⤷ capitulo VIII
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|A Fuga do Inverno|
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A atmosfera dentro do dique não poderia estar mais caótica. Eles estavam em perigo e se preparavam para uma longa jornada. Encontrar Aslam não seria fácil, a feiticeira já sabia que estavam a caminho. Por um segundo Nina permitiu que seus pensamentos fossem até seu pai e em Dona Martha, será que estavam preocupados com ela? Será que já haviam encontrado o vitral destruído? Ela estaria encrencada, talvez ficasse de castigo por alguns dias. Tudo isso parecia tão distante naquele momento que Nina travou, assustada no meio da casa. Respirando fundo, saiu de seu devaneio com o toque suave de Susana em seu ombro, ela sorriu para amiga enquanto escutava a voz da Sra. Castor.
— Sr. Castor passe-me aquele presunto — disse ela. — Aqui também está um pacote de chá, açúcar e fósforos. Um de vocês apanhe alguns pães, está no pote daquele canto.
As meninas a observaram confusas. Pedro buscava algumas velas.
— O que a senhora está fazendo? — perguntou Susana. Eles precisavam sair o quanto antes de lá. A feiticeira estava a caminho.
— Arranjando merenda para todos, minha filha. Precisamos comer em algum momento !
Lúcia parecia extremamente nervosa enquanto observava a situação.
— Por favor, vamos logo! — pediu a mais nova.
— Muito bem, muito bem —exclamou o Sr. Castor nervoso. — A esta hora já devíamos estar a caminho!
Nina correu até o cesto de pães, pegava tudo que via em sua frente, ao menos tudo aquilo que parecia leve o suficiente. Jogaram tudo na toalha de mesa, embrulhando os mantimentos como se fosse em um pequeno saquinho.
— A máquina de costura deve ser um pouco pesada para levar, não é? — Nina observou a Sra. Castor com uma expressão incrédula. — Tudo bem... vamos... vamos!
O castor os liderou para fora do dique.
— É melhor irmos aqui por baixo, — propôs. — pois não há trenó que desça até aqui, a feiticeira irá por cima.
Então eles caminharam, seguindo as perninhas curtas do castor. Eles iam em fila indiana: primeiro, o Sr. Castor, depois Lúcia, Pedro, Nina, Susana e, por fim, a Sra. Castor. De longe Nina escutava os rosnados de lobos raivosos, a menina começou a caminhar mais rápido. O Sr. Castor repentinamente parou, mergulhando nos arbustos. Era uma pequena porta, ela escondia uma passagem.
Ela abaixou-se e rastejou para dentro do buraco, era uma passagem íngreme e todos estavam ofegantes quando finalmente adentraram por completo. Rápido, o castor apressou.
— É um velho esconderijo dos castores, para situações de perigo. — explicou aos sussurros. Os seis corriam o mais rápido que conseguiam, Pedro carregava uma tocha que iluminava o caminho.
Nina de repente colidiu com as costas de Pedro, Lúcia havia tropeçado no caminho. Eles ficaram em silêncio por um tempo, de longe se ouvia os lobos se aproximando.
— Mais rápido... — sussurrou Nina e todos voltaram a correr. Até que pararam, haviam chego no final do túnel. O Sr. Castor pulou para fora e todos o acompanharam. A Kirke sentiu o vento gelado em seu rosto, quando finalmente saiu da pequena passagem. Ela se arrastou pela neve, tentando recuperar sua respiração. Por um segundo fechou os olhos, até que Lú a chama-se.
— Nina... — sussurrou sua amiga, os olhos fixos no chão. A menina se levantou, batendo a neve de seu casaco e foi até Lúcia que ainda estava jogada no chão. Puxou a mais nova enquanto observava as estátuas ali.
Eram pequenos animais de pedra. Seu coração errou uma batida, três esquilos, dois texugos, ela virou o rosto para outra direção um cachorro... e então, novamente, para outra direção, dois javalis. Todos eles pareciam horrorizados. Nina olhou para seus pés, em busca de conforto, pois sabia que não importava a direção, sempre haveria alguma estátua. O Sr. Castor se aproximou tristemente, segurando uma das estátuas de texugo.
— Meu melhor amigo... sinto muito— sussurrou o castor. Nina se segurou para não chorar, seria este o destino de Tumnus ? Seria esse o seu destino, também?
— O que aconteceu aqui? — perguntou Pedro, enquanto observava todos os animais petrificados.
— O que acontece com aqueles que perturbam o caminho da Rainha, é claro — Nina arfou de surpresa, dando alguns passos para trás até conseguir observar o dono da voz. Por um momento, pensou que os lobos haviam os alcançado. Contudo era um ponto vermelho em meio a tanta neve, uma raposa sorria na direção dos seis.
— Dê mais uma passo, seu traidor imundo que eu.. — As crianças arregalaram os olhos, observando o Sr. Castor aproximar-me raivosamente da raposa. Antes que pudesse prosseguir o animal vermelho o interrompeu.
— Fiquem tranquilos... sou um dos bonzinhos. — sorriu a raposa. Os olhos brilhavam enquanto observava as crianças a sua frente, filhos de Adão e filhas de Eva. Um faltava.
Nina não compreendia totalmente a dinâmica desse novo mundo, mas resolveu acreditar nas palavras do animal em sua frente.
— Pois parece um dos malvados, eu te garanto! — continuou o Sr. Castor, ainda na defensiva. A raposa suspirou.
— Uma infeliz semelhança, mas os lobos não são da minha espécie, castor. Prometo. Eu adoraria discutir mais... porém vocês devem escapar, agora! — Nina não tinha percebido o quão perto estavam os rosnados dos lobos. Engolindo em seco, observou o sorriso triste da raposa, ele apontava com a cabeça para a grande árvore ao lado. — Conseguem escalar ?
Não foi preciso um segundo aviso. Nina apertou bem seu casaco ao redor do corpo e com ajuda de seus amigos subiu aos poucos. Pedro foi o último a subir, havia ajudado a todos. Nina segurou a sacola de mantimentos firmemente, facilitando um pouco a escalada do amigo. Eles tentaram subir o mais alto que podiam. A visão seria até bonita, de longe haviam quedas d'água que transformaram-se em cascatas congeladas, montões de neve se acumulavam no topo das árvores, como açúcar em cima de confeitos, a lua era resplandecente em um céu com milhares de estrelas. Mas a menina desviou o olhar para baixo, onde a barricada que haviam posto na saída da passagem havia sido jogada com força, por lobos raivosos.
A loira prendeu a respiração. Se eles olhassem para cima, os Pevensie, ela e os castores estariam todos condenados. Antes que a atenção dos lobos se desviasse o Sr. Raposa exclamou.
— Boa noite, senhores! — a matilha o cercou em questão de segundos. — Perderam algo?
— Não brinque comigo... — Nina observou as presas afiadas que o lobo mostrou. — Sei onde pousa a sua lealdade, raposa. Nós buscamos por humanos.
Com uma tranquilidade invejável, a raposa riu, gargalhou.
— Humanos? Humanos aqui em Nárnia. Parece algo bastante valioso... — antes que pudesse prosseguir a raposa foi atacada. Nina tampou sua boca com a própria mão, observando o sangue que escorria da mordida raivosa. A raposa agora estava presa entre a mandíbula de um dos lobos.
— A recompensa por informações é a sua vida, não que valha muito. — o lobo parecia estar se divertindo. — Onde estão os fugitivos?
A raposa se encolheu, com o aperto mortal. Todos os músculos da loira se tencionaram ao observar a cena.
— Ao norte... fugiram para o norte. — sussurrou o Sr. Raposa. Não tiveram que esperar muito, a matilha apressou-se, na direção contrária na qual eles iam. Sem em nenhum instante olhar para cima, por enquanto, estavam a salvo, pensou Nina. A raposa estava jogada no chão e, por um momento, a menina pensou o pior.
A loira desceu o mais rapidamente que pode e se jogou no chão perto de seu salvador. Ela sentiu lágrimas em seus olhos, mas a raposa sorriu.
— Eu sinto muito... — sussurrou Nina. Mais um ser estava machucado e ela se sentia extremamente culpada. — Posso ? — com um aceno, a menina tocou no machucado do animal, não parecia fundo. Ele iria viver. — Acredito que vai cicatrizar.... talvez demore alguns dias.
Nina não era médica, era apenas uma criança. No entanto, sua gata Carlota se metia em muitas confusões pelo bosque ao redor de sua casa. Dona Martha se recusava a cuidar da bichana, então Nina havia aprendido uma coisa ou outra sobre como cuidar de pequenos cortes e mordidas. É claro que nunca havia visto uma tão grande, como a sangrenta mordida na raposa, mas não parecia grave ao ponto de por em risco a vida do animal. A loira rasgou um pedaço da barra de seu vestido, enrolando-o envolta da ferida. A raposa tentou se afastar.
— Se eles verem isso... vão saber que estive com vocês— sussurrou temeroso. Nina sorriu para ele.
— Não se preocupe, amanhã você já pode tirar o tecido, ninguém irá ver nada. Se é o que te preocupa. — a raposa sorriu emocionado para a menina. — Só para estancar o sangue até de manhã.
Enquanto Nina acalmava o herói da noite, os demais montavam uma fogueira às pressas. Estava frio e eles precisavam dormir, havia uma longa jornada pela frente ainda. A loira se acomodou ao lado de Susana e de Lúcia, a mais nova pousou a cabeça no ombro da amiga. O dia havia sido longo. A Sra. Castor ofereceu para cada uma um pedaço de pão, as meninas sorriram agradecidas. Teriam que chegar logo ao acampamento de Aslam, o estoque de comida já estava acabando. Quando Pedro se sentou com elas, os olhos continuaram atentos, observando as estátuas ao redor.
— Estavam ajudando Tumnus a escapar — contou a raposa, olhando seus amigos, agora de pedra. — A feiticeira chegou antes de mim.
Nina notou mais um machucado na perna da raposa e foi em ágil ao rasgar mais um pedaço de seu vestido e prender entorno a perna ferida. A raposa grunhiu sofrendo.
— Você está bem? — perguntou Lú, observando enquanto sua amiga terminava de dar um nó na faixa. A raposa sorriu para a mais nova.
— Gostaria de poder dizer que os lobos latem mais que mordem...Grrgh — Nina sorriu para ele, mesmo em meio a dor o Sr. Raposa seguia bem humorado.
— Fique um pouco quieto... está se mexendo muito. — aconselhou Nina. A Sra. Castor concordou.
— Pobrezinho, está pior que castor em dia de banho! — As crianças riram do comentário. Mas a raposa se levantou mesmo assim.
— Agradeço a gentileza, mas não tenho tempo a perder. Minhas feridas terão que esperar.
Nina assentiu tristemente.
— Já vai partir? — perguntou Lúcia preocupada.
— Foi um prazer, minhas rainhas! — Nina sentiu suas bochechas corarem com o título, a raposa curvava-se em reverência, olhando para ela, Lúcia e Susana. Desviando-se para Pedro, — Uma honra, meu rei! — O Pevensie pareceu sem jeito com o título. — O tempo é curto, Aslam me enviou para reunir mais tropas.
Os castores sussurram em surpresa.
— Então você o conheceu! — afirmou a Sra. Castor — Como ele é?
— Como tudo aquilo que havíamos escutado — sorriu a raposa, — Ficarão felizes de lutar ao seu lado, contra a feiticeira.
Nina engoliu em seco, de repente muito envergonhada. Susana não hesitou.
— Não vamos lutar. — a afirmação foi simples. A raposa assentiu mas virou-se para Pedro.
— Mas o Rei Pedro irá lutar, não é? Está na profecia. — falou com simplicidade. — Vocês são necessários nessa guerra.
As crianças se entreolharam, como as coisas mudavam em pouco tempo.
— Só quero encontrar meu irmão. — confessou Pedro e a raposa assentiu.
— Então é melhor irem dormir, Aslam é a sua única esperança. A jornada é longa. Nina acomodou-se na neve, enquanto ouvia os passos apressados da raposa.
— Boa jornada, meu amigo — sussurrou a menina, antes de fechar os olhos.
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Nina acordou com Susana a chacoalhando. Já era dia e a claridade, infelizmente, não parecia diminuir o frio. O gelado a despertou por completo, aparentemente despertou aos outros também, eles tinham uma longa jornada pela frente. Então todos comeram o último pedaço de pão em silêncio, tomaram um último gole de chá, cada um perdido em seus próprios pensamentos. Aos poucos levantaram-se e começaram a andar.
A neve não dava trégua, não em Nárnia. Nina agarrou-se ainda mais ao seu casaco e seguiu seus companheiros que, novamente, andavam em uma fila indiana em busca do Rei de Nárnia. A loira não soube dizer por quanto tempo caminhavam, mas quando passou a mão em seu rosto, sentiu que seus cílios estavam congelados. Com um breve movimento tirou a neve e continuou caminhando. A mais nova, Lúcia, parecia exausta. Por um momento jurou que sua amiga estava dormindo enquanto dava longos passos que afundavam na neve.
— Esta tão frio... — sussurrou Susana para ninguém em específico. Grace concordou, seus pés se arrastavam pela camada fofa de neve. Ela não sabia como ainda tinha forças para caminhar.
— Mais rápido ! — alertou o Sr. Castor, Nina suspirou tentando enxergar algo à sua frente. Não viu nada, tudo era uma imensidão branca e congelada.
Lúcia já sem forças, subiu nas costas do irmão que aceitou carregá-la por um tempo. E que curto foi o tempo, pois repentinamente o coração de Nina quase saiu pela boca com o som que parecia a cada instante estar mais perto deles.
Era o tilintar de muitas sinetas, era o som de um trenó. Os seis estremeceram e começaram a correr, o Sr. Castor os liderava até um caminho.
— Desça, desça — com um empurrão, Nina caiu em uma espécie de toca. Se tivessem sorte, a feiticeira não os notaria. Aos poucos todos se acomodaram, em silêncio. O barulho do trenó que em um instante estava tão perto, de repente parou. Foi o silêncio mais longo de sua vida, mas o som de botas na neve fez com que a garota fechasse os olhos com força, Lúcia abraçou a loira.
Antes que pudessem esperar pelo pior, em um ato de bravura, o Sr. Castor saiu do esconderijo como uma flecha. A Sra. Castor tentou segurá-lo em vão. Naquele instante Nina rezou, rezou para que a feiticeira não o visse, rezou por que nunca havia sentido tanto medo. E eles esperavam, esperavam por o que pareceu uma eternidade, até escutarem som de vozes. Será que havia sido pego?, pensou a loira.
Para o espanto geral, o Sr. Castor apareceu sorrindo.
— Saiam, saiam, espero que tenham sido bonzinhos! — Nina arqueou a sobrancelha, bonzinhos ? — Vocês tem visita e não é ela!
A Sra. Castor e as crianças correram para fora, piscando por causa da luz, sujos de terra, descabelados, muito desarrumados, esfregando os olhos por conta da noite mal dormida.
— Venham! — repetiu o castor, quase pulando de tanta alegria. — Venham só ver! O poder dela já está enfraquecido.
— O que está acontecendo? — perguntou Nina, ofegante, subindo pela encosta íngreme.
O Sr. Castor não precisou responder. Quando subiram até o topo, todos puderam ver. Era um trenó puxado por duas renas, muito maiores que as da feiticeira, eram castanhas. No trenó estava alguém que todos reconheceram a primeira vista. Era um homem alto, vestido de vermelho, com um capuz forrado de pele, uma barba branca muito comprida. Todos o reconheceram porque, embora não existisse para fora do guarda-roupa, o homem era conhecido. Os postais coloridos de Papai Noel marcavam o Natal de Nina. E, apesar de tamanha alegria e encanto, todos sentiram a solenidade do momento. Lúcia deu alguns passos em sua direção. Os olhos infantis brilhando de pura emoção.
— Feliz natal, senhor. — a menina sorriu. Nina observou o sorriso bondoso que o senhor retribuiu.
— Feliz natal, Lúcia. — o homem encarou o restante das crianças. — Desde que vocês chegaram, graças a vocês.
Nina se lembrava da história de Tumnus, de como Nárnia não tinha Natal há 100 anos. Susana e Pedro observavam tudo em choque. Eram poucos anos mais velhos que as meninas, mas a crença em um senhor mágico evaporava conforme cresciam. Realmente, um grande choque.
— Pensamos que fosse a feiticeira, senhor — explicou a loira, se aproximando de Lúcia. O Noel sorriu, abaixando seu capuz de pele.
— Me perdoem, não queria os assustar — a menina assentiu. — Mas precisava chegar até vocês.
— Pensei que não houvesse Natal em Nárnia. — pontuou o Pevensie mais velho.
— Você está certo, majestade. — o homem explicou. — Faz muito tempo que não houve Natal, mas a esperança que trouxeram começou a enfraquecer a Feiticeira e agora estou aqui.
Todos absorveram as palavras em silêncio. Noel sorriu.
— Ouso dizer que precisarão disso... — o velho homem se virou em direção ao trenó e de lá tirou uma sacola gigantesca, que parecia lotada de coisas.
— Presentes ?! — exclamou Lú, correndo animada até ele. Nina sorriu, mesmo com seus 12 anos de idade o Natal ainda era sua época favorita. Ela mal podia imaginar a emoção de Lúcia, para uma menina de 9 anos isso deveria ser quase um sonho virando realidade.
— Lúcia, filha de Eva! — Papai Noel estendeu-lhe uma garrafinha que parecia de vidro e um punhal muito pequeno. — Esta garrafa contém um tônico muito poderoso, de flor de fogo. Se um amigo estiver ferido, basta uma só gota para curá-lo. O punhal é para sua defesa, em caso de extrema necessidade. Espero que nunca tenha que usá-lo...
— Obrigada senhor! — sussurrou a mais nova, observando os presentes com surpresa. — Mas não sei se sou corajosa o suficiente para usá-los!
— Aposto que teria coragem, mas batalhas são brigas feias... — O homem advertiu e levantou-se indo em direção a sacola novamente.
— Susana, filha de Eva! Isto é para você. — E a loira observou enquanto o Papai Noel entregou a morena um arco, uma aljava cheia de flechas e uma trompa de marfim, moldada em formato de leão. — Só deve usar o arco em grande risco, confie nele já que raras são as vezes que falha o arco. Quanto à trompa, é só levá-la aos lábios e soprar e de algum lugar auxílio irá chegar.
— Obrigada... — sussurrou a Pevensie, segurando os artefatos firmemente. Lhe faltavam palavras para descrever sua emoção. Já não se sentia mais tão assustada.
— Pedro, filho de Adão! — continuou o Noel e entregou ao jovem um escudo e uma espada. O escudo era prateado, com um leão vermelho no meio. Já a espada tinha punho de ouro, bainha, cinto, tudo e parecia ser sob medida. Pedro recebeu os presente em grave silêncio, sentia a seriedade da situação. Não ocorreu mais diálogo entre eles, as armas eram uma mensagem suficiente. Nina sentiu vontade de abraçá-lo, mas antes que pudesse, a jovem escutou seu nome.
— Por fim, Nina Grace, filha de Eva! Isto é para você, doce menina.— A voz calorosa do Papai Noel ecoou enquanto ele estendia a ela uma flauta. Ela segurou a respiração enquanto observava a flauta esculpida em madeira, adornada com símbolos que contavam histórias de eras passadas. Uma onda de emoção a inundou, como se ela pudesse sentir uma energia pulsante do objeto. — Esta flauta não é um instrumento comum. Foi esculpida com a madeira da árvore mais antiga de Nárnia, quando você toca suas melodias encantadas, não apenas encanta os ouvidos, mas também acalma as criaturas mais selvagens e desperta seus segredos mais ocultos.
Nina ouvia tudo atentamente, seus olhos brilhando com interesse e fascínio.
— Mas lembre-se, minha querida, use a sempre com sabedoria, ela só funciona em mãos confiáveis, dispostas ao bem. — antes que pudesse agradecer, o homem a estendeu um pequeno punhal. — Caso não chegue a ela a tempo, use isso para se defender.
Engolindo em seco, Nina assentiu.
— Lembrem-se esses presentes são armas, não brinquedos. Talvez não esteja longe o dia em que precisarão usá-las. Com honra e sabedoria!— exclamou o Noel, observando o grupo em sua frente. — Agora eu preciso ir, o inverno está acabando, crianças. Vida longa a Aslam!
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Joy
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