𝐁𝐎𝐍𝐔𝐒┊𝟎𝟑
┅━━━╍⊶⊰⊱⊷╍━━━┅
No momento que a caneta saiu do papel, Amara sentiu borboletas no estômago. Estava feito. Amara Abbott agora era Amara Shelby oficialmente. Palmas e risadas encheram seus ouvidos, assim como os lábios foram tomados por um beijo rápido do seu marido. Ela estava feliz, mais uma etapa da sua vida estava se concluindo. Uma lágrima brilhou no canto dos seus olhos, Thomas foi atencioso em secá-la rapidamente com a ponta do dedo. Eles se viraram para convidados quando o resto de toda a papelada que assinaram havia sido arrumada. Estavam na presença dos mais próximos, entre a família Shelby e os amigos íntimos. Ariana segurava um pequeno buquê de flor, felizmente ela viera acompanhada apenas de Krishna já que nenhuma das duas deixaria de presenciar uma nova etapa na vida da amiga.
O casamento ocorreu no cartório de Londres, quinze dias após o casamento em Gales. A comemoração aconteceria em Small Heath, Birmingham, no pub de Arthur. Amara e Thomas renunciaram o casamento religioso. Por esse motivo, o segundo casamento aconteceu formalmente. Amara ainda usava um vestido branco, mesmo que esse fosse mais simples e requintado que os clássicos e esvoaçantes vestidos de noiva. Thomas também usava um terno com riscas de giz em um valoroso azul-cobalto. Do lado de fora, encontraram um carro enfeitado com latas, o que fez com que a nova senhora Shelby caísse em gargalhadas, com certeza havia sido ideia do Arthur.
— É sério? Latas, Arthur? — Amara encarou o cunhado que parecia satisfeito com o feito.
— A Inglaterra toda precisa saber que hoje a família Shelby ganha uma nova integrante.
— Eu disse que queria algo mais discreto. — Thomas suspirou.
— Não somos discretos, irmão. Somos a porra dos Peaky Blinders e agora vamos para meu pub encher a cara...
Arthur pulou para abrir a porta do carro para os noivos. E assim, o barulho os acompanhou até o bairro operário, onde uma festa os aguardava.
┅━━━╍⊶⊰⊱⊷╍━━━┅
Thomas foi puxado por alguns Peaky Blinders que estavam eufóricos, enquanto Amara foi puxada pelas mulheres. Ela sentou-se a uma mesa onde cerveja, vinho e vidros com cocaína dividiam espaço.
— Bem-vinda a família, Amara Shelby. — Ada ergueu um copo com cerveja. Amara ergueu sua taça de vinho. — Agora você não terá paz.
— Ada! — Polly lançou um olhar raivoso à sobrinha, mas não brigaria com ela, visto que a Shelby mais nova estava alterada devido ao álcool. Ela se virou para Amara, que de uma hora para outra parecia mais pálida. — Amara é uma mulher de fibra e mulheres de fibras suportam todas as dores.
— Até a dor do parto chegar, então a única coisa que você quer é morrer. — Esme falou. Seu nariz estava sujo de cocaína, as pupilas estavam dilatadas. Durante toda a cerimônia ela se manteve longe do marido.
— Podemos mudar de assunto? — Amara sugeriu. Sabia que gravidez era algo natural que acontecia após casamento, o que a deixava nervosa só de imaginar, já que a maternidade também era parte dos planos.
— Acho justo. — Embora fosse constrangedor dividir a mesa com a atual mulher de um ex-namorado, Ariana se manifestou. Ergueu a caneca com cerveja e se inclinou na direção de Amara. — Não gosto muito da escolha do noivo, mas estou feliz por você de qualquer forma.
— Eu sei que está aqui por minha causa, não tenho como agradecer seu apoio nesse momento. — Amara respondeu. Ariana sorriu levemente. — E sobre a escolha do noivo, ele não é tão ruim quanto parece.
— Verdade, achei o Thomas bem apaixonado. — Krishna bebeu um gole da cerveja.
— Você ver paixão em tudo, Kris. — Ariana sorriu. Krishna deu de ombros, ela não tinha culpa por ser uma romântica incurável.
— Agora é hora da dança dos noivos. — Arthur gritou em meio ao salão, ganhando todas as atenções.
Amara sorriu enquanto Thomas abria caminho em sua direção, estendendo a mão para que ela se unisse a ele no meio do salão.
— Sei que é uma dama e só aceita convites de danças se forem feitos da maneira certa. — Ele falou em sua direção. Amara sentiu algo no estômago, um misto de emoção, nervosismo e uma pontada de nostalgia. — E embora eu tenha certeza de que você não irá recusar uma dança com seu marido, eu venho aqui fazer o convite do jeito certo. — Ele lançou uma piscadela a ela. — Senhora Shelby, me concede essa dança?
— Com todo e absoluto prazer, senhor Shelby. — Respondeu ela. Sua mão deslizou para de Thomas e logo se uniram no salão.
O gramofone chiou com uma música clássica e lenta, enquanto Amara era guiada em passos perfeitos pela roda. Thomas a segurou pela cintura. Ela relaxou diante do toque do marido, embora sentisse as pernas bambas. Felizmente, Thomas era um bom dançarino e jamais a deixaria tropeçar ou cair.
— Espero que isso não seja um sonho. — Ele disse próximo ao ouvido dela. Amara sorriu afetuosa.
— É a mais pura realidade, meu amor. — Deixando um beijo rápido no rosto de Thomas, ela voltou a encará-lo. — O que os rapazes falaram para você?
— Que depois do casamento o sexo diminui e o estresse aumenta. — Respondeu ele. Amara mordeu os lábios.
— Não será o nosso caso! — Ela desviou o olhar para a plateia, encarando John e Arthur rindo de alguma piada.
— Não mesmo.
— Estive pensando onde iremos morar quando voltamos da lua de mel. — Ela disse. Thomas a encarou, uma sombra de riso passou por seus lábios. Ele a girou, puxando-a novamente para seus braços. — Por que eu acredito que você já fez algo em relação a isso?
— O que acha de viver em Warwickshire? — Perguntou ele.
— Tommy...
— Espero que goste da ideia, pois temos agora uma casa lá. — Amara sentiu o pulmão pedir por ar. — É um lugar grande, com muito espaço e estábulos para nossos cavalos. É livre de poluição e o caos da cidade. Vamos precisar de muitos empregados. Esse é meu presente de casamento para você, meu raio de sol.
— Eu... Eu estou sem palavras, Tommy, e eu sou jornalista. — Ela sorriu.
— Amie, eu amo você. — Ele parou a dança apenas para segurar o rosto da esposa entre as mãos, inclinando-o sutilmente para poder fitar o fundo dos olhos verdes. — E se eu puder dar o mundo inteiro para você, eu darei e não importa o quanto custe.
— Bem, eu terei que dar muitas coisas a você para compensar seus presentes. — Ela sorriu. Thomas a acompanhou.
— Falaremos sobre isso mais tarde.
Amara entendeu o recado, não negava que também estava ansiosa por isso.
— Tudo bem, hora do irmão do noivo dançar com a noiva. — John caminhou até o casal, tendo que disputar pela atenção de Amara.
Thomas cedeu a mão da esposa, e juntos, Amara e John dançaram de uma forma mais animada no salão. Um toque fez com que o líder dos Peaky Blinders se virasse, era Ariana e seus intensos olhos cinzas, sempre julgadores e rígidos.
— Gostaria de dançar com o noivo? — Thomas perguntou. Ela sorriu com escárnio. Então deixou que ele a conduzisse para o centro assim como outros casais se juntaram. — Obrigado por vim ao casamento.
— Eu não perderia o casamento da minha amiga por nada. — Ariana foi clara, assim como evitava ao máximo tocar seu corpo ao de Thomas.
— Você quer me dizer algo? — Questionou ele.
— Cuide bem dela. — Ariana estreitou o olhar. — Amara perdeu e passou por muitas coisas. Ela finalmente está encontrando a felicidade depois de muito tempo.
— Eu cuidarei, isso não é algo com que deva se preocupar. — Thomas respondeu firme. Ariana encontrou seus olhos.
— Você a ama de verdade, não é? — Perguntou a mulher. — Conheço sua fama, Thomas, você é um libertino...
— Esse Thomas morreu quando a Amara entrou em minha vida.
— Eu espero que sim. — Ela inclinou o rosto. O silêncio pausou entre eles.
— E você, tem sido feliz em Boston? — Thomas finalmente perguntou. Ariana suspirou. Ele não perguntou aquilo por interesse, mas por educação.
— Sim. — Curta e grossa, ela parou a dança, mas antes de se afastar sussurrou para o gângster — Se você machucar minha amiga de alguma forma, eu arranco as suas bolas. Sabe que tolero você devido à Amara.
— Ah! Ariana. — Thomas suspirou, no fundo, se divertiu com a ameaça. Ela jamais mudaria. — Pensando bem, você seria uma Shelby perfeita.
A mulher não respondeu, pareceu estática com as palavras do cigano. Logo saiu em passos carrancudos, enquanto Thomas desviava atenção para a esposa e sua diversão com os passos de danças acrobáticas de John. Ele estava feliz. Se sentia realizado, pois se casará novamente com a mulher dos seus sonhos. Qual outro homem no mundo teria essa sorte?
┅━━━╍⊶⊰⊱⊷╍━━━┅
LONDRES
Era quase fim da madrugada. Amara soltou um gritinho quando Thomas atravessou a porta com ela nos braços. Após a festa, o casal voltará para o hotel em que Amara estava hospedada. A lua de mel aconteceria em Nova York e viajariam em alguns dias de navio. Em frente ao espelho, Thomas soltou o nó da gravata, enquanto observava a esposa tirar os saltos que usava e murmurar algo em alívio.
— Já foi alguma vez a Nova York? — Ela perguntou. Thomas negou em silêncio. — Que bom que sua primeira vez será comigo.
— Vivi muitas primeiras vezes com você, Amie. — Ele disse.
Amara se aproximou, o abraçando-o por trás. De uma hora para a outra seu semblante pareceu mais preocupado.
— Ada disse que agora não terei paz. — Thomas bufou com o que Amara dissera. Até o fim da festa, Ada se encontrava completamente alcoolizada, precisando ser levada para casa por Polly e Arthur.
— Ada diz muitas coisas. — Ele se virou para a esposa. Segurou o queixo entre os dedos e sorriu levemente.
— Mas os seus negócios...
— Amie, é nossa lua de mel, então vamos pensar em problemas em outra hora. — Falou. Amara puxou os lábios em um sorriso.
— O que a Ariana disse a você? — Amara quis saber.
— Nada de mais, só me garantiu deixar sem bolas caso eu machuque você de alguma forma. — Falou. Amara arregalou os olhos, surpresa.
— Ela nunca vai gostar de você. — Balançou a cabeça em negação. Thomas deu de ombros.
— Eu disse coisas ruins a ela há anos, então acho justo que ela me odeie um pouco, mas me tolere por sua causa. — Sorriu ao finalizar as palavras.
— Só quero que as pessoas que eu amo se deem bem. — Amara fez beicinho. Então ouviu o estômago protestar. Thomas a beijou rapidamente. — Eu estou com fome. — Reclamou.
— É, eu também. — Thomas agiu rápido. Em alguns segundos passava a perna da esposa em volta da cintura e a levava para cama.
— Tommy!
— Dessa vez você não está nervosa. — Ele a jogou na cama. Amara ergueu uma sobrancelha. Thomas brincou com a gravata em mãos, antes de encarar a esposa.
— O que pretende fazer?
Thomas não a respondeu. Ao invés disso, ergueu os joelhos e subiu na cama. Amara viu seus pulsos serem puxados para cima e presos de forma apertada na cabeceira da cama.
— Eu pretendo foder com você. — Foi claro. Amara ergueu uma sobrancelha. Suas coxas se uniram rapidamente, impedindo que Thomas ficasse entre elas. — O quê?
— Terá que fazer algo para merecer isso. — Amara descansou as feições, enquanto Thomas ainda assimilava suas palavras. — Pode começar com uma massagem, meus pés estão doloridos por ficarem tantas horas em um salto. Tem um óleo natural na gaveta esquerda, se quiser usar...
A sugestão foi bem aceita. Thomas alcançou o óleo. O aroma adocicado de amêndoas logo se instalou em cada canto do quarto. Amara fechou os olhos quando sentiu o líquido ser derramado em suas pernas, acompanhado por uma massagem leve. O toque de Thomas era viciante e suas mãos se tornaram mais macias com os movimentos suaves. Seus pés foram bem cuidados, as panturrilhas bem massageadas e agora, as mãos grossas subiam em direção às coxas.
— Estou lembrando do que quase fizemos no acampamento. — Thomas falou. Amara abriu os olhos, sentiu o coração acelerar com a ideia de sexo anal.
— Talvez hoje aconteça, só continue com a massagem e me solte dessa gravata. — Ela puxou o pulso de leve, começava a sentir os braços arderem de desconforto.
— Ainda não. — Ele puxou a alça do vestido.
Para o casamento, Amara escolheu um vestido justo ao corpo. As alças finas eram presas por um nó discreto atrás das costas que facilitava a retirada dele pelas pernas. Felizmente, ela não usava nada por mais além da peça íntima que o impedia de chegar na sua parte mais quente. Thomas derramou o óleo sobre o abdome firme da esposa, massageando suavemente até os seios.
— Você está me lambuzando toda. — Ela murmurou. Mordeu os lábios quando sentiu Thomas se deliciar com seus mamilos duros. — Tudo bem, continue. Apenas não pare...
Thomas desceu as mãos, levando com elas a peça íntima. Amara abriu as coxas, permitindo que o tecido escorregasse livremente até ser jogado do outro lado do quarto. Thomas ergueu as sobrancelhas, admirado com o que via. Amara estava totalmente lisa, permitindo que a visão do seu sexo fosse vista sem qualquer dificuldade.
— Uma pequena surpresa para meu marido. — Ela o provocou, abrindo um pouco mais as pernas. Thomas umedeceu os lábios.
— Sinto falta dos seus pelos, confesso que gosto de brincar com eles...
— Mas? — Ela se inclinou um pouco, abrindo ainda mais as pernas.
— Você é perfeita, Amara. — Thomas estava hipnotizado. — Seu corpo... — Ele se inclinou para baixo, deixando um beijo acima do umbigo. — Seu cheiro... — Desceu mais um pouco. Amara arfou, sentindo o nariz dele raspar em seu clitóris. — Seu sabor.
Então ele a beijou intimamente, tão feroz e suave, que Amara duvidou que isso fosse realmente possível. Ela abriu os lábios, mas não emitiu nenhum barulho. O pulso queimou com o nó apertado. Suas pernas foram mais abertas, permitindo que Thomas mergulhasse entre elas com facilidade.
Thomas voltou para cima, deixando o sabor feminino passar de uma boca para a outra. Suas mãos agiram rapidamente em soltar o nó. Amara arfou agradecida, mas foi surpreendida quando seu corpo foi girado e suas mãos tornaram a ser amarradas, agora, nas costas. Ela caiu com o rosto na almofada, enquanto sentia o óleo ser derramado em cada parte do corpo, até onde não imaginou sentir.
— Fica ainda mais perfeita nessa posição.
Ela tentou responder, mas uma sensação quase nova atravessou seu corpo. Um dedo circulou em volta do seu ânus, fazendo-a arfar. Aquele era um prazer novo que ela adoraria descobrir com o marido, e saber até onde seu corpo suportaria tal sensação. Thomas a molhou um pouco mais com o óleo, assim como o usou em seu pau.
— Bem-vinda oficialmente a família Shelby, meu amor. — Ele sussurrou no ouvido dela. Um tapa na bunda veio em seguida, tão firme e forte que a pele reclamou com uma ardência. Com certeza deixaria uma marca nela.
Amara perdeu o fôlego quando sentiu o início da penetração. Era desconfortável e um pouco doloroso. O espaço apertado também não ajudava, ela se questionava como algumas pessoas faziam aquilo com tanta facilidade. Thomas parou onde estava, deixando beijos sobre o ombro salpicado de suor da esposa.
— Você precisa relaxar mais para isso funcionar. — Disse ele, experiente. Amara grunhiu.
— Me chupe. — Pediu ela.
Thomas abriu um riso, saindo dela com cuidado. Suas mãos agiram primeiro em volta da bunda redonda e empinada, apertando a carne macia e escorregadia devido ao óleo. Amara pareceu relaxar mais um pouco. Então seus lábios desceram de modo lento pelas entradas molhadas, chupando toda a pele íntima que podia, subindo e descendo, indo de um lado para o outro. Amara mergulhou o rosto na almofada, dessa vez, ignorando o desconforto dos pulsos amarrados nas costas. Estava concentrada apenas na língua do marido a explorando intimamente em cantos que jamais imaginou ser chupada.
— Isso... Ah! — Ela mordeu os lábios.
— Você está gostando disso, e estamos só começando.
Suas palavras surtiram efeito no corpo da mulher. Thomas viu como ela se abriu mais e arrebitou a bunda para o alto. Ela o queria, e o teria. Segundos depois, Thomas se empurrava para dentro dela, primeiro com o dedo e depois com a ponta do próprio pau, sempre com cuidado e paciência, abrindo um espaço apertado até onde conseguia. Amara rangeu os dentes, suportando o desconforto, acreditando que logo depois, o prazer viria em forma de enxurradas.
Felizmente veio, e eles não pararam até o primeiro raio de sol atravessar as cortinas.
┅━━━╍⊶⊰⊱⊷╍━━━┅
NOVA YORK
Thomas ainda tentava acompanhar os passos apressados da esposa. Estavam em frente à estátua mais famosa do mundo. Amara sorria e corria como uma criança animada para mostrar a um adulto o que descobrira. Haviam chegado à América há dois dias, e mesmo que fosse quase impossível sair do quarto e do meio dos lençóis — já que aproveitavam muito bem a vida de casados, naquele dia ensolarado preferiram conhecer pessoalmente o maior símbolo americano.
— É enorme. — Ele ergueu o rosto.
— É o tamanho da liberdade! — Ela abriu os braços. — Esse é o meu segundo lugar favorito no mundo.
— E qual é o primeiro? — Thomas quis saber. Amara se aproximou do marido.
— Nossa casa, quando voltamos para a Inglaterra. — Seus braços passaram em volta dele, trazendo-o para perto.
— Será que o casal apaixonado gostaria de uma fotografia? — Uma voz reverberou um pouco além de Thomas e Amara. — Por apenas três dólares, e entrego em sua residência ou onde estiverem, com moldura.
— Claro! — Ela bateu palminhas, enquanto tentava deixar o marido em um clima mais descontraído. Thomas era sempre rígido, até quando estava na sua versão mais distraída. Mas gradualmente, Amara quebrava a marra do Shelby.
— Tudo bem, preparem-se. — O fotógrafo anunciou.
— Você precisa sorrir, Tommy. — Amara bateu o pé de modo insistente, enquanto o fotógrafo esperava pelas ordens um pouco mais a frente. Thomas suspirou e abraçou mais a esposa com um único braço. A América era fria, e Thomas ainda se acostumava com a ideia de liberdade, principalmente estampada naquela enorme estátua.
— É assim que fazem no futuro? — Ele questionou, curioso.
— Sim. — Respondeu Amara de modo paciente. — Olhe para mim e sorria, senhor Shelby.
— Isso é muito fácil. — Thomas a fitou apaixonado. Segundos depois um flash brilhava diante do jovem casal.
Amara piscou algumas vezes, deixando que os pontos escuros do flash dissipassem de sua vista. Thomas acertou o resto dos detalhes com o fotógrafo e partiram logo depois. Nova York era um lugar grande, e ainda restavam muitos lugares para visitar e quem sabe, cometer algumas loucuras de recém-casados.
┅━━━╍⊶⊰⊱⊷╍━━━┅
WARWICKSHIRE — ALGUNS MESES DEPOIS
Amara ainda se perdia nos corredores da nova mansão e todos os empregados a deixavam em frenesi. Não sabia que cuidar de uma casa, cujo tamanho dobrava da sua última residência, seria tão difícil. Esbarrar em criados havia se tornado costumeiro, principalmente agora que uma obra havia sido começada nos jardins da mansão. Thomas mandara construir um espaço semelhante ao do palacete Abbott, após a esposa queixa-se que sentia falta de um lugar mais calmo e aberto para descansar.
Os meses haviam passado rápido, Amara já estava acostumada a causar impacto com o novo sobrenome, principalmente nos locais dominados pelos Peaky Blinders. Com o casamento, novas portas se abriram, assim como outras se fecharam. Alguns caminhos se tornaram mais arriscados, mas ela estava confiante que tudo em sua vida estava resolvido e uma grande novidade estava por vim e Polly Gray havia confirmado isso com palavras firmes.
— Senhora Shelby, chegou algo. — Mary, a recém-governanta anunciou.
Amara, que se encontrava no escritório, saiu às pressas. A essa hora, Thomas não estava em casa, mas logo chegaria, já que o fim da tarde se aproximava. Tudo que a nova Shelby queria era que o marido chegasse, só para ela poder pular em seu colo e beijá-lo como se sua vida dependesse daquilo. Seus passos pararam bruscamente. Na porta, algo se mexia dentro de uma cesta.
— O quê? — Ela não soube formular a frase quando o carro de Thomas parou há uma distância da entrada. Amara entendeu que dessa vez, o marido havia ido bem longe com os presentes.
— Há uma carta na cesta. — Mary falou. Amara acenou, dispensando a governanta logo depois.
Thomas chegou à porta, surpreso não só por ver sua esposa em uma camisola requintada, mas como uma cesta com um cão dentro. O animal latiu, pulando de onde estava para o colo do cigano. Amara uniu as mãos em frente ao rosto, se divertindo enquanto via o marido receber lambidas excessivas de um filhote.
— Você adotou um cachorro? — Ele perguntou, contendendo a animação do pequeno animalzinho.
— Não foi você que o adotou? — Ela questionou. Agora estava confusa. Thomas deixou a mala de lado e carregou o pequeno cão para dentro. Ele era pequeno e roliço, talvez estivesse recém-desmamado. Antes que pudesse chegar até a esposa, pegou o pequeno bilhete.
— É um presente... — Thomas leu em silêncio o que havia na carta.
— De quem? — Amara perguntou. Sorriu quando o cãozinho latiu querendo ir para seu colo.
— Alfie Solomons. — Thomas trincou o maxilar. — Aqui diz que ele está chateado por não ter sido convidado para o casamento, ou ser padrinho. — Amara quase riu com aquilo. — Mas que não guarda rancor e nos mandou esse filhote de presente.
— Ele é uma gracinha. — Amara pegou o filhote. — Que raça será que é?
— É um bullmastiff, filhote do Cyril. — Thomas explicou. Amara o encarou, como se suplicasse com olhar. — E sim, podemos ficar com ele.
— Ele é tão agitado. — Ela o soltou no chão. — Acho que vamos chamá-lo de Anúbis.
— Anúbis?
— Sim, acho combina com ele. — Amara levou as mãos para a cintura.
— Bem-vindo a família, Anúbis. — Thomas se ajoelhou para brincar com o cão. Anúbis latiu.
— Acha que ele vai nos dar trabalho? — Amara caminhou até o escritório. Thomas pegou a mala e a seguiu, vendo que o pequeno cachorro os acompanhava.
— De qualquer forma, tem bastante espaço para ele aqui! — Explicou. Amara mordeu os lábios, servindo uma dose de uísque ao marido. Ela estava inquieta, tanto quanto o cão.
— Amie, tem algo para me dizer?
— A Polly esteve aqui mais cedo. — Ela falou. Thomas bebeu um gole do uísque. Não demorou para acolher a esposa em seu colo. — Será que vamos conseguir cuidar de um bebê e um cachorro ao mesmo tempo?
Thomas uniu as sobrancelhas e permaneceu assim por longos segundos. Amara sorriu, puxando a mão do marido para sua barriga. Os olhos verdes brilharam intensamente, enquanto os azuis continuavam firmes.
— Estamos grávidos. — Ela falou. Thomas voltou a piscar, dessa vez encarando onde sua mão pousava. Logo acima da barriga da esposa. Ele puxou o canto dos lábios, mas logo abriu um riso largo e alegre. — Vamos ter um bebê!
— Amie... — Thomas balbuciou o nome. Anúbis latiu, esticando as patinhas para subir até os donos. — Um bebê, você tem certeza?
— Uma mulher sabe quando carregar um filho, bem, pelo menos a maioria. — Ela disse. — E eu sei que carrego a nossa primeira filha...
— Filha? Então... — Thomas parecia ter perdido as palavras. Amara acenou, mordendo os lábios.
— Sim, a Polly me garantiu que é uma menina, e eu acredito nela. Devemos dar um nome de rainha a ela. — Ela suspirou. Seus olhos arderam devido à emoção. — Pensei em chamá-la de Cecilia, não sei se deve ter alguma rainha chamada assim, mas quando ela nascer, pertencerá à realeza cigana e quem sabe, um dia será conhecida como uma rainha.
Thomas passou a mão pelo cabelo. Seus olhos estavam marejados, o coração acelerado. Cecilia. Ele sorriu entre as lágrimas, então seria pai, e de menina. Cecilia seria a primeira filha de muitas crianças que ele ainda gostaria de ter com Amara.
— Nossa Ceci. — Ele murmurou, antes de puxar os lábios da esposa para um beijo.
— Nossa Ceci, uma futura e grande artista. — Amara disse orgulhosa.
Ele a beijou novamente, dessa vez ainda mais apaixonado. Anúbis pediu colo aos donos com latidos finos. Amara o puxou para cima. Ali, no colo de Thomas, eles brincaram com o novo mascote da família e planejaram a chegada de Cecilia, havia muita coisa para organizar e comprar. Agora tudo ficaria bem. Um bebê estava a caminho na vida dos Shelby, nada poderia deixar esse momento mais perfeito. Era um sonho que Thomas e Amara jamais gostariam de acordar.
Inicio de um sonho...
Achei justo o terceiro bônus ser o segundo casamento de Thomas e Amara, espero que tenham gostado.
Capitulo postado dia (29/05/2022), não revisado.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro