
ii. flames
ᐢ ࣪🔥✦ 𝐅 𝐈 𝐑 𝐄 𝐁 𝐋 𝐎 𝐎 𝐃 ⊹ ࣪˖
⸝⸝ m i n h o × e l l a ⸝⸝
♡ ₍ 𝐰𝐫𝐢𝐭𝐭𝐞𝐧 𝐛𝐲 𝐬𝐭𝐚𝐲𝐰𝐨𝐥𝐟𝐧𝐨𝐢𝐫 ᵎ ✦.˚
𖤩 ˖˚ capítulo⠀¡!⠀02 ۫ ♥︎.⭒
ⴰ ࣭͘ ⭑ุ 𝁼 ✷ 𝅄 ✦ ⸱࣭ 𓄹 ⭑
CHAMAS
⏝
—Ella? Está tudo bem? — a ruiva ouviu a voz de Chuck, mas ela estava tão perplexa que nem sequer se levantou ou respondeu o pequeno. — Você está sangrando.
Isso fez a ruiva o olhar confusa.
—O que?
—Sua cabeça está sangrando. — disse o cacheado, apontando para o ferimento.
Ella tocou a área machucada e observou o sangue em seus dedos, sentindo então uma ardência e um leve desconforto no local machucado.
—Me desculpa, eu acabei não te vendo. — o novato se desculpou, parecia um pouco culpado, ainda mais ao notar o ferimento da garota.
—Não, está tudo bem. — Ella diz com um sorriso e se levanta, aproximando-se do garoto para ajudá-lo a se levantar. — Aliás, desculpa, eu acabei te xingando e só agora vi que tu é o novato. Entendo você ter ficado assim.
—Ella, vamos para a enfermaria. — diz Chuck a puxando em direção ao local mencionado.
—Bom, seja bem vindo, fedelho! — ela gritou para o novato, visto que já estavam um pouco longe dele.
Ao chegar na enfermaria, Clint foi o disponível no momento para atendê-la, visto que Jeff fazia curativo em outro clareano. A ruiva se sentou na maca e logo o garoto começou a limpar o machucado.
—Chuck tem razão, você está mais quente que o normal, Ella. — observou Clint ao sentir a pele quente da garota enquanto fazia a limpeza. — Você pode estar com febre.
—Não estou, porque não sinto nada que seja febre. O que me incomoda é esse machucado que está aí.
Clint decidiu não insistir e prosseguiu com a limpeza no ferimento da ruiva. Apesar de não ser grave, ainda precisaria de cuidados. Ella não sentia dor, apenas a ardência no local, especialmente ao receber os medicamentos para desinfecção.
—Chuck. — Newt apareceu na enfermaria, andando até os três, mancando. — Alby está te chamando.
Mesmo relutante em deixar a mais velha, o cacheado não queria desobedecer e apenas concordou com a cabeça. Antes de sair, abraçou Ella com força.
—Se cuida, Lala. E obrigado por ter me defendido. — agradeceu com um sorriso.
—De nada, pequeno. Fica tranquilo que irei me cuidar. — ela sorriu.
Por fim, os dois se separaram do abraço e Chuck foi até onde Alby estaria. Enquanto isso, Newt permaneceu na enfermaria observando Clint preparar o curativo no ferimento da ruiva em sua têmpora.
—Nossa, aquele Fedelho fez um estrago aí viu? — diz Newt apontando para a sua têmpora, onde estava o machucado.
—Acontece. — deu de ombros.
Enquanto isso, Chuck tentava impedir o novato de chegar mais perto do Labirinto. A curiosidade do garoto de ver o que há atrás dos muros é alta, assim como o tamanho das grandes paredes que envolvia a Clareira.
—Veja o que quiser daqui, mas não vá até lá. — Chuck alertou.
—Por que? O que tem ali? — questionou o novato.
—Não sei. — respondeu Chuck, bloqueando a passagem com o braço estendido. — Só sei o que me contam. Não devemos sair.
Os olhares dos dois se voltaram para a porta do Labirinto, onde Minho e Ben corriam de volta para a Clareira. Devido à punição de Ella, o asiático teve que pedir a Ben que o acompanhasse em seu lugar.
—Ei Chuck. Fedelho novo? — perguntou Ben enquanto corria ao lado de Minho. — Gostou da promoção? — diz de uma forma meio debochada.
—É ótimo, Ben. — respondeu.
Enquanto corria lentamente, Minho percorria com o olhar pela Clareira a procura de Ella. A última vez que havia visto foi no amansador, antes dos portões se abrirem, queria saber se ela já havia sido liberada. Encontrá-la sempre foi fácil, afinal, seus cabelos ruivos eram visíveis de longe, ainda mais porque Ella estava sempre está andando pela Clareira ajudando os outros clareanos.
No entanto, naquele momento, ele não a encontrava, o que o deixou um tanto incomodado. Ela sempre estava por ali, onde estaria agora?
—Ei Chuck. — chamou o mais novo ao se aproximar. — Você viu a Ella? Não estou a vendo por aqui.
—Da última vez que a vi, estava na enfermaria. Ela acabou se machucando, e...
Minho não esperou Chuck terminar de falar e, com os olhos arregalados de preocupação, disparou em direção à enfermaria. Sua expressão fez Chuck se sentir um pouco confuso com a atitude repentina do amigo, mas logo voltou sua atenção para o novato.
Ao adentrar a enfermaria em passadas rápidas e descompassadas, Minho fez com que Newt, que estava perto da maca onde Ella estava, se sobressaltasse com a súbita entrada. Seus olhos se arregalaram ao ver o asiático em estado de agitação, procurando freneticamente pela garota ruiva. O semblante normalmente tranquilo de Newt se transformou em uma expressão de surpresa e confusão diante da cena inesperada que se desenrolava diante dele. Minho, ofegante e com a testa levemente franzida pela preocupação evidente em seu rosto suado, ignorou qualquer olhar curioso que pudesse receber e continuou sua busca aflita por Ella na enfermaria.
—Ei cara, o que houve? — perguntou.
—A Ella não estava aqui?
—Eu ainda estou aqui. — disse a mencionada surgindo com uma pequena caixa nas mãos e dirigindo-se a Jeff, que cuidava de um clareano em uma maca. — Aqui está o que me pediu, Jeff. — diz com um sorriso enquanto colocava a caixa em cima de uma mesa ao lado da maca. O moreno agradeceu e a ruiva virou-se para Newt e Minho.
O olhar de Minho foi imediatamente para o curativo na têmpora de Ella, onde o tecido branco se destacava em contraste com a pele pálida da garota ruiva. Uma pontada de preocupação perpassou os olhos escuros do asiático ao notar o curativo em sua colega, enquanto sua mente rapidamente formulava questionamentos sobre o que poderia ter acontecido. No entanto, ao perceber que Ella agia com naturalidade, sorrindo e ajudando Jeff, Minho sentiu um alívio momentâneo se instalar em seu peito tenso, diminuindo um pouco a tensão que o dominava desde sua chegada precipitada à enfermaria.
—O que aconteceu? — perguntou apontando para a sua têmpora.
—Foi o... — Newt começou a falar, mas Ella o interrompeu.
—Eu acabei caindo. Acontece. — deu de ombros. No entanto, Minho não ficou convencido com sua resposta. Ele sabia que Ella sempre protegia os outros clareanos e ocasionalmente omitia algumas verdades para não prejudicá-los.
Exceto quando se tratava do Gally. Ele poderia fazer algo contra ela e ela aumentaria a situação apenas para prejudicá-lo.
—Quem foi o cara de mértila que fez isso em você?! — indagou com a voz irritada e firme.
—Já disse, Minho, eu cai! — reforçou sua resposta na tentativa de fazê-lo acreditar. — E isso importa agora? Nem foi grave! Está se preocupando à toa! Devemos nos concentrar agora nos preparativos para a fogueira a noite.
—Antes, devemos ir para a Sala dos Mapas, sabe, fazer o que todos nós corredores fazemos após ir para o Labirinto.
—Ah, sim, claro. Havia me esquecido. — ela diz enquanto caminhava até a porta para sair da enfermaria.
—Parece que nessa queda você acabou perdendo um pouco da memória. — debochou enquanto cruzava os braços.
—Não que isso já não tenha acontecido. — resolveu entrar na brincadeira e sorriu voltando seu olhar para Newt. — Depois da Sala dos Mapas eu começo a ajudar vocês com a fogueira. — piscou para o loiro e logo Ella e Minho saíram da enfermaria.
Os dois seguiram em direção à Sala dos Mapas, onde os outros corredores estariam presentes também. Mesmo sem correrem naquele dia específico, era essencial que todos os corredores comparecessem para ver qual parte do Labirinto havia sido mapeado. Isso era fundamental para encontrar uma saída daquele lugar.
—Tem certeza que está bem? — perguntou de novo, em um tom de voz preocupado. Ella soltou uma gargalhada.
—Tenho o crânio duro, não quebra fácil. — sorriu. — Foi só uma arranhão, acontece. Está se preocupando atoa, Minho.
Minho sempre demonstrou uma atitude diferenciada em relação a Ella, e até a própria garota percebia essa distinção clara em seu trato. Enquanto com os demais habitantes da Clareira ele podia ter um humor afiado e até mesmo ser um pouco explosivo em suas reações, com a ruiva havia uma suavidade incomum, um cuidado perceptível que contrastava com sua postura usual. Apesar de manter o sarcasmo característico, Minho revelava uma faceta mais gentil e atenciosa ao interagir com Ella, como se um instinto protetor aflorasse automaticamente na sua presença.
Essa mudança gradual de comportamento ao longo dos meses desde a chegada de Ella à Clareira não passou despercebida por aqueles que conviviam com eles diariamente. A proximidade entre os dois se intensificou especialmente quando Ella foi designada como corredora, um papel para o qual o próprio Encarregado dos Corredores reconheceu seu potencial excepcional. Com o tempo, Ella não apenas se destacou como corredora, mas também ascendeu à posição de Encarregada, dividindo a responsabilidade e liderança da equipe com Minho.
Juntos, eles se tornaram os melhores corredores da Clareira. Uma dupla imbatível. Seus conhecimentos sobre o Labirinto eram incomparáveis. Eles conheciam o Labirinto como ninguém.
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—Que baita primeiro dia, não é, Fedelho? — diz Newt quebrando o silêncio entre eles dois. O novato e o loiro estavam sentados encostados em um tronco de árvore, onde dava visão para os portões que iam para o Labirinto. Um lugar um pouco mais calmo, longe da festa que estava acontecendo. — Aqui. — entregou um copo que parecia mais com uma jarra para o moreno. — Toma uma coisa mais forte.
O novato pegou o objeto das mãos de Newt e deu um gole na bebida de cor marrom com um toque de amarelo. A sua boca queimou e imediatamente sentiu vontade se vomitar e cuspir a bebida, e assim fez. Ele cuspiu a bebida no gramado e tossia, mas Newt parecia se divertir com a situação visto que dava risada do moreno.
—Meu Deus! O que é isso?! — indagou enquanto entregava o copo para Newt.
—Não faço a menor ideia. — diz olhando para o copo e deu outra gargalhada. — Receita do Gally. — olhou para atrás, onde estava o garoto mencionado. — Segredo industrial.
—É, mas ainda é um babaca. — comentou o moreno.
—Ele salvou a sua vida hoje. — o loiro disse após poucos segundos de silêncio. — Acredite, o Labirinto é um lugar perigoso. — completou e bebeu um pouco da bebida. Um silêncio permaneceu entre os dois, o fedelho estava meio pensativo enquanto olhava para os portões do Labirinto que permaneciam fechados.
—Estamos presos aqui, não é? — perguntou.
—No momento sim. — respondeu a sua pergunta. — Mas... — começou enquanto se virava e apontava em uma direção. — Está vendo aqueles caras? — completou enquanto apontava para um grupo, onde estava alguns garotos, Minho e Ella. O asiático comia seu prato de comida em silêncio enquanto a ruiva apenas olhava os outros clareanos pelo lugar. — Ali, perto da fogueira? — o moreno também se virou e começou a olhar na direção em que Newt apontava. — São os corredores. O cara no meio, é o Minho. Ele é o Encarregado dos Corredores. E a garota ruiva ao lado dele é Ella. Ela é a única garota corredora e a segunda Encarregada dos Corredores. Se você quiser uma pessoa para te ajudar, ela é a melhor opção.
—Como assim, ajudar? — indagou o novato.
—Bom, ela está sempre ajudando os outros clareanos nas tarefas, mesmo quando não é sua obrigação. Você não a vê parada. — respondeu. — Mas esse não é o ponto. Toda manhã, quando aquelas portas se abrem, eles correm pelo Labirinto, mapeiam e memorizam, tentando achar uma saída.
—Há quanto tempo procuram? — perguntou.
—Três anos. — Newt respondeu.
—E não acharam nada?
—É mais fácil falar do que fazer! — retrucou o loiro meio debochado. — Escute. — ele disse, fazendo silêncio logo em seguida, deixando o moreno escutar os barulhos que vinham do Labirinto. — Está ouvindo? É o Labirinto... Mudando. Muda toda noite.
—Como isso é possível? — perguntou o novato, incrédulo.
—Pergunte a quem nos pôs aqui se encontrar os desgraçados. — retrucou o loiro novamente. — A verdade é que, os corredores são os únicos que sabem o que há lá. São os mais fortes e rápidos de nós. É bom, pois se não voltarem antes de fechar, passam a noite lá. — ele ficou em silêncio por poucos segundos. — E ninguém sobreviveu a uma noite no labirinto.
Novamente um silêncio havia se instalado entre os dois. Até o novato o quebrar com outra pergunta:
—O que acontece com eles?
—Os chamamos de Verdugos. — começou a explicar. — É claro que ninguém jamais viu um e viveu para contar. Mas eles estão lá.
Se essa explicação de Newt era para fazer o novato de não querer entrar no labirinto, na verdade fez o efeito contrário. O que mais o garoto queria era entrar ali, algo dizia que ser um corredor era o trabalho perfeito para ele.
—Tá legal, chega de perguntas por hoje. — o loiro disse olhando para o moreno. — Vem. Você é o nosso convidado de honra. — o calouro tentou o impedir. — Não! Ande logo. Vou lhe mostrar tudo.
O garoto tentou relutar para não se levantar, mas Newt acabou o convencendo, o levantando a força para apresentar o lugar.
Os clareanos estavam animados, dando gargalhadas. E no meio estava Gally e alguns outros garotos, fazendo uma espécie de luta.
—Ali ficam os Construtores. — disse Newt apontando para um grupo de garotos. — São bons com as mãos, mas não são tão inteligentes. E há o Winston, — apontou para um garoto, que estava em outro grupo. — encarregado dos Retalhadores. — logo em seguida, Newt apontou para dois garotos que estava passando por eles. — Temos os dois socorristas, Clint e Jeff. — os dois socorristas passaram e cumprimentaram o loiro. — Passam um tempão enfaixando os Retalhadores.
—E se eu quiser ser Corredor? — perguntou sem pensar, visto que nenhuma das outras profissões estava lhe agradando.
—Você ouviu alguma palavra do que disse? Ninguém quer ser um Corredor. Além disso, você tem que ser escolhido.
—Escolhido por quem? — perguntou.
Mas antes de ter a sua resposta, um garoto foi jogado para fora do círculo e acabou esbarrando no novato. Gally era a estrela, para variar.
—E aí, novato? Quer ver do que é capaz? — diz Gally olhando para o moreno.
Logo um coro para o novato se fez presente, um coro para que ele aceite o desafio de Gally. Ella, que estava conversando com Chuck, este que há alguns minutos atrás chegou perto do grupo dos corredores, percebeu a vibração dos clareanos e seu olhar foi para o círculo. Imediatamente o seu sorriso fechou e uma cara séria se fez presente em seu rosto. Não achava certo o fato de Gally fazer um desafio para um novato que acabou de chegar apenas para se achar o melhor. A garota pode ser considerada uma estraga prazeres, mas isso é apenas com os novatos, o garoto mal havia chegado e seria completamente machucado por esse brutamontes, e Ella não queria isso.
Ainda mais quando sente que já se conheciam, visto que ele aparece em seus sonhos.
—Merda. — ela diz se levantando e indo até os dois que estava no círculo.
—Ella, o que pensa que vai fazer? — indagou Minho, mas a ruiva nem sequer o respondeu.
O novato já estava caminhando para dentro do círculo, sem muita escolha. A tensão aumentava e o moreno estava assustado e ele olhava ao redor para ver se Newt estava por perto. Mas não estava.
—Gally, isso não é necessário! — disse Ella, posicionando-se ao lado do novato. — Ele acabou de chegar, não seria legal ele ter uma visitinha na enfermaria logo no primeiro dia.
—Defendendo o novato, Ella? Dando uma de mãezona protetora? — debochou Gally.
—E se eu estiver? — retrucou Ella, cruzando os braços com determinação. — Pelo menos ele vai ter uma mãe, diferente de você.
Um coro surpreso e risadas ecoaram ao redor deles, fazendo Gally se sentir levemente intimidado pela fala de Ella.
—Se quer tanto defender o fedelho, então venha lutar aqui no lugar dele. — desafiou Gally, erguendo o queixo em um gesto desafiador. — Vamos ver do que é capaz.
Um novo coro começou a surgir entre os clareanos clamores pelo nome de Ella preenchiam o ar, instigando-a a aceitar o desafio proposto por Gally.
—Aceito. Mas depois não vai chorar que nem da última vez. — diz com um sorriso desafiador, aproximando-se confiante do loiro.
Mais pessoas se aglomeraram em torno da roda, e entre elas estava Minho, sua expressão séria e o maxilar tenso revelavam a preocupação latente diante do iminente desafio entre os dois. O olhar penetrante de Minho percorria a cena como um observador silencioso e atento, pronto para intervir caso a situação fugisse do controle.
—Já sabe as regras. Se você perder, o fedelho é obrigado a aceitar o desafio.
Com o desafio aceito, Gally e Ella se posicionaram no círculo, com os olhares fixos um no outro.
Quando Gally avançou em sua direção, a ruiva rapidamente desviou e colocou o pé a sua frente, o fazendo tropeçar e cair no chão. O loiro se levantou, pronto para atacá-la novamente, mas Ella desviou novamente e chutou suas costas, fazendo ele cair no chão. Gritos animados dos clareanos ecoavam ao seu redor. Gally novamente se levantou e avançou na ruiva novamente, conseguindo a segurar e tentou empurra-lá para fora do círculo, mas ela conseguiu desequilibrar sutilmente Gally, aproveitando-se de um momento de distração dele, conseguindo se soltar e, com um movimento ágil e preciso, executou um chute giratório certeiro que fez com que ele caísse de novo no chão. Os gritos dos clareanos novamente foram escutados. Ella foi a vencedora do primeiro round, mas ainda teria que vencer o segundo.
Porém, quando o segundo round estava prestes a começar, um desconforto súbito tomou conta de Ella. Uma sensação de queimação intensa se espalhou por sua cabeça, fazendo com que seus olhos ardessem e sua visão se turvasse com tons alaranjados. Num esforço para afastar a perturbação, ela balançou a cabeça rapidamente, na esperança de dissipar a estranha sensação que a dominava para ver se não era imaginação ou até mesmo as chamas da fogueira lhe causando alucinação.
Será que a pancada de mais cedo foi tão forte assim?
Contudo, a ardência persistia e se intensificava, levando Ella a pressionar sua têmpora com uma das mãos enquanto fechava os olhos com força, tentando conter a dor lancinante que a afligia. Enquanto isso, Minho, atento às reações da ruiva, já estava com o pé dentro do círculo, pronto para intervir.
Quando o segundo round foi anunciado, Gally percebeu a vulnerabilidade momentânea da ruiva e decidiu agir em sua vantagem.
O loiro desferiu um chute lateral certeiro direcionado à região das pernas de Ella, buscando desequilibrá-la ainda mais. O golpe foi rápido como um raio, mirando com precisão o ponto fraco da ruiva. O impacto foi fulminante, fazendo com que Ella cambaleasse momentaneamente, lutando para manter-se de pé diante do ataque inesperado.
Enquanto a ruiva tentava se recuperar do golpe desferido por Gally, em um movimento ágil, ele lançou um golpe ascendente mirando o abdômen de Ella, buscando desestabilizá-la ainda mais e ganhar a vantagem necessária para vencer o segundo round. A ruiva caiu no chão, e juntando com a dor em seu abdômen e a sua cabeça e olhos queimando, ela não se levantou. Apenas estava caída no chão e com as mãos em sua cabeça para tentar fazer a queimação parar.
—Para com isso seu mértila idiota! — Minho explodiu, sua voz carregada de fúria ecoando pelo ambiente. Ao avistar Gally se aproximando de Ella, o asiático não hesitou em intervir, avançando furioso na direção do loiro e empurrando-o com força. — Não está vendo que ela está passando mal?! Tem merda na cabeça?!
—Eu só estava me aproximando para ver o que estava acontecendo! — retrucou Gally.
—Jura?! Até parece! Por que não luta com alguém do seu tamanho para quebrar esse seu pescoço de mértila?! — Minho disse entre dentes.
Enquanto os dois discutiam, Alby ajudou Ella a se levantar, a mesma ficou de pé, mas mesmo assim sua cabeça ainda ardia e latejava. Ao abrir os olhos novamente, sua visão ainda estava turva e alaranjada, o que dificultava sua percepção do entorno, impondo-lhe uma sensação de vulnerabilidade.
Alby prontamente se aproximou para ajudar Ella a se levantar. A ruiva, ainda atormentada pela sensação de queimação em sua cabeça e pelos olhos ardentes, permitiu-se ser guiada pelo moreno até um local seguro para se assentar.
—Melhor se sentar. — aconselhou Alby.
Enquanto escutava as vozes sobrepostas de Minho e Gally em meio à discussão exaltada, Ella sentiu-se envolvida por um turbilhão de sensações. Tampando os ouvidos para abafar as vozes que ecoavam ao seu redor, ela buscou um momento de calma interior. Foi então que a voz reconfortante de Minho ao seu lado a fez voltar sua atenção para ele.
—Está melhor? — indagou Minho um pouco preocupado. Ainda sentindo a dor latejante em sua cabeça e lutando para recuperar sua visão turva, Ella assentiu levemente com a cabeça.
O olhar de Ella novamente foi para o círculo. Sua visão estava voltando e com isso viu Gally e o novato lutarem. Claro, por ela ter perdido, obviamente ele teria que lutar com o loiro também.
O golpe que Gally deu no novato fez com que o moreno caísse no chão e batesse a cabeça com força. Ele sentiu sua visão escurecer e por um segundo o mundo havia se apagado enquanto ouvia os murmúrios dos outros.
Thomas.
A voz ecoava em sua mente, como um sussurro insistente. Era isso o que ele ouvia em seu sub consciente. Um nome. Aquele que com certeza deveria ser o seu.
—Thomas. — ele repetiu para si mesmo. — Thomas! — ele repetiu novamente enquanto se levantava. — Aí! Thomas! Eu lembrei do meu nome! Eu sou o Thomas!
Alby foi o primeiro a comemorar, os outros logo o seguiu. Todos pareciam felizes, até mesmo Gally. Todos comemoravam.
No entanto, os olhos de Ella foram atraídos pela fogueira que crepitava não muito longe dali. As chamas dançantes pareciam hipnotizá-la, despertando uma sensação estranha em seu íntimo. Uma energia desconhecida pulsava dentro dela, fazendo com que seus olhos azuis começassem a refletir tons alaranjados, como se estivessem prestes a incendiar.
Era como se o fogo fosse dotado de uma voz sussurrante que a chamava de forma irresistível.
Fixando o olhar nas chamas que pareciam chamá-la, Ella sentiu um ímpeto inexplicável de intensificar o fogo.
O sobressalto geral quando as chamas da fogueira cresceram abruptamente interrompeu a euforia em torno da descoberta do nome de Thomas.
—O que aconteceu?
—Por que as chamas aumentaram do nada?
Até a própria Ella ficou assustada com essa ação repentina. Ela havia feito isso? O que estava acontecendo? Seria possível que ela tivesse causado aquilo? O medo e a curiosidade se misturavam em seus pensamentos.
Os olhares curiosos se voltaram para a ruiva e o asiático isolados do grupo.
—Impressão minha ou os olhos da Ella estão laranjas? — um dos clareanos comentou perplexo, direcionando a atenção dos demais para ela.
Ella não pôde conter uma risada nervosa diante da incredulidade da situação. Como os seus olhos azuis ficaram laranjas? Não tem como isso acontecer.
Minho continuava observando-a atentamente, tentando distinguir se era apenas um reflexo das chamas ou algo mais. E conforme seus olhos encontraram os dela, pôde confirmar: um brilho laranja intenso e vibrante irradiava das íris da garota, como se pequenas chamas dançassem dentro de seus olhos.
—Deve ser o reflexo da fogueira. — sugeriu outro clareano, buscando uma explicação plausível para aquela anomalia visual. — A noite escura e as chamas aumentando... deve ser isso.
A teoria parecia acalmar momentaneamente as dúvidas do grupo, mas Alby, Newt e Minho sabiam que havia algo muito mais profundo e estranho envolvido naquele momento repentino.
Primeiramente já quero pedir MIL PERDÕES pela demora. Administro três fanfics de uma vez só e as vezes tende a ser meio complicado...
Eu AMEI escrever esse capítulo apesar de estar um pouco insegura com ele. Juro.
Minho preocupado? TEMOS!!! Migalhas do nosso casal? TAMBÉM!!
Quais são as suas teorias em relação a Ella? Quem acertar vai ganhar um bombom!
Eu estou MUITO ansiosa para escrever essa fanfic, e por isso pretendo não demorar muito para atualizar🫶🏻
Antes que eu me esqueça, FIRE BLOOD CHEGOU AOS 100 VOTOS!!! Muito obrigada mesmo pessoal, os seus votos e comentários ajudam muito no processo dessa fanfic💜
O que acharam do capítulo? E o que estão achando da fanfic até agora? Opiniões sinceras por favor!
Eu acho UM CRIME não ter essa cena da fogueira nos livros! Juro😻
Peço desculpas pelos erros ortográficos ou erros de roteiro, tento ao máximo evitá-los, mas pode passar despercebido.
De acordo com o cronograma, o capítulo três de Fire Blood só vai ser publicado quando o capítulo oito de Secrets from Past e o capítulo dezessete de Golden Hour for publicado.
Vejo vocês no próximo capítulo💜✨️
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