⤷ capítulo I
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|As Ruínas de Cair Parável|
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Naquela manhã ensolarada, Nina se preparava para mais um dia de aula na Sinfon Barrs, a escola para meninas onde ela havia sido matriculada recentemente. Ou melhor, onde ela e as Pevensie haviam sido matriculadas. Com o uniforme impecavelmente arrumado e a mala escolar em mãos, ela se sentia animada para as aulas do dia, até então estava amando estudar álgebra, também estava adorando as aulas de botânica. Certamente, não era como Nárnia, mas Nina tentava encontrar conforto mesmo em seu dia a dia já não tão mágico. Além disso, iria encontrar com Max Reynolds, seu amigo de infância, em poucos dias — com a guerra o menino havia se mudado para a França, mas iria voltar para a Inglaterra agora de férias.
Enquanto saboreava o último pedaço de seu café da manhã, um sanduíche de queijo e geleia, esperava Susana voltar da banca de jornais ao lado, a mais velha vivia mergulhada em notícias, um hábito bastante útil, já que tudo que você perguntava a morena, ela sabia te informar. No entanto, ao olhar ao redor , Nina notou a ausência de Lúcia, que até um instante estava ao seu lado.
Preocupada, levantou-se do banco e foi apressada até a banca dos jornais. Onde que Lúcia tinha se metido agora? Ao se aproximar, notou o incômodo de Susana ao conversar com um rapaz desconhecido. Decidida a interromper a conversa, Nina se aproximou apressadamente:
— Phillis, meu nome é Phillis. — A loira arqueou a sobrancelha ao escutar a conversa entre os dois. Teria a questionado sobre a mentira, mas estavam sem tempo.
— Phillis, não estou achando a Lúcia! Temos que ir. — exclamou Nina, entrando no disfarce da amiga. Susana lhe lançou um olhar nervoso, com as malas em mãos, as duas se preparavam para sair de lá. Contudo, não foi preciso procurar muito, os gritos da mais nova as surpreenderam. Ela atravessava a rua correndo.
— Venham comigo, precisam ver isso! — exclamou Lúcia, correndo. Ela havia crescido consideravelmente nos últimos tempos, quase alcançando a altura de Nina. Sem hesitar, Lúcia a puxou pelo braço, levando-a em direção à estação.
— O que está acontecendo, Lú? O nosso trem só parte em meia hora. — indagou Nina, preocupada, enquanto tentava acompanhar o ritmo acelerado da mais nova. Ao chegarem às escadarias da estação, foram confrontadas por uma grande multidão reunida ao redor do que parecia ser uma briga.
Não foi necessário mais explicação. No centro da confusão estavam três rapazes, brigando com Pedro. A cena era perturbadora, e Nina sentiu uma mistura de preocupação e indignação ao testemunhar a injustiça diante de seus olhos. Mesmo em clara desvantagem, Pedro se mantinha firme, mas Nina não pode conter a urgência de intervir. Se espremendo entre o tumulto chegou o mais próximo que conseguiu deles:
— Ei! — sua voz ecoou pelas escadas, fazendo com que a briga cessasse por alguns instantes. — Não sentem vergonha? Batendo em um quando estão em três!
Um dos rapazes, deveria ser uns três anos mais velho que ela, se aproximou lentamente e a encarou de cima para baixo com um olhar zombeteiro. A loira manteve o olhar:
— Tsk, não se intrometa, bonitinha, odiaria ter que machucar seu rostin... — mas antes dele terminar, um vulto veloz se lançou em sua direção, reiniciando o conflito. Nina soltou um suspiro frustrado ao perceber que era Edmundo.
— Nunca mais chegue perto dela, seu imbecil — rosnou o menino, sua voz carregada de raiva enquanto desferia golpes. Ela conseguia se defender sozinha, pensou, mas apenas seguiu observando a luta.
A briga poderia ter se prolongado por mais tempo se não fosse pelo som estridente do apito dos guardas e polícias. O sinal de alerta fez com que todos se dispersassem às pressas, Lúcia agarrou Nina pelos braços e as meninas acabaram sendo empurradas até o final do corredor.
Ali, elas aguardaram, pelos encrenqueiros. Não foi preciso esperar muito, logo chegaram. Nina deu um cascudo em seu namorado quando ele se aproximou com um sorrisinho.
— Por que foi inventar de se enfiar naquela confusão, Ed! — brigou Nina, mas o moreno apenas riu a puxando para um abraço. "Ora você inventou de se enfiar lá primeiro" respondeu ele, seus olhos azuis encontraram os dela transmitindo uma expressão de desaprovação.
— Vocês acabaram os provocando ainda mais! — repreendeu Susana — Não vou nem falar nada para você, Pedro.
O loiro a encarou furiosamente, tentando se justificar.
— Eles que começaram, esbarraram em mim! — disse ele, visivelmente irritado.
Lúcia parecia incrédula diante da explicação do irmão.
— Então você decidiu bater neles? — questionou, com uma expressão de surpresa.
— Não, eles esbarram em mim, tentaram fazer com que eu me desculpasse, e, só então, eu bati neles. Um pouco de respeito, certo? Já fomos adultos um dia. — exclamou ele, depois apontou em direção ao mais novo — Já Edmundo entrou porque quis, eu daria conta deles sozinho.
O moreno ao seu lado gargalhou diante do comentário.
— Claro, ou achou que eu não defenderia a honra da minha namorada justiceira? — brincou, passando o braço em volta dos ombros de Nina — Eles mereciam uma pequena lição.
Nina o encarou silenciosamente, mas antes que pudesse responder, notou a frustração de Pedro. Aproximou-se de seu amigo, sentindo a tensão no ar, enquanto ele se sentava no banco da estação. Decidiu se sentar ao seu lado:
— Não podemos culpá-los, Pedro. — começou Nina, apoiando a mão no ombro do amigo. — Afinal, querendo ou não, não somos mais adultos. Crianças as vezes são idiotas, e você, Pedro, sem nenhum pêlo nesse rosto... parece quase um bebê!
Pedro a empurrou de maneira brincalhona, um sorriso leve surgindo em seus lábios. "Tá certo, engraçadinha", murmurou. Era típico de Nina amenizar o clima com sua leveza.
— Grace está certa, sem ofensas, é claro— interveio Susana, com um sorriso melancólico. — Não estamos mais em Nárnia, talvez chegou a hora de nos acostumarmos com a vida daqui.
Edmundo se sentou ao lado de Nina, seu olhar de repente sério.
— Realmente, as coisas são muito diferentes por aqui. Fazem quase dois anos desde bem... vocês sabem!
O silêncio pesou entre eles, carregado de incertezas.
— Eu sei, eu sei... — os múrmuros cansados de Pedro foram interrompidas por um repentino grito de Lúcia.
— Quem puxou o meu cabelo?! — exclamou ela, interrompendo o momento. Nina a encarou confusa, mas antes que pudesse responder, sentiu uma pontada em sua canela, fazendo-a saltar do banco em que estava sentada.
— Ai, algo me beliscou!! — gritou, sentindo uma sensação estranha percorrer seu corpo. O ar ao seu redor parecia mais frio, os ruídos da estação se intensificaram, e ela se sentiu zonza. Não era uma sensação comum, era como se estivessem envoltos por magia.
— Rápido, vamos dar as mãos! — ordenou Susana, agarrando a mão de Nina e dos outros, já que todos estavam muito surpresos com o que acontecia. Nina observou atônita enquanto tudo ao seu redor começava a girar. As luzes piscavam, o vento soprava com força (o que não fazia sentido nenhum, já que estavam no subsolo de uma estação de trem), com tamanha força que arrancava os azulejos das paredes. O local parecia se despedaçar diante deles, revelando um ambiente natural e selvagem.
Finalmente, a tontura se dissipou e Nina encarou tudo de olhos arregalados enquanto todos avançavam pelo túnel, cheio de mato, em direção à luz. A cena diante deles era de tirar o fôlego: um mar sereno se estendia diante da areia, suas ondas tão suaves que mal produziam som. O sol brilhava alto no horizonte, mais afastado havia um longo bosque deslumbrante. Pararam todos, respirando o ar fresco e salgado. Era Nárnia, definitivamente.
Por alguns segundos, ficaram parados, absorvendo o momento. Uma sensação de êxtase preenchia o coração de cada um, estavam de volta. O calor do sol os fez desabotoar os casacos do uniforme, e Nina não resistiu, tirando o dela correndo pela areia.
— Duvido me alcançarem ! — desafiou, enquanto se afastava, jogando sapatos e meias no chão. Antes que pudesse chegar à água, sentiu mãos firmes envolver sua cintura, tirando-a do chão. Um grito escapou de seus lábios quando Edmundo a levantou e correu em direção ao mar, jogando-se na água. O gosto de água salgada invadiu sua boca, fazendo-a tossir entre risadas. Quando se levantaram, todos já estavam lá, iniciando uma divertida guerra de água.
Rindo e brincando, se divertiram por vários minutos, até que o cansaço os alcançou e decidiram descansar na areia. A loira estava de olhos fechados, sentindo o sol aquecer sua pele.
— Alguém tem ideia de onde estamos? — perguntou Edmundo, quebrando o silêncio.
— Onde mais poderíamos estar? — brincou Pedro. Edmundo assentiu, mas apontou para o topo de uma grande colina.
— Não me lembro de ruínas em Nárnia. — Todos seguiram o olhar dele, observando o que parecia ser uma grande construção derrubada.
Nina se levantou, sacudindo a areia das roupas.
— Vamos dar uma olhada. Quem sabe encontramos alguém pelo caminho! — sugeriu, começando a caminhar em direção às ruínas.
Eles adentraram o bosque e Nina estranhou o silêncio. Em Nárnia, sempre havia música, seja da melodia dos pássaros, das flautas de faunos ou até mesmo da cantoria de vilarejos. Mas, naquela floresta, tudo estava muito silencioso. A mata era tão densa e emaranhada que quase não podia se olhar por dentro dela, e nada dava sinal de vida, nem sequer um inseto. Apenas o som do farfalhar das folhas com o vento preenchia o ar.
Eles continuaram caminhando até que chegaram ao topo, abrindo caminho entre os ramos carregados. Finalmente, avistaram um muro, antigo e arruinado, coberto de musgos e trepadeiras, mais alto do que quase todas as árvores ao redor. Ao se aproximarem, viram um grande arco, que outrora deveria ter tido um portão, mas agora estava envolto por macieiras, a única fonte de vida do local. Onde será que estavam?, pensou a menina.
Nina se aproximou de uma das macieiras que ali haviam, colocando sua mão em seu tronco. A árvore estava tão quieta. Mais adiante, os irmãos conversavam aos sussurros, mas a loira continuou observando a macieira:
— Olá... — sussurrou, esperando uma resposta. No entanto, tudo permaneceu em silêncio, a árvore não respondeu, não moveu um galho sequer. Confusa, Nina se afastou. As árvores costumavam dançar em sua presença, as vezes até cantavam. Decidiu então se juntar aos Pevensie, que observavam uma pequena peça de xadrez. Era um cavalo de ouro maciço.
Edmundo passou a peça de xadrez para a menina, e ela engoliu em seco ao notar a familiaridade da peça, olhando ao redor mais uma vez. Na realidade, tudo era familiar, mas ao mesmo tempo não era. Apesar da destruição, havia uma certa beleza no local que não podia ser ignorada. Nina apontou em direção ao pomar, recordando de uma antiga memória.
— Lembram-se daquela vez que Quíron trouxe uma sacola cheia de raras sementes de maçã de uma de suas viagens? — Nina prosseguiu, os irmãos a observavam atentamente— Eu me lembro até hoje do som das toupeiras cavando os buracos, plantaram as sementes perto do portão norte do castelo. Depois tivemos uma cerimônia para abençoar a plantação.
Susana a encarou confusa.
— Onde quer chegar com isso? — questionou a mais velha — Essas árvores são gigantescas, as raízes são muito profundas, são tão antigas quanto as ruínas desse lugar. Os pomares de Cair Parável eram apenas brotos!
Antes que pudesse responder, Lúcia saiu correndo em direção as ruínas, e todos correram atrás dela. Ela parou bem no meio do que parecia ser um grande salão e apontou em diferentes direções:
— Ali, imaginem grandes colunas — Seus irmãos ainda estavam confusos, mas Nina já havia compreendido, seus olhos marejaram ao som da voz de Lúcia — E ali, um grande portão, com uma porta de madeira esculpida à mão... e, ao subir essa plataforma, cinco tronos de mármore e ouro. Ao som de trompas e melodias de sereia...
— Espere aí... — interrompeu Edmundo — Faz apenas um ano e pouco que deixamos Nárnia. E quer me convencer de que, em um ano e alguns meses, os castelos caíram, as florestas cresceram, as árvores que plantamos se alastraram... e sei lá mais o que? Tudo isso é muito surreal!
Nina ficou pensativa, também estava em negação. Não era a Nárnia que se lembrava.
— O tempo aqui é diferente, sabemos disso. Mas Edmundo está certo, ainda é muito estranho que tudo tenha mudado tanto...
Os cinco se observaram frustrados até que Pedro, que até então estava em silêncio, falou aos sussurros:
— Há uma maneira de descobrirmos...
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No Castelo de Cair Parável havia uma sala onde todos os tesouros eram guardados, uma sala secreta pouco conhecida. E era exatamente por ela que os cinco procuravam. Passando a mão pelas ruínas de pedra, tentavam encontrar a entrada secreta.
— Parece que não há porta nenhuma. Talvez não seja Cair Parável! — disse Susana, limpando o suor da testa. O sol estava escaldante, tornando a busca ainda mais exaustiva. A parede por detrás deles estava coberta de musgos.
— É fácil verificar — declarou Edmundo, agarrando um pedaço de lenha e começando a golpear a parede revestida por plantas diversas.
Tum-tum, bateu a madeira contra a pedra. Tum-tum... De repente, bum, um barulho muito diferente, um som de oco. Nina correu para o seu lado, assim como os outros. Arrancaram o mato com as mãos. Nina só enxergava o verde, era muito musgo. Mas, finalmente, a porta apareceu.
— Está trancada. — comunicou Pedro.
— Mas a madeira está podre. — falou Nina, — É fácil arrancar os pedaços. Ajudem aqui!
Com determinação começaram a trabalhar juntos. A cada fragmento removido, o ar parecia ficar mais pesado, como se a própria Nárnia estivesse prendendo a respiração. Finalmente, após um último puxão, a porta se abriu com um rangido.
Dentro, o ar estava frio e seco, e uma escuridão tangível preenchia o local. O barulho de tecido sendo rasgado, fez com que Nina olhasse para o lado. Era Pedro, havia acabado de rasgar um pedaço de sua blusa e agora o enrolava em uma estaca de madeira.
— O que você está fazendo? — questionou Lúcia.
— Uma tocha. Alguém teria um fósforo?
— Não, mas acho que isto aqui serve. Ainda está com bateria. — Nina riu, observando a lanterna de Edmundo. Pedro ergueu a sobrancelha, mas todos seguiram o moreno quando ele guiou o caminho.
Desceram uma escadaria, cada degrau mais familiar e assombroso. Estaria exatamente como se lembrava, se não fosse pela camada de pó que cobria o local. Não havia sido afetado pelos ataques, mas cheirava como uma velha biblioteca, impregnada de história, sinusite e abandono. Ao centro, um corredor se estendia, ladeado por amaduras, como cavaleiros eternamente vigilantes, cuidando dos tesouros. Entre as armaduras, prateleiras repletas de objetos preciosos: colares, pulseiras, anéis, correntes de ouros, espadas de materiais raros e muitas pedras preciosas.
O frio era cortante, o silêncio tão profundo que podiam ouvir a própria respiração. Os tesouros cobertos de poeira, a sala abandonada havia tanto tempo, entristecia-os e assustava-os. Sim, eles estavam em Cair Parável, ou melhor, no que restava do lugar.
Cada um começou a andar de um lado para o outro, examinando tudo. Nina caminhou em direção a algumas estátuas que nunca havia visto antes. Esculpidas em mármore, eram eles. A loira se aproximou de sua imagem, alguns anos mais velha, o cabelo mais comprido, a estátua segurava uma flauta e tinha um sorriso singelo. Seus olhos marejaram. Embaixo havia um belo baú, que ela abriu. Seu coração deu um salto ao reconhecer os pertences tão familiares: seus livros, seus vestidos, suas partituras de música, sua adaga — Nina vasculhou mais um pouco. Com esforço encontrou uma pequena caixa de ouro maciço, quando abriu, a loira soltou uma exclamação de alegria: era sua flauta. Quando voltou à Londres, sentiu tanta falta de tocar que fez seu pai comprar uma flauta para ela, mas nada como a que havia deixado em Nárnia. Quando levantou a flauta, sentiu uma onda de energia pulsar pelo seu corpo, e, por um segundo, jurou ter visto os desenhos esculpidos no instrumento se mexerem. Como se acordassem de um longo sono, se espreguiçando.
Despertou ao ouvir a voz de Susana:
— Minha trompa sumiu... acho que a deixei com o meu cavalo quando fomos naquela última caçada. — o suspiro de Susana era melancólico. Nina observou os irmãos em sua frente, todos muito nostálgicos e devastados, observando o que havia restado de anos de reinado.
— O que pode ter acontecido aqui? — questionou Nina, sua voz embargada de emoção — Cair Parável jamais foi atacada. O exército é forte, o reino estava tão bem!
A voz de Lúcia foi um sussurro dolorido:
— Tudo que conhecíamos... todos que conhecíamos. Eles se foram.
Grace sentiu o peso das palavras. Um turbilhão de memórias a atingiram: os concertos nos vilarejos, as sereias cantantes, os narnianos alegres, seu lar. As partidas de xadrez com Quíron, as conversas profundas com Sr. Tumnus, os Castores, seus amigos. Tudo o que amava não estava mais lá.
Devastados, decidiram voltar para fora. Tinham que economizar as pilhas da lanterna. Além disso, a noite estava chegando e precisavam montar uma fogueira. Pensativos, subiram as escadas em silêncio.
Sob o céu estrelado de Nárnia, atiçaram a fogueira e deitaram-se juntinhos para não desperdiçar o calor. Nina e Edmundo estavam deitados lado a lado, observando as chamas dançarem. O brilho do fogo os iluminava, criando um contraste de luz e sombras. A respiração profunda dos outros indicava que eram os únicos ainda acordados. O silêncio, por fim, foi quebrado por Nina.
— Ed, lembra-se de como costumávamos passar as noites pelo castelo? — murmurou ela, virando-se para olhar Edmundo.
— Claro — responde ele, com um sorriso triste nos lábios. — Lúcia acordava todos nós, um por um, e íamos todos ver as constelações. Sinto falta disso.
Nina assentiu, seus olhos refletindo o brilho da fogueira.
— Parece que foi em outra vida. Tudo mudou tanto... é difícil de acreditar que estamos de volta.
Edmundo estendeu a mão e segurou a dela, entrelaçando seus dedos.
— Eu sei que é difícil, Nina. Mas estamos juntos, e isso é o que importa. Vamos descobrir o que aconteceu e restaurar Nárnia.
A garota sorriu levemente, apertando a mão de Edmundo. Logo depois deitou a cabeça no ombro dele, sentindo o conforto de sua presença.
— Às vezes me pergunto como seria se nunca tivéssemos deixado Nárnia. Se tivéssemos ficado e continuado a reinar.
Edmundo acariciou suavemente o cabelo de Nina, tentando a transmitir paz.
— Não podemos mudar o passado, o que passou, passou. — por um instante o menino parou, como se recordasse de algo. — Mas, ainda temos o futuro, quem sabe, talvez essa seja uma nova chance de fazer algo bom. De tornar Nárnia ainda melhor.
Nina fechou os olhos, permitindo-se ser envolvida pela esperança nas palavras do menino.
— Prometa que não importa o que aconteça, faremos isso juntos.
Edmundo inclinou-se e beijou suavemente a testa de Nina.
— Eu prometo, minha estrela.
Com essas palavras, ao som do crepitar do fogo, eles dormiram. Nina sonhou com árvores dançantes e vilarejos floridos, sentindo-se em paz.
❃✿❃
i. De volta em Nárnia!*•.🌿
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Joy
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