
03
— Devemos estar quase chegando — disse o garoto que os amigos chamaram de Rony, ele se curva para a frente para olhar, além do professor, a janela agora completamente escura.
Bem no momento em que essas palavras saíram de sua boca e o trem começou a reduzir a velocidade.
— Legal — exclamou o ruivo, levantando-se e passando com todo o cuidado pelo Prof. Lupin para tentar ver lá fora. — Estou morrendo de fome. Quero chegar logo para o banquete...
Devo concordar com a garoto, a fome batia em mim também, a garota que escutei que seu nome era Hermione consulta o relógio.
— Nós ainda não chegamos. Então por que estamos parando?
O trem foi rodando cada vez mais lentamente. Quando o ronco dos pistões parou, o barulho do vento e da chuva de encontro às janelas pareceu mais forte que nunca.
Harry, esse reconheci como Harry Potter devido à cicatriz, que estava mais próximo da porta, levantou-se para espiar o corredor.
O trem parou completamente com um tranco, e baques e pancadas distantes sinalizaram que as malas haviam despencado dos bagageiros. Em seguida, sem aviso, todas as luzes se apagaram e o trem mergulhou em total escuridão.
— Que é que está acontecendo? — ouviu-se a voz de Rony às costas de Harry.
— Ai! — exclamou Hermione. — Rony, isto é o meu pé!
— Vocês acham que o trem enguiçou? — Potter pergunta.
— Não sei... — A amiga deles responde.
Ouviu-se um barulho de pano esfregando vidro, já sabendo o que era aquilo sinto algo em mim borbulhar, um pânico toma conta de mim, minha respiração para, meus pensamentos param em meu irmão e pisco várias vezes, as luzes do trem continua apagada, porém devagar consigo enxergar, enxergar como uma coruja.
— Tem uma coisa se mexendo lá fora — disse o garoto moreno. — Acho que está embarcando gente no trem...
A porta da cabine se abriu repentinamente e alguém caiu por cima das pernas de Harry.
— Desculpe... você sabe o que está acontecendo?... Ai... culpe...
— Oi, Neville — disse Harry levantando o garoto pela capa. Olhos de coruja é uma benção.
— Harry? É você? Que é que está acontecendo?
— Não tenho ideia... senta...
Ouviu-se um sibilo forte e um ganido de dor; Neville tentara se sentar em cima do Bichento que estava em meu colo, eu havia empurrado o garoto de leve.
— Sente-se do outro lado.
— Vou perguntar ao maquinista o que está acontecendo — ouviu-se a voz de Hermione.
Rapidamente tiro o gato do meu colo e me levanto, puxo o braço da garota, mas não adianta muito. Em seguida, um baque e dois resmungar de dor, mais fracos do que seria.
— Quem é?
— Quem é?
— Gina?
— Mione?
— Que é que você está fazendo?
— Estava procurando o Rony...
— Entra aqui e senta...
— Aqui não! — disse Harry depressa. — Eu estou aqui!
— Ai! — disse o garoto que chamaram Neville.
— Silêncio! — ordenou uma voz rouca, de repente.
O Prof. Lupin parecia ter finalmente acordado. Ouvi movimentos, logo reconheço o cheiro do perfume, tiro a garota dona do gato de frente da porta e puxo meu irmão para dentro.
— Cadê Miguel? — A primeira coisa que pergunto.
— Não sei, ele falou que ia ver o que havia acontecido, até que eu vi um deles do lado de fora, eu entrei em pânico e vim te procurar. — Orion tinha os olhos arregalados de medo, analiso cada parte, passo meus dedos em seu cabelo deixando totalmente alinhados.
O garoto choraminga, obrigo a ele ficar atrás de mim, perto da janela, falando em janela, vejo o vidro congelando, devagar, pego a varinha em minha cintura, eu não conseguiria conjurar se quer uma luz de patrono se não tivesse nada para auxiliar.
Seguiu-se um estalinho e uma luz trêmula inundou a cabine. Meus olhos ardem, rapidamente tampo enquanto pisco várias vezes, meu irmão balança a cabeça de um lado para o outro, tentando fazer seus olhos voltar ao normal. O professor estava empunhando um feixe de chamas. Elas iluminavam um rosto cansado e cinzento, mas seus olhos tinham uma expressão alerta e cautelosa.
— Fiquem onde estão — disse com a mesma voz rouca, e começou a se levantar lentamente segurando as chamas à sua frente. — Abaixe a varinha. — Ele fala olhando diretamente para mim, faço o que ele manda.
Mas a porta se abriu antes que Lupin pudesse alcançá-la.
Parado à porta, iluminado pelas chamas trêmulas na mão do professor, havia um vulto de capa que alcançava o teto. Seu rosto estava completamente oculto por um capuz. Orion baixou os olhos depressa, sabia que era arriscado continuar a olhar para um dementador do modo que eu estava olhando, mas se ele tentasse atacar ao meu irmão eu entraria na frente. Havia uma mão saindo da capa e ela brilhava, um brilho cinzento, de aparência viscosa e coberta de feridas, como uma coisa morta que se decompusera na água...
Mas foi visível apenas por uma fração de segundo. Como se a criatura sob a capa percebesse o meu olhar, a mão foi repentinamente ocultada nas dobras da capa preta.
E então o dementador, inspirou longa e lentamente, uma inspiração ruidosa, como se estivesse tentando inspirar mais do que o ar à sua volta.
Um frio intenso atingiu aposto que todos ali, acabei sentindo a minha própria respiração entalar no peito. O frio penetrou mais fundo em minha pele. Chegou ao fundo do meu peito, ao meu próprio coração.
Meus olhos giraram nas órbitas. Eu não consegui ver mais nada. Estava me afogando no frio. Sentir um farfalhar nos ouvidos que lembrava água correndo. Estava sendo puxada para o fundo, o farfalhar aumentou para um ronco que aumentava...
Então, ouvi gritos, gritos que pareciam distantes, gritos de desespero, pareciam estar sendo torturados, a voz do meu pai no fundo, com os xingamentos da minha avó. Sangue-ruim.
— Talita pelo amor, acorde, que você não me mate depois que eu fizer isso.
— Miguel, se você ousar bater em meu rosto, eu faço você esquecer seu nome de tanta porrada que vou meter em você.
Contínuo com os olhos fechados. Sentia o trem se movimentar.
Mais ao fundo o Potter com seus amigos conversava, eu continuava na minha bela escuridão com algo em minha barriga e deitada no banco do trem.
Um estralo é escutado, sabia que provavelmente era chocolate. Não sei de quem, mas com certeza o Prof. Lupin.
Abro os olhos e Apolo estava ali me encarando, ele voa e me levanto, logo minha coruja pousa em meu ombro, com leves bicada em minha orelha.
— Tome — disse a Harry, oferecendo-lhe um pedaço particularmente avantajado. — Coma. Vai fazer você se sentir melhor. — O mais velho me estende um pedaço generoso, eu apenas agradeço e começo a comer.
Harry apanhou o chocolate, mas não o comeu.
— Que era aquela coisa? — perguntou a Lupin.
— Um dementador — respondeu o professor, que agora distribuía o chocolate para todos. — Um dos dementadores de Azkaban.
Todos o olharam espantados. O professor amassou a embalagem vazia de chocolate e meteu-a no bolso.
— Coma — insistiu. — Vai lhe fazer bem. Preciso falar com o maquinista, me deem licença...
Ele passou por Harry e desapareceu no corredor. Solto um suspiro cansado.
— Você tem certeza de que está bem? — perguntou Hermione, observando-o com ansiedade. — A, e você? — Ela se vira em minha direção, apenas encaro ela.
— Estou viva para a minha infelici- - não termino dela falar, Apolo aperta minha orelha no seu bico com força. — Aí, eu estou pensando em te levar para doação seriamente, você só me machuca.
A coruja me olha com indignação, ele se vira para o outro lado e voa para o ombro de Orion.
— Traidorzinho.
— Eu estou bem Mione. — Escuto Potter dizer enquanto olho mortalmente para Apolo.
— Você tem certeza de que está bem? — Olho para a garota ali, Hermione observa o garoto com ansiedade.
— Não entendo... Que foi que aconteceu? — perguntou Harry, enxugando mais suor do rosto.
— Bem... aquela coisa... o dementador... ficou parado ali olhando, quero dizer, acho que foi, não pude ver o rosto dele... e você, você e Balck... vocês... A morena começa a tentar explicar.
— Pensei que vocês estava tendo um acesso ou coisa parecida — disse Rony, que conservava no rosto uma expressão de pavor. — Vocês dois ficaram todo duro, você escorregou do assento e começou a se contorcer, já a Black caiu no braço do garoto ali e começo a tremer de frio...
— E o Prof. Lupin saltou por cima de você, foi ao encontro do dementador, puxou a varinha — contou Hermione — e disse "Nenhum de nós está escondendo Sirius Black na capa. Vá." — Mas o dementador não se mexeu, então Lupin murmurou alguma coisa e da varinha saiu um raio prateado contra a coisa, e ela deu as costas e se afastou como se deslizasse...
— Foi horrível — disse o garoto mais assutado ali numa voz mais alta do que o normal. — Vocês sentiram como ficou frio quando ele entrou?
— Eu me senti esquisito — disse Rony, sacudindo os ombros, desconfortável. — Como se eu nunca mais fosse sentir alegria na vida...
A garota ruiva, que se encolhera a um canto parecendo quase tão mal quanto Potter, deu até um solucinho;
A amiga do Potter aproximou-se e passou um braço pelas costas da menina para consolá-la.
— Mas nenhum de vocês caiu do assento? Claro, além de você Black. — perguntou Harry sem graça.
— Sem problemas, como sabe meu sobrenome? — Vejo ele e os amigos ficaram envergonhados. — Eu já tinha esquecido, o bracelete. — Me finjo de tonta.
— Não — disse Rony, olhando para Harry, ansioso, outra vez. — Mas Gina tremia feita louca...
O Prof. Lupin voltou. Parou ao entrar, olhando para todos e disse, com um leve sorriso:
— Eu não envenenei o chocolate, sabem... -Dou de ombros e roubo um pedaço do chocolate de Órion. — Vamos chegar a Hogwarts dentro de dez minutos — disse o Prof. Lupin. — Você está bem, Harry?
O menino não perguntou como é que o professor sabia seu nome.
— Muito bem — murmurou ele, constrangido.
— E você Alya? — Olho surpresa para o mais velho, como ele saberia meu nome do meio sendo que não falo para ninguém?
— Viva para a minha infelicidade e a de muitos trouxas e bruxos por aí, — dou de ombros sem me importar-, mas bem.
Ninguém falou muito durante o resto da viagem. Por fim, o trem parou na estação de Hogsmeade e houve uma grande correria para desembarcar; corujas piavam, gatos miavam e o sapo de estimação do garoto que eu descobrir se chamar Neville coaxou alto debaixo do chapéu do seu dono. Estava frio demais na minúscula plataforma; a chuva descia em cortinas geladas.
Apolo realmente havia me abandonado, e como Félix não era afim da minha coruja decidiu ficar comigo.
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