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Capítulo 19

𝐄𝐧𝐜𝐫𝐞𝐧𝐜𝐚 𝐞𝐦 𝐃𝐨𝐛𝐫𝐨
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𝐒𝐡𝐢𝐧𝐨𝐛𝐮:

Kanae havia deixado as compras em cima da bancada da cozinha. Obrigou a mim e ao Tomioka a nos sentarmos lado a lado, nas cadeiras em que estávamos antes. Ela se senta do outro lado da mesa, um olhar mortal direcionado para mim.

– Chegou cedo, maninha – Tento cortar o clima pesado. – Por que veio tão rápido?

– Sou eu quem faço as perguntas aqui, Shinobu – Era o tom mais sério que já usara comigo. – Ande. Comece a se explicar.

Suspiro pesadamente. Por onde raios eu começaria?

– Fui eu – Giyu começa, e penso que estou salva. – Posso te garantir que...

– Não, não você. Ela.

Merda, Kanae.

– Certo. Vocês não se conhecem ainda. Kanae, este é Giyu, do colégio. E Giyu, esta é minha irmã mais velha, Kanae.

– Tá. E o que vocês estavam fazendo, no meio da minha sala?

Um silêncio desconfortável preenche o cômodo. Claro, nenhum de nós queria falar que nós estávamos literalmente... nos beijando no meio da sala de estar da casa da minha irmã. Pensando bem, deveríamos ter ido fazer o trabalho no meu quarto. Com mais um suspiro longo, olho para Giyu. Ele também suspira.

– Irmã, por favor...

Kanae bate as duas mãos na mesa, me dando um susto. Também vejo o Tomioka se sobressaltar e tenho vontade de rir, por mais que esse realmente não fosse o momento apropriado. Vejo ela respirar fundo. Depois de mais um momento de silêncio, ela finalmente diz:

– Não tem problema vocês dois, Shinobu. É só que... você deveria nos contar esse tipo de coisa. Concorda, garoto? – Ela se direciona a Giyu, que assente com a cabeça, claramente apavorado. – Então. Ao menos faça o jantar para compensar seu erro, certo?

– É sério? – Antes que eu possa falar, ele se intromete. – Muito obrigado... é... como devo te chamar?

Minha irmã mais velha me faz um sinal com a cabeça, indicando a cozinha. Me levanto automaticamente, pegando nossas mochilas e as levando ao meu quarto em questão de segundos. Logo depois, fui até a sacola de compras e vendo o que ela havia trazido. Carne, ovos e algum arroz. Provavelmente era ela quem faria o jantar de início, mas... certo, não precisamos pensar nisso. Ao menos nos safamos de uma bronca daquelas, não é? Começo a abrir os pacotes, pegando os ingredientes. Como a cozinha era aberta, dava para ve-los e escutar perfeitamente sobre o que eles estavam falando, na mesa.

– Kanae Kochou – Ela sorri para ele. – E qual é seu nome mesmo...?

Ok, eu sabia exatamente o que estava prestes a acontecer. Kanae começaria um interrogatório bem longo sobre como nos conhecemos e muitas - pode crer, muitas mesmo - informações sobre a vida do Tomioka.

– Giyu Tomioka, ao seu dispor, senhorita Kochou. É um prazer finalmente te conhecer apropriadamente.

Finalmente, é? Falou de mim pra ele, Shinobu?

– Um pouco – Respondo, simplesmente, enquanto começava a cortar algumas cebolinhas.

– Me disse que as duas irmãs eram a coisa mais preciosa na vida dela – Ele diz.

Não era mentira, eu realmente havia dito isso em nossa conversa há pouco tempo. E sim, Kanao e Kanae eram importantes a este ponto. São a única família que eu tenho, como não seriam essenciais para mim?

– Mesmo? Que emocionante. Enfim. Quais são suas intenções com a minha irmãzinha?

Ele parece parar pra pensar no que diria por um breve espaço de tempo.

– Como eu já disse para ela – Começa. –, pretendo nunca decepcioná-la. Eu... gosto demais de Shinobu e só quero que ela seja feliz. E pode acreditar, senhorita Kochou, eu faria qualquer coisa por isso.

As palavras de Giyu fazem meu coração dar uma cambalhota. Abro um sorrisinho, tentando deixar de olhar para ele. Quando ele finalmente parece perceber que estou encarando-o, olha nos meus olhos por um único momento, o que faz minhas bochechas corarem.

Um segundo depois, percebo minha irmã olhar para mim, a surpresa transparecendo. Claro, nem eu esperava que Giyu dissesse uma coisa dessas, imagine ela. Os dois voltam a se encarar, Kanae ainda tinha perguntas, óbvio. Eu, por minha vez, volto ao meu afazer. Estava grelhando a carne agora. Já havia colocado o arroz para cozinhar na panela-elétrica.

– E como se conheceram? Há quanto tempo?

– Ah, isso... – Ele hesita por um instante.

A história de como viemos a nos encontrar dentro daquele colégio não fora exatamente... agradável, digamos assim. Como eu era aluna nova, no 1⁰ ano, Giyu serviu como meu guia naquela escola gigantesca, já que ele era bem querido pelos professores e, ainda por cima, da minha sala. Claro, ao contar pra minha irmã, ele excluiu a parte de que foi um completo babaca que não respondeu minhas perguntas. Sua primeira frase para mim foi: "Estou aqui por obrigação, então trate de não irritar e ficar quieta, ok?." Um idiota indiscutível.

– Que bom. Ela é muito chata com você, Giyu?

Kanae pergunta, em alto e bom som, como se fazendo para que eu escutasse. Reclamo baixinho. O garoto apenas olha pra mim novamente, com um risinho. Reviro os olhos, mas não evito de sorrir também.

– Um pouco, às vezes. Não posso negar. Mas eu dou conta. Aguentei por três anos e poderia aguentar por mais cem.

Minha irmã finalmente abre um sorrisinho satisfeito. Meu namorado fora aprovado?!

– Acho que aqui em casa, ela consegue ser ainda mais chata - Ela diz.

– Ei! Eu ouvi isso!

– Não duvido, senhorita – Foi a vez dele de me provocar.

– Giyu! Até você?!

Os dois caem na gargalhada. Minha expressão provavelmente não era nem um pouco amigável naquela situação.

– Está aprovado, Giyu Tomioka – Kanae diz, ainda recuperando-se do ataque de riso. – Ao menos por mim. Mas tenho certeza de que Kanao vai te adorar também.

– Muito obrigada, senhorita Kochou.

– Pode me chamar só de Kanae, cunhado.

Cunhado. Que atrevida. Sua fala surpreende tanto a mim quando ao Tomioka, que me encara um tanto perplexo.

– Ah, certo... Kanae – As palavras soam estranhas em seus lábios. – Talvez eu não consiga te chamar assim, senhorita.

– Tudo certo. O que você preferir. É que... é um pouco estranho ser chamada de senhorita.

Ela põe um fio de cabelo atrás da orelha, o que era sinal óbvio de que estava um pouco envergonhada. Não era de se admirar, Kanae gostava de ser agradada.

Depois de mais alguns minutos de conversa, termino de fazer o jantar. Pego três tigelas e as coloco na mesa, junto das bandejas em que coloquei o arroz, carne e ovos fritos respectivamente. Pego alguns copos e os sirvo de água, me sentando ao lado de Giyu em seguida.

– Obrigada pela comida – Minha irmã diz.

– Obrigado pela comida – Foi a vez do Tomioka. – Vou comer bem.

– Aproveitem.

Antes que eu possa dar a primeira mordida no pedaço de carne que segurava com meu hashi, a porta da frente se abre mais uma vez. Desta vez, é Kanao quem parece surpresa.

– O que está acontecendo?

– Ah, você chegou também! – Minha irmã mais velha olha para a entrada. – Bom, senta aqui e a gente te conta.

Vou até a cozinha pegar mais uma tigela e mais um prato para que Kanao pudesse comer também. Quando volto à mesa, começo novamente:

– Kanao, este é Giyu, meu... namorado.

Era a primeira vez admitindo isso em voz alta para alguém senão ele, e pode crer, era um pouco estranho. Ele me olha com um sorrisinho, como se satisfeito por eu ter oficialmente anunciado que somos um casal.

– O quê?! Por que não contou antes?

– É verdade. Você não disse por que escondeu de nós – Kanae completa.

– Eu só... não queria incomodar vocês com isso. Já têm coisas demais pra se preocupar.

– Mas isso é importante, Shinobu!

Era a vez de minha irmã mais nova ficar revoltada. Depois de me olhar com cara feia, ela encara o garoto ao meu lado, como se analisasse cada pequeno detalhe seu. Depois de um minuto longo de silêncio, Kanae resolve quebrar o clima, dando uma leve cotovelada em Kanao, que estava ao seu lado.

– Relaxa, maninha. Ele é bom pra Shinobu. Já fiz meu interrogatório, assim como quando o seu namorado veio aqui.

Isso era verdade. Quando Tanjiro apareceu em casa pela primeira vez, Kanae fez exatamente as mesmas perguntas para o garoto de cabelos ruivos. Até eu o aprovava, Tanjiro era um fofo.

– Sério? Então vou acreditar em você.

Por mais desconfiada que Kanao parecesse, ela decidiu apenas aceitar e deu um sorrisinho para Giyu. Ele retribui, e nós voltamos a comer, desta vez, todos juntos.

– Hm, afinal, o que o trouxe aqui, Tomioka? – Kanae começa.

– Trabalho em dupla. Estávamos estudando mais cedo, terminamos logo.

– Entendi. Enfim, colegiais. Normal – Ela dá uma risadinha baixa.

– E você, irmã? – Pergunto, genuinamente curiosa. – Por que chegou mais cedo do trabalho?

– Ah, sim. Troquei o horário do plantão com uma colega. Amanhã vou passar o dia todo no hospital.

Assinto com a cabeça, levando mais um pedaço de carne à boca. Não querendo me exibir, mas arrasei na comida hoje.

~

Quando todos terminamos nossas refeições, recolho tudo o que estava sobre a mesa e vou até a pia. Além de fazer o jantar, também lavaria a louça sem que ninguém pedisse. Precisava comprar minhas irmãs o suficiente para que elas não quisessem me matar quando Giyu fosse embora. Porém, alguns segundos depois, vejo Giyu vindo até mim e acabo estranhando. Ele se apoia no balcão, observando cada movimento das minhas mãos ensaboadas.

– Quer ajuda? Digo, com a louça? – Ele oferece, baixinho.

Ok, isso realmente acabara de me pegar muito de surpresa. Primeiro: ele estava sendo sincero? O Tomioka que eu conheço não se rebaixaria a este nível. Segundo: talvez ele nem soubesse como fazer isso. Riquinho de merda. E mesmo assim estava ali, me oferecendo ajuda.

– Shinobu? – Meu primeiro nome saindo de sua boca continuava fazendo meu coração palpitar.

– Não – Consigo responder. – Tá de boa.

– Tem certeza? Não parece tão "de boa" quanto você diz.

Ele aponta para baixo e vejo uma panela transbordando água, molhando toda a pia. Droga, Shinobu, você não pode apenas prestar mais atenção? Certo, mas... como prestar atenção quando ele estava ali, me encarando com aqueles malditos olhos azuis? Quando seu corpo estava reclinado sobre o balcão e seu rosto tão próximo do meu?

Rapidamente desligo a torneira e Giyu se afasta um pouco, com um sorrisinho torto se formando. Faço um "você me paga" mudo e ele dá de ombros, o sorriso apenas crescendo ainda mais.

Depois de algum tempo, finalmente termino de lavar a louça e digo para minhas irmãs que estávamos subindo para meu quarto para pegarmos nossas mochilas. Já estava anoitecendo, Giyu precisava ir embora. Ou não.

– Fiquem lá um pouco, vou conversar com ela – Kanae diz, se referindo a minha irmã mais nova. – Chamo vocês quando terminarmos.

– Ah... certo...? – Saiu mais como uma pergunta, apesar de não ser a intenção.

Subo as escadas que levavam até o andar de cima de minha casa com Giyu atrás de mim. Talvez fosse realmente estranho entrar no meu quarto com ele, agora que estávamos... bem, namorando. Ainda é difícil de admitir. Abro a porta e vejo o pedaço de caos que estava o cômodo. Minha cama estava desarrumada porque esqueci de ajeitá-la pela manhã e minhas estantes de livros... estavam uma bagunça. Por precaução, deixo a porta aberta quando entramos.

– Ah, então é aqui que minha namorada dorme.

– Você já entrou aqui, lembra? Quando fugiu do encontro e cortou a mão. E quando veio me passar a lição de casa também.

– Ah é? De qualquer forma, agora é diferente. Eu não reparava nas coisas, naquela época.

Como se fizesse muito tempo.

Fico apoiada no batente da porta, apenas observando enquanto ele começa a caminhar por todo o quarto, parecendo analisar. Ele para subitamente ao encarar minha mesa, onde ficavam a maioria das minhas coisas de escola e algumas decorações.

– Você mentiu pra mim, é?

E foi neste momento em que me lembrei. As fotos de infância que eu disse que não tinha. Tinha um porta-retratos logo em cima da minha mesa, com uma fotografia minha e de Kanao, quando estávamos no fundamental. Kanae já cursava o ensino-médio nesta época.

– Talvez... me desculpa. Eu estava...

– Com vergonha? Por quê? Você era tão fofa – Por um instante, ele sorri ao olhar a foto.

– Idiota.

Vou até ele, também dando uma olhada no retrato. É, talvez eu tenha crescido um pouco. Depois de um segundo, ele puxa meu rosto, me fazendo olhar em seus olhos.

– Você continua sendo fofa, baixinha.

Reviro os olhos, com um suspiro baixinho. No fundo, eu estava adorando aquilo.

– Muito fofa. E muito linda também, embora eu ache que você já está ciente deste fato.

Fico em silêncio por algum tempo. Certo, eu não me acho grande coisa em termos de aparência, mas... tê-lo me elogiando desta forma, mesmo que por um único momento, me fez acreditar que talvez eu fosse bonita o suficiente. Para ele. Para mim.

– Obrigada... – Digo, por fim.

– Não há pelo que agradecer. Eu só estou dizendo a verdade e elogiando minha namorada.

Acabo sorrindo e decido fazer algo. Tenho que ficar na ponta dos pés para alcançar seu rosto. Ele se aproxima um pouco, a ponta do nariz encostando no meu. Ainda assim, Giyu não me beija. Fica ali, me fazendo esperar, odiosa e torturantemente.

– Não vai me beijar? – Pergunto.

– E se sua irmã aparecer de novo? Fiquei meio traumatizado – Diz, com uma risadinha.

– Eu dou um jeito nela.

– Se você diz. Eu não vou tentar acobertar você desta vez, hein.

Fecho os olhos, então, ele cola os lábios nos meus, lenta mas intensamente. Senti uma de suas mãos subir pelo meu cabelo, acariciando de leve perto da minha nuca. Quando o ar nos falta, me afasto, apesar de não querer nem um pouco. O encaro, observando os olhos profundos acompanharem meus movimentos.

– Eu amo você.

Penso estar em um delírio. Eu estava ouvindo direito, né? Não estava sonhando, certo? Minha respiração parece travar, eu estava completamente perplexa. Pisco algumas vezes, tentando me recompor.

– O quê...? – Minha voz sai falhada, como um sussurro.

– Eu amo você – Um sorriso surge em seu rosto. – Poderia dizer mil vezes se me pedisse, baixinha. Mesmo que você seja uma chata comigo às vezes. Mesmo que nos odiássemos. Mesmo com todos os problemas que já enfrentamos e ainda vamos enfrentar. Eu te amo e vou continuar amando em todos esses momentos, Shinobu.

– Eu também. Eu te amo, Giyu Tomioka.

Essa é a conclusão. Eu o amo, e odeio isso mais do que tudo.

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𝐂𝐨𝐧𝐭𝐢𝐧𝐮𝐚...

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