o meu olhar para o prato, brincando com a comida sem dizer mais nada.
— Sabes o que parece? Que por vezes te estou a incomodar. - Retorqui, desta vez encarando o moreno.
— Não estás! Eu só quis dizer que...
— Sobremesa? O que acham? — Irene levantou-se, tentando cortar um pouco o clima intenso que estava a ficar. — Maya, bolo de chocolate ou tarte de morango feita carinhosamente por mim?
Apenas os pais de ambos responderam, enquanto eu e o moreno ainda nos encaravamos, como se tivessemos algo mais a dizer.
— Sendo assim, eu trago ambos. — Irene sorriu sem jeito, dirigindo-se para a cozinha.
— Maya, sabes que eu adoro estar contigo. Eu expressei-me mal. — Justificou-se novamente.
Sorri, sem grande humor.
— Ainda bem que o dizes, pois sempre que eu te tento dar um pouco mais de espaço para descansares, és tu quem aparece do nada a dizer o quanto sentes a minha falta.
— Eita... que o clima pesou agora. — A irmã dele entrou na sala de jantar com as sobremesas nas mãos.
— Irene. — A mãe deles protestou levemente.
O silêncio permaneceu por toda a sala, enquanto a irmã dele segurava o riso, já prevendo o que se seguia.
— Eu... — Ele tentou, mas eu sabia que ele não tinha nada para responder.
— Eu nunca te obrigo a fazer nada, Cubarsí. Se achas que sou insistente ou que te preencho muito os dias, podias simplesmente dizer e eu parava. — Suspirei, sentindo o calor subir pelas minhas bochechas e a minha linha de água dos olhos a querer encher-se de água.
Ele tentou segurar a minha mão sobre a mesa, mas eu afastei, pegando no meu casaco que se encontrava nas costas da cadeira e levantando-me da mesa.
— Eu vou andando. Obrigada mais uma vez pelo jantar.
A mãe de Cubarsí sorriu gentilmente para mim, sem me querer forçar a ficar ali, o pai dele por outro lado olhava para o filho como se lhe suplicasse para ele me pedir desculpas, já Irene, olhava para nós dois com uma expressão divertida, já sabendo que o irmão se ia arrepender do que tinha dito.
Ele levantou-se também, tentando tocar no meu braço enquanto eu vestia o meu casaco, mas eu fui mais rápida em sair da casa sem lhe dar tempo de dizer mais nada.
— Maya...
Saí da sua casa, parando em frente ao portão da mesma e encostada ao muro que havia do lado de fora, mexendo no telemóvel como se não estivesse à espera que ele viesse atrás de mim. Ele demorou exatamente seis minutos e vinte sete segundos para vir ter comigo. Tentei disfarçar o quanto estava chateada, mas acho que foi notório.
— Amor... — Ele chamou, parando à minha frente.
Não disse nada, apenas guardei o meu telemóvel e cruzei os meus braços, esperando um pedido de desculpa.
— Eu fui um idiota.
— E vieste só para dizer isso ou vais dizer mais alguma coisa que me magoe?
Ele fez uma cara de cachorro abandonado, olhando para mim com aqueles seus olhos verdes que me faziam tremer.
— Não, Maya. Vim pedir desculpa.
Olhei surpresa para ele, não esperando menos que aquilo.
— Eu não quis dizer aquilo daquela forma. Sabes que eu adoro passar tempo contigo, e eu sou a única pessoa que posso reclamar disso, porque sou eu que te estou sempre a chamar, sempre a mandar mensagens... — Ele fez uma pequena pausa, passando as mãos pelos cabelos da nuca. — Eu sou o carente da relação, sabes que não vivo mais de 24 horas sem ti, porra. Falei sem pensar, e fui um idiota.
— Pois foste.
Ele suspirou, dando um passo mais à frente.
— Não quero que achas que me estás a incomodar. Tu és a melhor parte dos meus dias, e eu sou o último que pode reclamar de querer espaço.
Desviei o meu olhar, ainda sem ceder.
— Maya... — Ele disse baixinho, tocando no meu braço de leve. — Eu odeio quando ficas assim comigo.
— É que... eu fiquei com a sensação de que te estou a incomodar, Cuba.
Ele arregalou os olhos, parecendo que o que tinha dito fora o maior absurdo que alguma vez tinha ouvido.
— Nunca. Nunca, Maya. Eu so disse aquilo porque estavam a brincar comigo e quis responder rápido, mas saiu tudo distorcido.
Soltei um pequeno suspiro, mas ainda sem olhar para ele.
— Vá la... — Ele deslizou as mãos pelos meus braços, fazendo o movimento algumas vezes. — Desculpa, meu amor.
Finalmente olhei para o garoto nos olhos, e ele não perdeu tempo. Segurou as minhas mãos entre as suas, entrelaçando os nossos dedos e apertando as minhas mãos.
— Se me achares insistente outra vez, avisa antes de uma cena destas acontecer, está bem?
Ele sorriu um pouco, parecendo concordar.
— Prometo que, da próxima vez que estiver para ser um idiota, aviso antes. — Sorriu. — Eu sou um desastre a falar, mas acredita que não sou um desastre a amar-te, prometo.
O meu coração aqueceu instantaneamente, fazendo-me sorrir um pouco.
— Que frase foi essa? — Provoquei, tentando disfarçar o quanto tinha gostado.
— Inventei agora, inspirada num homem desesperado para que a namorada linda e chateada comigo o perdoe.
Revirei os meus olhos, mas de certo já não estava chateada.
— Vamos voltar para dentro? — Ele pediu baixinho, inclinando-se levemente até mim. — A minha mãe já deve estar a fazer apostas com a minha irmã sobre até quanto tempo vamos demorar a regressar.
Ri da sua última fala, sentindo me melhor.
— Só se me deres um beijo primeiro.
Ele não precisou de nem mais uma palavra para o fazer. Com um sorriso satisfeito, segurou com uma mão no meu rosto e com a outra na minha cintura, puxando-me até si e juntando os nossos lábios num beijo necessitado e demorado, como se me estivesse a compensar pelo que tinha dito antes.
— És um chato, Cuba. — Murmurei contra os seus lábios.
— Mas sou teu. — Sussurrou de volta, juntando mais uma vez os nossos lábios fazendo-me sorrir.
Cubarsí poderia ser um desastre a falar, mas eu tinha a certeza de que ele nunca seria um desastre a amar.
FIM ♡
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