CHAPTER 06
GABRIELA GUIMARÃES
O momento em que Beatriz Ambrósio cai no chão e chora, a Casa Brasil se cala por completo. Os murmúrios param, assim como os gritos de felicidade após o gol de Gabi Nunes com a assistência da capitã. Me sinto impressionada. Olho ao redor e vejo todos com expressões preocupadas enquanto o rosto com a expressão de dor da Beatriz, estampa o telão.
Mas confesso que eu já estava ficando com raiva do tanto que estavam marcando em cima dela. As jogadoras entravam duro e até teve um momento em que Beatriz quase foi pra cima, se defendendo. Pela leitura labial e pelo o que a comentarista entendeu, eu sorri com a resposta atrevida que a capitã tinha dado.
Não demora para suas companheiras de seleção sairem em sua defesa, mas o que chama a minha atenção é em como Gabrielle Portilho a abraça e sussurra em seu ouvido enquanto a capitã continua ofegante devido a dor.
— Acho que foi feio demais essa entrada. — Carol murmurou.
— Ela estava apanhando o jogo todo e a juíza não fez nada! — Rosamaria exclamou, jogando suas mãos pro ar em forma de indignação.
— Agora acabou pro Brasil se ela ficar de fora das Olimpíadas. — ouço alguém no fundo falar e mais alguns resmungos concordando.
A câmera volta pra capitã que nesse momento, dispensou a ambulância que se aproximava e ficou de pé, com certeza tentando parecer forte pra suas colegas e torcedores, e ela estava certa. A Casa Brasil aplaude e assobia gritando seu nome enquanto ela, com a ajuda de Gabi Portilho e da médica, andam lentamente até o banco de reservas.
— Ela é dura na queda. — comento, sentindo os olhares em mim. — O que foi?
— Você está literalmente babando por ela desde que ela pisou em campo. — Thaisa sorri de lado, mostrando seu atrevimento. Já eu, me engasgo com minha própria saliva.
— Como é? — bebo um pouco de água pra matar meu nervosismo.
– Ah, não paga de louca, Gabriela! Acha que ninguém percebeu? — Ana Cristina segura o riso.
— Ela é uma ótima jogadora, apenas isso. — respondi dando de ombros, tentando demonstrar desconfiança.
— Tá bom, mas o que você diz sobre chamar ela de linda? — Nyeme pergunta, claramente tirando uma com a minha cara.
— Ela é mesmo linda, ok? — respondi emburrada.
— Isso nós já sabemos, o negócio é a forma como você falou. — diz Roberta e no mesmo momento, me viro para olhá-la.
— Como assim você já sabe que ela é linda? — sinto o gosto amargo em minha boca e com certeza todas percebem.
Roberta sorri maliciosa.
— Ciúmes, Gabi?
— Claro que não.
— Então acho que você não se importaria caso eu começasse a conversar com ela e tal.
Meus olhos semicerram em sua direção, quase soltando lazer.
— Não ouse.
— Pegamos no flagra! O crush sempre foi real!
Carol faz uma dança sendo acompanhada pelo restante das minhas amigas. Eu bufo.
— Não tem crush nenhum, eu só...enfim.
Desisto de tentar dar alguma explicação. Após mais alguns minutos sendo motivo de piada, nós voltamos para o hotel e para nossa surpresa, a seleção brasileira também estava no hall de entrada.
— Só pode ser algum sinal, Gabriela! — Rosamaria bateu palmas.
Assim que pisamos no hall de entrada, algumas jogadoras já vem falar com a gente. Meus ouvidos estão prestando atenção na conversa delas mas meus olhos estão procurando uma loira bastante bonita.
E eu a vejo.
Beatriz está com uma muleta nas duas mãos, sua panturrilha toda enfaixada. A capitã parecia agoniada enquanto apertava o botão do elevador repetidamente. Ao seu lado, Gabi Portilho, Marta e Tamires tentam de toda forma acalma-la.
Saio em direção ao grupo e assim que Gabi Portilho me vê, ela parece levantar as mãos agradecendo a Deus seja lá o quê.
— Tudo bem aí? — sorrio para as jogadoras mas minha pergunta foi dirigida a apenas uma.
— Essa droga desse elevador está em uma lentidão que parece que é só pra tirar a minha paz. — Beatriz está emburrada e com um bico nos lábios.
— Você acabou de machucar sua panturrilha e ainda tem paz? Incrível!
Vejo um sorriso pequeno se formar na boca da mulher e então finalmente, seu rosto vira pra mim. Antes que ela falasse algo, o elevador finalmente chega e suas portas de metal se abrem. Algumas pessoas que estavam dentro saem e nós entramos.
— Cuidado. — Portilho murmura ao ver Beatriz bater na parede sem querer. — Você não pode ficar forçando sua perna então o que vai querer jantar? Mandaremos pro seu quarto.
— Nada. — Beatriz sussurra, olhando para o chão.
— Não esquenta, capitã, você é dura igual ferro. Isso daí não vai te derrubar. — disse Marta, lançando um sorriso confortante para Beatriz.
— Qual o andar de vocês? — pergunto.
— Décimo terceiro. — Portilho responde. — E o de vocês?
— Décimo segundo. — sorrio e olho brevemente para Beatriz, que parecia prestar atenção na conversa. — Qual de vocês está dormindo no 1308?
— Eu. — Beatriz me olha confusa. — Por que?
— Então é você que vive batendo o pé toda noite ás 21h? — Beatriz arregala os olhos e logo vejo suas bochechas corando.
— Eu não bato o pé! Eu danço. — sua revelação em um sussurro talvez tenha sido a coisa mais fofa que eu tenha visto.
Sorrio olhando para a loira que mais parecia uma criança que só precisava ser cuidada. O meu andar chega e então, as portas se abrem.
— Foi bom ver vocês. — falei olhando para as jogadoras.
— Aham... — Portilho murmurou ironicamente.
— E você, acho que vai me dar alguma folga pra dormir bem esses dias, não? — aponto para sua perna, indicando que ela não iria dançar por uns dias.
— É, eu acho que sim. — ela franze sua testa visivelmente confusa com o que quer que seja.
— Uma pena. Eu gostava de ouvir os batuques. — sorri e em um gesto inesperado, aperto seu ombro levemente. — Fica bem, linda.
Saio do elevador e não escuto mais nada, apenas um...
"Puta que pariu, acabou de vez com a sapatona."
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'. 🇧🇷 • NOTES ! .:'
CAPÍTULO NOVO E FRESQUINHO CHEIO DE CLICHÊ PRA VOCÊS!
COMENTEM BASTANTE, DIVAS, AMO LER CADA COMENTÁRIO! <3
*capítulo não revisado.
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