Cap.4 - Vampiros
• Lembrando que esse conteúdo é fictício, desde os personagens como os cenários descritos, as pessoas e nomes de lugares são apenas baseados na realidade, sem qualquer outra conexão além da pura ficção e >>> imaginação. <<<
• Nada aqui tem intenção de denegrir quais qualquer citados, lembrando conteúdo de fã para fã, obrigado!
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03 de outubro - 2020
— Ontem minhas descobertas que vampiros existem foi confirmada, o que foi mais fácil que eu pensei que seria e ainda mais... Aquele vampiro misterioso era estranhamente gentil, como se me conhecesse já de anos! Aqueles olhos castanhos amendoados, falsos ou não, eram lindos, tudo nele era atrativo de uma forma que me deixava boquiaberto, já imaginava que vampiros fossem ser sedutores de natureza, mas Jeon Jun-Hyun puta que pariu... Acho que ele não precisaria insistir muito se pedisse para beber de meu sangue... Não acho que eu seria resistente o suficiente de negar... Ao menos que isso tivesse consequências ruins para mim...
Ele me prometeu que me contaria tudo o que eu quisesse saber hoje à tarde, o que me fez passar a manhã toda inquieto e sem conseguir me concentrar em nada da faculdade, só conseguia pensar nas perguntas que tinha para fazer e se aquilo não era uma armadilha para certamente se livrar de mim com mais facilidade, o que seria irônico, já que quando teve a chance não o fez.
Quando chega às 15h da tarde eu termino de me arrumar e então coloco meus óculos por último, não queria que uma dor de cabeça ou uma miopia recente me atrapalhasse em momento algum, havia levado comida e água também para mim comer, caso aquilo demorasse mais tempo que o esperado.
Após conferir tudo eu apenas alço minha mochila e saio do dormitório, quando perguntado aonde eu ia pelo meu colega de quarto eu apenas respondo que iria a biblioteca, o mesmo me avisa para levar um guarda-chuva, pois começará a chover agora de tarde, o que me fez pensar novamente se era uma boa ideia me encontrar com um vampiro desconhecido que certamente podia me matar e sumir com minha existência em um piscar de olhos.
Pego um pequeno guarda-chuva que certamente se fosse uma chuva tocada a vento ele bateria asinhas e me deixaria na mão e eu claramente me molharia por bênção do destino.
Saio sem pensar muito no que poderia acontecer em meu encontro com o vampiro e foco somente no que deveria e queria perguntar, sentia aquele ser o melhor dia da minha vida, pelo menos era o que eu esperava ser...
Me encontro com Jun-Hyun em frente à universidade de Oxford e então caminhamos até o centro da cidade que por estar com um tempo se armando para chuva havia poucas pessoas, estávamos em silêncio durante nosso trajeto o que me fez sentir um leve incômodo e então decido começar a falar.
— Moras aqui à quanto tempo já?... — O olho segurando a alça da minha mochila, nervoso e com isso desvio olhar mordendo meu lábio.
— Vai fazer 10 anos... — Ele responde brevemente, com um certo tom de tristeza.
— Wow! E todo esse tempo está apenas no seu primeiro ano na faculdade? Fez outras durante esse tempo? — Digo com animação na intenção de o animar.
Jun-Hyun estava vestido com um longo casaco cinza chumbo com grandes botões pretos, uma botina com uma grossa sola, inteira da cor preta, um blusão de gola alta de lã, também preto e uma calça que era um pouco mais larga em suas coxas e apertadas em suas canelas cobertas pelo cano da botina, ele realmente tinha um único estilo e conseguia ficar extremamente lindo nele.
— Sou tão bonito assim? — Dou um sobressalto por perceber que estava o admirando a mais tempo que o devido por estar observando seu traje.
— N-não- quer dizer, sim! Mas não... Não estava pensando nisso... Eu apenas... Aish... Tu não lê mentes não é?... — Pela senhora das pessoas discretas faça com que ele negue.
O vampiro ri ao ver minha expressão descontentamento com meu jeito ajeitado, o que me deu um alívio no peito, sua expressão não era mais triste e eu acabará ficando feliz com isso.
— Não... Eu não leio mentes... Fique tranquilo, pode pensar o que quiseres, não irei invadir seu espaço! — Ele fala suspirando, desviando o olhar de mim e eu também acabo suspirando mais aliviado.
— Tu... Tens poderes certo? Tipo... O Taehyung-
— Não digas este nome assim a público! — O mais alto me repreende e eu o olho com uma certa confusão transparecida em minha face.
— O chame de Kim Tae-Woo... Por favor... — Ele abaixa o tom e então desvia o olhar, talvez fosse proibido os chamar pelo nome pelo qual foram humanos uma vez ou apenas por não quererem ser reconhecidos por ninguém.
— O Kim Tae-Woo... Eu vi o que ele fez... Foi incrível ao mesmo tempo que assustador... Você pode fazer algo parecido?... — Abaixo meu tom receoso de lhe perguntar algo e ser repreendido novamente.
— Mais ou menos... Ele na verdade não sabe controlar direito... É o mais novo dentre nós... — Ele continuava a andar enquanto falávamos.
Percebi que estávamos nos direcionando para o fim rua do centro da cidade na qual em um de seus lados era regido por uma floresta que dava para montanhas, meu medo de realmente ser morto estava crescendo a medida que minha ansiedade se fazia presente em meu peito e o vampiro obviamente não pode deixar de notar aquilo.
— Por que estas ansioso? Está com medo que eu o machuque? — Ele indagou de maneira calma.
— Ah? Não bem... Talvez... Não sei do que eres verdadeiramente capaz... O que sei sobre vocês... É apenas por livros e sei que podem estar mentindo muito bem por ser considerado ficção e fantasia... — Mordo meu lábio, ajeitando meu óculos, voltando a segurar a alça de minha mochila, enquanto nos começavamos a adentrar a floresta.
O silêncio que se fez consideravelmente presente a medida a qual nós estávamos mais muito naquela floresta de eucaliptos que misteriosamente tinha seu solo bem úmido para uma árvore que suga bastante a água de sua região.
Para tentar descontrair novamente o clima resolvo fazer piada com as pessoas com as quais já mataram, péssima ideia... Ideia estúpida!
— É aqui que vocês desovam os corpos? — Pergunto brincando.
— Desovar?... — Ele ri, sorriso maldito, porém que me fez perceber que suas presas não eram grandes como eu imaginava, porém sim, tinham um destaque em seu sorriso, porém bastante "humano". — Nós não enterramos os corpos...
— E... E o que fazem com eles? — O olho pasmo, segurando ainda mais firme minha alça.
— Quem sabe algum dia você descubra... Essa é a graça não acha? É um grande mistério... — Ele se aproxima de mim me olhando fixo, o que me fez aquele frio na barriga daquele dia de vendaval me embrulhar o estômago pelo medo que sentia correr pelo meu corpo.
— Que foi?... — Ele se torna próximo aproximando-se de meu pescoço, o que me faz paralisar ao pensar que aquele seria meu fim. — Não vais fugir?... Não me diga que o medo paralisou suas perninhas de grilo...
Ele chuta um de meus joelhos e então eu tombo com tudo no chão, sem o olhar, estava arrepiado e extremamente amendontrado, porém tentava não demonstrar.
— Não vais reagir?... Não me diga que sua curiosidade sobre nós é tanta que estas esperando que eu sugue seu sangue? Que fofo... — O mais alto toca meu rosto fazendo com que eu olhe para ele, o castanho de seus olhos se tornaram um castanho avermelhado, certamente usava lentes.
Seu rosto pálido era atraente e seu toque por mais que fosse ameaçador, não me machucava, o que me fez lembrar que o mesmo havia dito que não podia e então eu sorrio e seguro minha corrente, me levantando e a aproximando do mesmo que recua imediatamente ao vê-la.
— Não podes me machucar por causa disso certo? Por quê?...
— É um amuleto... Ela previne que qualquer coisa sobrenatural te faça mal... — Seus olhos que estavam arregalados, voltam ao normal e ele volta a se aproximar olhando com atenção a corrente.
— Ela foi feita apartir de uma estrela... Tem o poder de uma... É um escudo contra nós... — Ele segura a corrente a apertando firme e então a solta após um tempo mostrando que a mesma havia corroído sua palma.
— Céus! Você está bem?! Isso dói?
Por um instinto acabo segurando a mão do mesmo a observando e então toco seu ferimento, logo o olhando para ver se esboçava dor, porém apenas me observava de uma forma que pude sentir minhas bochechas se aquecerem pela timidez e então acabo soltando sua mão.
— Me certifiquei de me alimentar antes de vir... Então não se preocupe, esse machucado não é nada para mim... — Ele me mostra sua mão que em pouco tempo já estava curada.
— Você matou antes de vir?... — Falo baixo, levemente chateado.
— Não se preocupe, não foi humano... Eu posso me alimentar de animais, porém isso não me dá forças o suficiente para que eu use todo meu potencial... — Ele fala pondo as mãos atrás de suas costas, talvez esperasse que eu lhe enchesse de perguntas, as quais eu já havia esquecido metade.
— Quem são seus inimigos?...
— Que pergunta interessante, achei que queria saber apenas como vivemos ou como sobrevivemos... Mas vejo que realmente tem interesse afundo sobre nós... — Eu o vejo inclinar seu corpo para o lado como se fosse andar, porém ele logo some de minha vista, podendo que eu o ouça de cima de uma árvore.
— Nós... Somos praticamente exilados... O Conselho Vampírico, os vampiros de sangue real, nos proibiu de adentrar o clã principal... Por rejeição as suas ideias sádicas na ideia de reduzir a espécie... — O mesmo estava preso com suas pernas em um galho de árvore, fazia abdominais enquanto falava, sem esforço algum, atlético... Quem diria...
— Existem outros clãs de vampiros? Tipo, como outras espécies? — O observo fazer seus abdominais que logo cessão com ele se jogando da alta árvore, o que me fez eu me preocupar levemente se ele podia se machucar ao cair de lá, porém ele era um vampiro, então obviamente não.
E como um gato, ele cairá de pé.
— Existem diversos clãs e é por praticamente por conta disso que o clã principal quer reduzir a espécie... Temem que chamemos atenção ou proliferamos ainda mais a espécie... Quanto a espécie de vampiros existem só duas, pense nisso como dono e escravo... Genial não? — Ele diz a última parte irônico, pegando uma pedra e a jogando longe.
— Me parece uma história deveras longa para uma tarde... — Limpo minhas calças que estavam sujas por ter caído no chão e então cruzo os braços o olhando, antes de tudo, ajeitando novamente meus óculos, que por eu ter abaixado a cabeça, escorregarou pelo meu nariz.
— Eu sei que eu sou o interrogado aqui, mas se me permite perguntar... Por que usas óculos? Não estava com eles na primeira vez que nos encontramos... — Ele me olha de uma forma sutilmente curiosa, pude sentir acolhimento em seu tom.
— Eles são de descanso, possuem pouco grau... Eu comecei a ter muita dor de cabeça por não tirar o olho de incontáveis páginas de livros, então precisei começar a usar, não gosto muito, mas paciência... — Acabo que por um tic ajeitando os óculos novamente, mesmo que não fosse necessário.
Jeon se aproximava sorrateiramente de mim e então quando termino de arrumar meus óculos ele segura a armação com as duas mãos e com uma delicadeza que eu achei que seria impossível para um vampiro ele retira os óculos de meu rosto, me olhando com um sorriso gentil no rosto.
— Você fica muito melhor sem eles... Sem ofensa, você é lindo com eles, porém sem... É de deixar até um morto como eu sem ar... — Suas palavras por mais que fossem para serem um elogio acabam fazendo eu soltar uma gargalhada alta pela sua última frase.
— O que era pra ser isso? Uma piada de tiozão? Céus... Me desculpe, isso foi a coisa mais ridícula que eu já ouvi. — Caio na gargalhada, sem perceber o jeito que o sorriso do maior havia se perdido em uma expressão chateada que logo se mudará para um olhar sério, que acaba guardando, impacientemente, meus óculos em minha mochila e então me pega em suas costas sem qualquer permissão ou aviso prévio.
— Ei! O que significa isso? Me ponha no chão! — Me agarro ao mesmo o dando leve tapinhas para que me largue.
— Cale-se quatro olhos... Apenas fique quieto e se segure firme... — O mesmo fala em um tom meio ríspido, o que faz eu prontamente me calar.
Logo o maior correrá pela floresta, sua velocidade alta fazia com que minha visão visse apenas flashs de cores, o que me deixa ligeiramente tonto e enjoado, meu cérebro não acompanhará o que meus olhos via e não podia processar com tanta rapidez uma imagem pela qual eu estava passando em uma velocidade sobrehumana, o que fez com que eu fechasse meus olhos e apenas esperasse que chegássemos ao local o qual o mesmo me levava em certa parte contra minha vontade.
— Chegamos...
Eu abro lentamente meus olhos, descendo das costas do mais alto e então aprecio encantado a paisagem que me cercava, estava numa parte mais alta da floresta, podendo ver o hospital central a quilômetros em uma única estrada reta que levava para o mesmo, podia ver toda a flora da cidade e também vários prédios antigos que compunha a cidade mais adiante, além de também poder ver a chuva cair em uma determinada parte da cidade que logo se encaminhava em nossa direção, porém era uma chuva calma, nada assustador como aquele vendaval que invadiu a cidade no meio da semana.
— Espero que não se incomode com a chuva... Ela nos atingirá rápido... — O vampiro havia se sentado no chão, cruzando as pernas, em uma posição de flor de lótus.
— Bem... — Eu lembro do guarda-chuva que havia trazido, porém ao perceber que a intenção do mesmo era receber a chuva, apenas ignoro a existência do pequeno guarda-chuva e me sento ao seu lado.
Desta vez, ele quem começou a conversa, o que me deixou brevemente animado.
— Embora existam vários clãs de vampiros, existem apenas duas espécies... Os vampiros de sangue... — Ele dizia tirando suas lentes de contato, já tinha uma boa experiência com aquilo. — E os vampiros da lua... A principal distinção física é a coloração dos nossos olhos... — Ele me olha e pude ver seus finalmente seus olhos em sua coloração natural, vermelho.
— Deixe-me adivinhar, você é um vampiro de sangue certo? — Ele afirma. — E os vampiros da lua, possuem olhos azuis... — Ele novamente concorda e dessa vez pude ver curiosidade em seu olhar.
— Quem você viu para chegar a tal conclusão?...
— O médico do hospital central... Kim... Seong-Nam... E... Min Chang-Min, nosso professor de história medieval... Além de um dono de restaurante, ele era tailandês, o conheço por "BamBam". — A expressão do moreno muda ao ouvir eu pronunciar o nome do último. — Ele é do clã principal?...
— É sim... Fique longe dele... Ele não é confiável... Mesmo que não possa te fazer mal fisicamente, suas palavras são veneno puro... — Se mantinha sério.
— Quem é o dono e quem é o escravo? — Olho com uma leve pena ao já imaginar qual seria a classe inferior.
— Os da lua são os vampiros originários e os vampiros de sangue os criados... Quando um vampiro da lua transforma um humano em vampiro, o vampiro criado, vulgo, vampiro de sangue, deve servi-lo como servo, pois deve lealdade a ele por ter seu "sangue" em suas veias. — A chuva se fez presente quando começará a explicar sobre as diferenças de classe.
— Onde está teu mestre e criador?... — Vejo o olhar do outro se abaixar, tinha um certo receio e pelo visto, magoa.
— Morto... O mataram por suposta traição... — Suas palavras carregavam uma certa dor.
— Se um vampiro de sangue transforma outra vampiro?... Qual sua ligação?
— Apenas sangue, não há nada além disso, se ele quiser ficar, ele ficará, como Taehyung decidiu ficar... Eu o transformei, por pena... Era jovem demais para ter um fim tão trágico... Embora merecesse... — O mesmo fala sem remorso algum.
— O transformou contra sua vontade?... — O olho o vendo sorrir de canto.
— Eu estava faminto e Taehyung havia feito o cenário perfeito para que eu pudesse usar como desculpa que foi tudo um acidente... Ele havia incendiado sua escola, sua intenção era matar apenas os que o tratavam mal, mas a situação saiu de seu controle e acabou ficando preso dentre os descombros... Senti cheiro de sangue e não pude conter minha vontade e me alimentei do mesmo, porém antes de ir embora ele segurou meu braço me pedindo ajuda, eu ri, pois era ridículo que ele me pedisse ajuda depois de eu quase tê-lo matado sugando seu sangue, porém quando o mesmo me soltou sem forças, vi uma lágrima escorrer pelo seu rosto e aquilo foi o suficiente para eu me sentir culpado e querer o ajudar, era ingênuo naquela época... E o transformei... Não posso transformar mais ninguém diante das regras dos vampiros do Conselho Vampírico...
— Há um limite de pessoas que você pode transformar em vampiro? — O olho perplexo, embora fosse óbvio o motivo, nunca havia pensado nisso.
— Sim, para salvar alguém que você ache importante... Porém que saiba que não arriscaria por a risco nossa existência... Como eu estou pondo a minha contando essas coisas à você... Mas prometo ter um bom motivo para isso, no qual não posso lhe contar agora... Mas enfim... — Ele suspira e logo volta a falar passando a mão pelos cabelos molhadas pela chuva que trazia um ar fresco pela altura em que estávamos.
— ... Os vampiros da lua podem transformar no máximo duas pessoas e nós vampiros de sangue uma... E eu juro não sei onde eu estava com a cabeça em ter transformado Taehyung em vampiro... Ele é extremamente teimoso e explosivo... — Se retrucava indignado.
— Explosivo é bem visível... — Ambos rimos de meu comentário.
— Ele é uma boa pessoa e muito habilidoso também... Porém seu temperamento é difícil... Não confia de antemão nas pessoas e se irrita facilmente... Ele descobriu seu poder em um surto de raiva após perder sua presa enquanto eu o ensinava a caçar... Nunca sequer chegou perto daquilo novamente, ele incendiou uma floresta inteira... — Diz com o semblante sério ao se lembrar do ocorrido.
— Como funciona exatamente o poder de vocês?... Os da lua devem ter poderes avasaladores...
— Ironicamente os únicos que possuem poderes somos nós os vampiros de sangue... Somos ótimos servos não?... Os vampiros de sangue pararam de evoluir quando seus sentidos e capacidades se tornaram sobrehumanas... Eles são mais fortes e rápidos que nós, além de manusearem com perfeição qualquer tipo de arma... Porém seu ponto fraco até hoje é a exposição a luz do sol, eles tentam a anos descobrir como ultrapassar essa barreira e nada... — Lembrei-me do médico que usará um guarda-chuva para sair do hospital e de seu carro extremamente protegido contra raios ultravioleta e resolvo fazer piada novamente com a situação.
— Acho que se passassem mais protetor solar talvez resolvesse, porém os deixariam iguais a fantasmas de tão brancos! — Me pego igual idiota quando percebo que só eu havia rido de minha própria piada sem graça, pigarreio. — Desculpe... Prossiga...
— Tu tens um senso de humor fora do comum... — Ele me olha admirado. — Bom, nós por outro lado mesmo que não envelhecemos, é de nosso DNA humano evoluir... Com isso trazemos conosco alguma característica humana que se sobressai e acaba se tornando muitas das vezes um poder... Taehyung o fogo... Hoseok... O Jun-Seo, ele controla as emoções humanas, pode te seduzir apenas com um olhar e se te tocar pode controlar suas emoções, se estiveres triste ele pode torná-lo feliz ao te tocar.
— Ele pode me deixar de pau duro apenas tocando meu ombro? — Tive que perguntar, estava surpreso demais para deixar aquilo passar em branco.
— Ah- céus... O que você está pensando? — Ele ri negando com a cabeça, porém logo toma ar e me responde. — Mas sim, é possível, tesão, alegria, tristeza, fúria, inveja, cobiça, orgulho, qualquer pequeno sentimento ele pode tornar grande com apenas um toque...
— Céus... O professor Min está caindo no conto daquele traste! Como ele pode- — Dou um leve soco em minha coxa, sem acreditar no que ouvia.
— O professor Min... Ah... — O vampiro solta um arfar e logo ri de uma maneira rouca, extremamente sexy. — Ele tem tanto a esconder... Seria tão delicioso o desmascarar... Mas ele certamente me mataria... Mas bem, o Jun-Seo é servo do Min, mas é realmente imprecionante a relação deles, nunca da pra se saber quem está controlando a relação... Eles são uns puta de uns safados, tenho até uma certa repulsa do jeito que eles se alimentam tão depravadamente... — O mesmo olhava para cima observando as gotículas de água das folhas caírem sobre seu rosto pálido.
— C-como assim? Desculpe não estou lhe entendendo... Forma de se alimentar... D-depravada?... — Sinto meu rosto corar ao imaginar do que se tratava.
— Ah sim... S-E-X-O... — O vampiro me olha de uma forma maliciosa, descaradamente me provocando, resolvo desviar de seu olhar, apenas ouço sua baixa risada a minha reação.
— O Min ele é dono do bordel mais famoso da cidade... Sempre há jovens, idosos, desempregados e até mesmo empresários indo lá para se embriagarem e se divertirem um pouco... Normalmente atração principal é o Hoseok que dança pole dance... É nesse momento que ele escolhe a vítima da noite... Após um bom sexo a três Hoseok e Yoongi se alimentam do cliente e depois o descartam... Morto...
— M-mas achei que vocês só matassem qualquer um que cometesse crimes pela cidade, não... "Qualquer um"! — O olho levemente assustado e incrédulo.
— Embora sejamos um grupo de 6... Nossa forma de alimentação é diferente... Temos ideologias diferentes... O Min e o Jung se alimenta desta forma, Os Kim se alimentam de doações do hospital, de forma totalmente limpa como se fossem uns anjinhos... E eu e Taehyung matamos criminosos que não possuem direito à perdão pelos crimes que cometeram... Os julgamos e damos um fim a seus pecados em terra, os levando de encontro às chamas quente inferno, que com certeza são piores que as do Taehyung... — Ele debocha, era perceptível sua felicidade em dar um fim à pessoas cruéis como aquelas que tentaram me molestar naquele beco à noite...
— Entendi... — Abraço meus braços tremendo levemente, estava com frio, mas não queria que aquela conversa acabasse ali, não agora que eu já havia descoberto tanto e estava tão feliz por isso.
— É melhor voltarmos, se você sofrer mais algum acidente ou pegar um resfriado a culpa será minha por incompetência... — Ele diz se levantando e estendendo a mão para mim.
— Não- Não... Está tudo bem... Eu estou bem, por favor continue... — Tremo ainda mais pelo vento que batia ao pé da altitude que estávamos.
— Não sejas teimoso como a cabeça dura do Tae-Woo! Pelo amor, um já é o suficiente... — Ele continua esperando que eu pegue em sua mão e então eu desisto daquela mini discussão e seguro a mão do maior sem questionamentos.
Um pequeno flashback das memórias do vampiro cruza minha mente, ele havia amado alguém e a perda de sua pessoa amada havia partido não só seu coração como sua alma, pude sentir de perto sua dor em meu peito o que me fez soltar sua mão em um pequeno choque de surpresa.
Ao levantar meu olhar percebo que o mesmo me olhava com um semblante quase como aterrorizado, porém logo se torna sério e até mesmo enraivecido.
— Tá... Está bom por hoje... Lhe deixarei na entrada da floresta... Você pode caminhar até os dormitórios em segurança... — O mesmo estava fugindo de meu olhar e eu não conseguia entender direito o porquê, mas não questionei.
Assim como antes o mesmo me pega em suas costas e dessa vez antes que começasse a correr eu fecho meus olhos, como eu imaginava o enjoo era menor e em menos de minutos estávamos em nosso local de despedida.
— Poderei lhe ver mais vezes?... — O olho fixo, o mesmo evita olhar meus olhos, mas o faz minimamente.
— Você me verá todas as noites em momento de aula... Estudamos o mesmo curso... — Gesticula incomodado.
— Eu me referia a nos encontrarmos mais vezes para eu terminar minhas perguntas... Ah, aliás... Por que você chega apenas nos últimos períodos de aula?... — Graças a minha pergunta consigo o olhar do vampiro que agora me olhava fixo.
— Você não precisa saber de tudo, apenas o suficiente para afogar seu ego... Você quer saber sobre vampiros não sobre minha vida em particular, você já está mais que metido nisso tudo, não piore ainda mais as coisas, entenda seus limites... Não faço parte do seu mundo, como você não faz parte do meu... — O mesmo fala de forma redia mantendo distância.
— Mas...
— Entenda o seu lugar humano! Não dê passos maiores que suas pernas possam suportar! Apenas siga seu caminho e não se meta no meu... — Com essas últimas palavras o mesmo se vira de costas e volta para dentro da floresta, sem entender ao certo o motivo daquilo tudo apenas decido aceitar em meio a um suspiro insatisfeito com o fim daquela tarde.
Para mostrar que não havia levado o guarda-chuva em vão, o abro e volto para os dormitórios de Oxford, tendo a desculpa que o pequeno guarda-chuva apenas não suportou a garoa que caída de forma diagonal sobre as ruas da cidade.
Ao chegar nos dormitórios, me identifico para o guarda que cuidava da entrada e saída do local e então vou até meu quarto, tento um Sungwoon extremamente chocado, o mesmo comia algum tipo de doce que não me era conhecido.
— Pelos céus garoto- Onde tu foi? Estas completamente encharcado, até mesmo seus cabelos! — Ele engolia a seco o pedaço do doce que havia mastigado.
— Ah isso? Culpa daquele guarda-chuvinha de merda! Graças a ele tive que nadar em meio ao esgoto dessa cidade! — Digo jogando o guarda-chuva no chão insinuando uma falsa raiva do mesmo e então vejo algumas mudas de roupas e vou para um banho breve.
Quando voltará para o quarto observo Sungwoon escrevendo em seu notebook, certamente fazendo algum trabalho, o que me lembrava que eu tinha que fazer os meus.
— Algum progresso a sua caça aos vampiros? — Sungwoon me diria a palavra enquanto compartilhava sua atenção ao notebook.
— Nada de novo... Os livros não ajudam muito, são todos ficcionais... — Sinto o de cabelos castanhos me olhar como se aquilo fosse óbvio se tratando do assunto que estávamos falando.
— É uma pena... Talvez eles só queiram deixar baixo todo e qualquer tipo de suspeita sobre si mesmos... Deve existir bastante vampiros nessa cidade por ter tantos casos de desaparecimento e pouco se saber sobre eles...
— Certamente aquele bibliotecário é um vampiro antigão de 10 mil anos! — Riu brincando com Sungwoon que apenas sorri ao me ouvir.
Ficamos em um breve silêncio e então eu resolvo anotar em minha agenda a data de hoje e relatar tudo sobre meu dia, sobre meu primeiro contato com vampiros e sobre a conversa que tive com o mesmo, eu anotava tudo sempre que descobria algo novo ou achava interessante e desde que cheguei a Oxford tenho escrito todos os dias, tudo é tão incrível e impressionante... Exceto o professor Min que havia duvidado de mim!
O que agora parando para pensar faz todo sentido ele ser justamente o professor que dá aula de história medieval e que seria a única aula que ao menos citaria sobre vampiros e suas lendas, porém ele evita a falar sobre a todo custo, por proteção a si e a todos de sua espécie e ainda mais, o mesmo só dá aula à noite, pois se queimarão à exposição solar.
Eu sorrio bobo enquanto escrevia, era tão óbvio... Estava feliz por estar certo e ainda mais por conhecê-los, estava disposto a ouvir cada um suas histórias mais profanas que possuíam em seu passado sombrio, aquilo me dava uma energia e uma adrenalina fora do comum, realmente era tentador ficar de cara com o perigo só para ver como ele reage, o que me fez lembrar do vampiro Jeon, ele me parecia tão gentil, mas ao mesmo tempo parecia que tinha tanto a esconder, não só dele, mas sobre mim também.
Após terminar de escrever sobre meu dia, eu reviso algumas coisas de minhas aulas e organizo tudo para começar no dia de amanhã fazer meus trabalhos da faculdade, mesmo que levasse um dia inteiro, não poderia deixar minha busca por vampiros ser o centro da minha vida, por mais que já fosse, após saciar minhas dúvidas e curiosidades eu teria que ter um futuro e me sustentar de alguma forma, mesmo que seja contando histórias para crianças sobre o quão os vampiros podem ser assustadores e também muito gentis e até de uma forma engraçada, arrogantes.
Após terminar de organizar meus afazeres para amanhã eu passo minhas mãos pelo cabelo, percebendo que eu havia esquecido da existência dos meus óculos, vou até minha mochila que graças a mim também estava toda molhada, por sorte eu havia colocado o que era pra eu comer em potes enrolados em um saco plástico para que não molhasse nada, porém acabo por não encontrar meus óculos que eu sabia que Jun-Hyun havia posto em minha mochila.
— Ele não fez isso... Espero que seja apenas uma piada de mal gosto... — Suspiro levemente irritado, estava sozinho, Sungwoon havia saído para jantar na cafeteria da escola.
Eu apenas me sento em minha cama emburrado pela possível perda de meus óculos e então como o que eu havia preparado para mais cedo me contentando com minha situação.
Enquanto comia eu olho a janela do quarto que era coberta por uma cortina de persianas, as abrindo eu vejo que o tempo havia cessado a chuva por mais que continuasse nublado e então eu sorrio já imaginando o que eu poderia fazer para me divertir naquela noite tão sem graça.
Por ser final de semana podíamos voltar mais tarde para o dormitório, por volta de 00:00 ou 02:00 da madrugada e então eu vou até meu guarda-roupa abrindo as portas do mesmo e com um grande sorriso no rosto começo a procurar o melhor traje para a ocasião que viria a acontecer.
Quando bate 23:00 da noite eu saio, Sungwoon estava no dormitório de um amigo, ele havia me avisado que chegaria tarde então não iria me incomodar ou me questionar sobre eu sair tarde da noite para aprontar mais uma vez, porém diferente da outra vez, além do tempo estar "até que" favorável, eu não iria me arriscar à um perigo tão grande...
Antes de sair eu confirmo o local e então saio chamando um táxi que me leva até a boate mais famosa da cidade, ficando umas quadras depois da parte central da cidade, era o único estabelecimento aberto na rua toda e suas luzes eram bem chamativas em tons de vermelho e roxo e rosa que alternava entre os dois.
Após entrar no local que tinha que confirmar identidade ao entrar, sinto um grande bafo e música alta estufar meus ouvidos, como se eu estivesse submerso.
Havia muitas pessoas no local, realmente era famoso e era surpreendente a diferença de estilos e pessoas que ali haviam, realmente era um lugar para todos os gostos eu não podia duvidar.
Havia algumas mesas exclusivas talvez com pessoas mais importantes que tinha dançarinos e dançarinas exclusivos fazendo suas performances com o pole dance, alguns dançavam em algumas gaiolas de forma extremamente sensual com roupas sem pudor algum o que me fazia me arrepender brevemente por estar em um local como aquele apenas pela minha curiosidade de encontrar o professor Min e seu servo... Jun-Seo.
Eu me aproximava do grande palco com um pouco de dificuldade pelo aglomerado de pessoas que havia, os cheiros de diferentes tipos drogas e nicotina pelo lugar me deixava enjoado e quase sem ar, ao ver uma garota passar com uma bandeja com vários drinks em mãos eu resolvo pegar um, não podia continuar completamente sóbrio ali naquele local e certamente ninguém ali conseguiria, eu só podia pensar na quantidade de pessoas que morreriam caso algo ali pegasse fogo, não só queimadas, mas esmagadas e pisoteadas também...
Coisas como essas que logo foram apagadas de minha mente ao sentir o álcool me subir levemente a cabeça, me deixando um pouco mais descontraído, largo o copo em uma mesa qualquer e me aproximo mais do palco, agora podendo ter uma visão perfeita de 3 habilidosos dançarinos no pole dance.
Enquanto os dois das laterais dançavam em uma sincronia de cair o queixo, o garoto central fazia sua performance única e especial, para que todos ali que o vissem, notassem o quanto podia se destacar naquilo. E realmente, podia se exibir o quanto quiserá, ele era perfeito no pole dance, como se aquilo tivesse sido feito e criado apenas para ele.
Eu estava encantado, quase como todos ali, hipnotizado pelos movimentos do garoto de cabelos castanhos que tinha uma máscara preta sobre seus olhos e superfície de seu nariz, obviamente para não ser reconhecido facilmente por qualquer um que quisesse estragar sua imagem social.
Sinto meu coração acelerar quando vejo o mesmo me olhar fixamente, seus olhos vermelhos brilhante encararam os meus como se não existisse mais nada ali, embora ainda dançasse com maestria, não podia tirar seus olhos sobre mim, como Jun-Hyun havia dito, ele escolhia sua vítima durante sua dança e pelo visto... Era eu o escolhido, era eu sua presa daquela abafada noite sob um céu nublado...
End.
Capa feita por: pjmviolencedesign
Obrigado por ler!
Desculpe todo e qualquer erro de escrita!
Espero que tenham gostado e continuem acompanhando o meu trabalho!
Obrigado pelo apoio e por terem lido até aqui!
🦋 I Never Stop!🌹
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