5-De Volta Ao Passado.
Itália. Século XVII. Gênova/ Itália.
Passado.
Entramos no casarão, tomando cuidado para não pisar em nenhum membro do Sr. Willians.
— Safira? — Ursel chamou enquanto eu tentava desviar dos pedaços desmembrados dele pelo chão da casa.
Meu pai encostou na parede do canto e sorriu, como se fosse um ato incrível e satisfatório da sua princesinha.
— Ela fez um grande estrago hein. — Magnus cruzou os braços a frente do peito.
Foi o sorriso mais verdadeiro que já vi, um que realmente era de satisfação.
— Ele mereceu, tenho certeza. — Verena proferiu convicta, olhando em volta.
Ursel e eu demos risada. Era um cenário horrendo, mas ela não faria isto por um motivo bobo — claro, não significa que não queria arrancar os braços e pernas dele no dia em que se casou — dava para ver a repulsa e ódio nos olhos azuis dela.
— Sim, eu tive um motivo bom para cometer tal ato terrivelmente rude. — Minha irmã apareceu na entrada da casa, a barra do vestido branca encharcado de sangue puro.
— Mãe, pai, venham comigo, aceitam um chá? — Disse como se estivesse vendo uma cena comum, para ela era um animal morto no chão feito uma ratazana ou algo assim.
Seu sorriso macabro nos lábios e os olhos estáticos aguardavam a resposta.
— O que ocorreu? — Perguntei pulando a poça de sangue e seguindo-a até a cozinha.
Era uma das primeiras casas que mudavam no padrão de escolhas da nossa família (pouco iluminada, rústica, e em tons escuros) aquela era mais iluminada, as colunas revestidas em mármore. As paredes pintadas de um branco puro, móveis cor gelo e colunas grossas igualmente — objetos de decoração porcelanatos e bem delicados.
Verena estava paralisada feito uma pedra, parecendo perdida nos próprios pensamentos.
Safira servia o chá com tanta serenidade que talvez fosse uma ilusão o que acabará de fazer com seu marido.
— Filha, diga-me o que ocorreu aqui, é arriscado...
— Willians tentou violar minha pureza a força e eu acabei perdendo a sanidade. Ah! Ele também agrediu-me. — Minha irmã falou com uma calma bizarra e mostrou os hematomas nos braços e costas que antes não havíamos notado.
Ursel cruzou os braços e sibilou.
— Vamos enterrar este bárbaro no quintal e dizer que tirou a própria vida ou algo do tipo. — Safira bebericou o chá e negou.
— Melhor, faremos uma celebração após jogá-lo aos bichos da mata! Ele saiu em viagem, compreendido? — Eu e eles nos olhamos, uma Mensagem oculta nos olhos.
— Como quiser filha. — Verena proferiu perplexa, parecendo uma fala automática.
Não julguei tal atitude cruel de Safira, os tempos não fariam nada a favor dela se tivesse sido violada, afinal Willians era seu esposo, e isto já era justificava suficiente para descartarem qualquer queixa sobre a violação, seu esposo: pode te tocar quando bem entender.
Teríamos feito algo a respeito se não chegássemos tão tarde. Não aceitaríamos que ele a violasse e saísse em pune. A honra dela era como uma joia raríssima e a todo custo nós iríamos proteger.
Não compreendia como um homem poderia ser amado, ser servido e ainda sim tentar algo tão sujo, mas se bem que já parecia da natureza deles serem sujos e violar tudo o que subisse a mente.
Safira não gostava de receber ordens ou sequer ser contrariada sem motivo plausível, só se casou com Willians porquê o achou agradável e já estavam se debutando a um certo tempo. Iriam surgir rumores logo, rumores ruins a respeito de nossa reputação e a da própria Safira.
Os livros que ela lia sobre ser uma boa esposa, queimou todos, trocou de vestido e também queimou o sujo com sangue do ex-esposo.
Verena ficou tão horrorizada com tal acontecimento que não conseguiu dizer mais nada depois do "Como quiser filha".
E meu pai orgulhoso da filha. Assim como eu e Ursel — mesmo que aquilo futuramente fosse se transformar num problema extenso.
Mas a minha vida era isto, um problema novo todo dia.
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