
ೋ°|𝗖𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝟓𝟗
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Encarei o rosto de Sukuna com tristeza e raiva, queria matá-lo mais do que tudo.
Mas como eu o mataria sem ferir Megumi?
Como eu faria isso se sempre que eu olhava em seus olhos, eu via os lindos olhos azuis escuros do meu garotinho rebelde?
Olhos estes que agora, me encaravam com tanta malícia e maldade. Meu coração não aguentava mais tanto sofrimento.
- Você pode tentar... me manipular ou usar a força. - Falei com firmeza - Mas saiba que eu vou lutar.
- Não esperava menos de você. - Ele sorriu mais ainda, um sorriso grande e psicotico - Perdendo sua força, sua dignidade... e mesmo depois de tudo isso, continua de pé. Mostrando que mesmo depois de tantos séculos, seu clã continua tão forte e orgulhoso quanto antes. É realmente admirável, devo admitir.
Sukuna se aproximou novamente, pronto para me tocar e segurei minha agulha dourada com mais firmeza, mirando a centímetros do pescoço dele.
- Não me toque. - Ameacei perfurar sua pele pálida, mas ele sequer se moveu - Se você se aproximar mais, vou te fazer sangrar até morrer.
- Você não tem coragem de me machucar, ou vai arriscar ferir o seu precioso Megumi Fushiguro? - Sukuna riu e me forcei a não vacilar - A alma dele está tão quebrada quanto a sua, o que aconteceria se eu terminar de esmaga-la?
Logo depois, em uma velocidade surpreendente, o Itadori aparece em um salto, pronto para socar Sukuna que desvia e o imobiliza.
- Sukuna, sai de perto dela! - Yuuji grita furioso se soltando, quase com fogo nos olhos.
- Yuuji! - Arregalei os olhos quando vi o rosado se aproximar de súbito e Sukuna o segurou pelo pescoço, o jogando do prédio junto dele - Não!
Corri até a beirada do terraço e olhei para baixo, vendo os dois já no chão. Sukuna aterrissou bem, enquanto Yuuji caiu com tudo, em um baque surdo.
Rapidamente o Itadori se levantou e logo os dois começaram uma briga, me desesperei e só pensei no pior. Sukuna não pensaria duas vezes antes de matar o garoto, já que obviamente o Itadori não tinha mais utilidade.
Passei minha mão em minha barriga e engoli em seco nervosamente, olhei para a lâmina dourada na minha mão livre e voltei minha atenção para o caos que começava a se formar lá em baixo, girei minha arma entre os meus dedos e o lancei na direção dos dois.
Antes mesmo de chegar ao chão, me teletransportei e a segurei, aterrisando em segurança no chão. Meus olhos antes negros se tornaram tão vermelhos quanto sangue e graças a isso, rapidamente pude ver exatamente onde Sukuna estava e ofeguei vendo Yuuji ser atingido no ombro.
Lancei minha lâmina na direção do moreno, que segurou‐a entre seus dedos, ele franziu a testa quando apareci em sua frente e acertei um soco em seu rosto, o fazendo grunhir enquanto se curvava pro lado, tanto de dor, quanto de surpresa.
- Seu desgraçado! - Segurei minha arma que ele havia derrubado, enquanto desativava meu sharingan e fechei a cara escutando sua risada irritante - Do que está rindo? Não contei nenhuma piada.
- Você é mesmo uma mulher bem interessante... personalidade forte. - Ele se levantou novamente limpando o sangue de seus lábios - Foi um belo soco, boneca.
Ignorei sua existência e me virei, correndo na direção de Yuuji e me preocupei com a mancha avermelhada em seu ombro, que crescia a cada segundo. Ele estava caído de joelhos a algusm metros de distância do moreno e me abaixei, segurando seu rosto com as duas mãos.
- Você está bem?- Yuuji pergunta com a voz rouca e preocupada - Ele te machucou?
- Eu que deveria perguntar isso, Yuuji! - Levei minha mão até seu corte, estancado o sangramento - Olha só isso...
Ele grunhiu quando apertei o ferimento, mas não parei, o corte parece ter sido fundo, lutar e perder tanto sangue assim poderia matá-lo algum dia.
Mas logo depois, uma fraca luz esverdeada na palma da minha mão chamou minha atenção, tirei ela quase de imediato e encarei minha palma com a testa franzida.
- Aos meus olhos... - Sukuna diz, ainda no mesmo lugar e com a mãos nos bolsos - Por que vocês são tão fracos? Além de fracos, por que se apegam tanto a vida? Tudo o que vocês precisam fazer é roerem suas respectivas desgraças até o dia de suas mortes.
- Como alguém como você entenderia? - Falei me levantando e ignorando minha curiosidade com o que aconteceu a poucos segundos, me virando na direção do moreno, ainda sentindo o sangue quente do ombro do Itadori em minhas mãos - Sendo que a única coisa que sabe fazer, é espalhar a desgraça no mundo.
- Mas sendo assim... então venha me roer. - Yuuji também se levanta, parecendo nunca ter sido ferido - Venha roer a mim e a minha desgraça!
- Me obrigue. - Sukuna o desafia - Não me leve a mal, moleque... mas a única desgraça que eu quero roer, é a da sua linda professora.
Franzi o nariz com desgosto, já Yuuji fechou a cara.
O rosado deu um passo a frente e rapidamente senti a presença da liberação de energia amaldiçoada do Sukuna, que levantava a mão enquanto liberava mais energia para impedir que o rosado se aproxima-se, mas por algum motivo o Itadori passava com facilidade.
Ativei meu Sharingan novamente e sorri, vendo que Sukuna estava enfraquecendo. Megumi estava o reprimindo, ele não desistiu de lutar.
Depois disso, uma pitada de esperança começou a surgir em mim.
Yuuji chegou até Sukuna e o socou, fazendo o moreno virar o rosto e dar um passo para trás, enquanto o sangue saia de sua boca.
- Megumi Fushiguro, seu desgraçado! - Sukuna grunhiu.
- Isso! - Sorri. Se Megumi continuar assim, ele poderá controlá-lo, não totalmente, mas um pouco ajudaria bastante.
- Pelo visto preciso terminar mesmo o que comecei. - Sukuna olhou para Yuuji com indiferença, mas depois sorriu.
O moreno limpou o sangue que descia de seu queicho com o antebraço e olhou para algo atrás de mim com uma sobrancelha arqueada, me virei e suspirei aliviada vendo Maki segurando uma espada bem comprida trás das costas. A libertadora de almas, uma arma do clã Zenin.
Ela parecia estar intacta do ataque de Nue que Sukuna usou quando o invocou, me mostrando que Maki estava forte pra caramba.
- Maki...? - Yuuji a olhou surpreso.
- Demorou. - Falei com diversão e a garota deu um sorriso quase imperceptível.
- Me desculpe o atraso. - Ela se aproximou de mim
- A libertadora de almas. - Observei sua espada.
- Mai deixou pra mim. - Ela me respondeu prontamente - Me atualize de forma simples.
- O Sukuna... - Engoli em seco - Ele tomou o controle do corpo do Megumi.
- Ele te machucou?
- Não conseguiu. - Neguei.
- Devo me segurar? - Maki olhou em meus olhos.
Neguei com a cabeça e voltei a olhar para o rosto de Megumi, que agora estava cheio de tatuagens e um olhar presunçoso, senti o meu coração despedaçado outra vez com a visão.
- Ataque pra matar... - Yuuji diz se posicionando - Ele não vai morrer.
- Haruna-Sensei. - Os dois me olharam a concordei.
- Não vou me meter, ao menos que as coisas fiquem feias. - Me distanciei dando passos para trás - Satoru queria que deixássemos os problemas pra próxima geração resolver, no começo pensei que era apenas uma desculpa fugir das responsabilidades. Mas agora eu entendo... então, vou confiar em vocês.
- Oss! - Yuuji concordou.
Em um instante os dois adolescentes foram em disparada na direção do moreno, iniciando uma sequência de golpes entre Maki e ele.
A garota empurrou Sukuna com sua força sobrenatural e o jogou na direção de uma grade do prédio onde estávamos e Yuuji o prendeu nesta mesma grade.
- Você é mesmo... um pé no saco. - Sukuna diz olhando para o rosto cheio de cortes do Itadori, enquanto estava enrolado no metal.
Maki o chutou, fazendo o feiticeiro de nível especial bater com tudo na parede de concreto. Segundos depois ele se levantou, tirando a fuligem de seu corpo.
- Bater em alguém com a cara do Megumi deve ser bem desconfortável... - Ele saiu dos encontros e me olhou, mesmo que eu estivesse bons metrôs de distância pude ver seu sorriso presunçoso - E ver baterem no seu garoto e não poder fazer nada deve ser bem doloroso... como se sente Haruna?
- Não diga o nome dele! - Fechei as mãos em punhos - Maldição.
Sukuna está intacto, isso quer dizer que ele pode usar a técnica amaldiçoada reversa, óbvio. Consegiu se curar até dos ferimentos feitos com a libertadora de almas de Maki, que possui a capacidade de contornar qualquer resistência física para cortar a alma de qualquer alvo.
- Haruna-Sensei, Yuuji. - Maki ficou ao meu lado observando o moreno minuciosamente e chamou a atenção do Itadori e a minha - Nosso objetivo é capturar seja lá o que seja aquilo, mesmo que signifique matá-lo, certo?
- Sim. - Yuuji confirmou.
- Mesmo que me doa... não posso ser egoísta a esse ponto. - Concondei com tristeza - Podem ir com tudo que tiverem, não hesitem.
- Eu vou aumentar o ritmo, consegue acompanhar, Yuuji?
- Sim! - Yuuji exclamou.
Os dois avançaram novamente em uma velocidade que me impressionou, ativei meu Sharingan e observei os três enquanto me distanciava mais um pouco, vendo que a luta estava ficando cada vez mais violenta.
Durante os golpes percebi algo bem interessante e meus lábios ficaram entreabertos com a informação, com cada movimento deles, sempre que Sukuna tentava ferir Yuuji ou Maki na luta, suas técnicas eram repreendidas ou até anuladas. Isso tudo graças a Megumi.
Mas parece que Sukuna também percebeu isso.
Vi o feiticeiro milenar desviar dos socos dos dois adolescentes e se abaixar com a palma da mão no chão.
- Teia de aranha! - Algo se espalhou abaixo dos pés deles, assim como o nome dizia, uma teia.
Logo depois o chão se partiu em pedaços como um leve terremoto, mas que obrigou os mais novos a pararem de lutar por um instante, dando uma brecha pro moreno, que conseguiu dar um soco no rosto de Maki.
Dei um passo na direção deles pronta pra intervir e rapidamente senti minha mão esquentar junto das chamas negras, mas uma dor aguda surgiu nos meus olhos.
Desativei meu Sharingan e logo depois uma lágrima de sangue deslizou pela minha bochecha. Fechei a cara sentindo minha energia amaldiçoada quase no limite, todo esse tempo gastando energia já está me cobrando.
Voltei a observar a luta, mas um som de palmas a frente de Maki, Yuuji e Sukuna, me fez franzir a testa. Quando a poeira causada pela luta abaixou, podemos ver uma silhueta familiar andar até nós.
- Parabéns, irmão. - A voz de Kenji ressoou pelo prédio e ofeguei quando vi o rosto do moreno outra vez - Você continua um incopetente, ainda não foi capaz dar um fim em uma gestante e duas crianças.
Os três pararam a luta de súbito com sua aparição e em poucos segundos ouvi a gargalhada divertida de Sukuna logo depois.
- E você continua o mesmo sabichão metido. - Sukuna diz e logo os dois deram um abraço rápido, com direito a tapinhas nas costas, enquanto riam.
Enquanto isso eu, Maki e Yuuji observavamos com feições desacreditadas a interação dos dois irmãos.
- Por que demorou tanto pra aparecer seu filho da puta?! - Sukuna riu, dando um soco no ombro do mais novo.
- Ei, minha mãe era uma mulher de honra! - Kenji protestou com uma feição de falsa irritação - Já a sua não passava de uma meretriz, não é? Bastardo!
- Me respeita muleque!
- Nem pensar! - Eles riam como dois velhos amigos comuns, se reencontrando por acaso depois de anos sem se verem, mais ou menos isso. A diferença era que não foram anos, e sim, séculos.
Yuuji e Maki andaram até mim, ficando ao meu lado como proteção, mas mesmo assim, desgostosos pela interrupção da luta.
- Por que não pegou a Uchiha ainda, imbecil?
- Você já viu aquela mulher? Ela pode estar meio cheinha, mas dá pra aproveitar. - Eles conversavam como se nossas existências fossem irrelevantes e sem importância - Acha que eu ia perder a chance de me divertir? E de brinde acabar com o filho dos Seis Olhos.
- Nada disso, eu vi a criança primeiro! - Protestou.
- Kenji! - Exclamei com fogo nos olhos, fazendo os dois olharem pra mim - Você vai...!
- Haruna! - Kenji sorriu meigo e acenou com a mão como uma criança - Nos encontramos de novo, querida!
- Vai pro infern...!
- Liberação Máxima! - Fui interrompida por outra voz desconhecida que apareceu a alguns metros de distância - Geada impassível!
Logo depois uma grande quantidade de gelo surgiu, formando um muro de gelo gigante que se desenvolveu até nós atingir e então, não consegui ver mais nada, apenas sentia o frio.
...
Do outro lado do gelo, Sukuna e Kenji admiravam o resultado do jujutsu de Uraume.
- Que bela vista! - Sukuna diz com um sorriso.
- Pois é. - Kenji concorda.
- Desculpe a intromissão repentina. - Uraume se ajoelhou diante dos dois homens - Por favor, me perdoem.
- Eu te perdoo. - Diz o mais velho deles.
- Não tem problema.
- Por precaução, eu enfraqueci o gelo ao redor de Yuuji Itadori e Haruna Uchiha.
- Fez bem. - Kenji falou ainda observando o gelo - A Uchiha não deve se ferir, isso pode interferir na sua energia amaldiçoada.
- Mas o moleque já serviu ao propósito dele. - Sukuna continua - Já não me interessa o que acontece com ele. Mas focar sua energia amaldiçoada naquela outra mulher foi a decisão certa.
- Tá legal, esse lugar acabou de perder a graça. - Kenji se cansa de observar o jujutsu de Uraume e se vira para o irmão - Vamos embora.
- E a Uchiha?
- Depois eu vejo isso. - Sukuna respondeu - Agora vamos preparar esse corpo, deixe o "banho" pronto.
- Quem você acha que somos? - Kenji resmungou - Seu banho já está pronto.
- Só me desculpe, porque agora precisamos viajar até o local onde ele vai acontecer... - Uraume diz.
- Competentes como sempre, não é? - Sukuna diz orgulhoso na direção dos dois e depois olha para o irmão, enquanto invocava Nue - Sobe logo, filhinho do papai.
- Eu só vou subir nessa coisa quando a sua cabeça explodir, bastardo. - Kenji negou enquanto sua pele escurecia até atingir um tom negro como carvão - Eu aposto que vou chegar primeiro!
E então seu corpo derreteu ao chão terroso, desaparecendo lentamente até sumir, logo depois até mesmo a essência de sua energia amaldiçoada havia sumido.
- Ele não mudou nada! - Sukuna gargalhou quando viu o seu tão competitivo meio-irmão sumir - Vamos logo, Uraume. Não vou perder pro mimado.
Logo depois, enquanto os dois já subiam em Nue, um barulho de gelo se partindo foi ouvido. Em instantes Yuuji apareceu furioso, saindo do gelo rapidamente.
- Sukuna! - Ele exclamou. Mas era tarde, eles já voavam em uma boa altura do chão.
- Devo matá-lo? - Uraume perguntou.
- Espera, aí. Olhe pra ele, vai dar umas boas risadas. - Sukuna riu presunçoso - Ridículo. E vou fazer questão de Kenji saber que perdeu isso.
Yuuji continuava a correr na direção deles com um olhar de fúria e tristeza.
Enquanto isso, no meio do gelo, Haruna sentia seu corpo tremer pelo frio, mas seus olhos e suas mãos queimavam. Em instantes o gelo começou a ceder devagar, e pouco a pouco conseguiu se libertar com a respiração ofegante.
Levou as mãos nas barriga e suspirou aliviada sentido que estava tudo em ordem, já era óbvio que seu filho se dava muito bem com o frio.
Olhou ao redor e não viu mais ninguém, mas o som dos gritos de Yuuji ao longe chamou sua atenção e arregalou os olhos, o vendo correr na direção de algo que já estava alto demais pro garoto alcançar.
- Eu não te disse, é igualzinho a ele! - Sukuna debochada do Itadori.
- Aquele cara de Harima. - Uraume segurava a risada.
- Verdade... até o formato da boca!
E logo depois desapareceram da vista do rosado que finalmente parou seus passos, já se dando por vencido, sabendo que não conseguiria salvar seu amigo nesse momento.
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