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62 | CLARICE.

— Cadê o babyliss, Clarice? — A voz abafada de Marilu vinda do banheiro me pergunta.

— Tá na minha penteadeira. — Grito de volta sem desviar meus olhos do espelho, onde eu via meu próprio reflexo enquanto passava chapinha para alisar meus fios ondulados.

Sentada na minha penteadeira, Elisa se maquiava enquanto Maria optou por se arrumar no banheiro. Eu me preparava na frente de um espelho vertical que eu tinha no meu quarto e assim nós nos produzíamos para o baile que já havia começado.

— Porra, puta que pariu — Elisa resmungou, largando seu celular em cima da penteadeira e voltando à se maquiar. — TH tá enchendo o saco. Vou mandar ele pra puta que pariu em cinco línguas diferentes.

— Faz muito tempo que o baile começou? — Digo terminando de alisar minha última mecha e passando os dedos pelo cabelo.

— Duas horas. — Ela respondeu e eu engasgo com minha saliva.

— Estamos tão atrasadas assim? — Me viro para ela.

— Claro que não — Marilu responde saindo do banheiro, agora já pronta. — Só enche no início da madrugada.

Eu vejo as horas no relógio da parede e noto que são quase meia noite. Me sento na cama com o celular em mãos para esperar Elisa terminar de se maquiar e vejo, mais uma vez, mensagens não lidas de Nate e algumas chamadas perdidas.

Abro o seu chat e deslizo a tela, lendo as mensagens que eu ainda não tinha visto hoje. Me deparo com uma foto sua, onde ele estava deitado e os olhos levemente avermelhados. A foto era acompanhada de um "sinto sua falta" e eu sinto meus olhos se marejarem. Eu estava surpresa pelo quanto que consegui resistir ao Nate nos últimos dias. Todos os dias, eu escuto todos os áudios que ele me manda antes de dormir. É um completo calmante natural pra mim.

Era sufocante a vontade tremenda que eu tinha de atender suas ligações só para escutar sua voz em tempo real. Podermos conversar e, até quem sabe, trocar palavras de amor mesmo distante. Mas eu precisava de tempo. Me render à sentimentos temporários estando confusa é inútil.

— Tá com piru no ouvido, caralho? — A loira na minha frente me tira dos meus delírios. — Elisa já acabou. Vamos!

Me levanto da cama e dou uma última olhada no espelho. De fato, eu não me trocaria por nenhuma. Sou linda demais pra ficar triste.

•••

Assim que piso na calçada do campo onde estava tendo o baile, pude sentir o tremor do som mais forte ainda em meus pés do que quando estávamos caminhando para cá. O funk alto agitava todos que ali estavam e, como de costume, alguns homens com fuzis atravessados faziam a segurança do lado de fora. Mesmo assim, tinha certeza que teria uns mil armados lá dentro.

— Coe Orelha! — Maria cumprimenta o garoto armado na entrada. Ele tinha um boné vermelho virado para trás e estava com uma blusa preta da Nike e um short da mesma marca.

— Coe, loirão, tudo bom? — Ele sorriu para ela, logo voltando seu olhar pra nós e nos cumprimentando também.

— Clarice voltou esses dias da gringa, mano. — Ela aponta com a cabeça pra mim e eu dou um sorriso fraco. O tal Orelha levanta as sobrancelhas.

— Que isso, patricinha na área? — Ele me olha de cima pra baixo. — Me amarro numa.

— Se manca, caralho — Ela dá um tapa no pescoço do garoto que encolhe os ombros. — Ela tem namorado e também não é pro teu bico.

— Mão pesada do caralho — Ele geme. — Bom baile pra vocês aí, valeu?

— Sabe do TH? — Elisa cruza os braços.

— Deve estar no camarote. — O garoto logo volta a segurar a base da arma e Marilu assente antes de nos conduzir para o meio da multidão.

De fato, tinha muita gente. Avistei várias pessoas conhecidas, mas não ia mesmo parar no meio daquela aglomeração para bater papo. Risco até de pisarem no meu pé propositalmente.

Depois de alguns minutos andando naquele oceano de gente, chegamos até o tal camarote reservado. Havia algumas pessoas ali e, entre elas, estava Thiago. Me permito sorrir quando o avisto. Parecia que fazia séculos desde que nos falamos pela última vez. Demorei bastante tempo para saber lidar com a saudade que eu tinha dele sendo meu melhor amigo no dia a dia, mas como sempre, eu soube lidar com a situação e usar de ensinamento. Não dá pra morrer por falta.

— Caralho, tu voltou mesmo. — O garoto dos cabelos negros diz com um sorriso e eu concordo com a cabeça também sorrindo.

— Estou aqui, não?

Ele se aproxima de mim e me aperta em seus braços. Eu retribuo seu abraço mesmo estando com pé atrás. Senti falta de sua amizade por muito tempo, mas parece que depois que você se acostuma com a ausência de alguém, a presença quando surgida chega à ser até estranha.

— E aí. — Ele cumprimenta Marilu e Elisa. Pude sentir uma certa tensão sexual entre ele e a dona dos cabelos cacheados. Isso até me chocou um pouco. Definitivamente estava por fora das novidades.

Eu logo começo à me soltar ali e me permitir conforto. Eu estava em casa, com pessoas de casa e no meu melhor lugar, num baile com funk estourando. É sem dúvida a coisa que eu senti mais falta.

Não perco tempo em encher meu copão e recebo olhares estranhos das minhas amigas. Eu levanto minhas sobrancelhas para elas e cruzo meus braços.

— Tu nem bebe direito, Clarice. — A loira diz séria e eu reviro meus olhos.

— Pra tudo tem uma primeira vez — Eu ergo meu copão antes de desce-lo para meus lábios e dar um longo gole. Faço uma careta fraca ao sentir o líquido queimar minha garganta. — Hoje quero ficar louca.

— Se der PT vai passar vergonha sozinha. — Marilu responde novamente antes de dar um gole na sua latinha de energético.

— Digo o mesmo, lindona. — Elisa pisca um olho pra mim.

Nego com a cabeça antes de começar à beber. Antes mesmo do álcool fazer efeito em meu sangue, eu já descia até o chão e rebolava como se não houvesse amanhã. Mão no joelho, cabelo, cara de safada e muito suor escorrendo. Pode ser sem dúvidas a melhor sensação do mundo. Me acabar com um funk carioca estava na minha lista de hobbies preferidos, seja num baile ou festa, ou até mesmo em casa na frente do espelho.

E, como sempre, eu nunca estava sozinha. Eu e as meninas íamos até o chão em perfeita sincronia. Chamamos a atenção de quem passava. Nada fora do normal, já que somos um puta trio de Barbies cheirosas e impecáveis.

Eu me acabava tanto jogando minha bunda que nem tinha notado que já estava na metade do terceiro copo. Não preciso citar que eu já cambaleava e o espírito de diaba estava agitado dentro de mim. Estava quase dando um tempo e me sentando para me recuperar, mas a melodia perfeita de Noite das Safadas preencheu meus ouvidos e praticamente me sacudiu de volta pra realidade.

Eu fazia a coreografia com vontade e certinha. Bem, na minha cabeça eu estava. Porém, quem estava ali já me olhava torto por saber que eu estava à beira de um PT fodido e cambaleando para todos os lados.

— Larga de ser idiota, ela senta dando cambalhota! — Praticamente gritei antes de largar o meu copão no chão e dar cambalhota naquele chão do camarote que eu tinha a plena noção de como estava imundo.

Pude ouvir algumas gargalhadas e assim que me levantei, um amigável e simples teto preto me atingiu e fez eu cair sentada no chão novamente. Antes de conseguir ficar em pé sozinha, um puxão no meu braço me fez levantar e eu pude reconhecer pelas unhas pintadas de preto a mão de Marilu.

— Chega, porra. Eu falei pra tu não exagerar! — Ela chama minha atenção e sai me arrastando para fora do camarote. Eu dou uma risada como resposta. Mesmo sem olhar, eu sabia que Elisa estava nos seguindo.

A loira me levou até um canto isolado do campo que, igualmente, havia também pessoas vomitando e me pôs sentada numa cadeira de plástico. No mesmo instante, eu me lembro da primeira boate que eu fui com Lox e da minha primeira sessão de vômitos alcoólicos. Foi Nathan quem cuidou de mim e me levou pra casa, mesmo nós não nos dando tão bem naquela época.

— Fica aqui com ela que eu vou buscar água. — Marilu toca no ombro de Elisa e a cacheada assente. A loira logo sai do meu campo de visão embaçado e nos deixa ali.

— Por que tu dá uns shows desse, cara? — Elisa cruza seus braços na altura do peito. Sua expressão é séria. — Não tem necessidade.

— Qual é, amiga. Eu nem tô bêbada. — Faço um biquinho e quando vejo que Elisa não muda sua carranca eu bufo.

— Isso não é brincadeira, Clarice. Você não tá acostumada à beber. — Ela levanta meus cabelos e com um pouco de dificuldade faz um coque nos mesmos.

— Poxa, Eli — Eu encosto minha cabeça na grade do campo. — Eu acabei de descobrir que meu namorado me usava e fui expulsa do meu intercâmbio pela minha sogra, ou mãe, sei lá — Eu gargalhei. — Cacete, minha vida é definitivamente uma merda.

— Você não foi usada por ninguém. Não tá sabendo lidar com essa situação porque nunca se apaixonou por alguém. — Ela continua me olhando séria. — Álcool não resolve nada, só piora a sensação quando o êxtase passa. Acho que já deveria saber disso.

Eu fecho meus olhos e tampo meus ouvidos para não ouvir seu sermão. Posso escutar ela bufando e murmurando algum palavrão.

Eu odeio dar trabalho pras minhas amigas mas, naquele momento, eu só queria esquecer um pouco de toda a carga de merda que caiu na minha cabeça. É um misto de coisas. Saudade, decepção e dor. Mas, sem dúvida, o que mais pesa é a saudade.

Sem perceber eu permito que as lágrimas rolem. Ainda de olhos fechados, eu mordo meus lábios e sinto meu coração doer ao lembrar de tudo. Eu nunca havia amado alguém assim antes e, sem mais nem menos, arrancaram essa dádiva de mim. Porra, eu só queria um pouco de sossego e saber lidar com essa situação.

É a primeira vez que eu não sei lidar com algo desse estilo. E, como escape, chorar em público parece a melhor alternativa. Minhas amigas devem estar me achando uma puta idiota.

MARILU

Meu Deus, como ela é idiota.

Até mesmo um adolescente de treze anos que está descobrindo o álcool deve saber que misturar essa merda com sentimentos doloridos achando que isso alivia é a maior roubada de todas.

Eu nem sequer imagino como deve ser a dor de ter que deixar um amor tão grande para trás por algo tão bobo, mas é algo que ainda dá tempo de ser resolvido e não há motivo para se autodestruir atoa. Eu nunca tinha visto a Clarice assim desde a morte do irmão dela e só eu e os próximos dela sabem como essa fase foi fodida pra ela.

Eu me debruço num isopor que havia ali com bebidas e olho para a menina que estava vendendo. Havia promoção de cervejas e afins.

— Qual é Aline, me vê uma água aí, Clarice tá passando mal. — Os olhos verdes da garota se arregalaram.

— A Clarice? Pra mim ela nem bebida — Ela abre o isopor e tira dali uma garrafa d'água gelada. — 1,40.

Eu tiro o dinheiro da pequena pochete que eu carregava e dou em sua mão, a agradecendo e voltando para lá com a garrafa. A única coisa que eu mentalizava no momento era que ela não começasse à chorar ou desmaiasse na porra da grama. Não sei lidar com gente chorando e muito menos apagada.

Creio que minhas preces por uma parte foram ouvidas, porque quando chego lá, ela está acordada. Porém, com as lágrimas pretas do rímel escorrendo e os cílios postiços descolando. Elisa tinha uma cara de desespero e eu neguei com a cabeça.

— Tá chorando por que, mano? — Pergunto irritada. Ela abre seus olhos para me encarar e soluça.

— Eu amo ele, Maria. Eu acho que fiz a maior merda da minha vida. — Ela choraminga. Eu suspiro e coço a nuca de forma nervosa.

— Bebe — Eu estendo a garrafa pra ela e ela nega. — Não tô pedindo, porra. Engole logo.

— Ignorante. — Ela resmunga com a voz embargada e pega a garrafa da minha mão. Eu aperto os dedos no cabelo quando sinto minha pochete começar à vibrar incansavelmente.

Abro o zíper da pequena bolsa e vejo que é o celular da madame bêbada que está tocando. Pego o aparelho em mãos e, no ecrã, o amaldiçoado nome de Maloley estava escrito. Penso duas vezes antes de tomar uma ação. Esse cara tá praticamente desde que ela entrou dentro do avião a enchendo de mensagens e ligações. Tenho quase certeza que, do jeito que ele é, aprendeu um jeito de usar drogas até pelo buraco do cu.

— Ai, que puta merda. — Eu resmungo antes de me direcionar com o celular em mãos para fora do baile. Esbarro em algumas pessoas que me xingam e eu definitivamente xingaria de volta se não estivesse com tanta pressa.

Assim que chego do lado de fora, eu deslizo o dedo pela tela e atendo a ligação.

— Clarice? — A voz grossa parecia desesperada. — Caralho... Sabia que uma hora tu ia me atender. Porra, mano, fala comigo. Eu não tô aguentando mais de saudade. Preciso de ti pra caralho e...

— Não é a Clarice, bundão. — Um silêncio permanece na linha. — Surpresa.

Depois que eu fui embora dos EUA, decidi praticar um pouco meu inglês e não precisar usar o google tradutor pra absolutamente qualquer mínima troca de palavras que eu tivesse com um gringo. Incrivelmente deu certo, porém ainda não cheguei na fluência.

— Marilu?

— A própria, vivíssima.

— Qual foi? Por que tu tá com o celular da Clarice? Ela tá bem?

— Vou te mandar o papo retíssimo — Encosto numa parede que havia ali e olho para os lados. O cu na mão de ser assaltada era real. — Trouxe a Clarice pra um baile pra tentar esquecer um pouco das neuroses de vocês dois e até mesmo das dela e agora ela tá chorando. Parecendo até a noiva do Chuck, a cara toda borrada. — Olho pras minhas unhas. Precisava urgentemente fazer.

— Que isso, mano? Como assim? Ela tá bêbada? Vocês deram bebida pra ela? Tu sabe que a Clarice não bebe muito, mano! — Seu tom era desesperado.

— Caralho, Nathan! Calma. — Eu suspirei. — Já tô cuidando dela com a Elisa. Vamos leva-la pra casa. E sim, ela tá bêbada. Tentei avisar pra não exagerar quando chegamos, mas tu sabe como ela é. Entra por um ouvido e sai pelo outro.

— Porra, cara... Eu não queria que fosse assim, sério mesmo — Ele suspira triste. Chegava até a dar dó. — Desde que ela foi embora tudo aqui é tão sem graça. Parece que perdeu o brilho, saca? Porra mano... Ela era minha inspiração pra tudo.

— Você tá parecendo um viadinho.

— Tô mesmo, mano! E eu não ligo. Eu só quero ficar de bem com ela. Não posso perder a mulher da minha vida por bobeira, Maria.

— Que bonitinho — Digo sarcástica. — Tá, mas o que você planeja?

— Vou te falar uma parada, mas se tu contar pra Clarice, juro por Deus que corto esses cabelos sem cor teu.

— Meus cabelos são hidratadíssimos e lindos, tá? Mas fica tranquilo, minha boca é um túmulo.

— Hum — Ele pigarreia. — Tô embarcando pro Brasil amanhã.

Eu me engasgo com minha própria saliva.

Oi? Como assim? — Pergunto com uma cara incrédula. — A Clarice sabe disso?

— Não e nem você vai contar. — Ele respira fundo. — Essa parada nunca vai se resolver se eu ficar sentado esperando alguma coisa acontecer. Tô embarcando amanhã, mano. Os Jack's vão comigo.

— Mas e o Sammy? Ele não era obcecado pela Clarice?

— Samuel tá ocupado com umas paradas. E nem me lembra desse lance deles, fazendo o favor.

— Tá — Eu limpo a garganta. — Vai embarcar que horas?

— De manhã. Devo chegar no Rio quando estiver anoitecendo. — Ele parece se remexer na cama. — Já fiz as malas.

— Tá, olha só — Eu olho para os lados novamente. — Não precisa se preocupar com essas coisas de táxi ou palhaçadas. Eu busco vocês quando desembarcarem e os trago pra praia. Dou um jeito de levar a Clarice e a Elisa comigo e vocês conversam. Quando se resolverem, aí tu vê um hotel maneiro pra tu se hospedar, beleza?

— O que a Elisa tem a ver com isso? — Questiona confuso.

— Acha mesmo que vamos perder a oportunidade de encontrar novamente com seus amigos gostosões? Ele dá uma risada fraca.

— Tá quebrando maior galhão, Malu. De verdade.

— Marilu, estadunidense.

— Que isso? — Ele pergunta e eu seguro o riso.

— Modo de falar. Enfim, vou desligar porque preciso impedir que minha amiga morra alcoolizada e que a Elisa tenha uma crise de nervoso. Bye bye!

— Espera, Maria — Reviro os olhos.

— Fala, inferno.

— Fala pra Clarice que eu amo ela — Ele faz uma pausa. — Muito.

— Tá, macho. Vou pensar no seu caso.

Eu desligo sem o deixar responder. Preciso cumprir meu papel de mãe de adolescente hoje.

•••

oi amores, tudo bem? espero que sim!

então, a maravilhosa xthayy  está escrevendo uma fanfic inspirada em Brazilian. também conta a história de uma garota que resolve fazer seu intercâmbio em outro país. a fic é com o Jack Gilinsky para as cadelinhas dos Omaha Boys assim como eu!

votem e comentem muito e ajudem a amiga! obrigada ❤️

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